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História A Cold Secret - Imagine Kim taehyung - Happy Ending


Escrita por: Koorea e Taerii

Notas do Autor


Amigas! Finalmente eu conseguii!
Aqui está o capítulo final dessa fanfic que, sério, me surpreendeu bastante. Eu nunca imaginei que tanta gente fosse gostar tanto dela, não imaginei realmente que eu fosse gostar tanto dela.
Então aqui está, o final que há tanto tempo vinha sendo produzido, mas sempre impedido de ser postado.
Eu não sei dar fim às coisas, mas ainda sim eu espero que gostem dele tanto quanto eu.
Amo vocês

Capítulo 14 - Happy Ending


 

A Cold Secret - Capítulo Final 

Happy Ending 

 

 

Fiz como combinamos. Tomei meu banho, deixando que a água lavasse toda a sujeira que havia em mim e limpasse todas as feridas que eu tinha. Depois, me deitei em sua cama macia, que tinha o cheiro dele, tentando descansar - também como ele havia me dito para fazer-, no entanto, por mais exausta que eu estivesse, não consegui pregar os olhos. Eu só pensava na conversa que havíamos tido há pouco tempo e em Taehyung dizendo que gostava de mim. Que toda a minha loucura era recíproca.

E meu deus, como eu o amo.

Mesmo depois de tudo o que vi, e soube. Eu verdadeiramente o amo.

Eu sequer o entendo, sequer o conheço direito, mas eu o amo do fundo do meu coração.

Amo tanto que só de pensar nele, meu peito chega a doer.

Sinceramente, não sei quanto tempo se passou até que ele voltasse. Levantei-me abruptamente da cama, em um susto, mas com a mão, ele ordenou para que eu voltasse e permanecesse lá.

Lembrei que ele disse que eu seria sua futura princesa.

Se isso for, de alguma forma verídico. Ele é meu príncipe, e não deve ter problema em eu me deitar em sua cama.

- Você está bem? Está tão ferida... devo chamar uma curandeira?

- Não é necessário – disse. – Não dói tanto assim. Não mais.

- Você tem certeza?

- Sim, é claro. – Dei um espaço na cama, pedindo para que ele se sentasse ao meu lado. Ele fez.

- Então... – pareceu apreensivo ao iniciar – o que quer saber primeiro?

- Na verdade... antes que me fale o que aconteceu com você, eu gostaria de saber como soube do plano.

Taehyung deu uma risada alta e gostosa. Ele era mais lindo ainda quando sorria.

- Ah, vocês não sabem planejar. São indiscretos.

- Você pode por favor contar mais? É sério, onde erramos? Você não pode ser tão esperto assim! – puxei um pouco sua camisa, insistindo, e isso fez com que ele risse ainda mais.

- Ah, eu sou esperto!

- Por favor! Fale logo! – comecei a chacoalhá-lo ainda mais.

- Tudo bem, tudo bem! – erguei as mãos, como quem desistia – Bem, eu estava a procura de Victor na noite em que vocês planejaram isso tudo. Queria conversar com ele sobre algo, não o achei e saí em busca dele pelo palácio.

- Em meu quarto? – questionei.

- Em minha defesa – pôs um dedo na boca- eu não sabia exatamente onde era o seu quarto. Não que eu me lembre...

- Hmm... Sei... – o olhei de cima a baixo - e como nos encontrou lá?

- Ah, eu saí andando pelo palácio e apenas parei onde ouvi um murmúrio de vozes conhecidas.

- E você ficou para me bisbilhotar! – dei um pequeno tapa nele e ambos rimos.

- Espere, espere! Eu não tive culpa! Eu notei que estavam conversando e eu ouvi, foi isso!

- Por que eu estou com a impressão, alteza, de que você sabia exatamente o que estava acontecendo naquele quarto?!

- Ah, isso eu não sei.

- Fale a verdade! Armaram juntos, não foi? Victor te contou onde estaria! – Taehyung deu um sorrisinho meia boca e eu bati nele novamente. Pensando bem, eu sequer sabia se podia, mas fiz. – Taehyung! – O príncipe ria mais e mais. – Vocês me enganaram! 

- Eu juro que não foi o que aconteceu! Eu juro! – e ainda sim continuava rindo, cada vez que uma pequena tapinha o acertava. –

- Está mentindo! – continuei, até ele segurar os meus braços e, não sei como, vir parar bem em cima do meu corpo na cama.

- É sério – ele tinha parado de rir, e estava sério agora. – Eu não sabia mesmo. Te juro. Só queria conversar com ele e, bem, encontrei vocês lá, falando sobre me enganarem, os dois juntos. Era para eu ter ficado com raiva, sabia? – ergueu uma das sobrancelhas, me provocando. Só consegui sorrir.

