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História A chegada do inferno - Intruso mercenário


Escrita por: AndrewFerris

Notas do Autor


Chegamos na parte mais importante. Essa é a conclusão da primeira parte da fic, espero que estejam gostando!!!

Capítulo 21 - Intruso mercenário


Despertei em um quarto sob a supervisão de alguns homens de branco, que mexem em uma mesa antes de sair apressados dali ao serem avisados por uma voz feminina que eu havia acordado. Quando me viro na direção da voz reconheço Jade, que sorri aliviada ao me ver com os olhos abertos.

– Já era hora de acordar - Afirmou segurando minha mão com força, mas solta assim que se dá conta de que eu estava observando sua ação.
– O que aconteceu? Não lembro direito.
– Perda de memória temporária. Acho que até a noite você conseguirá se lembrar de tudo.
– Quanto tempo fiquei apagado? - Questionei preocupado ao lembrar que tínhamos perdido a chance de vencer os Templários, embora eu não lembrasse exatamente o motivo.
– Três dias - Praguejei em silêncio, passando as mãos pelo rosto para controlar minha raiva.
– Onde estamos?
– Harry permitiu nosso retorno e desculpou nossa traição quando contei o que descobrimos.
– Você contou a ele sobre o Olho de Hórus?
– Contei, mas - Interrompi Jade furioso.
– Você não podia ter feito isso, não tinha o direito. Ainda mais quando não temos certeza se podemos confiar em todos ao nosso redor.
– Mas agora podem - Declarou Dustin, entrando no quarto hospitalar com uma expressão de seriedade, com as mãos unidas nas costas - Os dois traidores estão mortos.
– Dois?
– Sim, Nathan foi mortos pelos mesmos Templários que serviu ardilosamente durante todo esse tempo - Harry se aproxima com a cabeça baixa, como se sentisse uma vergonha e culpa pesados o suficiente para tirar dele a capacidade de manter o peso sobre o crânio - Eu lhe devo desculpas Derek, por ter duvidado quando tentou me avisar sobre a traição de Nathan - O quarto fica em silêncio por algum tempo, então me lembro de ter ficado ao lado de Nathan em seus últimos momentos.
– Eu estive com ele, tentei defendê-lo no final, mas ele terminou confessando que sempre foi um agente duplo - Lembro de suas últimas palavras, o que me deixa mais angustiado ainda - Ele pensou estar compensando por seus crimes ao morrer daquela forma.
– Isso não importa mais - Concluiu Jade suspirando com peso.
– Concordo com você, precisamos ir atrás dos Templários - Decidi me levantar com o corpo um pouco dolorido devido ao golpe de Memphis.

– Doze agentes estão indo atrás do maldito, mas vocês dois ficarão aqui para se recuperarem - Esclareceu Dustin com sabedoria - Nossa parte com os Templários está quase no fim, já nossa missão com nossos irmãos espalhados por aí está apenas começando.
– Você não acredita mesmo nisso, não é? - Indaguei saindo da cama, esticando minha coluna extremamente dolorida.
– Você foi derrotado por Memphis - Lembrou Harry impaciente - Quer voltar para deixar que termine o trabalho?
– Se eu não tive chance contra Memphis, acha que outro Assassino terá chances? Ele se move como ninguém, bate como ninguém. Mesmo assim, sua única vantagem em combate foi o fato de eu não ter usado meu poder. Caso contrário, o resultado da luta seria diferente.
– Então é isso que você quer? Tentar matar Memphis?

– Não necessariamente, mas posso servir se reforço, cobrindo possíveis pontos cegos da equipe de assalto - Sugeri dando um passo à frente, na qual encaro Dustin de perto, sem temor algum.

– Você está diferente - Observou Harry com grande admiração.
– Desta vez acho que me tornei um Assassino.
– É o que veremos - Declarou Jade abrindo a porta do quarto - Venha logo, temos uma missão pela frente
– Ajudem seus irmãos. Garantam que Thomas Memphis estará morto até o final do dia, junto a seu braço direito, Aguiar Lopez - Declarou Dustim com veemência. Sigo Jade pelos corredores até chegar em uma sala de paredes cinzas, com equipamentos e vestuário, além de uma cortina que separa os dois lados do cômodo.
– O que ele quis dizer com Aguiar? Você não o matou? - A Assassina para sua caminhada, se virando pra mim decepcionada consigo mesma.
– Eu falhei. Achei que tivesse matado Aguiar, mas aquele era um Templário qualquer disfarçado. Eles realmente estavam bem preparados naquela noite.
– Tudo estava apagado - Lembrei com calma - Não tinha como você saber que aquele não era Aguiar, mas agora nós dois podemos corrigir nossos erros.
– Sabia que iria tentar matar Memphis.
– Não vou matá-lo. Se Dustin acha que seus Assassinos podem matá-lo, então vou confiar em seu julgamento, mas ainda tem coisas que me preocupam a respeito da morte de Nathan.
– Não imaginei que você tentaria provar algo depois dele morrer e ter confessado que nos traiu.
– Não estou tentando nada, mas acho que há mais nessa história do que parece - Assim, cada qual em seu lado da sala trocamos de roupa, então seguimos juntos por imensos corredores até o interior de um restaurante que acoberta nossa saída e encontramos um carro à nossa espera.

