1. Spirit Fanfics >
  2. A Chama de Sangue >
  3. POR NÓS

História A Chama de Sangue - POR NÓS


Escrita por: CaldodaAlma

Notas do Autor


Oie gente!

Então, novas notícias! Co m o fim das férias ( infelizmente :(), não vou conseguir postar um capítulo por semana. Então, provavelmente, será um capítulo por mês. Eu sei, é muito pouco, mas acho que será a única forma de tentar continuar a Chama de Sangue. Tenho ótimas ideias para história, mas a falta de tempo me atrapalha. Peço então a paciência de todos e que não desistam de mim! :)

Muito obrigada por todo apoio que me deram até agora!

Que venham muito mais capítulos!

MP

Capítulo 9 - POR NÓS


Fanfic / Fanfiction A Chama de Sangue - POR NÓS

Capítulo 9

Os soldados e guardas foram todos convocados. Enzo vestia sua farda, empunhava sua espada e sustentava o escudo. A terra dura não o incomodava, mas a cada passo que dava sentia-se mais só, com mais saudade e medo de perder Cruzeira. Havia se passado apenas três dias desde o último encontro que tiveram e ele ainda lembrava muito bem das palavras amargas que saíram da boca doce dela.

O rosto dela começou a atormentá-lo novamente. A suave curva do nariz, as pintas nos braços, os cílios, olhos claros e o seu cabelo. O cabelo que ele tanto apreciava tocar, mas acreditava que nunca mais poderia o fazer. Lembrou-se então da coragem dela, do mesmo fogo que moldava os seus cabelos, fazendo os seus olhos verdes.

— Reoik, está bem? — perguntou Índol, que marchava ao seu lado, a voz baixa.

Enzo olhou-o com o canto dos olhos, não se atrevendo a desviar a cabeça:

— Estou tão bem quanto todos os outros. — respondeu genericamente, sabendo que qualquer opinião contrária ao do rei seria extremamente reprimida. Isso significava, é claro, a sua morte.

Índol logo entendeu, o diálogo então encerrando-se, os dois agora fingindo estarem concentrados na cabeça do soldado a frente, as fileiras bem organizadas.

O Castelo Esmeralda de Ebut começou então a intimidar Enzo, as enormes muralhas de pedra o amedrontando. As flechas não vinham, deixando-o intricado. Franziu as sobrancelhas:

— Não há nenhum guarda? — indagou para ninguém em especial, imaginando como um reino tão forte não poderia ter exército protegendo o castelo.

— Ouvi dizer que o rei conseguiu uma forma de distrair a todos, também soube que o general conseguiu infiltrar alguns de nossos guardas. — balbuciou Índol, os olhos centrados no soldado logo a sua frente.

O silêncio reestabeleceu-se, a batida massiva dos pés contra a terra era então o único som que atrevia incomodar o silêncio incólume. Entender as estratégias do rei nunca foi um problema para Enzo, mesmo ele nunca tendo conversado com ele. Para ele já era um privilégio ser uma gurda do palácio, na medida que tinha a honra de proteger diretamente a família real.

O nobre guarda ainda lembrava-se do café da manhã em sua antiga casa, no interior.

— Enzo, defender o rei não é algo que você deva fazer somente por considerar uma atividade nobre, mas sim pois quer fazer pelo nosso reino, pelo nosso rei.. — balbuciou o pai, as mãos de um típico lavrador segurando o quente recipiente de onde bebia seu chá, a mesa cedendo sob o peso de seu outro braço.

Enzo olhou as paredes de sua casa. Tudo de pedra, os móveis aos pedaços, as louças rachadas e a comida escassa. Seu coração apertou-se.

— Sei que desde que ela se foi tem sido muito difícil. — balbuciou o pai, bebericando um pouco da bebida, esquentando-se. — Mas esse inverno será ainda pior. — disse, com os olhos baixos, encarando o chão de terra, inconsolável.

Foi então que Enzo decidiu. Teria de tentar um cargo no palácio, tinha que tentar manter o seu pai vivo, tinha que, no mínimo arriscar. Ele encarou o pai:

— Não farei pelo nosso rei. — disse ele, a voz firme, buscando a mão do pai que apoiava-se na mesa e segurando-a. — Farei por você por nós. — afirmou, apertando de leve a mão dele e pensando perceber uma tímida lágrima surgindo no canto de um dos olhos de seu pai.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

— Senhores, este é soldado Reoik, Enzo. — disse o major, seu uniforme deixando os ombros de Enzo tensos. — Ele ocupará a posição de Ludovico.

