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História A ciência da sedução - A primeira vez


Escrita por: Pineapplee

Capítulo 6 - A primeira vez


Cerca de três dias haviam se passado desde então. Nesses últimos dias, John e Sherlock não tiveram nenhum momento íntimo em nenhuma das noites, simplesmente porque um caso deveras interessante havia aparecido e isso havia ocupado o tempo de ambos de uma maneira quase exaustiva — exceto para Sherlock, já que o detetive vivia a base disso; ele respirava seus casos, seus experimentos e suas deduções, e ficava completamente elétrico quando uma boa investigação era posta em suas mãos.

Nesse meio tempo, eles não precisaram falar nada a respeito do experimento que estavam fazendo. Os dois simplesmente chegaram ao consenso de que o caso em que estavam envolvidos era muito mais importante naquele momento.

Tanto a relação de amizade quanto a relação de profissionalismo que havia entre os dois não estava muito diferente do que sempre foi. Ela parecia, na verdade, melhor do que nunca. Era como se eles estivessem ainda mais conectados agora, por assim dizer — o que era um fato em sua totalidade. 

Durante todo aquele caso, eles se esforçaram ao máximo em fazer um trabalho mútuo, ajudar um ao outro, compreender suas razões, e sobretudo, se divertir. Afinal, embora estivessem a procura de um assassino perigoso, aquilo nunca deixava de ser épico e instigante, e também, uma boa oportunidade para aproveitarem a companhia um do outro.

Foi numa terça-feira, entre as 14 e 15 da tarde, que o médico e o detetive enfim encontraram o grande culpado por uma série de cinco assassinatos sistematicamente relacionados, e deram um ponto final naquele caso.

O sol estava ameno no decorrer daquele dia, mas as nuvens carregadas acabaram dando uma trégua nisso no fim da tarde. Quando o detetive-consultor e seu companheiro enfim voltaram para as comodidades do apartamento que dividiam, eles voltaram um pouco aos seus hábitos pacíficos, agora com uma atmosfera mais reconfortante diante do sucesso da recente investigação.

A primeira coisa que o médico fez ao entrar pela sala foi repousar tranquilamente em sua poltrona, e só então ele teve alguma noção do quanto aquele caso havia lhe consumido. John estava bem mais cansado que o normal, e também, com uma fome avassaladora. Sem coragem para fazer até um mísero sanduíche que fosse, ele decidiu pedir comida chinesa.

E Sherlock, bem, o detetive aparentemente havia sumido apartamento adentro. Era de seu feitio fazer isso. Porém, enquanto lia um livro e aguardava pacientemente pela entrega, Watson começou a sentir o peso da ausência do amigo, sobretudo depois daqueles três dias em que eles ficaram juntos praticamente o tempo todo. E como se lesse seus pensamentos, Sherlock apareceu de repente na cozinha a procura de algo na geladeira. Provavelmente um copo d'água. 

— Jantar? — John indagou ao olhar em sua direção. Ele não sabia porquê estava fazendo uma pergunta tão trivial como essa agora. Talvez fosse a vontade inconsciente de ter Sherlock por perto. 

O olhar de Holmes logo encontrou o seu e ele levou o copo até os lábios, ingerindo todo o líquido incolor em poucos segundos. Depois, o cacheado deixou o copo sobre a pia e respondeu corriqueiramente.

— Sem fome.

— Ah. — John se retraiu um pouco com a sua indiferença, no entanto, resolveu insistir. — Mas você mal tem se alimentado ultimamente. 

— Eu tinha um caso para resolver. Comer me deixa lento.

— É, eu sei. Mas o caso já acabou, não é? Por que não come um pouco pelo menos? Eu pedi comida chinesa, acho que já está perto de... — E então ele foi interrompido pelo soar da campainha. — ...chegar. Deve ser a entrega.

John levantou da poltrona e foi atender a porta, deixando o detetive sozinho na cozinha, mas quando voltou para a sala com a devida refeição em mãos, seu amigo já não estava mais ali. Watson suspirou em derrota. Parece que ele teria que jantar sozinho, afinal. 

Um pouco decepcionado, John foi até o sofá da sala, onde se serviu da apetitosa iguaria chinesa. Mas então, o loiro acabou sendo novamente surpreendido por Sherlock, que apareceu diante dele sem qualquer aviso prévio, e apontou para o lugar vazio ao seu lado. 

— Posso? 

— C-claro. — John não pensou duas vezes antes de ceder espaço e lhe oferecer o jantar.

Ele não sabia bem o que havia dado no detetive para que tivesse mudado de ideia de maneira tão repentina, mas ele não poderia reclamar, e tampouco negar que havia gostado.

