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História A Carta que falta - Niragi - O Rei de Ouros p.1


Escrita por: ItsMeaghanCameron

Notas do Autor


Oi gente, não me matem pfvr. Eu sumi, desculpas, prometo passar a avisar os atrasos dos capítulos a partir de agora. Ultimamente os trabalhos do curso tem tomado quase todo meu tempo </3, mas não irei em hipótese alguma parar de escrever essa fic u,u. Como estava a escrever capítulos mais longos resolvi que talvez dividi-los ao meio resolva o problema com a frequência de post, bem veremos.
Nesse meio tempo também perdi meu colaborador, então pode ser que tenhamos alguns diálogos estranhos que não passaram por uma "revisão" em alguns capítulos até a situação se normalizar.
Bem isto é tudo por enquanto (: espero que vocês continuem a acompanhar esta saga ^.^

Capítulo 13 - O Rei de Ouros p.1


Fanfic / Fanfiction A Carta que falta - Niragi - O Rei de Ouros p.1

Niragi

 

Poderia simplesmente ter atirado no quatro olhos há um longo tempo. Mas algo na ideia de infringir o máximo de dor possível nele como forma de punição á Mirai era imensamente atraente.

Infelizmente quando volto para o quarto após ter deixado minha arma lá fora, ela entra pela porta, acompanhada de An e o imbecil do Chishiya que ficava por aí espionando todo mundo e com certeza havia me delatado.

Reviro os olhos. A última coisa da qual precisava era da An me dizendo o que fazer ou não fazer com cada pessoa que chegava a Praia. Não sei nem porque entro em choque quando a Mirai me ameaça com uma adaga, ela era um demônio com aquelas coisas, eu já a havia visto na prova que limpamos juntos, ela não teria porque ser tão mansinha agora que as tinha de volta. Mesmo assim algo naquele gesto me perturba e me faz lembrar instantemente do passado. Quando ela finalmente vai embora, recupero minha metralhadora e caminho até o bar onde ameaço uma garota para que ela vire o barman.

Não sei quantas doses de destilados variados já mandei para dentro. Levo a mão ao rosto limpando a fina camada de suor que havia se formado. Meu braço enfaixado lateja, provavelmente devido ao esforço que fiz para bater naquele otário. Eu não sei o que fazer, me sinto tão perdido e tão confuso como da primeira vez que havia chegado aqui. Encosto a testa no balcão de mogno a minha frente, sentindo as gotículas de bebida respingadas ali.

Acordo em uma cama de hotel cinco estrelas com vista panorâmica para o centro de Tóquio. A garota com quem havia transado ontem à noite e o meu pai já se foram. Me encolho com a lembrança do meu pai me contando que a única garota que havia me tratado bem durante todos esses anos desde a época da faculdade, era na verdade uma prostituta paga por ele para agir daquele jeito.

“Vamos Suguru, desconte as suas frustrações nela! Ou prefere que ela morra?” o clique da arma faz a garota se desesperar... Não havia outra alternativa...

            Agora sinto as lágrimas de culpa rolarem pelo meu rosto. Se eu ao menos não fosse tão fraco...

            Visto o terno caro da noite anterior, atirando a gravata de volta a cama na minha quarta tentativa de fazer um nó. Foda-se. Decido deixa-la para trás, ela só havia custado oito mil ienes. Aperto os botões do elevador com uma força exagerada, não estou com raiva da demora dele, e sim com raiva de mim mesmo. Suspiro apertando as têmporas e indo em direção as escadas. A recepção está incomumente quieta, e parece não haver absolutamente ninguém no quarteirão inteiro quando saio pela porta principal. Não faço a menor ideia de onde os funcionários enfiaram o meu carro enquanto vasculho ao redor do estacionamento. Que droga. Procuro o controle das lentes no bolso, mas o mesmo não está funcionando. Solto um grunhido levando as mãos ao rosto. O que mais faltava acontecer para arruinar o dia?. A resposta me vem em forma de uma voz robótica acompanhada de uma campainha bizarra.

Os jogos começarão em cinco minutos

Jogos? Setas indicam uma direção nos telões do estacionamento. Não sei porque mas decido seguir, afinal se a população inteira do hotel não estava aqui, talvez estivessem lá. Olho para o horizonte para onde as setas parecem indicar e caminho até lá.

