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História A Carta que falta - Niragi - Rainha de Copas p.1


Escrita por: ItsMeaghanCameron

Capítulo 20 - Rainha de Copas p.1


Niragi

 

Quanto tempo já se passou desde que vim parar no mundo real? Talvez dois meses? Fazem aproximadamente dois meses desde que voltei misteriosamente ao mundo real. Na verdade, a minha teoria era a de que aquilo tudo não passou de um devaneio louco. Obviamente nunca tive coragem de contar sobre isso a ninguém. Mas não haviam pistas em lugar algum de que aquele lugar, a Fronteira, um dia fora real. A existência daquela garota só parecia ser uma coincidência, afinal como a irmã dela dissera, seu pai havia enlouquecido com a sua morte e pendurado memoriais por todas as suas empresas. Eu provavelmente havia recriado ela naquele sonho de forma inconsciente, embora ela parecesse muito real... Mas ela não era, estava morta e esquecida a anos.

Nos últimos dois meses eu vinha trabalhando na GeoTokyo e enchendo a cara de drinks caros depois do expediente, levando mulheres interessadas no meu dinheiro para a minha casa, um loft luxuoso situado em bairro movimentado que havia comprado após sair do hospital, embora minha mãe houvesse oferecido sua própria casa, acreditava que ela não aprovaria meu novo estilo de vida. Cada noite havia uma garota diferente, mas nenhuma delas eram quem eu queria de verdade. Pelo menos isso me dava uma desculpa para me manter acordado a noite toda evitando os pesadelos horríveis que me assombravam sem parar.

Acordo sem ter certeza da noite anterior, mais uma vez havia bebido mais do que o necessário. Pego meu celular na mesa de cabeceira e acendo a tela. Era sábado. Mais especificamente três horas da tarde de sábado. E haviam muitas mensagens, todas elas das garotas da semana passada. Essa era a parte ruim, elas nunca entendiam que eu não as iria procurar de novo, mesmo que eu deixasse isso claro. Mas sempre estávamos mais preocupados em nós consumir do que em prestar atenção as palavras. Era como um contrato onde ninguém lia as malditas letras minúsculas.

De repente ouço um ruído vindo de algum lugar na sala. O som de uma nota de piano apenas. Droga. Eu havia trago alguém na noite anterior? Acho que havia bebido demais, mal me lembrava de como havia chegado em casa. Sento na cama olhando ao redor como se a cama bagunçada pudesse revelar se alguém além de mim esteve ali. Olho para as minhas roupas que ainda são as do dia anterior. Eu havia trago uma garota pra cá e não havia trepado com ela? Acho que eu estava muito louco. Ou mal. Se eu estivesse louco ontem à noite, teria trago outra garota parecida com a Mirai. Estremeço. Precisava urgentemente de um banho antes de ir expulsar a minha hóspede desconhecida. Entro no banheiro e sou recepcionado com uma chuva de lembranças, por que por algum motivo estúpido, quando comprei o loft, havia pedido para os arquitetos refazerem o banheiro, e havia descrito o exato banheiro do quarto de Mirai. Agora toda manhã em que eu acordava ferrado, como hoje, eu era relembrado de todas as coisas que não vivi com ela na Fronteira e isso só servia para abrir ainda mais a rachadura que parecia estar na minha alma.

No chuveiro deixo a água quente escorrer pelo meu corpo amenizando os impactos da bebida. Minha cabeça começa a doer sorrateiramente, em comunhão com o meu fígado que parece ter levado um tiro. Grunho. Precisava mesmo parar de beber tanto ou acabaria de novo no hospital. Fecho a água e me seco indo para o closet com a toalha enrolada na cintura. Quando saio do banheiro, vejo que em um canto a garota está fuçando na minha prateleira de livros. Seus cabelos são longos, negros e lisos e quase ultrapassam a barra da saia vermelha. Ela pega um exemplar que não consigo identificar e consigo ver que ela veste um blazer de alfaiataria combinando. Aí não. Eu não trouxe ela para cá.

_Não se preocupe. Quando te coloquei na cama você não parou de dizer que não iria trair a minha irmã. - Ela diz quase como se conseguisse ver o que estava passando em minha mente.