Os dois começaram a comer e a falar sobre o caso recém resolvido, entre outros assuntos triviais. Era uma conversa amigável e civilizada, mas John acabou admirando-se quando percebeu certas nuances daquela situação, e ele conseguiu constatar 3 coisas:

1. Sherlock estava inquieto. Era quase impercetível para qualquer outra pessoa notar, mas John o conhecia muito bem. Era como se o peso de alguma coisa pairasse sobre ele, e John tinha perfeito conhecimento de que peso era esse: o peso de saber que naquela mesma noite, eles muito provavelmente dariam o grande passo.

2. Eles estavam trocando olhares e fazendo insinuações sutis, quase sem perceber. Era tão lapidado que chegava a lhe causar pequenas borboletas do estômago.

3. Havia uma certa tensão no ar. E não uma tensão qualquer: era sexual. Ela não era tão acentuada, e tampouco se mostrava incômoda de alguma forma, mas estava ali. Presente. Era quase convidativa, de certo modo. Como se lhes cativasse e lhes fizesse querer se banhar um pouco dela.

John estava enlevado por isso, mas foi tirado de seus devaneios quando, pouco depois, um movimento de Sherlock chamou sua atenção.

— A comida estava boa. — Ele deixou o prato já vazio sobre a mesa, meio que de repente.

— Ah. Pois é. O Ângelo nunca erra o ponto. — Watson deu um leve sorriso e imitou o gesto do detetive. — Além da porção extra de molho, é claro. Ele sempre envia porções extras pra você.

— E pra você. — Holmes lhe lançou um olhar significativo. — Porque você está comigo. — E sorriu.

John quase engasgou com a última porção de tofu. 

Sherlock não estava insinuado nada. É claro que não. Mas Watson se desestabilizou um pouco com sua singular escolha de palavras. Ele simplesmente não sabia o que responder. Ele deveria responder?

— Vou tomar um banho. — Sherlock anunciou antes que John pudesse ter qualquer reação. O detetive levantou do sofá e aprumou as vestes no corpo.

— Ok. — Foi tudo o que Watson disse em resposta, ainda meio embaraçado.

— Obrigado. Pelo jantar.

— Ah. N-não há de quê.

Sherlock fez um rápido aceno de cabeça e caminhou até o corredor com toda a sua presença e elegância, sumindo de vez da vista de John. O médico ficou olhando fixamente para um ponto qualquer no meio da sala, completamente estático, mas não demorou muito a levantar também. 

Depois de fazer uma limpeza rápida na cozinha e no local onde haviam comido, ele voltou para a sala e parou de pé no meio dela, reflexivo sobre tudo e nada ao mesmo tempo. O que exatamente ele deveria fazer agora? Ele não fazia a menor ideia, então, na sua busca por opções, John analisou a situação: Ele e Sherlock já não tinham um momento a sós há dias, e tudo bem que se tratavam de pouquíssimos dias, mas ainda assim, era algum intervalo de tempo. Eles haviam acabado de jantar juntos. Um jantar cheio de pequenas insinuações e de uma significativa inquietude, o que também era algo significativo a se considerar. E, para completar tudo, Sherlock havia se retirado e estava no banho nesse exato momento. Sozinho. Certo. 

Então...

O quão ousado seria se John fosse até o banheiro agora mesmo e se juntasse a ele sem aviso prévio, mas cheio de segundas intenções? 

É, provavelmente muito ousado. Inapropriado. Uma completa invasão de privacidade. 

Ou talvez... e se Sherlock estivesse esperando que ele fizesse isso? E se não for um grande problema, afinal? Caramba. Tudo era tão confuso.

Na sua tentativa de permanecer num terreno seguro, John optou por fazer o que faria normalmente, como em qualquer outra situação perfeitamente comum: ele voltou a pegar seu livro e se dirigiu novamente a poltrona, onde acomodou-se de maneira confortável e deu procedência a sua leitura. 

Mas quem disse que John conseguia se concentrar em um único parágrafo que fosse? Muitas vezes ele teve que ler uma mesma frase pelo menos duas ou três vezes seguidas, pelo simples fato de não conseguir absorver a informação que ela trazia. Sua mente estava uma completa impertubação. 

Como era que Sherlock fazia isso, afinal? Como ele conseguia manter os pensamentos inoportunos de lado e focar apenas no que interessava? O detetive certamente ainda tinha muito o que ensinar a ele.

Depois de alguns minutos de árduas tentativas, John enfim conseguiu se concentrar um pouco mais na história que lia, e logo já estava tão imerso nela quanto no fim daquela tarde.

Enquanto isso, Sherlock ainda se encontrava em seu banho, que aliás, a essa altura já estava pra lá de demorado. E quando enfim saiu do banheiro, Holmes acabou fazendo um discreto ruído ao abrir a porta. Baixo, mas perceptível.

John se disperçou da leitura ao ouvir tal som, e desviou a atenção das páginas para olhar de relance na direção do detetive. Apenas de relance. Mas de um jeito quase magnético, ele se viu obrigado a fitá-lo de maneira fixa quando se deparou com tudo... aquilo.