 

Algo bate no balcão ao lado do meu rosto e eu me levanto. Um copo cheio de uísque.

_Um novo jogo foi anunciado senhor – a garota empurra o copo produzindo um barulho que reverbera em meu crânio. Merda.

_E por que isso me interessaria agora? – Levo as mãos as têmporas pressionando-as em busca de alivio para a dor de cabeça que já começava a se formar.

_É um Rei de Ouros, senhor. – Eu a olho incrédulo. Por que logo agora? Jogo a cabeça para traz e o peso quase me derruba do banco. Viro a última dose de bebida antes de me encaminhar para as escadas.

_Chefe? – Olho para o miliciano duplicado em pé no último degrau da escada. _ A Mirai ta procurando por você – ele dá um sorrisinho malicioso.

_Se sorrir desse jeito quando falar sobre ela de novo eu prometo que vou te transforar em uma peneira – o homem engole em seco se encolhendo enquanto o encaro apontando a minha arma para o caso dele não ter entendido.

_Desculpe, chefe. – Ele sai fazendo um aceno com cabeça.

Me encosto em uma parede do corredor próximo ao quarto dela. Uma hora ela teria que passar por aqui. Acho que eu conseguiria esperar. Olho para o teto esperando o tempo passar. Odiava a facilidade com a qual aquela mulher conseguia trazer à tona todas as camadas do patético garotinho fraco que já havia sido. Quando a lamina fria encostou no meu pescoço mais cedo, a dor de ver sua preferência pelo idiota deitado no chão nem se comparava a dor de rever todo meu passado que eu lutei para ignorar aparecer diante dos meus olhos. Quase conseguia ver as lembranças que eu me esforçava para bloquear com clareza.

 A forma como minhas costas se estatelaram no chão, e a lamina fria pressionou meu pescoço, como eu implorei pela minha vida ao invés de lutar. O som de tiros e o corpo sem vida do homem que tentara me matar despencando sobre mim. “Você vai ser um vencedor ou um perdedor?”, me lembro claramente das palavras de Aguni ao me estender uma pistola. De como terminei a prova com as mãos banhadas de sangue de pessoas inocentes. An insistindo para Aguni me manter com eles, para mais tarde eu descobrir que ela havia desenvolvido sentimentos por mim. Como acabamos juntos até o nascimento da Praia, até eu começar a passar os limites, até eu criar minha própria filosofia e começar a despertar todo ódio e medo que poderia conseguir.

Estava tudo ali, camadas e mais camadas de como havia chegado até onde estava agora. Tudo por que uma garota havia me olhado nos olhos. Mas não uma garota qualquer. Não mais. Eu odiava olhar todos aqueles fragmentos flutuando ao meu redor. Precisava colocar um fim nisso. Precisava fugir dela. Como o covarde que eu era.

 

Chogyun

 

_Aliás que merda foi aquela? – Exclamo tentando me endireitar na cadeira. Mas não dá. Embora meu corpo esteja inteiro, exceto pelo meu fígado dolorido, os atentados ao meu crânio, me deixaram extremante tonto e com uma enxaqueca horrível. Espero que toda aquela cena não tenha danificado meu labirinto. Levo a mão ao rosto endireitando os óculos para conseguir ver todos na sala.

_Como conseguiu sair vivo daquele jogo? – Mirai agarra a manga da minha camisa ao sentar ao meu lado na cadeira. Ela parecia desesperadamente perdida. O que já não parecia uma novidade a julgar pelo tipo com o qual ela havia se metido. Pela primeira vez na vida acho que eu preferia mil vezes o Riven, mesmo que ele agisse como um babaca as vezes, ele nunca a espancaria. Encaro a sucessão de marcas de diferentes cores que demonstram os diferentes estágios de cicatrização.

_Riven segurou as pontas. Não havia muito o que fazer, aquele cão havia esmagado todos os ossos do tornozelo dele, ele me fez fugir e ficou. – Vejo o rosto de Mirai se contorcer para uma expressão de angústia. Ela ainda tinha esperanças. _Escalei as árvores e fiquei por ali, sempre me locomovendo em lugares altos, alguns dias depois o portão se abriu e eu sai correndo, não podia arriscar e voltar para checar se alguém havia sobrevivido. – Dou de ombros. Embora fosse algo humano a se fazer, voltar para aquela arena em especial seria suicídio.