_Eu... - gaguejo não conseguindo encontrar as palavras adequadas. _Sinto muito -digo sem ter certeza.

_Você é fiel a minha irmã. - Ela diz ficando parada a minha frente. Sua expressão e a sua voz parecem tristes ao mencionar o fato.

_E isso é ruim? - Pergunto com uma careta. Eu nem a conhecia e ela nem me conhecia por que diabos ela estava decepcionada?

_Não estou chateada por que levei um fora. Eu particularmente não nutro nenhum interesse por você. Mesmo que seja atraente. - Seus olhos recaem em minha barriga e sei exatamente para o que ela está olhando. Sorrio dando um passo à frente encurtando a nossa distância. Mas ela recua, girando sob seus calcanhares ela caminha de volta até a prateleira de livros.

_Minha irmã... - ela volta a dizer _Bom, você deveria tomar cuidado a quem jura sua lealdade. Preciso que se vista. A menos que queira sair na rua assim.

_Por que eu iria a algum lugar com você mesmo...? - Pergunto.

_Por que como sua chefe é uma ordem e você precisa ir até a empresa. É uma emergência. - Ela diz cruzando os braços, fazendo menção a ir esperar na sala.

Estapeio a porta do closet. Sério? O trabalho estava invadindo a minha casa? Escolho um terno preto da Dior, e atiro a gravata de volta a gaveta depois da minha terceira tentativa de fazer um nó. Ninguém se importaria se eu não usasse uma gravata em um sábado. Entro na sala onde Junniper toca alguma peça que desconheço no piano. Franzo a testa, ela parecia mecânica até mesmo ali. Na realidade ela sempre parecia mais um robô do que um humano. Faço as contas mentalmente tentando imaginar se conseguiria desativá-la até a segunda de manhã.

_Alguém já te disse que encarar as pessoas é algo extremamente mal-educado? - Ela pergunta, parando de tocar e se levantando.

Ela definitivamente era um robô.

_Podemos ir? - Pergunto pegando as chaves do carro na mesa da sala de jantar, antes que realmente use o computador na minha mala para tentar desligá-la.

Dirijo por uma boa parte de Tóquio, ficando extremamente estressado com o trânsito. Quem saía de casa aos sábados à tarde? Xingo as pessoas sem me importar que a minha chefe esteja sentada no banco do carona ouvindo. Talvez assim ela nunca mais me faça trabalhar aos sábados.

 

Junniper

 

Observo pela janela as estradas se tornarem cada vez mais familiares. Deixo escapar um suspiro. Desde que tivera que começar esse plano ela não dormira sequer uma vez. Havia passado dias planejando o que fazer, e mais umas noites em claro indo estudar a região. Havia ficado estupefata com o quanto era fácil drogar pessoas cedendo uma ajuda financeira ao barman. Mas havia ficado completamente indignada quando descobrira que Charlie tinha razão. Niragi era sem dúvidas um especialista no naipe de Ouros, ele havia acordado antes mesmo do planejado, me obrigando a improvisar. Pelo menos ele não havia acordado no porta malas e feito um escândalo. A polícia com certeza me prenderia se esse episódio acontecesse.

A porta do carona se abre e tenho um sobressalto. Não havia percebido que havíamos chegado. Caminhamos lado a lado em silêncio. Lhe faço um gesto para que ele siga na frente e essa é a única vez em que ele interrompe o silêncio para perguntar para onde vamos. Indico a sala de testes e ele apenas arqueia uma sobrancelha sem dizer nada, apertando o botão do elevador. Fazemos todo o caminho até a sala ainda em um silêncio mortal. Embora gostaria que houvesse diálogo, a situação é adequada visto que em breve farei algo pelo qual ele irá me odiar. Havia pensado em muitas formas de agir sem precisar sacrificar mais pessoas. Mas todas elas não pareciam ter o resultado que eu precisava obter. Após passar horas analisando vídeos de jogos anteriores, procurando jogadores com alto índice de desempenho, havia me deparado com os dele. Não havia me decidido, até ele quase me jogar no chão tentando evitar trair a minha irmã, o que era meio contraditório dado ao fato de que o havia vigiado por semanas e o visto levar várias mulheres diferentes para casa. Mas ele parecia mesmo ter uma ligação com a minha irmã, que parecia beirar a obsessão.