- E o que te fez não ficar com raiva, alteza? – perguntei.

- Você aceitou o plano. – O sorrisinho de canto começou a voltar – O que significava, que gostava de mim.

- Ah, pare!

- Gostava do mimado, insensível, grosseiro e...

- Em minha defesa, eu tenho um gosto péssimo para homens – interrompi.

- Ah, de fato. Isso nós precisamos concordar. – Ele riu e eu fiz a mesma coisa. Mas meu riso cessou-se quando notei que o que para mim era uma piada, para ele era sério. E provavelmente alguma coisa tinha acontecido para que ele pensasse daquele jeito.

- O que aconteceu com você, Taehyung? – Ele ficou tão sério quanto eu e respirou fundo. Saiu de cima de mim e sentou-se na cama, encostando-se no travesseiro. O acompanhei, fazendo o mesmo. – Você me prometeu... – disse.

- Eu sei – ele respondeu. – Vou contar tudo a você. Mas quero que me prometa: Sem pena, tudo bem? Não preciso disso. Já ocorreu e é algo que eu supero diariamente.

- Eu prometo – me comprometi.

- Só espero que seja forte para ouvir até o fim. Não é nada agradável.

- Eu não me importo em ouvir histórias desagradáveis.

- E o mais importante de tudo... Não tenha medo...

- De você?! – ele apenas me olhou. – Taehyung, tenho a impressão de que você esquece que já lhe vi em milhares de momentos caóticos. Não será isso.

- Momentos caóticos?

Ergui a sobrancelha. Como se ele mesmo não lembrasse.

- Você quase matou um homem na frente de todos, não será isso que me dará medo.

- Eu tenho minhas dúvidas.

- As tenha, então. Mas, como você mesmo disse, eu supostamente sei parte da história.

- Tudo bem, então.

E nesse dia, eu descobri que o príncipe era um homem de palavra.

Ele me contou toda a história. Tudo o que tinha acontecido. E, para falar a verdade, aquilo tudo não me chocou tanto quanto eu imaginei. Estava quieta no fim, e ele me perguntou “Você está bem?” diversas vezes e acredito que poderia parecer extremamente ridículo, mas eu definitivamente estava. Talvez, em alguns pequenos momentos neste palácio eu deva ter imaginado que quando soubesse da história completa, estaria decepcionada, acabada, ou algo do tipo, mas eu não estava. Porque em todos os momentos, tudo o que eu pensava era em como eu queria que Coriane estivesse morta. E agora ela felizmente estava. E eu jamais imaginei que desejaria tanto esse estado de alguém.

Eu só conseguia imaginar todas as coisas que ele passou, tudo o que ela fez com ele. E é como se eu enxergava o motivo por trás de todas as ações dele. Porque ele me “odiou”, porque ele odiava o maldito bolo, porque ele odiava que eu mexesse em suas coisas, porque ele era tão extremamente desconfiado.

Porque ele odiava festas. E porque ele não conseguia mais entrar em um salão de baile.

Alguma coisa nele sabia que ele nunca mais passaria por isso, mas alguma coisa dentro dele ainda temia passar de novo. E era assim que ele vinha funcionando todos os seus dias. Entretanto, a coisa que mais me magoou, foi perceber que ele se culpava. Por Coriane, pela criança que ela esperava. Ele se achava um assassino. E achava que deveria pagar por isso.

Mas a verdade é que não.

Ele não era um.

A história do príncipe é a completa prova de que um verdadeiro amor pode deixá-lo cego. Pode fazer com que você tenha as atitudes mais conflitantes do mundo inteiro. E a história de Coriane é a prova de que, às vezes, ser capaz de tudo por poder pode não terminar de uma boa maneira. Ela matou a si mesma, a si e ao filho que carregava. Em todo o momento em que ela armou contra ele, me parecia que Coriane vivia se esquecendo na maior parte do tempo que Taehyung não era sozinho, por mais que aquilo fosse o que mais parecesse. Neste reino, qualquer pequeno crime que envolva um Rei ou um Príncipe, deve ser pago com a própria vida. Não que seja a coisa mais justa na maioria dos casos. Mas neste, definitivamente seria. Ela nunca sairia impune. Ela nunca teria o reino para ela. O final que ela tanto queria, no fim, não seria muito diferente do fim que ela teve.

