História A caminho da felicidade - WheeSa - Capítulo 4

 A aula estava passando bem mais devagar do que Wheein gostaria.

 Alternando entre olhar pela janela e prestar atenção na aula se viu sem opções do que fazer então apenas se contentou em apenas copiar a o assunto familiar da matéria que o professor de história escrevia no quadro. Conseguia sentir de longe o cheiro de gesso que emanava no giz, mesmo estando bem afastada da lousa, o cheiro familiar estava impregnado na sala e algumas vezes faziam os alunos que sentavam na frente espirrar inúmeras vezes. A sala também tinha um leve cheiro de mofo, talvez aquela escola fosse antiga, ou aquela sala não era usada a muito tempo, ou não abriam as janelas para arejar o ambiente e essa opção poderia vir junto com a segunda opção.

O professor repousou o giz sobre a peça de madeira que ficava embaixo do quadro que empatia de que os farelos do giz caísse no chão e também para poder segurar os pedaços de giz. — Mais 3 minutos para terminarem de copiar e eu vou explicar essa parte da matéria. — Wheein olhou mais uma vez para o quadro e vou que iria estudar pela milésima vez; guerra. Ela gostava do assunto, mas agora ele já estava cansativo, queria outro assunto, podia até ser guerra, mas outro tipo. — Jung, já estudou esse assunto na sua antiga escola? — Wheein não havia percebido que o professor estava falando consigo até sentir os olhares dos outros alunos queimarem sobre si.

— Eu? Já, duas vezes. — Disse indiferente.

— Ótimo. — sorriu o homem que Wheein julgou estar chegando na casa dos quarenta — Já que já viu esse assunto, não hesite em adicionar observações. Adoro participação dos alunos em minha aula. — sorriu e Wheein apenas balançou a cabeça concordando. Ahn apenas observava Wheein durante o tempo 9que lhe restava antes do professor únicas a explicação. Chegou a conclusão que a menina era realmente um anjo, seu olhar despreocupado e ao mesmo tempo cansado e notou também sua única covinha em sua bochecha, algo que não havia visto antes e não pode deixar de sorrir, não podia esperar para ver um sorriso adornar aqueles lábios e fazer com que a covinha solitária aparecesse.

— Ok, vou começar a explicar. — o professor se levantou indo de encontro ao quadro.

Wheein não havia prestado muita atenção, já que sabia daquele assunto e também não se pronunciou por livre e espontânea vontade, somente quando era indagada pelo professor que queria de qualquer jeito que Wheein tivesse participação em sua aula. 

O sinal bateu e o barulho constante de pessoas se mexendo, folhas e murmúrios começaram a surgir. — Por favor não se esqueçam de fazer os resumos sobre o assunto dessa semana e o de semana passada. É para a próxima aula e irei pontuar. Estão liberados. — Alunos saiam aos poucos da sala enquanto Wheein ainda guardava seu material sem pressa, provavelmente sua mãe ainda estaria a caminho. 

— Não vai com a gente? — Yongsun disse confusa segurando a mão de Byulyi.

— Eu vou tentar falar com ela mais uma vez.— Hyejin sorriu determinada.— Se estiverem a fim de me esperarem eu posso acompanhar vocês duas ainda.

 — Não tudo bem, vamos na frente —Moonbyul começou.  — Vamos aproveitar e fazer os deveres na biblioteca. — Yongsun concordou com a namorada enquanto olhava a amiga. — Até depois Hyegi, não demore tanto! — Byulyi completou saindo pela porta com a mais velha.

Hyejin olhou para o outro lado da sala vendo Wheein fechar sua mochila e a repousar em seu colo. 

— Quer ajuda? — andou em direção a garota que apenas a olhou de relance.

— Não. — Wheein disse sem olhar para Hyejin e moveu sua cadeira para trás. 

—  Posso te acompanhar até a saída pelo menos? — Wheein suspirou derrotada e rodou as rodas de sua cadeira para ir em direção a saída da sala, empurrou a porta de correr e saiu sendo acompanhada por Hyejin. — Gostou do seu primeiro dia? — Hyejin começou animada e nenhuma resposta de Wheein que apenas se dirigia pelos corredores agora mais vazios e agradeceu mentalmente por aquilo, ela queria evitar ao máximo olhares. — Oh, gostaria de ir na biblioteca fazer o trabalho comigo e mais duas amigas?— perguntou esperançosa. 