Entramos na sala. Niragi a minha frente, e eu atrás. Retiro a seringa do bolso andando discretamente. Eu poderia simplesmente ficar de boca fechada, mas a necessidade de justificar minhas ações parecia me corroer agora. Parecia injusto.

_Me desculpe. - Digo injetando todo conteúdo do frasco em seu pescoço. _Eu tinha esperanças de que poderia lidar com tudo sozinha. Mas preciso de você para pará-la antes que seja tarde demais. - O peso de seu corpo desabando me faz cair no chão.  O afasto de mim me sentindo culpada. Mas aquela era a única chance que havia de conseguir. O arrasto até o centro do transportador, torcendo para que ele esteja sedado e não morto. Ainda não tinha certeza se a quantidade de sedativo que o havia dado era segura. Mas por hora ele era problema de Charlie, não meu.

 

Mirai

 

O homem a atira em uma cadeira ao canto de uma sala após tê-la arrastado até ali. Ele faz um discurso raivoso e incoerente para todas as pessoas presentes que o encaram com pavor. Ninguém diz nada ou a ajuda de alguma forma, todos estão petrificados seguindo as ações do homem com o olhar. Ele a acerta com objeto pesado fazendo-a cair da cadeira em que estava. Ela rola no chão tentando se recompor, mas o ar sai de seus pulmões quando seu pé a pressiona contra o chão fazendo suas costelas rangerem e a julgar pela dor chegarem bem perto de se partirem. Suas mãos a erguem sem dificuldades do chão e ele empurra seu corpo contra a mesa, dando a ela um pequeno segundo apenas para se situar antes de seus dedos agarrarem seu pescoço com força fazendo-a buscar seus olhos com uma súplica silenciosa.

 Ela se ergue quase deixando escapar um grito de sua garganta ressecada. Era um sonho. Ou melhor um pesadelo. Levando as mãos ao pescoço dolorido, olha ao redor do quarto mal iluminado. Lá fora o céu ainda é de um azul escuro indicando que ainda é madrugada. Ela não sabia dizer o que eram aqueles sonhos. Eram sempre assim, esse homem, era sempre sobre este mesmo homem, sempre sendo rude e violento e as vezes sendo afetuoso.  Deixando-a confusa. Quem era aquele homem? 

Embora no segundo dia em que acordara com aqueles eventos ela tenha ido atrás de Charlie, ele a assegurara que aquilo eram apenas pesadelos, talvez de missões passadas que ela havia realizado. Segundo ele, ela havia perdido uma boa parte das lembranças de quando trabalhara no exército. Ela realmente ouvira falar sobre isso, sobre soldados que não eram mais os mesmos depois das guerras para as quais iam. Mas ela tinha certeza que nunca havia estado em uma guerra, as vezes sentia como se Charlie estivesse escondendo algo dela, o que era uma loucura afinal ele era seu pai e ele a havia salvo quando a sociedade da Praia havia atirado nela e a deixado para morrer em alguma estrada qualquer. Agora, sentada na varanda recebendo a brisa gelada da noite no rosto, ela refletia se aqueles sonhos não seriam as lembranças de antes de tentarem assassina-la. Aquele homem poderia muito bem ter sido a pessoa que tentara matá-la. A forma como ele a olhava deixava isso bem claro. Mas por que havia vezes em que ela o via sendo bom para ela? Ele a havia manipulado para então matá-la?

Isso fazia sentido. Ela se remexeu desconfortável na cadeira. De manhã contaria ao pai que chegara perto de lembrar tudo o que aconteceu, talvez ele pudesse ajudá-la a se lembrar com alguma das tecnologias do laboratório...

Mira

 

_Nosso convidado chegou. – Diz Charlie quando eu entro na sala de jantar. Ele está de pé em frente à janela panorâmica que dá para uma sala de treinamento.