_Quem eram aqueles caras que estavam com você?

_Você estava acompanhado ? – A garota de cabelo curto que não havia falado nada até agora, se remexe na cadeira.

_Não importa, eles estão mortos agora graças ao seu amiguinho dentista – levo a mão ao rosto para enfatizar a minha resposta. _De qualquer forma, pensando bem, eu acho que preciso ajuda médica, vocês tem um médico ou algo do tipo? – Seguro minha cabeça com uma das mãos tentando fingir que estou pior do que estou me sentindo o que não é lá muito difícil.

_Certo. – An, me recordo de seu nome, olha ao redor da sala. _Para onde foi Chishiya? Vou busca-lo não vai demorar – ela dá um toque gentil em meu ombro e corre para fora da sala.

_Você está bem?  - Mirai se inclina em minha direção.

_Sim. Não estou mal, só precisava de te dizer uma coisa em particular. – Seguro-a pelos ombros para que preste atenção já que não sei quanto tempo tenho até os outros voltarem. Ela me olha alarmada. _Você estava em um jogo. Você tem consciência de que não precisa de jogar certo?

_Como assim não preciso de jogar? – Ela me dirige um olhar confuso

_No dia que encontrei aquele homem com quem eu estava hoje, Mira estava lá, e bem não importa, o fato é que segundo ela, cidadãos permanentes tem vistos que não expiram.

_O que? Nós tecnicamente não precisamos jogar? Mas e se isso for uma armadilha? – Ela me olha.

_Não é.

_Não me diga que...

_Testei isso? Sim. Continuo vivo. Ela não teria motivos para mentir, na verdade acho que ela é tão vitima quanto nós.

_Você não pode estar falando sério? Mira não é uma vítima. Nesse exato momento ela deve estar em algum lugar rindo das pessoas morrendo em algum jogo!

_Mas... – começo a dizer, mas ela me interrompe.

_Não nem ouse! – Ela ergue o tom de voz irritada.

O som de palmas corta o ar nos fazendo virar e olhar em direção a porta

_Quantos segredos a mais vocês iriam compartilhar na nossa ausência? Contem todos. – O homem loiro nomeado como Chishiya fecha a porta após An entrar na sala.

Mirai caminha para sair da sala, mas a mão de An agarra seu braço.

_Não me importo de você sair, mas essa informação sobre os vistos vitalícios não deve sair daqui com você entendeu? Não precisamos de uma revolta dentro da Praia, isso já acabou mal uma vez. – Mirai a encara e puxa seu braço de volta saindo da sala.

_Então vocês gostam de ouvir por detrás das portas? – Encaro os dois. Essa noite vai ser longa.

Mirai

 

Caminho por toda a Praia procurando por ele. Perguntando aos residentes se alguém em algum momento o viu para apenas receber olhares estranhos. Quem em sã consciência procuraria por Niragi? Eu. Só eu mesma. Seu olhar arrasado ainda me assombrava muito. Desde que havia saído daquele quarto no fim da tarde. Subo as escadas encrustadas de cristais a caminho do “meu” quarto. Não sei mais onde devo ir procurar. Em nenhum lugar da Praia havia sinal dos milicianos. Onde todos estavam? Em algum jogo? Teria Niragi ido com eles? Mas não fazia sentido, ele mesmo havia dito que renovara os vistos. Isso também me lembrava que eu teria que fingir ir para um jogo para que ninguém desconfiasse de que eu não precisava jogar. Tanto Chogyun, quanto An, quanto Chishiya concordavam que o fato de que cidadãos permanentes não precisavam de jogar deveria permanecer em segredo porque a informação poderia causar mais um motim dentro da Praia. Mas no momento não estava tão preocupada com isso. Estava muito irritada com Chogyun por defender que Mira era uma mera vítima das circunstancias. 

De repente sinto um braço passar pelo meu pescoço e me agarrar me erguendo e me puxando para dentro de um quarto escuro. Que merda tava acontecendo? Dou uma cotovelada no que imagino ser o estômago do agressor e um coice em seu joelho me livrando dos seus braços, imediatamente levo a mão ao cabo da minha arma.