 — Vou fazer em casa, sozinha.— Hyejin estava pronta para perguntar o motivo, mas Wheein simplesmente avançou em sua frente a deixando para trás.

…

— Como foi seu primeiro dia de aula? — A mãe de Wheein perguntava feliz e esperançosa. 

— Nada de mais. — Wheein disse sem muito ânimo colocando o cinto de segurança.

— Fez amizades? — Deu a partida no carro enquanto se concentrava na rua sua frente esperando uma resposta da filha, mas nada veio. Wheein estava ocupada olhando para a janela. Seria difícil trazer aquela Wheein sorridente e tagarela de volta e o pensamento fez a Jung mais velha suspirar, mas era tudo questão de tempo.

Por outro lado, era a primeira vez em anos que a mãe de Wheein a buscava na escola, a ideia de que ela teve que sair do seu trabalho para poder lhe levar em casa deixava Wheein chateada, ela tinha a impressão que estava atrapalhando algo por mais que sua mãe dissesse que não, ela sentia o contrário.

Após chegar em casa e almoçar, Wheein foi direto para o seu quarto. Sua mãe havia avisado que voltaria ao trabalho e que agora usaria seu horário de almoço para poder te levar em casa.

— Me ligue caso precisar de alguma coisa, tudo bem? — A mãe de Wheein depositou um beijo em sua testa e saiu do quarto da filha.

Abriu sua mochila e tirou os matérias escolar os colocando sobre a mesa, iria passar a tarde estudando já que aquele era sua única opção. Antes de abrir seu primeiro livro, decidiu dar uma última olhada em seu celular mesmo sabendo que ninguém havia lhe mandado mensagem, ela iria checar uma última vez, então, abriu o aplicativo de mensagens e viu que o grupo da escola de dança ao da estava lá e ela ainda recebia mensagens do grupo. — Eles não me chutaram... — Não haviam muitas mensagens no grupo, já que as pessoas não falavam muito, desceu mais um pouco e viu uma mensagem de sua professora. Suas sobrancelhas se juntaram em confusão. Apertou na barra de conversa e o chat abriu e pôde ver que ela havia mandado um vídeo E sem pensar duas vezes deu play.

 — Olá  Wheein!  — A professora começou segurando a câmera andando pela sala.  — Nós estamos com saudades de você, a sala fica tão vazia sem sua energia.  — A mulher sorriu triste para a câmera.

  —Todo mundo aqui sente sua falta Whee!  — Uma das alunas apareceu na cena passando um de seus braços por cima do ombro da professora e Wheein sorriu trair também. A professora chamou os outros alunos de sua - agora - antiga turma, todos estavam acenando e falando coisas legais para a garota que assistia.

 — Você pode vir nos visitar quando quiser Wheein, vamos ficar muito felizes de ver você de novo.  — A professora disse e por fim o vídeo terminou. Wheein repousou o celular em seu colo enquanto lágrimas caiam pelas suas bochechas molhando a tela de seu celular enxuto apertava o aparelho com mais força em sua mão. Aquilo doía, era um sentimento horrível que rasgava seu peito de cima a baixo, sentir tudo perder o sentido, o for o do mundo cair em seus ombros porque agora o seu sonhos estava estardalhaçados no chão como o vidro dos faróis do carro que haviam lhe causado o acidente naquele dia, tudo era frustrante, ter que começar sua vida do zero mais uma vez  e ter que lidar com a nova realidade de estar presa ao próprio corpo pelo resto da vida. Era assim que pensava era assim que iria pensar para sempre. Em sua cabeça havia perdido tudo.

Soluços iam ficando mais altos assim que ia cavando mais fundo em seus pensamentos até chegar no dia do maldito acontecido, algo que adoraria esquecer, mas as cenas daquele dia volte e meia inundavam seus pensamentos de forma totalmente indesejada, intrusiva.

Odiava tudo aquilo, odiava ter que viver aquela realidade que ainda não fora capaz em pensar em aceitar.

…

Após se acalmar um pouco mais, Wheein respondeu a mensagem com um simples "Obrigada, eu também sinto saudades de vocês" e tentou ocupar sua cabeça com as matérias da escola antes que começasse a chorar novamente.

Havia terminado tudo que tinha para fazer - o que não era muito -, mas assim que terminou deitou em sua cama e colocou seus fones de ouvido querendo um tempo para si e para tentar relaxar um pouco.