Sherlock havia acabado de atravessar a porta do banheiro enquanto secava seus cabelos, deixando o vapor do banho se espalhar pelo corredor. Ele estava sem camisa, mas usava uma calça de tecido fino que estava levemente colada ao corpo, e indicava claramente que não havia qualquer outra peça por baixo. Sherlock também exalava o aroma de sabonete de ervas misturado a seu próprio cheiro, e aquele conjunto todo era demais para John absorver. 

Naquele momento, Holmes era como a perfeição e a luxúria em forma de gente. Era como a coisa mais fascinante da face da terra. E de repente foi como se John estivesse hipnotizado por ele, como se Sherlock fosse um imã que o atiçava e o atraía loucamente. O loiro já estava começando a sentir um leve formigamento em suas partes baixas apenas com aquele mero lance de imagens, cheiros e percepções.

O detetive o fitava com um olhar inocente, mas que de inocente não tinha nada. Havia tanta malícia escondida por trás daqueles olhos...

— A água estava numa temperatura perfeita hoje. — Ele disse de maneira quase trivial, escorando-se na parede do corredor de uma maneira um tanto sedutora, e então, balançou um pouco a cabeça a fim de dispersar a umidade em seus cabelos ainda molhados. Ao contrário dos cachos dele, John sentiu sua garganta parecer subitamente seca. — Eu estava vestido minhas roupas no banheiro, mas decidi parar na metade do caminho. Preferi poupar seu trabalho de tirá-las.

E foi ali que John sentiu uma pontada aguda em seu baixo-ventre. Ele fechou o livro que estava em suas mãos, largou-o num canto qualquer e levantou abruptamente da poltrona, sem desviar os olhos de Sherlock nem por um segundo. Watson caminhou em sua direção e foi diminuindo a distância entre ambos até encurralá-lo na parede e parar a exatos quinze centímetros do detetive.

O loiro pôs uma das mãos na parede, na exata altura de sua cabeça, e o fitou de cima a baixo, praticamente comendo-o com os olhos. Da distância em que estava, ele podia contemplar o discreto volume que já havia sob a calça dele. John observou também seu abdômen liso e pálido, e seu peito que subia e descia suavemente. Quando ergueu o olhar e voltou a encarar sua face, ele constatou que Sherlock tinha um sorriso ardiloso nos lábios. Watson sentiu uma vontade súbita e involuntária de sorrir também, e mordeu o próprio lábio na vã tentativa de conter isso.

— Quanto tempo mais eu tenho que esperar até você parar de me olhar desse jeito e me beijar?

John sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo inteiro. Ele cerrou os olhos como se levasse aquilo tal qual uma afronta, ou talvez, um desafio. John apertou a cintura dele com a mão livre e empurrou-o firmemente contra a parede, fazendo-o rir.

Watson forçou seu quadril contra o dele ao realizar esse ato, e isso fez com que suas ereções batessem em cheio uma contra a outra. Ao sentir a sensação daquele impacto delicioso, Sherlock deu um leve gemido em meio a risada. Aquilo soou um tanto travesso, e potencialmente sensual.

O loiro pôs as mãos sobre seu peitoral e foi descendo vagarosamente até fincar os dedos em sua cintura de novo, dessa vez com ambas as mãos, de maneira ainda mais intensa. E finalmente, atacou os lábios de Sherlock com vontade. 

O detetive gemeu novamente ao ter sua língua envolvida pela dele, e de repente todo aquele desejo pareceu tomar proporções imensuráveis. Era como se os três dias de abstinência que tiveram, agora estivessem cobrando seu preço, tornando tudo muito mais urgente e necessitado que o normal.

Watson segurou sua nuca com uma das mãos, fazendo com que ele inclinasse levemente a cabeça, e deslizou a boca para o seu pescoço desnudo, onde o chupou ali com a mesma volúpia com que havia tomado seus lábios. Aquilo certamente deixaria algumas marcas no dia seguinte, mas sinceramente, esse fato era o que menos importava agora. Os gemidos abafados de Sherlock certamente tinham uma magnitude muito maior no presente momento.

— O que você quer fazer primeiro hoje? — John perguntou em meio ao beijos e sugadas que dava em sua pele, e obteve uma resposta que veio numa voz extremamente aveludada:

— Eu quero que você me chupe.

O médico sentiu o ar lhe escapar. Foi absurdo o efeito que aquela curta frase lhe causou. 

— Preciso e direto. Isso faz mesmo o seu tipo. — Ele disse com um meio sorriso. Watson pensou em ajoelhar-se e chupá-lo ali mesmo, mas algo dentro dele o fez querer dar procedência aquilo em outro lugar. Talvez fosse a lembrança inconsciente de Sra. Hudson flagrando os dois quase no ato alguns dias atrás. Então, buscando todo o autocontrole que havia em si, ele sussurrou em seu ouvido: — Quarto.

