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História A Consciência Além do Tempo - (Reescrevendo) - Motivos e confissões


Escrita por: Melousa

Capítulo 16 - Motivos e confissões


Harry estava andando com o mapa aberto para ter certeza de que Riddle não se moveria mais. Tinha que tomar muito cuidado para não deixar os outros alunos virem.

Assim que chegou na sala comunal da Sonserina, foi direto em direção ao seu quarto, entretanto, foi parado por Órion nas escadas que se recusou a deixar o menino passar até que este o escutasse. 

– Black, estou com pressa. Seja o que for fala rápido.

– Nós precisamos discutir como que vamos fazer a nossa parte. – Órion se aproximou mais do rapaz e prosseguiu aos sussurros – você sabe, na causa.

Harry quase revirou os olhos. Os outros sonserinos já haviam iniciado suas tarefas no plano, a prova disso era vários alunos cabisbaixos andando nos corredores e a diminuição drástica de pontos que a Sonserina levava.

– Outra hora, por favor. Eu preciso falar com o Riddle agora.

– Oh – Black ficou surpreso – Certo, mas venha me ver pela noite.

Potter percebeu que havia algo no olhar do outro moreno. Como uma espécie de dúvida ou confusão. Suspirou:

– O que eu disse de errado?

– Nada, é só que... Sei lá, você mal chegou e parece que é o favorito. – Pela cara que Harry fez, era mais que óbvio que não entendia aquilo, então Órion continuou – Todos tentamos impressioná-lo, não é sempre que alguém com o sangue do próprio Salazar mora debaixo do mesmo teto que você. Então quando você tem a chance de fazer algo maior, simplesmente faz. Fiquei realmente lisonjeado quanto Tom me chamou para ser um cavaleiro de Walpurgis.

Cavaleiros do quê... Esse aí é o nome do grupo?! Que vergonha...

– Entendi, Órion, mas eu não sou o favorito. Nem me esforço tanto assim para surpreender o Riddle.

– Exatamente! Tá tão na cara que você não liga para isso, e mesmo assim ele deposita a maior confiança! Todos viram o modo como ficou repudiado quando Tom anunciou que nós faríamos o mais importante. Nunca tinha ficado com nada desse nível antes. Mas Harry, você o contrariou como se fosse a coisa mais simples do mundo... e há punição para isso. 

– E por que que acha que fui obrigado a ficar na câmara enquanto o resto das pessoas iam embora?

Órion abriu a boca para falar, mas logo se arrependeu. Harry achou melhor inventar aquilo do que deixar pensarem que o garoto de fato fosse o favorito. Ele não achava que Tom criaria um caso pela mentira.

Potter deu de ombros e pediu licença para que pudesse passar, Black consentiu e desculpou-se pelo transtorno. Por mais que Órion não gostasse, sabia que existia um parte egoísta dentro de si que ficou contente ao saber que Harry havia sido torturado. Em sua cabeça, parecia justo.

Enquanto isso, o ex-grifinório subiu as escadas até parar na porta do dormitório. Abriu a porta meio entreaberta e viu Riddle sentado na própria cama, curvado, apoiando os cotovelos nas pernas e mantendo seu rosto abaixado em direção ao chão. Parecia pensativo.

– Tom? – Potter chamou encostando a porta – Tá tudo bem?

Riddle levantou o rosto e suspirou visivelmente cansado e fazendo sinal para que o mais novo se aproximasse:

– Harry, precisamos conversar.

A voz do rapaz saiu tão fria que o jovem Potter se surpreendeu. Fazia tempo que o mais velho não reservava aquele tom para si.

– Aconteceu alguma coisa?

– Me diz você. 

Aquela conversa estava estranha. Harry começou a se lembrar do que os seus colegas de quarto disseram sobre o mais velho estar irritado consigo.

Droga, então os idiotas falavam a verdade?!

– Tom, pode ser mais específico por favor?

O sonserino riu ironicamente:

– Apenas me diga: Fez alguma coisa escondido? Me responda com sinceridade.

– Mas do que...

– Confesse por vontade própria e prometo ser razoável.

Harry piscou, confuso. Realmente o rapaz estava com raiva de si. Ele começou a pensar em tudo o que fizera desde que as aulas haviam começado para tentar entender o que estava se passando. E então uma luz acendeu o óbvio em sua cabeça.