“Mas eu fiz com que ela comesse o bolo”

Ele parecia mais chocado com o fato de que eu não concordava em ele ser um assassino. Era como se ele tentasse me convencer da própria culpa. Mas eu tentei convencê-lo de que, do jeito que ela estava, era possível que ela mesma comesse aquela droga de bolo no final de tudo. Ela não tinha muito pelo que viver, também. Taehyung me mostrou algumas das cartas dela para Eeron – estas que nós dois queimamos juntos, após. Ela nem pensava no próprio filho. A criança era seu meio de enriquecer, apenas. Tudo o que ela valorizava era poder e dinheiro. Tudo o que ela e Eeron não tinham. Tudo o que ela não teria. No fim, eu o abracei. Disse que o amava. Que não me importava com o que quer que tivesse que teria acontecido, nós dois iríamos superar tudo aquilo juntos e um dia poderíamos ser felizes, deixando tudo aquilo para trás.

Ele voltou a sorrir depois disso e me beijou. E neste beijo, eu pude sentir que ele estava relaxado, que estava seguro.

- Obrigado por compreender. E me amar além disso tudo.

Ele me disse. A única coisa que fiz foi puxá-lo novamente para outra sessão de beijos até estarmos com os corpos colados na cama novamente, um sentindo um outro, em um misto maravilhoso de emoções.

Nada nesse mundo, nada, irá estragar tudo o que construiremos juntos.

- Ah, Tae?

- Diga?

- Eu sei que não tem nada a ver eu falar de tudo isso agora, mas... O que fez com as criadas?

- Elas juntaram-se para me explicar o que havia acontecido, pediram milhares de desculpas. No fim, culparam as mesmas garotas que vinham lhe incomodando.

- Eu já imaginava que havia partido delas.

- Eu vou substituir todo mundo. Exceto sua mãe.

- Taehyung! Não! Não pode fazer isso com elas! – Taehyung deu um pulo da cama.

- O quê?! Por quê?! Olhe para o seu rosto! Quase lhe mataram de surra!

- São pessoas ignorantes, numa época ignorante. Veja, se Victor lhe dissesse alguma vez que eu não prestava, tudo isso ainda teria acontecido?

 - Espere, espere! Você não vai compará-las assim, vai? Não há sentido algum. – Ele parecia indignado com a comparação.

- Você precisa entender sobre o que eu estou falando. É sobre relevância, Taehyung. Aquelas duas trabalham aqui a mais tempo que eu, era comum que acreditassem nelas.

Ele fez uma careta.

- Acho que todo mundo precisa de uma segunda chance. Você não acha?

- Não, não acho... – Cruzou os braços, parecendo uma criança birrenta.

- Está sendo egoísta.

- Maas! – falou de forma dramática, como se indicasse que não havia terminado a frase anterior. – Se é desta maneira que você pretende lidar com esta situação, saiba que a respeito totalmente e farei como quer.

Não pude deixar de abrir um dos maiores sorrisos. Ele é incrível, e não me passa pela cabeça como alguém poderia desperdiçar ser amada por um homem desses.

- Tudo bem mesmo se esta for a minha decisão?

Taehyung deu de ombros.

- É você quem é a princesa, não eu.

Não pude deixar de rir. Tudo nele era mais que perfeito.

- Engraçadinho. – beijei a ponta de seu nariz – Obrigada por entender, meu príncipe.

 

 

Cerca de uma semana depois, quando tudo parecia extremamente tranquilo no palácio, na vida do príncipe e da nova futura princesa, algo surgiu. Taehyung e sua noiva estavam tomando um chá em uma das alas do palácio, enquanto observavam a paisagem de Montpitton e o jardim do palácio, quando um guarda chegou às pressas, com uma expressão extremamente séria e claramente tentando disfarçar uma espécie de nervosismo, avisando ao príncipe sobre a presença de guardas Petrovianos dentro do grande salão. Não era uma invasão, ele disse. Estavam apenas solicitando a presença do príncipe regente. Mas Taehyung sabia que era. Eles não foram convidados, Petrovia e Montpitton não tinham mais parceria alguma depois de Coriane. Não tinha nada para eles fazerem ali.

- Onde está Victor? – Taehyung perguntou para um dos Guardas que vieram correndo lhe avisar.

- Eu não sei, senhor. Não o vi. – respondeu o homem, um tanto ansioso.

Taehyung sabia que em algum momento uma situação como aquela poderia acontecer. E ele era o regente. Ele era preparado o suficiente para caso algo desse tipo ocorresse, algum dia. Ele tinha de resolver de uma vez por todas. Ele voltou-se para a princesa, segurou o seu rosto com a maior delicadeza possível e pediu:

- Preciso que suba imediatamente para o nosso quarto e que não saia de lá até que eu venha chamá-la.

- O que está havendo? – Perguntou, preocupada.

- Nada que eu não seja capaz de resolver.

- Então eu vou acompanhá-lo!

- Não – insistiu – será melhor para mim se estiver lá em cima, segura.

- Mas eu quero estar perto de você! Por favor, não minta para mim, Eeron está lá embaixo, não está? Não vou deixar que desça sozinho!