John o puxou para longe da parede e arrastou-se com ele pelos corredores até chegarem aos tão conhecidos aposentos de Sherlock. Assim que entraram, Watson teve o sutil reflexo de trancar a porta, e logo em seguida guiou o amigo até a cama, aos beijos. 

Ele o empurrou sutilmente no colchão até que Sherlock se acomodasse. O detetive optou por sentar na borda e apoiar-se com ambas as mãos para trás, inclinando igualmente o tronco nessa direção, apenas aguardando que o outro prosseguisse.

John ajoelhou diante dele e o observou. Pela peculiaridade da situação, Sherlock nem parecia ele mesmo naquele instante. E ao mesmo tempo... era ele, simplesmente ele, como sempre foi. A frieza e o jeito calculista ainda estavam lá, mas agora também havia algo mais. Era como se agora houvesse uma pitada de insanidade em meio a tanta lógica. John provavelmente não saberia mensurar o quanto estava satisfeito com aquilo: a cada dia descobrir um pouco mais de um outro lado de Sherlock que antes lhe era uma completa incógnita.

Sem mais demora, o médico desceu a calça de moletom que o detetive usava até uma altura suficiente para deixar seu membro livre. Ele sabia que nunca iria deixar de se admirar com todo o porte e beleza que seu amigo possuía. John adoraria ter olhado no fundo de seus olhos enquanto o chupava e lambuzava com sua língua, mas sabia que Sherlock ainda poderia se sentir um pouco desconfortável com isso, sobretudo numa posição de passividade. Então, John simplesmente fechou os olhos e se concentrou apenas em lhe provocar as mais maravilhosas sensações possíveis. 

Assim que ele o abocanhou por inteiro, Sherlock pendeu a cabeça para trás, abrindo levemente a boca e fechando os olhos em deleite, numa cena deveras obcena. John sabia que já estava provocando os efeitos desejados, e não tardou a iniciar os movimentos que sabia que deixavam Sherlock um tanto fora de si.

Fora de si.

Chegava a ser irônico o fato de que até mesmo o maior detetive de toda Londres, que tanto presava pelo autocontrole, uma das pessoas mais contidas e reclusas que John já havia conhecido, também acabasse perdendo um pouco de lucidez num momento como esse. Mas quem não perderia, afinal? Isso só provava o quanto Sherlock era humano, e não a máquina que todos os outros imaginavam. Apenas um ser humano como qualquer outro em sua essência, ainda que fosse um ser humano muito singular.

John foi tocando-o e devorando-o da maneira mais intensa que podia, mas quando percebeu que ele estava quase gozando, o loiro parou os movimentos e tirou a boca dali.

— Johnnn... — Sherlock protestou, olhando indignado para o outro.

— Calma, vamos pra melhor parte agora.

— A melhor parte. — O detetive repetiu de forma um tanto quanto cômica, apenas porque, ora, aquela parte já era tão incrível, que parecia difícil haver uma ainda melhor.

John levantou-se do chão. Quase sorriu ao perceber que seus joelhos doíam e que os músculos de sua boca também estavam um pouco sensíveis. Olhe só o que você está fazendo, John. E ele se permitiu sorrir, finalmente. 

Como um ato mútuo onde nada precisava ser dito, os dois deslizaram juntos até o centro da cama, onde John sobrepôs o corpo dele com o seu, e lhe deu um beijo breve e suave. 

— Estou disposto a te deixar escolher. — Ele disse depois que suas bocas se afastaram.

— Escolher o quê? 

— Se você prefere ser o ativo ou o passivo.

Sherlock arqueou as sobrancelhas. — Tem certeza que quer que eu escolha?

— Bem, é o seu experimento, não é? Nada mais justo do que você escolher o que prefere.

— Mas o que você deseja também importa. E você sabe muito bem que eu ainda não sei o que prefiro.

— Então parece que vamos ter que testar dos dois jeitos. Ótimo. — E Sherlock não soube ao certo se com aquele "ótimo" John estava sendo sarcástico ou estava apenas dizendo que tudo bem. — Mas hoje, aqui e agora, o que você quer? 

Como um gesto automático, Sherlock começou a deduzi-lo. Ele soube que John estava ansioso pela resposta que poderia receber, afinal, apesar de estar abrindo mão de seu poder de decisão, o médico tinha uma preferência, é claro. E o detetive sabia muito bem que preferência era essa. Holmes foi levemente influenciado por esse fato ao dar sua resposta, mas sabia que também tinha seus próprios motivos para fazer a escolha que fez:

— Passivo. Me parece mais... seguro deixar você guiar as coisas.

— Ah, graças a Deus. — Watson exclamou quase sem pensar.

— Você me mandou escolher, John. E eu escolhi. Mas e se eu tivesse escolhido ser o ativo?

— Então nós faríamos desse jeito. — E ele não hesitou nem por um segundo em afirmar.