 O diário...? Será que Avery me viu mexendo?

– Riddle, realmente... – Começou Harry antes de se tocar que não podia falar que havia pego o diário. Não queria ter que explicar o que aconteceu e tinha plena certeza que o garoto não acreditaria em nenhuma mentira. E se não fosse isso? E se não se lembrava de outra coisa que fizera, contava, e o mais velho ficasse ainda mais furioso?

– Vou perguntar pela última vez. Fez algo escondido? A hora de falar é agora. Não me deixe descobrir sozinho.

Potter piscou algumas vezes escondendo sua aflição. O rapaz suspirou profundamente antes de começar a falar.

– Bem, só consigo lembrar de uma coisa...

Tom recuou seu corpo e arregalou um pouco seus olhos. Em seu interior esperava que aquilo fosse mentira, que o mais novo não tivesse feito nada.

– Fale.

– Eu meio que... Peguei o seu diário – Harry fechou os olhos esperando que o garoto ao lado explodisse.

Tom se levantou e ficou dando voltas pelo quarto, visivelmente agitado.

– Por que?! O que você estava procurando afinal?!

Até aquele momento, Tom achava que Harry sabia tudo sobre o que aconteceu no passado, mas se ele precisou mexer no diário, ficava evidente que algumas coisas ainda eram desconhecidas pelo rapaz.

Potter não respondeu. Em nenhum momento havia pego o pequeno caderno na intenção de prejudicar o mais velho, mas como faria para explicar? Não podia simplesmente dizer que foi para descobrir um feitiço que sabia que o mesmo planejava fazer. 

Riddle segurou o braço do ex-grifinório com brutalidade já que o garoto não havia respondido a pergunta.

– Anda! Eu quero uma explicação!

Tom sacudia o menino que visivelmente ficava mais e mais assustado. Chegar àquela situação era tudo que Harry mais temia. Enquanto o sonserino insistia em arrancar-lhe um resposta, uma mágoa enchia o seu peito.

Eu consigo virar amigo dele e então coloco tudo a perder. Brilhante, Harry, você conseguiu de novo...

 Riddle batia na mesma tecla, querendo  uma explicação. Potter simplesmente balançou a cabeça em negativo, sabendo que não tinha como dar nenhuma.

– Harry, eu confiei em você! Nunca tinha confiado em ninguém!

O mais novo sabia que com o rumo que aquela conversa estava sendo levada, a relação que tinham desapareceria em um piscar de olhos. Precisava se decidir entre falar a verdade ou não.

Tom o soltou e perigosamente apontou sua varinha para o mais novo:

– Espera Riddle, o que vai fazer?

– Você disse que éramos amigos... mas amigos não traem a confiança uns dos outros. 

– Me torturar não vai te fazer se sentir melhor.

O mais velho riu com aquela afirmação.

– Engraçado, sempre me sinto melhor depois de torturar meus seguidores.

– Mas nenhum dos seus seguidores é seu amigo!

– E nem você! Crucio

Harry começou a se contorcer no chão. Se observar a agonia de Avery era ruim, vivenciá-la era mil vezes pior. O menino sentia como se todos os seus ossos estivessem sendo esmagados. Contudo, em menos de cinco segundos, Tom abaixou a varinha.

Não queria admitir, entretanto realmente não se sentia melhor com aquilo.

É o que dá confiar nas pessoas. Nunca precisei de um amigo antes, por que fui acreditar nessa tolice?!

Riddle observava o garoto ofegante no chão, tentando recuperar o fôlego. Quando fez menção de levantar a varinha outra vez, Harry indicou que explicaria.

– Não estava tentando te prejudicar, Riddle... Apenas... tinha uma coisa que precisava descobrir.

– E não passou pela sua cabeça me perguntar?!

– Você nunca me responderia... – sussurrou tão baixo que Tom teve que fazer muito esforço para conseguir ouvir – Eu vou ser sincero... 

Nem sei como contar...

Riddle se sentou no chão, um pouco afastado do menino que por sua vez se arrastou até conseguir apoiar sua coluna na cama mais próxima.

– Sou todo a ouvidos.