Abriu sua galeria de músicas e escolheu suas playlist com suas músicas de Low-frequency. Ecutar lo-fi sempre a ajudava a relaxar e naquela situação precisava mais do que nunca.

Conforme a música ia tocando, o sono começava a se apossar de seu corpo, seus olhos pesavam, então cobriu seus olhos com o braço enquanto sua outra mão descansava sobre sua barriga e respirou fundo até finalmente cair no soco ao som daquela música suave.

— Wheein cheguei. — A mãe da garota disse entrando em casa, mas achou estranho não receber nenhuma resposta. — Wheein? — começou a andar pela sala e a falta de resposta da filha já começava a lhe deixar preocupada alimentando os piores de seus pensamentos. —Jung Wheein! Aonde você… oh...— parou de falar assim que parou em frente a porta do quarto da filha e suspirou aliviada. Wheein continuava na mesma posição que havia adormecido. Sua mãe entrou no quarto retirando os fones de ouvido de suas orelhas e colocando o celular em cima de sua mesa de cabeceira, pequenos e suaves roncos deixavam as narinas de Wheein. A Jung mais velha se aproximou mais se sentando na beira da cama e afagoubos cabelos da filha lhe dando cafuné.

— Meu anjinho… — sussurrou ainda mexendo no cabelo da filha, se levantou da cama e puxou a coberta para cobrir metade do corpo da mais nova e lhe deu um beijo na testa saindo do quarto. — Vai ficar tudo bem, vai tudo voltar ao normal… — disse baixo olhando a mais nova deitada na cama e então fechou a porta devagar para não acordá-la.

…

Wheein acordou sentindo novamente o sol bater em seu rosto, havia esquecido de fechar as cortinas mais uma vez, mas quem havia lhe acordado desta vez não havia sido as luzes da manhã mas sim seu estômago gritando para si. Abriu os olhos com dificuldade e por algum motivo sentia seu corpo pesado e dolorido talvez porque havia dormido de mais? Ela não se lembra a hora que havia pego no sono no dia anterior, mas lembrava que o sol estava se pondo quando dormiu.

Esticou seu braço para pegar seu celular que estava na mesinha ao lado de sua cama e julgou que sua mãe havia visitado seu quarto dia anterior também. Desbloqueou e olhou a hora: faltavam vinte minutos para o seu alarme tocar.

— sério? — Grunhiu ao ver a hora. Wheein adoraria dormir mais aqueles vinte minutos, mas seu corpo já estava reclamando e não iria conseguir dormir mais. Se apoiou na cama usando seus cotovelos para levantar seu tronco e depois suas mãos para finalmente se sentar na cama e conseguir se espreguiçar. Um gemido de satisfação saiu de sua garganta assim que seus músculos se esticaram, passou a mão em seus cabelos os jogando para trás e bocejo olhando em volta do quarto, seus matérias continuavam espalhados  sobre a mesa de estudo. Esfregou seus olhos e quando ficou mais desperta, prestou atenção no barulho que vinha do lado de fora. A chuva batia de forma um pouco violenta em sua canela. Fazendo aquele barulho gostoso ecoar por todo o cômodo. 

Wheein segurou ambas suas pernas, uma de cada vez, e as guiou para a borda da cama e fez seus pés tocarem o chão que não fazia ideia se mesmo estava gelado ou não.

Esticou sua mão para puxar sua cadeira para mais perto para em em fim, se sentar na mesma. Rolou as mãos pelas rodas de sua cadeira parando em frente a porta de vidro que lhe dava acesso a pequena varanda que havia em seu quarto, então, abriu a porta devagar e seus pulmões logo foram invadidos pelo cheiro úmido de asfalto molhado e mofo.

Wheein inalou aquela essência enquanto pequenas gotículas de água caiam sobre si vez ou outra.

Encheu seus pulmões de ar que carregavam aquele cheiro que considerava maravilho e o soltou pesadamente e devagar como se aquele cheiro fosse se esgotar ou sumir a qualquer minuto. Aquele cheiro fez seu corpo relaxar, de um jeito estranho, mas fez.

O som perturbador e chato do alarme de seu celular preencheu o silêncio agradável do quarto de forma rude fazendo Wheein bufar em frustração.

Foi até o aparelho e desligou o alarme para prosseguir com seu dia.

Se vestiu e organizou o material novamente em sua mochila, pegou seu celular e os fones de ouvido, saiu do quarto encostando a porta e rumou até a cozinha devagar.