_Porra. - Paro ao ouvir a voz rastejante e rouca de Niragi. Ele estava bêbado? _Você enlouqueceu ou o que? - Ele pergunta ligeiramente curvado com a mão no estômago.

_Você me agarrou em um corredor escuro estava esperando que eu adivinhasse que era você? Aliás onde você estava? - Pergunto caminhando em direção a silhueta mal iluminada pela luz que vem lá de fora.

_Shhhhh- ele me surpreende com a guarda baixa me agarrando de novo com mais firmeza, e sorri com os lábios no meu ouvido enquanto suas mãos passam pelas fivelas das duas bainhas e as desatam, não sem antes ele passar as mãos sugestivamente pelos meus seios.

_Você é muito perigosa com essas coisas - Ele diz atirando minhas armas no chão e depositando beijos ao longo do meu pescoço. Minhas narinas queimam com o cheiro de uísque que exala dele. Suas mãos agarram firmemente os meus quadris e ele me vira, colando meu corpo ao dele, enfiando sua língua freneticamente na minha boca em um beijo desesperado e sedento. Suas mãos deslizam pelas minhas costas e seguram a minha cabeça quando tento me desvencilhar dele, me forçando a continuar ali. Mordo seus lábios com força na esperança de que ele me solte, mas isso apenas parece incentiva-lo a continuar.

Ele para ainda me segurando e cola a testa na minha.

_Sabe - Ele puxa o ar tentando recuperar o fôlego- _ Eu odeio o jeito como você faz eu me sentir. Você andando por aí como se pudesse me destruir. Me deixa louco de raiva - Ele rosna me apertando ainda mais contra o seu corpo- _Como o seu precioso Chogyun se sentiria se eu te devolvesse permanentemente marcada por mim? Se quando ele te olhasse cada parte do seu corpo gritasse por mim hein? - Ele sussurra contra a pele do meu pescoço me dando um chupão. Fecho os olhos e arfo sentindo como se pulsos elétricos percorressem o meu corpo.

_Qual o seu problema com o Chogyun? Ele é só meu amigo. – Digo, arfando ainda mais quando sinto o metal frio do piercing na minha pele. Me contraio sentido a umidade entre as pernas. Caramba, não me importaria nem se aquela conversa terminasse na droga do chão. Minha racionalidade tratava um conflito intenso com os meus desejos.

_Não gosto do seu amigo. Não posso conviver com você tendo amigos. Eu posso ser seu amigo - Sua boca desce deixando mais um chupão em minha clavícula _Posso ser seu protetor - sua mão desamarra meu biquíni habilmente e ele abocanha um dos meus seios, sugando e girando o piercing no mamilo endurecido. Sua mão alcança o outro seio e seu polegar faz movimentos circulares fazendo-me cambalear em seus braços como se a bêbada fosse eu. _Posso ser seu amante - ele diz, a voz vibrando no meu peito, sua mão me firma evitando que eu caia com a minha perda de equilíbrio, e ele me puxa para perto pressionando sua ereção na minha virilha. _Podemos ser só eu e você sem outros. Eu odeio isso - em um gesto abrupto ele cola a testa na minha。_Você desperta a pior parte de mim. Me faz ter sentimentos de novo.

_E por que isso precisa ser ruim? - Pergunto segurando o seu rosto  _ Como você mesmo disse, poderíamos ser só nós dois - digo sorrindo e imaginando como isso poderia acontecer. Não sei porque, mas minha mente facilmente compra essa ideia, como se fosse algo fácil, algo que ignorava todas as circunstancias.

_Não. Não poderíamos - ele diz cortando meu devaneio imbecil. E por meio segundo agradeço mentalmente por pelo menos ele conseguir manter um pensamento racional aqui.  _Você é como um inferno ambulante se equilibrando pelas duas pernas e correndo atrás de mim. Trazendo os sonhos e os pensamentos que eu me forcei a esquecer há muito tempo atrás. Um dia você morreria. - Suas mãos seguram meu rosto e ele me força a olhar dentro dos seus olhos. _Se você morresse toda essa parte sentimental irritante morreria também. Toda essa vida, esse desejo humano e desesperado - sua voz assume um tom depreciativo - sumiria. Eu voltaria a ser um morto vivo de novo. Mas eu sou tão fraco! Eu não consigo matar você!!! - Ele grita apertando meu rosto e eu arranco suas mãos aliviando a pressão que ele exercia sobre meu maxilar - Então eu fico esperando que alguém te mate logo, mas isso nunca vem...

