História A Certain Romance - Photograph

Point of View: Abby Dohlesck

            Mau dia.

            Meu braço está doendo muito, que droga, porque fui inventar de fazer isso? Sem contar que ainda tenho que ir para escola, pelo menos hoje tem dois tempos de atividades culturais. Entretanto tem aula de biologia, de novo. Acho que invés de entrar no ônibus eu me jogo na frente dele.

            Bufei olhando para o espelho, estava com preguiça de tomar banho, mas meu cabelo estava uma merda. Me despi e entrei no box tomando um banho bem rápido. Dentre gemidos baixos fui lavando meu braço, porra como arde. Terminei meu banho, sequei-me, peguei um short, uma blusa e um moletom (sim eu adoro usar short com moletom), vesti e depois calcei um vans vermelho (mesma cor do moletom). Penteei meus cabelos, não passei maquiagem nenhuma, peguei minha mochila e sai sem comer nada.

            DROGA! EU ESQUECI QUE PRECISO COMER POR CAUSA DOS REMÉDIOS! AF, QUE MERDA! Mas agora não da para voltar, posso perder o ônibus e não estou a fim de caminhar. Tá, que se foda.

            O ônibus chegou rápido, o japa e o topetudo estavam ali, não me julguem pelos apelidos, não sei os nomes deles, se eu sei, esqueci. Adentrei o ônibus e sentei na janela, com meus amados fones de ouvido me proporcionando ouvir Arctic, enquanto a viagem tanto quanto irritante de ônibus não acabava.

            Já na escola, caminhei até a sala onde tinham as aulas de fotografia. Não vi ninguém que eu conheci ontem, hã, se eu me referir a eles como “os garotos” ou “os meninos” é muito íntimo? Sim. OK.

            A primeira aula começou, só havia garotas na minha turma, percebi que nesses tempos o segundo ano se mistura com o terceiro e com o primeiro. Nenhuma era líder de torcida, obviamente, pois as cheer’s tem treino nessas aulas. Enfim, teve todo aquele processo de apresentação que eu odeio, a professora parecia legal, mas mandou todas se apresentarem a mim e eu me apresentar a elas. Estúpido.

            Contudo, a atividade que a professora deu era de longe a melhor que já recebi na vida, era apenas fotografar 5 lugares da escola, do jeito que você quiser, os lugares que quiser e depois ela iria avaliar para dizer no que suas fotografias tinham que melhorar. Essa eu tiro de letra.

            Tínhamos 1 hora e meia para tirar as fotos, e melhor, não precisaríamos voltar para a sala. Ok, agora foco, o que fotografar? Biblioteca, refeitório, campo de futebol talvez, corredores óbvio, e a saída da escola. Acho que fotografar isso está de bom tamanho.

            Saí caminhando pelos corredores e os fotografei; do ângulo certo a foto fica muito boa. Em seguida, entrei na biblioteca e fotografei as estantes, depois coloquei alguns livros mais antigos empilhados sobre uma mesa que tinha uma janela como fundo, ao lado dos livros coloquei um vaso com flores e peguei meu óculos colocando-o em frente aos livros (sim eu uso óculos as vezes), tirei a foto, agradeci a bibliotecária que era um amor de pessoa e fui andando em direção ao refeitório. Ah o refeitório, local onde a divisão entre classes e personalidades é visível até a um cego. Lugar onde algumas pessoas se sentem reis e rainhas, lugar onde algumas pessoas se sentem a maior porcaria do mundo. Apesar de tudo, o refeitório não deixa de ser interessante, pois é ali onde tem comida. Tirei fotos das mesas, da porta que dava saída até o pátio ao ar livre e tirei algumas fotografias da grande bandeira da escola que fica pendurada na maior parede do local. Pronta, segui em direção ao campo de futebol, me aproximando vi que os jogadores de futebol americano tinham treino, ah que merda, não tem lugar melhor pra fotografar? Não, infelizmente. Essa escola é meio tediosa nesse aspecto. Ok, não é nada de mais chegar lá no meio de um monte de meninos sem camisa jogando futebol né? Meu Deus, isso é totalmente ridículo.