— Mas você não me parece muito atraído pela ideia.

— Não importa, realmente. Eu apenas... não acho que me sentiria muito confortável em ser o passivo dessa vez. Não dessa vez. É a primeira, não é?

— Sim, a primeira.

John inclinou a face para baixo até encontrar os lábios de Sherlock outra vez. Foi um beijo bem mais cálido que o anterior. Suas línguas se ataram e suas mãos começaram a passear pelos corpos um do outro, acariciando, apertando e envolvendo, e seus quadris subitamente começaram a criar vida própria, movendo-se num ritmo desenfreado a fim de suprir a necessidade de contato.

Naquela noite, aquele quarto ilustre e semi-iluminado seria palco de um dos atos mais intrínsecos e passionais do ser humano. A imoralidade afetuosa do desejo físico. A sintonia e união das individualidades. A ternura, e a violência.

John livrou o amigo da única peça de roupa que ele usava, e foi descendo a calça pela extensão de suas pernas até tirá-la totalmente. Agora Sherlock se encontrava completamente nu, mas estava achando um tanto injusto o fato de que John ainda estivesse inteiramente vestido. Então, ele próprio tomou a iniciativa de despi-lo. Watson sentou sobre o colo dele e acabou ajudando-o nesse processo, de modo que as mãos de ambos se empenhassem em desabotoar sua blusa num trabalho mútuo. Então foi a vez de John tirar sua própria calça. Ele desabotoou o cinto de uma maneira incrivelmente sexy, com uma expressão sagaz e penetrante, fazendo o som metálico das fivelas ecoarem alto pelo quarto. O coração de Sherlock quase falhou uma batida nesse momento, apenas por ver John daquele modo. John. Seu fiel amigo e companheiro de aventuras, ali sobre si, preparando-se para fazer um ato tão intenso e incrivelmente íntimo consigo.

John abriu o botão de sua calça e desceu o zíper, e Sherlock pôde jurar que quase babou ao ver aquele volume acentuado ali, que permitia que ele visse exatamente toda a extensão de seu membro bastante excitado.

Quando John enfim se livrou das vestes restantes e se viu igualmente nu, ele percebeu o quanto já haviam chegado longe naquilo tudo. Afinal ambos nunca haviam tido tanta intimidade, totalmente despidos na presença um do outro, numa proximidade tão grande, sobretudo numa situação como aquela.

Sedento por toda essa nova perspectiva, John aproximou seu próprio membro do dele, tão enrijecido quanto o seu, até que se tocassem diretamente. O contato direto, a pele com pele, o calor trocado, faziam tudo parecer ainda mais intenso.

Watson começou a masturbar os dois juntos, e ele não saberia descrever exatamente, mas a sensação era de como se ele e Sherlock estivessem atingindo o cúmulo da união, desde que passaram a morar juntos, anos atrás. Era como se estivessem a um passo de estarem completamente conectados.

Os dois arfavam e gemiam baixinho enquanto eram levados ao prazer pela mão de John, mas mais uma vez o detetive se viu impedido de chegar ao ápice quando o amigo foi cessando os movimentos aos poucos, até suspendê-los de vez. E foi ali que Sherlock soube que o grande momento finalmente viria.

Watson pegou a calça que havia sido deixada de lado e tirou do bolso um lubrificante que havia colocado ali um pouco mais cedo. Ele passou o líquido liso entre os dedos e direcionou-os a entrada do detetive. John passeou com os dedos por ela como se quisesse mostrar-lhe um pouco do que viria, e muito sutilmente, em meio as carícias, ele introduziu um primeiro dedo, que foi deslizando lentamente até enfim entrar por inteiro. Sherlock suspirou. 

— Eu não vou mentir pra você, — Disse John. — isso provavelmente vai doer, principalmente no início. Mas quanto mais relaxado você estiver, mais fácil isso vai ficar.

Sherlock apenas assentiu, mas estava começando a se questionar: será que sua apreensão estava mesmo tão nítida assim a ponto de John precisar lhe dizer isso? Ou era apenas uma informação que ele teria dito independente da circunstância? Sherlock não teve certeza até analisá-lo um pouco mais a fundo: John sabia. É claro que sabia. E era uma dedução tão óbvia que Holmes chegava a julgar a si mesmo por quase tê-la deixado passar. Será que ele estava deixando passar mais alguma coisa? Bem, ele mal teve tempo para pensar sobre isso, de qualquer forma, porque no segundo seguinte, John introduziu um segundo dedo em seu interior apertado. Dessa vez, o detetive sentiu um incômodo ainda maior, e por um instante chegou a se perguntar se as coisas realmente dariam certo no momento da penetração propriamente dita. Porque se aquilo era apenas a preparação, então como seria o resto?

— Eu preciso que você relaxe, Sherlock. — John ressaltou. — Tente focar no prazer. Tente visualizar algo que te faça relaxar.