Seus braços caem do lado do corpo e ele se inclina ficando com o rosto em frente ao meu. Não sei porque, mas não consigo esboçar reações rápidas o suficiente a suas mudanças rápidas de humor. Mal consigo acompanhá-lo pulando de um extremo ao outro. Ele acabara de confessar que gostava de mim, mas que ao mesmo tempo não queria gostar de mim? Eu já não conseguia entender bem.

_Mas eu achei um solução para isso... você não vai morrer é óbvio. Mas eu vou embora. Eu, a milícia, vamos embora e eu nunca mais vou precisar olhar para você de novo e me sentir tão ... - ele interrompe o que está dizendo e segura o meu rosto quando lágrimas que eu não consigo controlar começam a escorrer pela minha bochecha.

_Não faz assim. Não torne as coisas tão difíceis. - Ele tomba a cabeça para o lado e enruga a testa por um segundo antes de lamber as lágrimas do meu rosto. _Eu vou fazer isso parar - ele diz. Franzo a testa sem entender o que ele quer dizer. Ele está tão diferente, sua postura, seus gestos, tudo parece espontâneo, sua agressividade parecia ter sido consumida por completo. Seria o efeito do álcool? Suas mãos agarram meus quadris com força e ele me puxa para ainda mais perto, como se quisesse me fundir a ele. Mesmo que isso fosse humanamente impossível.

_Por que está dizendo isso pra mim? Você não pode ir embora - digo começando a sentir minha voz soar histérica. Sei que não deveria me desesperar bem no fundo, em algum resquício de consciência, eu sabia o quão toxico era aquilo tudo, mas mesmo assim eu ignorava, eu escolhi ignorar.

_Shhhhhhh - seus dedos seguram meus lábios delicadamente. Mais lágrimas escorrem pelo meu rosto. Ele lambe minha bochecha mais uma vez e me empurra. Caio sentada contra algo macio, que presumo ser a cama. Ele me segura pelos ombros e me vira me deitando de bruços no colchão. Sinto suas mãos passarem pelos meus quadris e o seu corpo pesar em cima do meu. Sua língua passa pela minha orelha, e sua mão arranca a parte de baixo do meu biquíni com um puxão firme. Sinto uma pequena pontada de dor quando ele empurra seu pênis para dentro de mim sem nenhum aviso e então ele sussurra:

_Vou te dar um motivo para chorar. - Então enrolando meu cabelo em seu pulso ele puxa minha cabeça para trás, me penetrando cada vez mais fundo.

Sinto cada centímetro dele me invadindo dilatando as paredes do meu ânus. Que maldito fetiche era esse? Ele aperta meus braços ao lado do corpo murmurando um palavrão enquanto enterra os dentes nas minhas costas. Instintivamente elevo meus quadris. Péssima ideia. Arfo e emito um grito quando a dor aumenta. Sinto seus lábios formarem um sorriso umedecendo as minhas costas, suas mãos soltam os meus braços e eu imediatamente agarro os lençóis. Seu polegar esfrega o meu clitóris e ele me penetra com dois dedos. Deus. Não me importaria de morrer agora. Meus olhos se reviram mesmo fechados com as camadas e mais camadas de prazer que parecem derreter e se quebrar em mim como ondas. Puxo o ar com força sentindo meu orgasmo começar a se formar quando ele para. Ele para! Suas mãos que estavam tão empenhadas em me dar prazer puxam meu cabelo e seus lábios passam pelo lóbulo da minha orelha com um sorriso. Me sentindo meio irritada pela sensação fantástica que eu estava prestes a experimentar, ergo a minha mão, mas antes que eu possa fazer qualquer coisa, ele sai de dentro de mim e prende meus braços as costas, me colocando em seu colo, sinto seu pênis duro contra a minha pele.