- Não irei sozinho. Tenho guardas por todo o palácio que irão me acompanhar e me manter seguro, agora, por favor, faça o que lhe pedi. Suba e fique em segurança.

Ela ainda não queria deixá-lo, o aperto em seu peito era grande demais, algo lhe avisava que aquilo não iria acabar bem de alguma maneira, e ela não queria deixá-lo sozinho. A princesa esperneou tanto, que o príncipe regente ordenou que um de seus guardas e algumas damas de companhia levassem sua noiva para o quarto e não a deixasse sair em hipótese alguma. E então ele organizou um grupo de guardas que estavam a seu aguardo no lado de fora da pequena varanda onde ele e sua noiva jantaram anteriormente.

- Você – olhou para um dos guardas, um jovem de aparência inexperiente – encontre Victor o mais rápido possível e ordene que ele vá até o grande salão, os outros – olhou para uma parte que lhe aguardava - quero guardas em todas as saídas e entradas, todos atentos e armados! E vocês – ordenou a mais outro grupo- quero todos me acompanhando e formando uma barreira à frente do trono. Agora!

Todos começaram a fazer mais do que imediatamente aquilo que o regente os havia ordenado. Se Eeron estava lá embaixo, mesmo com menos da metade da força que Taehyung tinha, ainda sim era perigoso demais. Ninguém em sã consciência atacaria sozinho o reino considerado o mais forte em combate, ninguém atacaria a província de um regente especialista em táticas de guerra. Mas Taehyung sabia muitíssimo bem que um homem apaixonado com ódio era capaz de toda a loucura que fosse capaz de fazer. E tudo aquilo era demais. Demais para ele.  Demais para ela. Lá no fundo, Taehyung sentiu medo do que Eeron poderia fazer se soubesse que ele tinha alguém. Alguém que amava de verdade e que o amava de volta. Na linguagem dos vilões, em prol da vingança, pareceria justo tirar a coisa que o príncipe mais amava, já que ele havia tirado o que o próprio visconde mais amava. Ele não se preocuparia em pensar numa forma de sobrevivência. Ele não se importaria se aconteceu no passado, ou se Coriane merecia aquilo. A única coisa com que se importaria era com o que lhe foi tirado. E justiça seria justiça, mesmo que fosse tão injusta na maioria das vezes.

Ele estava com medo. Mas jamais, em hipótese alguma deixaria que o Visconde percebesse aquilo. Taehyung blindou-se novamente no homem que jamais cedia a qualquer ameaça, no homem frio, calculista e que nunca deixaria nada atingi-lo. Deixou o príncipe apaixonado de lado e passou a ser o regente o que era forte e inteligente capaz de criar planejamentos de guerra avassaladores, capazes de destruir reinos inteiros. E foi dessa forma, junto de uma barreira de guardas acompanhando-o que ele entrou no salão. Com a coroa de prata brilhando sob os olhos de todos e a postura, ele era simplesmente inabalável.

Por outro lado, sua princesa era tão destemida quanto ele pareceria ser. Em uma oportunidade, ______ empurrou o guarda que lhe acompanhava e aproveitou-se do fato de seu vestido ser mais leve do que os de suas criadas e desceu correndo as escadas, fugindo das pessoas que obedeciam às ordens do príncipe. Entretanto, ela não foi até o grande salão onde ele estaria. Pegou um atalho pela torre do norte, descendo as escadarias que levariam até um dos salões principais e aos estábulos, queria encontrar alguém que pudesse sair e informar aos outros seis príncipes o que estava acontecendo. Ninguém atacaria Montpitton com mais seis exércitos do lado.

- Victor! Graças aos deuses que lhe encontrei! – Ela e o mordomo quase se esbarraram na metade da escadaria.

- Alteza! O que está fazendo aqui fora?! Deve ir para a torre urgentemente! – A parte do castelo denominada torre, era onde o quarto do príncipe ficava.

- Não! Victor, escute: acho que Eeron está aqui! Taehyung não quis me dizer, acho que ele veio atacá-lo, precisamos avisar aos outros regentes...

- Sim, sim, eu já fiz isso! Eles devem chegar em breve, enviei soldados com a bandeira vermelha imediatamente assim que vi o exército de Petrovia se aproximando, todos já devem estar a caminho.

A bandeira vermelha era uma espécie de código utilizado em Kinghago para sinalizar que algo estava acontecendo. Os outros entenderiam exatamente onde quando vissem a armadura que o cavaleiro utilizava. Montpitton tinha como cor de fardamento o cinza, Goldenwall era vermelho, Pellucida utilizava azul, Mónea era laranja, Romaduke usava branco, Valley usava verde e Arcadde usava preto. As cores diferentes era uma outra estratégia de batalha que Kinghago utilizava.