O detetive ficou meio receoso no início, mas na tentativa de cumprir seu pedido, ele olhou fixamente nos olhos de John enquanto as coisas aconteciam. Por um lado, ele ainda se sentia envergonhado, mas ao mesmo tempo, olhar para John também lhe dava segurança. Olhar para John lhe fazia relaxar. Então foi exatamente isso que Sherlock se empenhou em fazer. Ele também tentou se concentrar na voz dele, segura e suave, porque isso certamente também ajudava a acalentar um pouco mais os seus nervos.

Enquanto isso, o médico fazia alguns movimentos com os dedos que havia inserido, e pouco a pouco, o detetive ia conseguindo ceder um pouco mais. Percebendo isso, John decidiu tirar seus dedos dali para passar uma quantidade generosa de lubrificante em torno de seu próprio membro e enfim posicioná-o na entrada dele. Sherlock continuava encarando-o de maneira fixa, e realmente não sabia de onde havia tirado tanta coragem, mas lá estava ele, fitando-o de baixo para cima como uma frágil presa que estava prestes a ser consumida.

Watson estava ávido para penetrá-lo, o detetive conseguia perceber facilmente através de seu olhar e da intensidade de suas ações, e Sherlock não duvidou que ele logo o faria. Mas então, inesperadamente, John indagou:

— Eu posso?

Ele estava pedindo permissão. Permissão. Céus, aquilo havia soado tão doce. Sherlock não pôde deixar de pensar em como seu amigo era atencioso, apesar de aparentemente estar sendo muito difícil para ele conseguir se conter naquele momento.

— Pode. — Sherlock consentiu num tom baixo, mas firme.

— Me avise se eu precisar parar, ok?

Ah, John... você não imagina o quanto me cativa desse jeito.

Holmes fez que sim com a cabeça, e no momento seguinte, John forçou um pouco mais a passagem e foi introduzindo-se nele, bem lentamente. Eles se encararam o tempo inteiro. Watson pôde assisti-lo enquanto ele abria um pouco mais os olhos e entreabria levemente os lábios, sugando o ar pela boca a cada mero milímetro de intrusão.

O detetive segurava o braço do amigo com uma das mãos, e ia apertando-o cada vez mais a medida que ia sendo penetrado. Watson então viu seu semblante sereno se transformar lentamente numa expressão lamentosa quando ele franziu o cenho, sua boca abriu-se num grau superior e seus olhos começaram a lacrimejar. E quando John colocou toda a glande e uma parte de seu membro, o detetive apertou seu braço com ainda mais força e contraiu-se com um espasmo involuntário. Antes mesmo que Sherlock dissesse alguma coisa, John já sabia o que deveria fazer.

— J-john. — Holmes disse sôfrego, quase sem respirar.

— Eu sei. Está bem, está bem. — Watson parou de adentrá-lo nesse exato instante, detendo-se precisamente onde estava, e soltou um longo suspiro.

A sensação de invadir seu interior apertado era quase delirante para John. Sua vontade sincera era de penetrá-lo de uma só vez, com força, ir o mais fundo que podia e mover-se com todo o ímpeto que pudesse. Mas ele não podia fazer isso. Não era assim que tinha que ser. Sherlock merecia todo o respeito, sutileza e cuidado nesse momento. Então John seria gentil e paciente, da maneira certa.

Holmes estava praticamente suando frio. Ele sentia como se estivesse literalmente sendo partido ao meio, e a sensação era quase insuportável. Ele só assimilava dor, incômodo e efervescência, e não num sentido bom. Aquilo deveria ser as mil maravilhas, não é? Então por que não estava sendo? Onde ele estava errando? Mil coisas passavam pela sua cabeça agora, e o fato de que John ainda se encontrava sedento daquela forma só fazia Sherlock se sentir ainda pior.

— D-desculpe. — Ele disse meio desconcertado, sentindo uma sensação de insuficiência que já não vivenciava há muito tempo.

— Não precisa se desculpar. Sério, não precisa. — John disse com simplicidade, mas Sherlock arquejou, desviando o olhar. 

— Não. Isso deve ser fácil pra maioria das pessoas. Me desculpe.

Foi ali que John entendeu o que estava acontecendo de fato: Sherlock estava chateado consigo mesmo. John não gostou nem um pouco de vê-lo assim. 

— Ei, está tudo bem, ok? — Ele tentou confortá-lo, passando vagarosamente o polegar por seu ombro, num carinho tênue. — É normal que seja um pouco mais difícil na primeira vez. É mais comum do que imagina. Não se preocupe com isso.

John olhou para baixo e percebeu que o membro dele estava bem menos ereto do que antes, e diante disso, ele o segurou entre a mão e começou a masturbá-lo num ritmo lento, a fim de voltar a fazê-lo experimentar algum prazer. Sherlock fechou os olhos ao sentir seu toque, e foi deixando-se levar pelo bem-estar que aos poucos foi tomando conta dele, voltando a criar forma.