A sala cheia de homens o encarou, ele logo sentindo-se como um enorme alvo. O enorme grupo de homens o encarou, ele encheu o peito, tentando sentir-se mais seguro. Não funcionou:

— Substituir Ludovico, não é novato? — balbuciou um dos homens, o olhar maldoso moldando seus olhos.

Enzo encarou-o, mantendo-se inerte, enquanto o grupo aproximava-se dele. Uma sensação estranho começou a percorrer sua pele. Uma sensação de fogo, urgência, ele estava pressentindo algo. O homem colocou-se na frente dos outros, o seu grupo de suporte logo atrás.  

O olhar era perfurante, mas Enzo não desviou os olhos. Manteve-se firme, os ombros contraídos a farda pressionando-o. Havia ele feito a decisão errada? O homem ficou contrariado que ele não desviava os olhos. Enzo só viu o movimento. A mão machucada cheia de calos do homem mirando em seu estômago. O impacto o fez andar alguns passos para trás. Sua barriga latejava, seus olhos fecharam-se, ele curvou-se.

— Nunca me desafie, Reoik. — disse ele, virando-se, enquanto era aplaudido pelo grupo que o seguia.

Enzo manteve-se naquela posição por algum tempo, a dor ainda não deixando o seu corpo. A sensação do impacto dilacerava não apenas sua pele, mas também o seu orgulho. Tornar-se-ia ele o novo saco de pancadas?

Quando finalmente consegui colocar-se em pé, percebeu um pequeno grupo de soldados que o observava, os rostos calmos. Um dele, ao perceber que haviam sido notados, decidiu então expressar-se.

— Acho que já conheceu as regras. — comentou ele, de longe, sorrindo.

Enzo encarou-o. O homem sorriu, virou-se e saiu, os outros o seguindo, da mesma forma que o outro grupo havia feito. De repente, a sala de pedra estava vazia, o frio das rochas finalmente transferindo-se para sua pele, seu coração finalmente assentando-se. Conseguiu mover a perna. Sentiu-se então livre e aprisionado. Caminhou até a porta, seu olhos agora muito mais atentos à qualquer movimentação. O corredor vazio enchia-se com o tilintar da água nas rochas. Suspirou.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Não demorou muito para que Enzo entendesse que o lugar tinha regras que deveriam ser seguidas. Por seu comportamento exemplar, quase sem incidentes, foi logo promovido à guarda do palácio. Não era comum que os majores encontrassem um soldado tão obediente e, ao mesmo tempo, passivo nas situações certas.

— Reiok, chamei-te aqui para comunicar-lhe da honra que lhe está sendo dada. — falou o major, sentando em sua cadeira de madeira, as mãos juntas em cima da mesa, pesando sobre o papel.

Enzo manteve-se quieto. Se uma coisa havia aprendido com o ano que havia estado ali, era que o silêncio costumava ser a melhor resposta. Quase nunca falhava. O major sorriu:

— Vejo que aprendeu que o silêncio é a melhor posição a se tomar. — o major hesitou, agora passando os dedos na superfície do papel. — Por isso que foi lhe concedida a honra de ser um guarda do palácio, já que é um dos meus melhores soldados. — Olhou-o nos olhos. — Eficiente, obediente e, o mais importante, quieto. Isso, Reiok, é algo que deve manter como o seu lema ao passar para o palácio. Lá verá e ouvirá coisas que não deve, em nenhuma hipótese, comentar. A sua maior virtude não é sua força nem persistência, mas sim o seu silêncio.

Enzo o ouviu com clareza, balançando a cabeça nos momentos certos, os olhos parecendo divagar. Querendo ou não, já havia aprendido tudo aquilo, não precisava daqueles conselhos. O major levantou-se e pegou um pacote que estava em sua mesa, estendendo-o a ele.

O papel pardo dobrou-se sob a pressão dos dedos dele. Pela consistência do material, era óbvio. A nova farda. Novos armamentos, novos aposentos, novas pessoas. O pensamento então o aterrorizou. Novas pessoas. Como será que reagiriam? , ponderou.

O major olhava em seu rosto, tentando captar uma reação. Reiok fez então o que sabia de melhor. Abriu um pequeno sorriso, balançou a cabeça num movimento de afirmação, logo depois apertando a sua mão. Orgulho parecia ser o que transparecia de Enzo, mas somente ele sabia o que sentia. Desespero. Ia acontecer tudo de novo?


Notas Finais


E aÌ? Foi bom?

Não desistam de mim, por favor :)

Monte Pedroso :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...