- Eu preciso que vá para a torre.

- Não vou deixá-lo!

- Não é sobre deixar, alteza! Se Eeron souber de você, saberá onde atacar o príncipe.

Naquele momento, foi como se a frase tivesse sido um balde de água fria. Ela estava tão preocupada com ele que não pensou que talvez a presença dela o deixasse mais ainda em apuros.

- Por favor, volte para a torre. Eu prometo que vou protegê-lo acima de tudo, acima da minha própria vida. Mas volte, e não saia de lá até ter acabado.

Ela assentiu, agarrou a saia do vestido novamente e começou a fazer o caminho contrário, de volta para a torre principal, enquanto Victor seguiu para o Grande Salão. No meio do percurso, ela sentiu uma pontada de calmaria ao observar por uma das janelas da escadaria a multidão de cores que se encontrava adentrando rapidamente no palácio de Montpitton. A mensagem havia chegado. Os irmãos de Taehyung poderiam não saber sobre o que se tratava, mas estavam ali para defendê-lo. Uma multidão de soldados vestidos de azul, branco, vermelho, preto, verde, laranja se formava nos jardins.

Cavaleiros, arqueiros, esgrimistas... todos estavam ali.

Ninguém seria burro de criar uma guerra com um exército daquele tamanho.

_______  voltou sua consciência para si e para o pedido de seu noivo e voltou a subir as escadas o mais rápido que pôde. Não veria o que aquilo tudo iria desencadear, mas estaria segura e sabia que Taehyung iria estar, também.

 

Quando Victor adentrou o Grande Salão, percebeu que o olhar de Taehyung havia, de alguma forma, se acalmado.

- Perdoe pela demora alteza, estive resolvendo algumas pendências.

- Não se preocupe, Borgov. Não havíamos começado nossa conversa ainda... General Edward, que prazer recebê-lo em minha província! Faz tempo que não o vejo, se tivesse me avisado de sua visita, eu teria preparado uma recepção melhor! – Disse Taehyung, recostando-se em seu trono, agindo como se nada daquilo incomodasse. Como se ambos não estivessem recheados de guardas ao seu redor.

O General sorriu.

- Ora, alteza. Não me parece que o senhor estava despreparado para nossa visita, está tudo tão bem-organizado! – respondeu quase no mesmo tom de ironia.

 - O senhor sabe como é. Ninguém é inteiramente desleixado. – O sorriso de Taehyung se alargou.

- Claro que não. – Respondeu o general, e apoiou instintivamente a mão no cabo da espada em sua cintura. Taehyung começou a brincar com uma faca, passando-a de uma mão para outra.

- E então, General Edward... a que devo a honra de sua visita?

- Vossa alteza, fui informado que o senhor esteve armando uma invasão contra nosso reino. E nosso rei nos enviou para que pudéssemos ter uma conversa diplomática.

Taehyung pareceu chocado. Pareceu. Ergueu uma das sobrancelhas e fez um biquinho.  

- E eu posso saber quem lhes deu essa informação ludibriadora? – perguntou o príncipe, mexendo na faca, ainda recostado em seu trono.

- Lorde Eeron, alteza. – Eeron deu um passo à frente – ele esteve em visita á sua província semanas atrás.

- É, ele me visitou, sim. Pensei que fosse a última vez.  Lord Eeron! Como vai? – fingiu entusiasmo.

- Seu desgraçado aparente! – Eeron gritou. Não precisava muito para que ele perdesse o controle. -  General, ele quase me matou! E me disse que atacaria nossa Petrovia em breve! Veja, ele está cheio de guardas!

Antes que Taehyung pudesse responder à calúnia, as portas do Grande Salão abriram-se novamente.

- Uhg! Quanta bobagem. – A voz entediada de Seokjin ecoou no salão, junto com os barulhos de pés adentrando ao espaço.

O olhar de todos foi redirecionado, foi impossível não perceber o espanto de Eeron e do General Edward. Na verdade, até Taehyung ficara surpreso. Ele olhou para Victor, que assentiu cuidadosamente. Taehyung não sabia se entrava em pânico pela possibilidade de os irmãos descobrirem tudo o que lhe aconteceu ou se abraçava Victor pela grande ajuda. Ter os irmãos ali poderia fazer com que o General e até mesmo Eeron repensassem na ideia de atacar. Era gente demais.

- Por que atacaríamos Petrovia? – Seokjin prosseguiu.

- Quer dizer, fomos reinos parceiros por tanto tempo. Embora nossa aliança tenha acabado devido à questão de recursos minerais, lutamos juntos na guerra da Esmeralda, pensei que entre nós ainda houvesse respeito. – Completou Namjoon.