— Vamos tentar assim agora. — John sussurrou próximo ao seu ouvido, depositando um beijo terno em sua bochecha. 

Sherlock sorriu sem nem mesmo perceber que estava fazendo isso. De onde havia vindo toda aquela alegria repentina? Ele não sabia ao certo, mas gostaria de aproveitá-la. 

Mas, bem, talvez ele conseguisse assimilar o motivo pelo que sentia agora. E o motivo era John. Porque John estava sendo tão complacente e tão amável, e estava se esforçando tanto em fazer ele se sentir bem e em fazer tudo direito. Era por isso que Sherlock se enchia de alegria e serenidade agora. Era por John.

Em pouco tempo o detetive já estava completamente excitado novamente, tão duro quanto estava minutos atrás. John sorriu com malícia e lhe deu um delicioso beijo de língua. O médico podia sentir que seu interior estava um pouco mais descontraído agora, e no instante seguinte, Sherlock envolveu-lhe com os braços, trazendo-o para mais junto de si. 

— Continue. — Ele disse na linha tênue entre uma ordem e uma súplica.

Foi o suficiente para que John cedesse e voltasse a abrir passagem para dentro dele, ao mesmo tempo em que o masturbava incessantemente. Dessa vez John deslizou com maestria em seu interior, como se descesse por um caminho deleitável e suave. E enquanto era preenchido por inteiro, Sherlock só conseguia pensar no quão bom aquilo havia se tornado.

Nesse instante, John o assistiu revirar os olhos e depois fechá-los em completo deleite, soltando um gemido contido. E isso foi demais para ele testemunhar sem que se sentisse ainda mais excitado com a situação, como se fosse fisicamente possível. Watson passou algum tempo parado ali, apenas sentindo a incrível sensação de ter o membro completamente envolvido por aquele interior quente e pulsante, e enquanto o próprio detetive se acostumava à sensação de ser preenchido por inteiro. 

Pouco depois, lentamente, John começou a se movimentar. Ele saiu uma primeira vez, de maneira suave, depois voltou com a mesma sutileza de antes, e foi executando esse movimento diversas vezes até que isso enfim se tornasse cada vez mais fluido e natural.

Ao penetrá-lo em um ângulo um pouco diferente, no exato ponto de prazer de seu companheiro, Sherlock acabou proferindo um som um tanto pornográfico. John tinha absoluta certeza de que jamais esqueceria esse som. Era quase como um clamor ou uma gratificação cheia de luxúria.

Minutos atrás Sherlock estava no inferno, e agora, se encontrava no verdadeiro paraíso. Aquela acabava de se tornar uma das poucas vezes em que ele não tinha medo de perder o controle. Afinal ele estava seguro. Estava nos braços de John. E agora, Sherlock só queria aproveitar. Aproveitar até que se acabasse de prazer, para então tirar as devidas conclusões depois. Porque não havia espaço para a razão naquele momento, não havia uma única brecha para lógica e raciocínio. Só havia a mais pura vontade carnal e profana.

John continuava seus movimentos, intenso e certeiro, e Sherlock se movia junto, de uma maneira tão simultânea que eles até pareciam as mesmas partes de um só ser. Era como uma deliciosa valsa para dois, cheia de ginga, sensualidade, calor, e luxúria. 

Sherlock gemia alto. Ele foi o primeiro a chegar ao orgasmo, e estava tão inebriado que mal percebeu quando realmente aconteceu. Quando deu por si, ele já estava lambuzado por seu próprio sêmen, completamente extasiado por toda aquela onda de prazer.

John também chegou ao clímax pouco tempo depois, e ficou um tempo considerável apenas com o corpo parado sobre o de Sherlock, ainda dentro dele, sem a menor pressa de sair dali, sentindo o contato quente de suas peles e as batidas desenfreadas de seus corações.

Foi naquele intervalo de tempo e naquelas circunstâncias que a ficha de John pareceu cair outra vez. E provavelmente nunca deixaria de cair: o corpo de Sherlock estava sob o seu, colado a si. Nu, suado, ofegante, letárgico e deliciosamente entregue. Eles haviam transado, e as coisas que Watson sentia com isso eram quase impossíveis de descrever.

Foi então que John sentiu aquilo de novo. E talvez, apenas talvez, aquilo não fosse algo que ele devesse sentir por Sherlock Holmes.

Com esse pensamento em mente, Watson enfim saiu de dentro dele e deixou o próprio corpo cair ao seu lado, sem se importar muito em cobrir sua nudez. Ambos ainda estavam ofegantes e tomados pela ocitocina que havia invadido seus corpos, mas o médico tinha um quê a mais de letargia ali.