 — Bom dia. — Wheein cumprimentou sua mãe e se pôs diante a mesa.

 — Jung Wheein acordando na hora certa, e parecendo disposta?E nem precisou que eu fosse no quarto acordar ela?  — A mãe de Wheein colocou sua mão sobre seu peito fingindo estar incrédula com o fato de sua filha ter levantado no horário normal.  — O que aconteceu? Deu formiga na sua cama? — Brincou a mulher se virando novamente prestando atenção agora em derramar toda a água quente no pó para que o café ficasse pronto.

 — Eu fui dormir muito cedo ontem e acabei acordando antes do despertador.

— O primeiro dia de aula ontem foi cansativo?

— Na verdade eu não tinha mais nada para fazer. — Ajeitou sua mochila em seu colo — Então eu dormi.

— Logo você vai encontrar algo tão interessante quanto a dança para preencher seu tempo, Whee. — Sorriu a mais velhas, mas logo de estado mentalmente ao tocar naquele assunto que já sabia ser um tanto delicado.

 O peso de suas palavras caíram sobre os ombros de Wheein que pareciam tomar rosto o peso do mundo naquele momento, seu rosto abaixou prestando atenção em seus dedos que se enttelacavam em seu colo. 

— Difícil…

E assim ficou o resto da manhã: silêncio.

…

— Boa aula. — A Jung mais velha disse ajudando sua filha a sair do carro, lhe deu um beijo na testa e afagou seus cabelos. 

Wheein deu um sorriso fraco para sua mãe r entrou na escola.

Se dirigia pelos corredores sem muita pressa e ao mesmo tempo seguindo o seu próprio padrão de não olhar para ninguém.

Abriu a porta de sua sala e entrou, havia poucas pessoas lá e ela não pode deixar de notas o casal que eram amigas de Hyejin. Pelo menos havia gravado o nome da garota.

Já ajeitou em frente sua mesa e colocou sua mochila sobre a mesma, cruzou seus braços em cima do objeto e deitou sua cabeça ali olhando pela janela.

A chuva já havia parado e Wheein observava as gotas de água recorrer pelo visto da janela.

— Bom dia casal. — Hyejin sorriu se sentando em seu lugar. — Conseguiram terminar o trabalho de ontem?

— Quase… — Byulyi disse coçando a nuca.

— Não quero ouvir o fim disso…— Hyejin balançou a cabeça, não estava surpresa com as atitudes de suas amigas. Se endireitou em sua cadeira e seu olhar caiu na garota sentada debruçada sobre sua mochila na mesa olhando a janela e não pode conter um sorriso. — Vou falar com ela. — disse alegre.

— Você Não desiste né? — Brincou a mais velha do grupo.

— Sei lá… algo em mim fala pra continuar tentando. — Deu de ombros e se levantou fazendo seu caminho dentre as mesas e se sentou novamente na cadeira vazia em frente a mesa de Wheein.

— Bom dia Whee! — Wheein desviou seu olhar da janela juntando suas sobrancelhas em confusão. Hyejin acabou de lhe dar um apelido? — Conseguiu fazer seu trabalho ontem? — Wheein não respondeu voltando a olhar pela janela. — Hey… fala comigo. — Disse rindo, mas sem respostas. 

Hyejin continuou sentada, olhando para Wheein esperando que a mesma respondesse e a mais velha viu que ela não iria sair dali, suspirou e se virou respondendo:

— Sim.— Não desviou o olhar para a mais nova a sua frente. Hyejin continuou observando Wheein com um pequeno sorriso em seu rosto. Wheein mordeu o interior de sua bochecha algumas vezes, um pouco ansiosa, e Hyejin pode ver sua covinha em sua bochecha aparecendo, ela nunca imaginava que a menina poderia ter esse sinal. Hyejin havia achado adorável.

 — Adoraria ver seu sorriso. — Wheein desviou sua atenção para a garota novamente e pode perceber que seus cabelos agora estavam pretos. — Adoraria ver suas covinhas com o seu sorriso. Deve ser adorável. — Ahn sorriu fechando os olhos fazendo seus músculos nasais se aparecerem  também. Wheein havia ficado sem reação, pois ninguém além de sua mãe, nem mesmo seu antigos "amigos" havia elogiado seu sorriso, ou seu pequeno sinal em sua bochecha. Aquilo a pegou desprevenida. — "Garota estranha" — pensou.