_Convidado? – Pergunto confusa. Há dias ele vinha me ignorando, sem nem sequer aparecer para dormir ou falar comigo.

_Sim, para o seu jogo. Esqueceu-se que tem um jogo para administrar amanhã, querida? – Ele se vira, com seu olhar por detrás das armações dos óculos recaindo em mim, em sua mão ele tem uma caneca fumegante.

_Não esqueci. – Digo sentindo um calafrio descendo pela espinha. Embora soubesse, ninguém havia se dado o trabalho de me explicar o que aconteceria uma vez que Charlie assumira a direção de todos os jogos após o Rei de Ouros e o Rei de Copas criarem jogos que os levaram ao fracasso. _Quem é o convidado?

_O nosso brilhante prodígio, Niragi. – Ele diz colocando a mão no bolso retirando um celular. _Tome, ele já está aqui, deveria entrega-lo seu visto vitalício, se ele sobreviver a luta contra a nossa filha amanhã, poderá desfrutar de uma vida tranquila na Fronteira.

_Você vai faze-los lutar? - Pego o celular de sua mão estendida

_Reuniremos todos os melhores jogadores aqui amanhã, para que eles lutem em um battle royale. Já estava mais do que na hora de selecionar os melhores dentro dos melhores antes dos jogos finais.

_Você não pode estar falando sério. – Digo sentindo o impacto da gravidade da situação me atingir. Aquilo não poderia acontecer, a condição de Mirai já era suficiente para não faze-la ter que jogar, mas Charlie não sabia. Porém lutar contra o próprio pai da criança parecia algo terrível, isso se ele não a matasse. _Charlie você não pode fazer isso. Isso não pode acontecer, Mirai está ...

_Grávida? – Ele diz me interrompendo. _Eu sei. Está surpresa? Você não esperava que os homens que eu contratei guardassem seus segredos não é mesmo? Vejamos, aquela criança não era algo que eu estava esperando, mas criaremos ela aqui, com o treinamento adequado, medicação adequada, será o ser humano perfeito...

_Você enlouqueceu? Assumindo que Mirai saia da prova sem nenhum arranhão, você quer transformar o seu próprio neto em uma cobaia humana? Você está ouvindo o que você está falando Charlie? – Grito caminhando de lado para o outro.

_Mira, querida, quando é que você se tornou tão descontrolada emocionalmente? Isso não pega bem para a Rainha de Copas, será que vou ter que substitui-la como fiz com os outros naipes? – Ele diz segurando o meu maxilar com um pouco de força demais. Nossos olhares se cruzam, mas naqueles olhos não consigo mais ver nenhuma sombra do que Charlie um dia havia sido. _ Isso assim está melhor, agora saia daqui e deixe o visto vitalício com o convidado.

Me esforçando muito para permanecer neutra deixo a sala. Não podia ser substituída, sabia o que significava. Um laser na cabeça. Na véspera do plano não podia me dar ao luxo de irritar Charlie. Se tudo corresse como o planejado eu não precisaria temer o futuro de Mirai.

Atravesso o longo corredor de metal e alguns minutos depois abro a porta do quarto em uma ala afastada, imaginava que Charlie havia escolhido aquele local de propósito, longe o suficiente de todos os locais pelos quais Mirai transitava, embora ela não se lembrasse de nada, Charlie continuava sendo cuidadoso, e ela imaginava que no fundo aquele software que ele usava para mantê-la na linha não era totalmente eficaz. Ela olha o interior do quarto comum, e na cama mal iluminada ela consegue identificar Niragi, ela fecha porta se aproximando cautelosamente, lembrando – se que da última vez em que haviam se encontrado ela acabara baleada pelo menor dos comentários.

Depois de cutuca-lo algumas vezes ela havia chegado a conclusão de que ele estava sedado, provavelmente ele havia dado trabalho. Suas mãos correm pelos seus cabelos soltos e espalhados pelo travesseiro, ele parecia incrivelmente jovem, quase uma criança com todas as feições relaxadas no rosto pontuado por pequenas sardas, ali naquele momento era difícil acreditar que se tratava de alguém perigoso. Ela se senta na ponta da cama deixando escapar um suspiro, o jogo do dia seguinte mudaria tudo. Será que a sociedade da Praia realmente agiria?