- Ótimos pontos, era o que eu iria dizer, irmão – Taehyung completou.

O general não disse nada, nem Eeron.

- General Edward, é bom vê-lo. – Jimin se pronunciou.

- Jimin, é bom vê-lo também. – Fez uma reverência curta – Vossa alteza – voltou-se para Jungkook-, meus parabéns pela posse.

- Agradeço, General. O que realmente está acontecendo aqui?

- Senhores – Edward começou a falar – a questão é que Lord Eeron diz ter sido atacado em vossa província – olhou para Taehyung – e alega ter ouvido rumores de guerra. Meu Rei enviou-me apenas para verificar a situação e resolvê-la da melhor maneira possível.

- Como meus irmãos pontuara, General, não há por que guerrear com Petrovia. Acho que o Lorde deve ter se enganado. – Taehyung encostou os cotovelos nos joelhos e apoiou o rosto entre as mãos, parecendo entediado.

Quase foi possível ver Lorde Eeron soltar fogo pelas narinas.

- Ah, e então o que significa a presença de todos esses guardas aqui?!

- Bobagem! – Seokjin falou- todo mundo sabe que monarcas ficam sem graça quando andam sem comitivas!

- E quanto ao meu rosto! Todos conseguem ver as marcas! Foi você quem fez isso! Fez isso comigo e matou Coriane!

- Ei! Comece a medir suas palavras, você está diante de um príncipe! – Yoongi interferiu pela primeira vez, e não pareceu muito paciente em seu tom de voz.

Eeron ignorou as palavras de Yoongi, e voltou a gritar com Taehyung.

- Se você é homem, assuma o que fez! Assuma que tentou me matar e assuma que matou Coriane enquanto ela estava sob sua estadia, assassino! – gritou

Dessa vez foi o general quem tratou de segurar Eeron. “Não nos coloque em apuros” o disse.

- Taehyung, pode explicar isto? Do que ele está falando? – Hoseok também se pronunciou pela primeira vez.

Taehyung respirou fundo. Permanecia com a face inabalável. Levantou-se do trono e começou a descer as escadas, abrindo caminho entre a muralha de guardas vestidos de cinza que o acompanhavam, até o centro, onde seus irmãos, Lord Eeron e o General estavam. Parou em frente à Eeron que estava sendo segurado pelo general. Era um pouco mais alto que ele, o que deixou sua imponência ainda maior.

- Eu lhe disse para parar de beber tanto, Lorde. Isto ainda irá lhe causar sérios problemas.

- Mentiroso! – Gritou o Lorde, avançando em cima de Taehyung com tudo, no entanto, ele quase enfiou a si mesmo na ponta de duas lâminas afiadas. Taehyung não moveu um único dedo. Não precisara. Jungkook e Yoongi entraram em sua frente com espadas apontadas para Eeron.

- Mais um passo e isto aqui se tornará um caos – ameaçou Yoongi.

Ao passo de Jungkook, os arqueiros de Goldenwall e Romaduke arquearam seus arco e flechas. Esgrimistas retiraram suas espadas.

Se houvesse uma guerra, talvez Eeron conseguisse machucar Taehyung, ou a qualquer um dos irmãos dele, mas nenhum Petroviano sairia vivo. O salão estava cheio e o General e o Lorde estavam em imensa desvantagem. Ninguém gostaria de lutar. Mas lutariam, se necessário.

- Lorde Eeron, chega! – foi a voz do general, dessa vez mais firme. – Peço perdão, altezas. Acredito que tudo isso não passou de um mal-entendido. Peço desculpas em nome de Petrovia por todo o transtorno causado. Gostaria de Retornar, caso vossa alteza permitir. – Olhou para Taehyung. – E manter a relação de respeito entre Kinghago e Petrovia, se assim os senhores desejarem.

- É claro, General. – Taehyung concordou. – Aceitamos suas desculpas sobre o mal-entendido.

- E esperamos que não se repita. – Yoongi reforçou.

- Não irá se repetir alteza, tenho certeza de que o Rei tomará as providências necessárias a partir do feito de hoje. – O general olhou de relance para Lord Eeron, que agora era segurado por dois guardas petrovianos.

Não precisou ser dito, mas com certeza Eeron não receberia uma punição simples por quase ter causado uma guerra. As más línguas já diziam que ele estava em meus lençóis com o Rei Augusto, de Petrovia. Novamente, o General Edward pediu desculpas em nome de seu reino e a partir da autorização dos príncipes ali presentes, ele e seus soldados se retiraram do palácio.

Somente quando eles saíram Taehyung conseguiu respirar aliviado.

Havia dado tudo certo.