— Olá, sou o treinador Morgan. Você é da aula de fotografia?

— Oi, sou sim. Me chamo Abby.

— Ah ok. Fui avisado de que algumas garotas poderiam querer tirar fotos dos meus meninos. — Ele riu — Fique a vontade. — Assenti sorrindo fraco enquanto pensava na fala dele, nossa professora nos chamou de taradas por querer tirar fotos do campo que por acaso está ocupado por garotos sem camisa? Ok, faz sentido.

            Caminhei por ali, evitei olhar para os jogadores, mas era impossível. Não que eu ligue muito pra isso, mas ainda tenho hormônios não é? Tirei algumas fotos das arquibancadas, era dia de sol e no céu havia algumas nuvens que deixavam as fotos legais. Tirei algumas fotos do campo, eu tentava ao máximo não tirar fotos de muitos garotos, mas isso é mais uma coisa da listinha das “coisas-impossíveis-de-se-fazer-segundo-Abby-Dohlesck”. Algumas colegas minhas apareceram e ficaram tirando fotos propositalmente dos meninos, chega a ser engraçado. Algumas até usavam o zoom!

            Enfim, caminhei rápido até a entrada da escola e tirei as fotos. Acho que caminhar rápido me deixou com tontura, tá tudo girando. Parei e respirei fundo, pisquei algumas vezes e passou. Estranho.

            Ainda faltam 45 minutos de aula, e agora o que eu faço? Acho que vou ir sentar nas arquibancadas. Minha intenção é olhar o treino das cheer’s ok? Saudades Chicago. Bom, porque saudades afinal? Já fui líder de torcida, na verdade meu pai era muito amigo de um cara casado com a líder de torcida do Chicago Bulls, eu conversava muito com ela e ela me levava junto nos treinos e eu treinava junto, claro. As cheer’s dos Bulls eram incríveis, nada dessas mimizentas de escola. Mas, que seja.

            Cheguei novamente no campo e o treinador olhou para mim rindo, ele parece ser legal, não aqueles treinados marrentos e chatos. Ele veio até mim e perguntou se ainda não tirei fotos o suficiente. Eu ri e disse:

— Tirei sim, mas estou com tempo sobrando.

— Ah claro, só tente não atrap... — Um garoto chegou correndo até o treinador e perguntou a ele alguma coisa o interrompendo. Porque ele tá girando? Porque ta tudo girando? É de dia, porque está tudo escuro?

Point of View: Nash Grier

            Eu estava de boa treinando, quando o treinador e o Gilinsky gritaram, tinha uma garota aparentemente desmaiada no braço de Jack, corri junto com os outros pra ver o que estava acontecendo e vi que a garota era ninguém mais que Abby.

— O que aconteceu com ela? — perguntei me agachando ao lado de Jack.

— Ela simplesmente desmaiou tipo, caiu nos meus braços igual laranja cai de árvore, literalmente.

— Leve-a até a enfermaria Gilinsky, quando ela acordar volte aqui. — Assentiu e eu ajudei Jack G a ajeitar Abby no colo dele. Jack caminhou rapidamente até adentrar a escola, e eu tenho que admitir que estou preocupado.

            O treino seguiu normal, porém, perguntei para sair mais cedo e ver como Abby estava, já que Jack ainda não voltou. O treinador cedeu e mandou que eu levasse as coisas de Gilinsky para ele.

            Peguei tudo e fui até os vestiários primeiro, tomei uma ducha me troquei e segui para a enfermaria.

— E ai Jack? Como ela tá? — Cheguei até ele e vi Abby deitada ainda desmaiada ou dormindo, não sei.

— Ela não acordou, a enfermeira tentou de tudo mas não deu certo. Estão ligando atrás dos pais dela.

— Ah tá. Quer ir ao vestiário se trocar? Suas coisas estão aqui! Eu fico com ela.

— Ai obrigado, eu vou sim. Obrigado cara, eu logo volto. — Antes de sair Jack olhou para Abby e sorriu, vish apaixonou?!

            Uns minutos depois uma mulher chegou lá e disse ser a mãe de Abby, eles a levaram ao hospital e eu segui para a próxima aula. Tomara que ela fique bem.