Seus músculos quase chegavam a tremer, e seu corpo inteiro parecia pesar pelo menos o dobro do normal. Ele estava completamente exausto, e não apenas pelo esforço físico que lhe foi exigido naquele ato, mas também porque nos últimos três dias o loiro quase não teve um único minuto de descanso. A correria do último caso havia acabado com ele, e agora, ele se via mais acabado ainda. Mas de certa forma, era bom estar assim — em especial pela última meia hora. Havia sido tão bom, tão... bom, sim, essa era uma boa palavra para definir... certamente... uma boa palavra...

John foi definhando, sendo completamente tomado pelo sono e pelo cansaço.

Sherlock o assistiu enquanto ele apagava e imergia cada vez mais fundo no breu de sua própria mente. Ele era tão belo daquele ângulo, não era? Com aquela expressão da mais completa plenitude... Tão sereno e adorável. E também, com uma pequena pitada a mais de malícia agora. Havia algo de extraordinário nele que Sherlock ainda não sabia decifrar. Isso o instigava.

E nossa, como ele havia amado o que fizeram! Quer dizer... amado? Talvez ele não devesse usar esse termo. E bom, provavelmente todos esses detalhes e questões iriam acabar sendo de alguma avalia para a sua análise final, no fim das contas. Porque, sim, aquilo ainda era um experimento. Ele não deveria esquecer. Jamais.

Sherlock respirou fundo e voltou a olhar para John. O detetive sinceramente não se importaria em dormir na mesma cama que ele, e tampouco estava a fim de despertá-lo de seu sono, então, de certo, John ficaria ali consigo naquela noite, não é? Sim. Ficaria. No futuro do pretérito do indicativo, o que não indicava uma certeza, e nesse caso, de fato não deveria. Porque no meio daquele momento de quietude, um barulho muito alto veio do outro lado da rua. Aquilo certamente acabou acordando o quarteirão inteiro, o que incluía John, que ao ouvir o estrondo, praticamente sobressaltou-se na cama, assustado.

— Céus!

— John...

— O que foi isso? — Ele perguntou com os olhos meio arregalados e algumas olheiras sobressalentes em seu rosto.

— Relaxe. Apenas algum vizinho fazendo algo que provavelmente não deveria numa hora dessas. Não deve ser nada demais. — Sherlock tentou tranquilizá-lo, fitando cada detalhe de seu semblante. — Você está exausto, John. Descanse um pouco.

— Ah, eu... com certeza vou fazer isso. — No meu quarto, ele pensou, mas sequer precisou dizer a última parte em voz alta. Sherlock soube que o amigo pretendia se retirar no mesmo instante em que ele se sentou, esfregou os olhos e pôs as pernas para fora da cama. O médico vestiu alguma de suas roupas para que não saísse completamente pelado, e juntou o restante das peças em seus braços. O detetive simplesmente aceitou a normalidade da situação, mas antes que John chegasse até a porta, ele não deixou de dizer:

— Obrigado por hoje. 

Watson paralisou onde estava e virou-se para fitá-lo. Ele tinha um olhar sereno no rosto.

— Espero ter sido útil. — E deu um pequeno sorriso.

— Ah. Não é exatamente a isso que eu estou me referindo. — Então, curioso, John simplesmente esperou que ele lhe explicasse. — Obrigado por ser tão compreensivo e... paciente comigo. Obrigado por tudo.

Quando enfim entendeu, o sorriso de John alargou-se um pouco mais, e com isso, ele apertou os olhos cansados, deslumbrado pela gratidão do amigo, que ele sabia bem, não costumava expressar algo assim pelo que quer que fosse.

— É o mínimo que eu poderia fazer.

Sherlock baixou ligeiramente a cabeça, depois voltou a erguê-la. — Durma bem, John

— Ah, eu vou.

Por fim, eles trocaram olhares mútuos, os últimos daquela noite, antes que John destrancasse a porta e deixasse o quarto.

Na curta caminhada até seus próprios aposentos, Watson quase franziu o cenho quando alguns pensamentos perpassaram sua mente.

Dormir com ele. E pensar que John quase havia cometido esse deslize. Ele só esperava que não tivesse cochilado por tempo demais a ponto de talvez fazê-lo se sentir desconfortável. 

Mas parando para analisar, o que seria uma simples noite de sono ao lado de Sherlock, comparado a uma intensa noite de sexo com o mesmo? Certamente não muito. Não parecia nada demais. Porém, era como John havia pensado algumas noites atrás: limites deviam ser estabelecidos. Ainda que tais limites não fizessem total sentido assim. 

Afinal, sexo sob o pretexto de um experimento científico? Sim. Perfeitamente cabível. Por que não?

Mas dormir juntos? Na mesma cama? Nunca. Íntimo demais. Onde já se viu?

Pois é. Eram apenas algumas das várias ironias da vida e dos estranhos padrões da sociedade. Mas às vezes, ironias e padrões sociais também se aplicavam a Sherlock Holmes e ao Dr. John Watson.



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