Sem guerras e, aparentemente, sem Eeron pelo resto de sua vida.

No entanto, ele era o único que parecia extremamente tranquilo com a situação.

- O que diabos foi aquilo?! – Falou Namjoon. Era uma pergunta, mas não parecia uma pergunta.

- Taehyung! Você deu um susto em todo mundo! – disse Jimin.

- Desculpem, não quis assustar ninguém. – respondeu.

- Enfim, seja lá o que tenha feito, não faça mais, ouviu?! – disse Yoongi.

- Você bateu mesmo naquele rapaz? – perguntou Jin. Taehyung deu de ombros – Por quê?

- Por que acha que eu bati? – respondeu

- Por que você não está nos respondendo? – Rebateu Jin.

- O homem é maluco, só isso. Eu sei lá por que ele achou que eu bati nele.

- Victor. Nos diga a verdade. Sabemos que você sabe. – Namjoon olhou para Victor, que não saíra do lado do trono de Taehyung em momento algum.

- Haha! – riu Jimin – Você sabe que perguntar para Victor é a mesma coisa de perguntar para uma porta, não é? Sem ofensas, Victor.

- Não me ofendi, alteza.

- Enfim, como eu disse. O que quer que tenha feito, não faça de novo, não nos cause problemas. Poderia ter acontecido uma guerra aqui. O homem estava cheio de ódio.

- Não se preocupe Yoongi, manterei as coisas nos eixos. – respondeu Tae.

- Ótimo. Esperamos que sim.

Todos eles se despediram e viraram as costas para ir embora com seus respectivos exércitos, entretanto, quando Taehyung sentou-se em seu trono percebeu que um dos seus irmãos não havia se movido do lugar e encarava-o de cima a baixo com os olhos estreitados.

- Obrigado pela ajuda, Jungkook. Não imaginei que viria.

- É claro que eu viria. – respondeu.

- Bem, obrigado. É bom saber que apenas de tudo posso contar com você. Lhe devo um favor.

Jungkook ignorou as palavras de Taehyung e aproximou-se do trono, onde Tae estava sentado.

- Coriane... era a mulher de vermelho, não era?

Taehyung ficou pálido no mesmo instante e Victor não escondeu a surpresa. Jungkook era tão jovem e disperso. Taehyung não achava que ele poderia se lembrar.

- Não sei do que está falando.

- Você sabe, Tae. É claro que você sabe.

Jungkook tinha treze anos quando saíra escondido do palácio central e fora parar em Montpitton, visitando Taehyung. Coriane estava no palácio nessa época, e estava quase sem roupa alguma nos braços de Taehyung quando ele foi informado que o principezinho estava lá lhe fazendo uma visita. Jungkook não chegou a ser apresentado para ela, mas lembrava de tê-la visto, tê-la achado bonita e perguntado ao irmão quem era. Taehyung só disse o nome para o irmão caçula.

Ele lhe perguntara:

- Ela é a sua amante? Mas nós não podemos ter amantes! É a lei número...

- Eu já sou um regente, espertinho! – Taehyung lembra de tê-lo respondido enquanto bagunçava o cabelo do menor.

Nem Taehyung nem Victor realmente imaginaram que aquilo seria memorável para Jeon.

Depois de um silencio terrível, Jungkook continuou.

- Seja lá o que realmente tenha feito com ela...

- Eu não fiz nada! – a voz de Taehyung ecoou um pouco mais ríspida que o normal. Seu autocontrole se fora um pouco. Foi culpa dela, ele quis dizer, mas Jungkook não sabia da história, ninguém sabia. As mãos dele apertaram o trono.

Jungkook percebeu. Mudou sua fala. Não queria irritá-lo. Seja lá o que Tae tenha feito, Jeon sabia que ele não era ruim.

- Seja lá o que tenha acontecido, quero que saiba que deve ter tido seus motivos. Ninguém jamais ficaria contra você, Taehyung.

- Já disse que não sei de nada.

Jungkook ficou em silêncio novamente, mas logo falou.

- É claro... – outro momento de silêncio entre os dois- bem, eu espero que tenham um bom dia.

Jungkook virou-se e assim como os outros, foi embora.

Quando ele saiu, Taehyung e Victor se olharam, perplexos. Entretanto, o olhar de Victor mudou para o que parecia a expressão de um pensamento diferente. E Taehyung entendera, obviamente. Victor tinha lançado aqueles olhares para ele a vida inteira.

- Se eu contasse, teríamos problemas. – disse o príncipe ao mordomo.

- Eu acho que não. Coriane fora importante para você, mas não era importante para estes homens a ponto de eles colocarem a própria vida em risco. – rebateu Victor.

- Fale pelo General e pelos homens dele. Os coitados nem devem saber quem ela era.