Quando chegamos no encontro de Templários com grandes membros da sociedade, sou levado por dois Assassinos disfarçados até o meio da cúpula, onde consigo chegar perto o bastante de Memphis e seu comparsa, Aguiar, usando minhas habilidades furtivas e discritivas. Concentrando ao máximo em minha audição, começo a distinguir aos poucos o diálogo.
– Foi realmente uma pena o que aconteceu no último encontro - Comentou Lopez depois de virar uma taça de champanhe.
– Uma pena que não aconteceria se você estivesse lá - Lembrou o jovem Grão-Mestre Templário, que pega um salgado de uma bandeja e o engole após uma rápida mastigação.
– Devo agradecer? É isso?
– Não precisa, mas sua gratidão é bem-vinda, ainda mais no que se diz respeito a salvar sua pele daqueles Assassinos habilidosos.
– Eu sempre sou grato, quem não é grato é seu novo parceiro, Baxter - Afirmou o Templário demonstrando sua inveja sem precedentes.
– Baxter tem sido mais útil à Ordem do que você jamais conseguiu ser. Rebaixá-lo de posto depois de sua derrota para Azhiph e companhia serviu aos meus propósitos, afinal não perderemos mais o nosso tempo escavando as ruínas daquele templo Assassino.
– Ele só deu sorte - Argumentou Lopez, balançando a cabeça negativamente quando sua atenção é desviada por um instante em minha direção. Me esquivei lentamente, dando dois passos para a esquerda e me esgueirando por trás de uma senhora, onde ainda conseguia ouvir um pouco da conversa e acabar percebendo que ele não olhava para mim, mas para Jade, que se revelou em um vestido prateado, brincos de brilhantes e lábios revestidos por um belo batom lilás. Quando percebi que minha boca estava aberta há muito tempo, tornei a me concentrar na conversa dos dois Templários.
– Agora vou promover nosso amigo.
– Então vai contar a ele nosso segredo? - Perguntou Aguiar receoso, encarando seu líder com desconfiança.
– De jeito nenhum. Depois de Nathan, concluí que não compensa revelar a nenhum Templário o verdadeiro propósito da Ordem. Eles não são capazes de entender. Prefiro que sirvam cegamente do que um bando de tolos tentando se converter à causa Assassina, se é que ainda existe causa Assassina.
– Não tenho interesse em Assassinos - Esclareceu Lopez mudando de assunto - Quero mesmo é saber daquela morena que acabou de entrar no salão.
– Tome cuidado. Vai que ela é uma deles - Brincou o Grão-Mestre batendo de leve no ombro de seu companheiro.
– Se for, está muito fodida na minha mão - Ele encara o jovem superior com um olhar malicioso, então ajusta sua gravata borboleta para ir de encontro à Jade. Idiota, pensei. Mal sabia que ela era realmente uma Assassina, embora ele deveria ter descoberto isso dias atrás na boate.

Escuto um toque em meu comunicador, que me leva a me afastar no centro da festa para me esconder atrás de uma estátua, onde havia pouca visibilidade dos outros em relação a mim.
– Derek, soube que estava de volta e trouxe Jade com você - Era Gabriel.
– Foi mais ou menos isso - Um flashback passa pelas minhas lembranças - O que tem pra mim?
– Estamos com o máximo de controle possível sobre a festa, mas parece que implantaram algo estranho na festa. Há um detector radioativo ultrasensível nas saídas e entradas. Tem ideia do que possa ser?
– Nem sei que diabos é isso.
– Entendo, mas agora temos um problema real à vista. Um dos Templários é um mercenário contratado chamado Kenshi. Tome cuidado com ele, pois está no ranking de mais procurados da Interpol.
– E como esse cara não foi encontrado?
– Digamos que ele é tão bom em disfarces quanto nós.