A sala entrou em silêncio assim que a professora havia entrado no local, Hyejin se levantou e caminhou de volta ao seu lugar. Wheein colocou sua mão sobre sua bochecha onde sua covinha ficava e balançou a cabeça.

Wheein não queria se aproximar de alguém de novo, para ela não valia a pena, já que viu que suas únicas amizades não eram tão verdadeiras como pensava e de fato, as pessoas só querem você quando você tem algo a oferecer a elas. Durante seu tempo vago, Wheein começou a pensar sobre a real situação de seus antigos amigos, tentou contatá-los, mas em vão. Refletiu sobre suas antigas amizades, o motivo de tê-la deixado assim que souberam do acidente e como Wheein era inocente e boba, óbvio que eles queriam algo. O quão estúpido um aluno de ensino médio pode ser?

Não era como se Wheein estivesse traumatizada pelas suas antigas amizades, ela só não queria nada por agora, estava em um momento complicado para ter mais gente a deixado pra trás. Sua baixa confiança e autoestima cresceu bruscamente depois daquele dia, já era insegura antes, mas agora, sua cabeça pensava em todas as oportunidades de pessoas não gostarem dela, ou de não querer se aproximar, ou até queiram, mas com interesse. Não sabia, mas os pensamentos involuntários faziam questão de a deixar paranóica com abandono uma vez ou outra. Deveria conversar isso com sua psicóloga.

Era melhor estar sozinha do que com companhias ruins, não é? 

Metade da atenção de Wheein estava na aula e a outra, em sabe-se lá onde.

Olhou pela sala para observar um pouco os alunos, seu olhar caiu sobre Yongsun e Byulyi: ambas prestavam atenção na aula enquanto tinham seus dedos entrelaçados em baixo da mesa, depois Hyejin. A garota mordia a ponta da tampa da caneta involuntariamente enquanto assistia a aula.

Seu olhar foi para mais alguns alunos até voltar a professora e focar na aula novamente.

— Finalmente! — Hyejin se esticou fazendo os ossos de sua coluna estalarem. — Vai sair para comprar algo para comer?

— Não — Moonbyul se levantou se espreguiçando fazendo um pequeno gemido de satisfação criar seus lábios. — Vou dar uma volta. Vem, Yong?

— Sim. — A mais velha se levantou animada saindo da sala com a namorada. Hyejin sabia que elas iriam ir para a área atrás da escola namorar e não pode deixar de revirar os olhos com o seu pensamento. Se lembrou de Wheein e se virou vendo que a mesma tirava uma caixinha de suco de sua mochila.

— Como foi a aula pra você hoje? — Hyejin não perdia tempo. Havia se sentado na cadeira vazia novamente para conversar com Jung e já não esperava uma resposta de primeira para aquela pergunta.

Wheein furou o lugar indicado na caixa com o canudo e começou a beber líquido devagar. — o tempo está fechando de novo...vai chover mais eu acho. — Hyejin olhou para Wheein que observava o lado de fora. — Gosta da chuva? — Deu uma pausa esperando, mas nada,  então continuou. — Eu não gosto muito…

— sem chuva não há sol. — Wheein murmurou. — um é tão importante quanto o outro. — Wheein colocou a caixa de suco sobre a mesa e cruzou seu braço sobre a mesma colocando um pouco da força de seu preso sobre eles e suspirou olhando ainda através das placas de vidro.

— Você ainda não respondeu minha pergunta. — Brincou Hyejin, mas foi surpreendida quando as palavras começaram a sair da boca de Wheein.

— Eu prefiro a chuva.— tom tão frio quanto os ventos que sopravam do lado de fora junto com as gotículas de água que ainda caiam 

— Você parece alguém que gosta mais de chuva mesmo. — Wheein voltou sua atenção para Hyejin por um breve momento. — Ainda quero te levar pra conhecer a escola. 

— porque insiste tanto nisso? — disse em um sussurro, mas Hyejin não pode ouvir.

— O que? — Wheein voltou a olhar pela janela de novo.

— Nada… — disse baixo.

O som da porta se abrindo e os murmúrios diminuindo avisou que a professora havia entrado na sala.

— Até depois Whee. 

Hyejin se levantou voltando a sua mesa

— E aí como foi? 

— O de sempre,  mas ela falou um pouco. — Yongsun fez bico. 

— Não fica assim Yong — Hyejin riu da expressão da mais velha junto a Moonbyul que tentava confortar a namorada.