- Eeron pode parecer burro, mas nós sabemos bem que ele não é.

- Eu penso o contrário. Ele me atacaria, se o General deixasse.

- Ele e o General seriam mortos se ele lhe atacasse.

- Pois, é. Os meninos pareciam estressados hoje.

- Você é o único que tem paciência para estes conflitos, alteza. Não é novidade que seja o único que mais os cause.

- Ei! Não fui eu! O homem literalmente armou um exército por causa de uma briguinha de nada.

Victor estreitou os olhos e analisou bem a postura de Taehyung no trono antes de falar.

- Eu não sei o que a princesa fez, mas prefiro o senhor com esses pensamentos do que os de antes.

Taehyung deu de ombros.

- Talvez eu realmente não tenha sido tão culpado quanto pensava.

- Foi o que passei a vida o tentando dizer.

Taehyung fez um biquinho, como se estivesse pensativo e depois deu de ombros novamente e levantou-se do trono, passando por Victor e dando um leve aperto em seus ombros.  

- Então fico feliz que não precisará passar o resto da vida repetindo – O mordomo sorriu – Agora que resolvemos tudo, preciso subir.

- Faça isso, alteza, ela estava muito preocupada com o senhor. – Taehyung parou, virou-se para ele com as sobrancelhas arqueadas.

- Você encontrou com ela na torre?

- Na torre não, na descida para os estábulos.

- Mas eu disse que ela fosse para a Torre. Não me diga que...

- Ela retornou, alteza. Estava à minha procura, queria que eu o ajudasse.

- Hm... bom saber.

 

O príncipe deu às costas novamente, tomando o rumo de antes, direto para a torre, onde sua noiva o aguardava ansiosamente. A garota, confinada dentro do quarto e vigiada por dois soldados na porta e por suas damas de companhia, andava de um lado para o outro, roendo as unhas quando Taehyung entrou no quarto.

Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ela se jogou em seus braços, abraçando-o o mais apertado que podia. Só Deus sabia o quanto ela que estava feliz por vê-lo ali, inteiro, sem nenhum arranhão ou qualquer que coisa que indicasse algo errado. _____ deu o maior dos sorrisos e mesmo quando eles se afastaram, ela o olhou, sorriu e o agarrou de volta pela cintura.

Taehyung começou a gargalhar.

- Eu também amo você, mas está me sufocando.

- Desculpe – soltou-o, rindo junto com ele – eu me empolguei um pouco.

- Veja bem, como vou reclamar com você se sorri para mim desta maneira? – passou a mão pelo rosto dela acariciando-o.

- O que aconteceu, Taehyung?

- Nada demais. Eeron estava fazendo baderna.

- Seus irmãos lhe ajudaram?

- Bastante, embora eu achasse que não fosse dar em muita coisa... Ele me acusou daquilo... Eu neguei.

- Foi melhor, acredito.

- Victor queria que eu falasse para os meus irmãos. Ele acha que eles entenderiam.

- Eu não os conheço, mas eu acredito que Victor esteja certo. Ele deve conhecê-los bem.

O príncipe ficou em silêncio.

- Mas não precisamos falar disso agora – foi a vez dela segurar em seu rosto – e não precisa falar se não quiser. Só me prometa que tudo ficará bem, a partir de agora.

Ele sorriu novamente e passou as mãos em volta dela.

- Tudo vai ficar bem, ele não vai mais nos incomodar. Estamos livres.

______ retribuiu o sorriso.

- Nada e nem ninguém pode nos impedir, agora – ele completou.

- Eu te amo. – Disse. Os olhos do príncipe brilharam, como um mar de estrelas em meio ao céu escuro. – Mais do que tudo neste mundo.

Ainda sorrindo, Taehyung pôs a mão dentre os cabelos dela e a beijou, como se fosse a primeira vez, fogos de artifício explodiam em milhares de cores em seu estômago.

Ele a amava.

Ela o amava.

E eles estavam livres para viverem, quem sabe, um felizes para sempre.

 

 

Fim


Notas Finais


É isso meus amores! ♥
Eu espero do fundo do coração que vocês tenham gostado!
Vou pensar na possibilidade de um Bônus mais romântico - embora eu ache que eu sou MUITO ruim em desenvolver romances - mas não garanto muita coisa. Meu amigo acha que eu coloquei um Cavalo de Troia no meu notebook (eu nem sabia o que era isso, e nem sei como diabos que eu coloquei, mas é a vida).

Deixem suas opiniões sobre este último capzinho ♥♥♥
Confesso que a príncipio eu tinha preparado uma guerra gigantesca e muito drama para o cap final, mas eu acordei na paz do senhor esses dias, e fiz a modificação para um final mais clean ;)


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