 

Niragi

 

Maldita. Ele pensa enquanto tenta esticar seus ossos que parecem presos por alguma coisa, após esfregar os olhos ele se ergue pelos cotovelos com alguns murmúrios. Onde ele estava? A última coisa da qual se lembrava era de ter seguido a sua chefe cretina para uma armadilha. Tento me levantar puxando meu corpo mas paro ao notar que há uma pessoa me usando como travesseiro. Observo através da luz fraca a massa disforme com os cabelos espalhados. Com a mão retiro algumas mechas de frente do rosto.

_Mira? – Pergunto. Mas obviamente não obtenho resposta. A empurro delicadamente para o lado e olho ao redor. O quarto fechado com paredes de metal não tinha nenhuma janela, apenas uma porta, que ele nem precisava tentar abrir pois já sabia que se tratava de uma porta automática, que provavelmente possuía uma senha que ele não tinha.

Fazendo um pouco de esforço, ele se coloca de pé cambaleando, ainda se sentindo o um pouco tonto. Ele torna a olhar a mulher adormecida com as pernas para fora da cama. Ele poderia sacudi-la até acorda-la para descobrir onde estava, mas ele desistiu no meio do caminho não conseguindo entender o motivo. Com mais um pouco de esforço ele a endireitou na cama, e foi se sentar na poltrona próxima a porta para espera-la acordar, se questionando o por que estava sendo tão gentil.

 

 

Choghyun

 

Eu apenas não conseguia acreditar mesmo que meus olhos tivessem visto a gravação. Me recusava a acreditar que havíamos todos sido traídos durante esse tempo todo. Provavelmente haveria uma explicação para tudo, fosse ela boa ou ruim, e eu queria ouvi-la mesmo que para isso fosse necessário seguir o plano estranho com o qual Mira aparecera ao que parecia uma eternidade atrás.

Agora todos aguardavam tensos o sinal que Mira nos orientara a aguardar, o anúncio da prova de Copas.

An estava rodando pelo interior da enfermaria há bastante tempo, ele já desconfiava que haviam motivos para ela estar ali, motivos bem mais importantes do que contar o estoque cheio de algodão e gazes.

_Que foi? - Pergunto impaciente. Sua atuação era péssima e quanto o antes acabasse com aquela conversa, mais rápido poderia desfrutar da minha solidão sem o som de uma pessoa ao fundo remexendo nos armários.

_É tão óbvio assim? - Ela pergunta se virando com os braços cruzados. Uma caixa de algodão cai do armário onde ela estava mexendo, me fazendo arquear uma sobrancelha para a bagunça.  _Você realmente acha que a Mirai não é aliada deles? Por isso concordou com o plano? - Ela torna a falar.

_Eu a conheço a anos. Tem algo errado com ela desde que nos encontramos naquele jogo. Só acreditarei quando ouvir a verdade vinda dela. E você também concordou com o plano, se acredita que ela é ruim por que concordou em ir então? - A respondo tentando entender.

_Só concordei por que você parece seguro em relação a ela. - Ela responde.

Eu a encaro por algum tempo sem nada a dizer. Não sabia bem como reagir a aquilo. Dentre todos na reunião naquele dia, ela era a última pessoa que eu pensaria que concordaria com aquilo. No entanto ela havia sido a pessoa a concordar logo depois de mim, enquanto alguns outros demonstravam certa resistência. No final Arisu, Usagi, e até Last Boss haviam mostrado disposição em ajudar no plano.

Um pequeno som de campainha, simpático e familiar, interrompe a conversa, fazendo An encarar a porta.

Ali estava, aquele som só podia indicar uma coisa.

Saímos em disparada até a enorme sala de estar da mansão, com os olhos fixos no telão que piscava embaralhando e desembaralhando a data do próximo jogo. Os dedos frios de An se fecham em torno do meu braço com um pouco de força demais e sua voz trêmula é quase um sussurro.

_É amanhã.



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