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História A Casa dos Corvos - O espantalho.


Escrita por: TheFckingOwl

Notas do Autor


Olha eu aqui de novo, e acho que decidi postar um cap. a cada dois dias, eu tenho tempo pra pensar num enredo, e por aí vai. Enfim, fiquem com mais um capítulo. c:

Capítulo 2 - O espantalho.


08:43 AM.

Acordei. Os raios de sol que passavam pelas frestas da janela batiam nos meus olhos como um despertador natural. Levantei da cama meio sonolenta, pois não era de acordar tão tarde assim. — Papai? — Disse, entre um bocejo, passando minhas mãos pelos olhos. Sem resposta, apenas fui até meu banheiro e lavei meu rosto. A água fria era ótima para acordar dorminhocos. — Hum.. — Tirei minha roupa, a coloquei sobre um móvel que estava ali pra isso, e comecei a tirar meu banho matinal. Era uma sensação tão boa, a água quente caindo sobre mim.. até que uma gralhada ecoou pelo cômodo. Assustada, olhei na direção da janela do banheiro, a única que tinha alí, e por conta de estar no segundo andar, não tinha perigo algum de me verem no banho. Era um pouco difícil de se enxergar lá fora, mas com um pouco de esforço, consegui. Um corvo. — Mais um? — Perguntei, tapando meu corpo com as mãos. O animal gralhou mais uma vez antes de levantar voo, indo pra longe dali. Estranhei a aparição do animal, mas terminei de me banhar. Voltei ao meu quarto e vesti minha roupa, desci as escadas com um sorriso e fui até a cozinha. Pra minha surpresa, papai já estava conversando com a mãe do meu amigo, Mattew. — Matt! Tu chegou! — Exclamei, correndo na direção dele. Meu único amigo confiável depois do papai, e meus olhos se encheram de alegria quando nos abraçamos. Papo vai, papo vem, contamos a vida nova na fazenda, e eles, a vida nova em outra fazenda. Sim, nós dois havíamos nos mudado, porém, a nossa fazenda era muito mais afastada da cidade grande do que a deles, além de ser bem maior. — Emma, o milharal. Porque não leva o Matt contigo? — Disse o papai, me lembrando das minhas tarefas diárias, Concordei com ele e segurei na mão do Matt, o levando às pressas ao milharal. — Vem, vem. Deixa eu te mostrar o milharal! — Disse, entusiasmada, não soltando a mão dele por um minuto sequer. Matt ria, me acompanhando às custas, quase que tropeçava, mas seguia firme e forte. — Oque é aquilo? — Perguntou ele, parando por um momento, apontando para uma mancha preta acima do milharal, quase que não dava pra ver. Nós andamos até lá, e pra nossa surpresa, havia mais um corvo em cima do espantalho. Era uma coisa difícil de se entender, porque pra mim, ele foi feito para espantar os corvos, não para os atrair. — Todo dia aparece um corvo novo no Fiddle.. — Respondi, espantando o animal dali. Um rangido esquisito acompanhou o bater de asas do bicho, como se uma engrenagem velha batesse numa parede de metal. Um som agudo, que incomodava bastante. Matt chegou mais perto do espantalho, se abaixou, e mexeu em sua barriga. Eu me abaixei também, perguntando oque ele estava fazendo. — Meu pai era mecânico, eletricista, um bocado de coisas, e ele me passou algumas delas. Só quero ver oque é isso na barriga do espantalho. — Respondeu, e eu apenas balancei a cabeça em sinal de sim. Ele ficou mexendo ali por alguns minutos, até que parou, e se levantou. Disse que não parecia ter nada errado, e deu um cutucão na lanterna de Fiddle. Um som horrível acompanhou os segundos seguintes, nos enchendo de medo. Já comecei a desconfiar do espantalho, me afastando um pouco dele, mas logo Matt interviu, me dizendo palavras que iria guardar pra sempre na mente. — Viu? É só um espantalho. — Disse, dando um tapinha na cara dele. Nada se sucedeu após o ocorrido, e eu claramente me acalmei. Sorrimos nós dois, e ambos demos risada. Seguimos milharal adiante até o maquinário da fazenda, onde um corvo nos esperava. Me lembrei do incidente do banho, e meu rosto se tornou vermelho, me afastando um pouco do animal. — Tá tudo bem? — Perguntou Mattew, confuso com a situação. Balancei a cabeça em sinal de sim, e aoenas enxotei o corvo dali, pra podermos enfim mexer no gerador em paz. Com os conhecimentos dele, conseguimos consertar os rangidos que o gerador fazia hora ou outra, só faltava um pouco de encaixe, coisa boba pra ele. Nós ficamos andando por aí, brincando, sorrindo, contando histórias, contando sobre a vida, e quando percebemos, já era noite. Papai começou a nos chamar, e era hora de nos despedirmos. Foi um momento brevemente solitário, pois eu não sabia quando iria rever Matt e sua mãe, porém, é mais fácil aceitar do que tentar mudar isso. O abracei mais uma vez, e os acompanhamos até a porta de saída, onde entraram na caminhonete, e se perderam na escuridão da noite. Mais uma vez, papai me pediu para checar se estava tudo bem, e concordei. Dessa vez, fui trêmula, tinha uma pitada de medo do espantalho, e sem o Matt ali, era meio difícil controlar essa ansiedade. Já dentro do milharal, fui olhando de canto em canto, sempre virando o rosto, amdando em círculos, marcando, até que cheguei perto de Fiddle. Não queria olhar diretamente pra ele, portanto fechei os olhos, e me guiei com a palma das minhas mãos até ele. Finalmente, meus dedos tocaram em algo que parecia ser o pano que compunha, s criei coragem para abrir meus olhos de pouco em pouco. Nesse mesmo momento, a frase que Matt havia me dito apenas algumas horas atrás voltou à cabeça como um relâmpago. Parecia tão real, mas ao mesmo tempo.. tão esquisita. "Viu? É só um espantalho.", essa frase ficava se repetindo na minha cabeça, como um loop, uma fita quebrada, até que parou, e uma voz trêmula e rasgada, aguda e horrorosa a repetiu. — Viu? É só um espantalho. — Quando abri meus olhos completamente, Fiddle estava me encarando. Ou eu havia me guiado e apalpado logo a parte frontal dele, ou ele havia andado até mim, das duas uma, e não queria continuar ali pra saber qual delas era a certa. Não sei oque me deu nessa hora, mas um medo tão, mas tão grande percorreu meu corpo, que nem senti minhas pernas se movendo até a casa. Entrei e tranquei a porta, corri até a janela cozinha e olhei o espantalho. Estava ali, da mesma forma que havia o deixado, olhando pra frente, imóvel. Tapei a janela com a cortina e subi para meu quarto num pulo, me cobri com o lençol de um jeito que nem ar passava direito, e assim dormi, olhando para a parede, cobrindo a cabeça, com medo do milharal.


Notas Finais


Esse demorou um pouco mais porque era pra sair hoje de manhã, só que meu Spirit não queria entrar, e não sei oque deu nele, perdão. :c


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