Meus olhos estão semifechados. Não restam forças para me manter acordado. Sem dúvidas aquele seria meu fim e eu sequer sabia se Memphis e Aguiar haviam morrido ou se ainda estavam vivos para comemorar a minha morte. Sentindo o coração diminuir seu ritmo, junto ao ar que se esvai de meu corpo, sinto a aproximação de meu adversário, que pronuncia palavras que não consigo distinguir no primeiro momento. Em seguida, escuto uma sequência de barulhos e o tinir de lâminas, além de músculos se chocando uns contra os outros. Eu podia estar quase morto, mas àquela altura era impossível não reconhecer o barulho de uma luta. Virei meu corpo com muita dificuldade, sentindo minhas feridas expostas receberem ar durante a virada enquanto me arrastava para ver o que conseguia. Jade pula nas costas do adversário e, com um poderoso golpe de adaga, derruba o Templário de uma vez. Para sorte do atacante, usara um colete à prova de facas, então o dano devia ter sido mínimo. Seguindo adiante com seu contra ataque, o Templário avança com duas facas que Jade desvia e chuta longe sem muito esforço, liberando sua lâmina oculta na tentativa de liquidar seu alvo de uma vez por todas. Sentindo uma tremenda perturbação em meu bolso, corri minha mão até ali para averiguar o que sentia, então terminei retirando meu pedaço do Olho de Hórus do bolso, que me leva a enxergar além de tudo o que tinha experimentado. Essa é a primeira vez que sinto uma forte conexão ao objeto, o que me leva a retirar meu expectro vital da carne humana e enxergar além. Levantei a mão e percebi que a pedra continuava ali, como se eu fosse de fato um fantasma. Sem se deixar levar pelo acontecimento estranho, Jade acerta um chute no adversário e aponta sua pistola para ele, que não demonstra nada ao ouvir sua morte chegar.
– O que você quer com Derek jamais vai conseguir - Afirmou mirando a pistola.
– Eu só quero o que ele roubou.
– Como assim?

– Seu amigo roubou o Olho de Hórus e eu vim recuperá-lo para impedir o fim de tudo - Jade abaixa a pistola perplexa quando recobrei minha consciência, voltando a respirar e a me movimentar normalmente apesar de todos os ferimentos.
– Derek - Exclamou estupefata - O que você fez?
– Não sei, mas não quero fazer isso nunca mais - Confessei ao passar a mão em minha barriga perfurada - Então você está tentando impedir o fim de tudo? - Perguntei me dirigindo ao Assassino.
– Isso.
– Porque não olha pra mim? - Questionei ao perceber que seu olhar se dirigia ao teto.
– É porque sou completamente cego - Jade e eu nos entreolhamos, impressionados com o tanto de habilidade que o Templário desenvolvera apesar de sua condição.
– Você deve ser o tal de Kenshi - Afirmei sem precisar que confirmasse. Sem dúvidas devia ser o mercenário procurado pela Interpol.
– Sou.
– Ouvi dizer que você é procurado pelas autoridades.
– Sou.
– E porque é tão procurado?
– Porque matei o antigo presidente da Umbrella Corporation - Esclareceu sem esboçar reação, nem mesmo na voz.
– Eles são aliados dos Templários - Exclamou Jade guardando sua arma - Você não é nosso inimigo de verdade.
– Não? Tudo que sei é que me infiltrei nas fileiras Templárias com o propósito de impedir seu avanço. Eles conseguiram recuperar muitas partes do Olho de Hórus e por sorte seus aliados não os informaram.
– Cada um tem seus próprios objetivos? - Questionei tendo uma nova ideia perante daquela novidade.
– É o que está sendo observado - Relatou Kenshi se levantando sem pressa.
– Poderíamos trabalhar juntos para impedir a chegada do Inferno - Sugeri erguendo a mão para ele, mas logo lembro que ele é cego e decidi abaixar a mão.
– Não seria má ideia, mas tenho de conversar com meu superior primeiro - Afirmou se virando para ir embora - Me perdoe por quase ter acabado com sua vida, prometo que farei qualquer coisa para compensar-lhe.
– Já pode fazer agora - Dou um passo à frente, sentindo as feridas voltarem a doer aos poucos - Convença seu chefe a aceitar ajuda. Diga a ele que sou descendente de um Renegado de Generale - O intruso Templário se vira curioso com o que acabara de ouvir, então prossegue confiante.
– Coincidência. Eu também sou descendente de um deles - Jade me encara tão incrédula quanto eu ou Kenshi.
– Só por curiosidade, qual o nome do seu chefe?
– Pode chamá-lo de Mestre Raiden.


Notas Finais


O que acharam? Agora os eventos vão convergir para o acréscimo de mais elementos à narrativa. Prontos?


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