_Seja uma boa menina – ele murmura com a voz arrastada perto do meu ouvido. Ele estava tão bêbado. Como ele conseguia continuar tão esperto? Com uma risadinha ele me penetra ficando ali parado. Quando começo a ficar preocupada com a ausência de movimentos, sua língua começa a passear lentamente pelas minhas costas, distribuindo chupões e mordidas de forma aleatória. Ele estava brincando com a sua presa. Como um tigre sem fome, mas a fome estava bem ali, podia senti-la dentro de mim brigando com as paredes da minha vagina.  Particularmente não me importava nem um pouco em ser sua presa, mas sabia que uma hora aquele tigre em especial, iria partir para sempre. Sinto uma lágrima descer pela minha bochecha, e sinto sua mão subir até o meu pescoço enquanto ele remexe os quadris começando a se mover contra mim.

 

 

Niragi

 

Ela fica tão linda assim. Curvada com os braços esticados se agarrando com força nos lençóis. Sua bunda está inclinada e suas pernas afastadas expõem sua vagina. Passo os dedos pelos lábios encharcados. Porra. Ela é tão deliciosa. A penetro segurando seus quadris para mantê-la no lugar.

_Não sou tão grande que lhe dá vontade de chorar gatinha? – Pergunto puxando sua cabeça para trás _Responde! – Dou-lhe um tapa na bunda. Ela acena positivamente enquanto geme. E que gemido. Como poderia ir embora sabendo que ela continuaria existindo ali? Soco com força para ouvi-la gemer mais algumas vezes, como se a punisse por ser assim, tão ... o que ela era? Não sabia responder com precisão. Só sabia que meu corpo parecia não encontrar paz quando estava perto dela. A essa altura ela já havia me deixado sóbrio. No final meu desejo de me consumir dentro dela havia superado o enorme dilema que havia se formado em minha cabeça. Eu já havia prometido a mim mesmo várias vezes que iria embora, que me afastaria dela, a deixaria em paz, e que seguiria em frente sem olhar para ela, mas não havia funcionado. Então prometi a ela que iria embora e nunca mais voltaria. Ela chorar por isso só reforçou ainda mais minha decisão. Ela definitivamente era meu ponto mais fraco, e seria questão de tempo até alguém como o Chishiya começar a usá-la contra mim.

Eu gostaria de ter ido embora há bastante tempo, mas quando a coloquei na cama, não consegui mais me policiar, nós éramos como um vulcão em erupção ou como polos opostos se colidindo até criar uma explosão. Só que hoje essa explosão acabaria com nós mesmos.

Seu grito rouco me tira das minhas reflexões, eu já havia passado a noite toda negando a nos dois o nosso próprio orgasmo como forma de prolongar ainda mais nosso tempo juntos.

 

Mirai

 

Luz. Uma luz muito forte contra o meu rosto. Rolo para o outro lado cama cobrindo-me até a cabeça com o lençol para fugir da claridade. Sinto o lençol ser arrancado com um puxão firme.

_Niragi? – Murmuro sonolenta, me virando de novo enquanto sinto algumas partes doloridas do meu corpo.

_Isso responde a pergunta que eu iria fazer sobre por onde você andou. – Abro os olhos em choque ao ouvir a voz de Chogyun ecoar pelo quarto. Me ergo sentindo um rubor subir pelas minhas bochechas e ele me atira as minhas roupas com um sorrisinho presunçoso antes de se sentar no criado mundo vazio ao lado da cama.

_Para onde o Niragi foi? – Pergunto enquanto me visto rapidamente e esquadrinho o quarto com o olhar.

_Rei de Ouros. Ele não te contou? Aliás você viu o homem me espancar e quase me matar e mesmo assim na primeira oportunidade correu para se deitar com ele? – Ele cruza os braços e me olha por trás dos óculos. O observo, seu rosto já tinha voltado ao tamanho normal e agora só tinha marcas roxas e cortes tampados por curativos.

_Não venha me dar um sermão depois de ter defendido a Mira – digo fechando a cara. Eu ainda não havia esquecido do que ocorrera na sala de reuniões. Rei de Ouros. Era de esperar que ele iria. Mas será que ele iria voltar? Levo as mãos ao peito.



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