– É meio complicado... – Suspirou cabisbaixo sem conseguir sustentar o olhar do rapaz. – Quando eu estava no segundo ano, conheci uma versão de você... frio, cruel, calculista e completamente isento de emoções. – Não queria entrar em tantos detalhes do futuro, mesmo assim continuou – fez coisas terríveis... me contou coisas terríveis... tentou me matar de um jeito impiedoso.

Tom estreitou os olhos sentindo-se culpado. Não queria sentir nada em relação ao garoto à sua frente, mas conforme ele falava sentia-se mal. E se odiava por isso.

–  Quando eu te conheci aqui, tinha muita raiva acumulada. Mas aos poucos fui te conhecendo e... não sei, achei que merecia uma chance. É tão confuso... vicê consegue ser bem diferente do Tom Riddle conheci aos doze anos. Ele era repugnante enquanto você consegue ser... um bom amigo.

Tom fechou os olhos atordoado. o menino mais novo engoliu em seco, evitando derrubar lágrimas.

– Então esse foi o monstro que conheceu no seu tempo... eu pedi para que você tentasse diferenciar.

– E eu consegui! Mas não pode me culpar por ter medo desse monstro voltar – Finalmente ambos se encararam – Essa nem de longe foi a pior coisa que me fez...

– Pior do que tentar te matar?!

– Bom, não havia sido a primeira vez. Mas continuando... – Harry limpou a garganta antes que sua coragem Grifinória sumisse –  Toda aquela... frieza... Tinha a ver com um feitiço que você fez. tantas vidas maltratadas, eu só queria saber o que causou aquilo. Mas não foi pensando só em mim ou nas pessoas que se machucaram. Eu estava pensando principalmente em você! 

Riddle piscou confuso:

– Como?

– Você se auto destruiu Tom... –  Harry limpou uma lágrima que insistiu em escorrer. O mais velho sentiu-se enjoado ao ver o menino chorar outra vez por sua causa – Antes dessas coisas acontecerem eu já tinha te visto... uma outra versão sua... um parasita que mal era capaz de se manter vivo... Era obrigado a depender do corpo de outra pessoa...

Tom engoliu o bolo que se formou em sua garganta. Tentava encontrar qualquer sinal que indicava que toda a história contada era mentira. Mas sua busca foi em vão.

– Harry, eu.. 

– Por isso eu peguei e li algumas coisas do seu diário... só queria tentar impedir tanta calamidade. Mas não consegui descobrir nada concreto.

O modo como o menino narrou, automaticamente fez Tom pensar nas horcruxes que planejava criar. Era provável que o garoto tivesse conhecido duas das partes de sua alma, mais precisamente a que planejava guardar no diário e seu futuro corpo.

– Eu tinha essa mesma aparência? Quando você tinha doze anos?

Harry piscou algumas vezes pensando se deveria contar ou não. Por fim, confirmou balançando a cabeça.

– Uma lembrança de dezesseis anos.

Tom suspirou irritado consigo mesmo. Apesar de uma parte sua não conseguir culpar o menor por ter chegado a tal ponto, ainda sim não conseguia simplesmente perdoá-lo. Se levantou, ainda segurando sua varinha, e começou a rodar outra vez. Precisava refletir. Nunca havia se importado com ninguém para ser tão difícil tomar uma decisão. Normalmente sua razão falava e ele ouvia, e, naquele momento, ela insistia que devia torturar Harry até que o mais novo tivesse mais medo de si do que das versões que conheceu na década de 90. Entretanto, seu coração que nunca opinava sobre nada, decidiu se manifestar tanto quanto sua mente. Implorava que perdoasse e pedisse perdão ao rapaz para que  assim aumentassem ainda mais os laços que criaram.

– Eu preciso pensar...

E com isso Tom se dirigiu para a porta, a fim de procurar um lugar para ficar sozinho.

– Riddle, espera, por favor... – Harry ignorou seu corpo dolorido e se levantou indo atrás do mais velho. 

Tom parou na porta novamente apontando a varinha para o menino.

– Não me siga. Se sabe o que é melhor para o seu bem.

Com isso, o sonserino deixou o quarto, deixando Harry nervoso com o que o rapaz poderia fazer estando de cabeça quente.



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