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História A Consciência Além do Tempo - (Reescrevendo) - Diário: Razão x sentimento


Escrita por: Melousa

Capítulo 17 - Diário: Razão x sentimento


Tom seguia até o banheiro feminino do segundo andar. Contudo, as escadas mudaram o levando alguns andares acima. O menino não se importou, andar pelo castelo também era bom para pensar. Sua mente estava cheia por conta da discussão que tivera com Harry. 

Depois de virar alguns corredores e subir mais um pouco, acabou por alcançar o sétimo andar e virar à esquerda. Riddle suspirou fundo se escorando na parede, aproveitando que não tinha ninguém ali. Fechou os olhos e passou a mão nos cabelos perturbados. Realmente queria que seu espírito se acalmasse. Necessitava que seu espírito se acalmasse.

Então, ouvindo seu desejo secreto, uma porta se materializou na parede, obrigando Tom a levantar. A passagem ia criando forma, convidando o sonserino a entrar.

 – Então, essa é a sala precisa...

Riddle adentrou o local, sem entender muito o que aquilo significava. O chão estava coberto de livros, assim como as prateleiras que preenchiam todas as paredes. Havia uma poltrona esverdeada no centro da sala, próxima a uma lareira acesa. O lugar em si não era muito espaçoso, mas incrivelmente aconchegante. Tom sempre se sentiu melhor perto de livros.

Claro... Eu necessito de um lugar que me ajude a colocar minha confusão em ordem. E aqui está...

Pela primeira vez naquele dia o rapaz abriu um sorriso de alegria. Andou até a poltrona, apreciando o conforto, tirando seus sapatos e capa para que pudesse ficar ainda melhor. Se livrou também do colete e afrouxou a gravata.

Ao mesmo tempo que Riddle encostou suas costas, um álbum se materializou no seu colo. Ele começou a olhá-lo, sem entender muito o que era aquilo, até que o abriu virando algumas páginas. Acabou ficando surpreso com a fotografia que havia encontrado ali.

Era uma imagem acinzentada, do dia que que ele e Harry se tornaram amigos. Mostrava os dois garotos comendo o bolo no aniversário do mais novo, mantendo uma conversa agradável. Tom engoliu parte de seu orgulho ao sentir seu coração doer. 

Mas como isso é possível... Não tiramos nenhuma foto naquele dia...

 Talvez no fundo de seu ser, o rapaz soubesse a resposta. A sala precisa fornecia aquilo que alguém necessitava demais. Não tinha a ver com vontade ou querer igual ao cômodo da câmera secreta e sim de precisar. E Tom, naquele momento, necessitava de ver aquilo que sua mente e razão teimavam em querer esquecer.

Virou mais algumas páginas. O mais curioso daquelas fotografias era o fato de que elas emitiam sons. Tudo que os dois garotos falavam era escutado. Em seguida, viu o dia anterior à volta às aulas. Harry encheu a sua paciência para que conversassem sobre os outros alunos. No fim, Tom acabou por ceder e mostrou a foto de seus colegas de quarto. O sonserino se arrependia um pouco disso, preferia ter mostrado fotos de Dorea e Órion por exemplo, já que o mais novo acabaria por se dar tão bem com eles.

Se sentiu ainda pior ao pensar que Avery, o idiota que insistia em desafiá-lo, estava certo sobre o menino ter mexido no diário, porém, ao mesmo tempo que pensava nas razões de Harry, não conseguia evitar se sentir culpado. Sabia que se fosse o contrário, teria feito mesmo.

Outra foto, agora Tom enxergava o primeiro dia de volta ao castelo. E via um cena que não estava presente. Harry escutava atrás da porta Albert, Lestrange e Malfoy conversarem. Tirando Chris, os outros falavam mal de si e do mais novo. Tom percebeu que o jovem Potter não aturava mais escutar tanta baboseira quando este revirou os olhos e simplesmente entrou, passando a se auto defender e também a Riddle.

Aquela imagem durava mais tempo. Toda a discussão passava diante dos olhos de Tom e finalmente ele pôde entender porque Avery ficara tão irritado com o mais novo. Não era todo dia que aquele excêntrico escutava que era inferior a um “mestiço imundo” e ainda era mandado para um lugar não muito agradável. Riddle viu tudo aquilo, até mesmo o momento que entrou ficando entre Albert e Harry. Quando visualizou seus olhos vermelhos e a lágrima escorrendo pelo rosto do jovem Potter, respirou fundo tentando amenizar o remorso que sentia. Entretanto, isso não durou muito tempo pois a foto acabou alterando sua imagem e mostrava ele e o menino no cômodo escondido da Câmara Secreta. Ainda era o mesmo dia e Tom não evitou dar um sorriso ao ver a si mesmo e a Harry se provocando como bons amigos fazem.

Eu havia esquecido que ele me defendeu... E acabei por torturá-lo...

Aquilo já estava sentimental demais. Ao menos Riddle virou as páginas passando para a próxima foto. Agora via a si mesmo e a Potter, ainda no cômodo, mas o moreno mais novo estava boquiaberto por descobrir sobre seus futuros avós. 

– É verdade que ele ficou alegre com a notícia – disse em voz alta, ao ver e escutar Harry dizer que só faltava conhecer Charlus Potter – disse que guardaria as lembranças felizes...

Tom suspirou chateado. Ele e o menino haviam tido uma pequena discussão naquele dia. Ele se arrependeu de ter demonstrado sua frustração com a dificuldade em realizar um patrono, porém, vendo de outro ângulo, pôde perceber coisas que não havia no  visto durante o momento. Harry ficou na defensiva segurando a varinha, parecia que ia dizer alguma coisa. O mais novo estava bem irritado com a atitude de Tom e acabou deixando de lado o que queria falar.

 Me pergunto o que era... Devia ter percebido no dia.

Então, automaticamente, sem que Riddle virasse a página por si mesmo, o álbum fez isso por vontade própria e exibiu mais uma fotografia. Aquela era a mais recente, tratava-se do treinamento de legilimência falho de Harry.

Ao ver o menino voltando para a realidade, com lágrimas molhadas de preocupação, o que restava do orgulho de Tom acabou por se converter em dor. Harry mal conseguia falar direito, o que afligia  o Riddle da imagem e o Riddle que assistia a tudo aquilo.

O rapaz escutava a si mesmo dizendo o motivo de ter liberado a lembrança com  a Amy Benson para a mente do outro moreno. Sentiu um incrível nojo de si por ter torturado o menino ao escutar outra vez Harry dizer que doía vê-lo machucado. Naquele momento, Tom não aguentou e deixou uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto. Sentiu-se fraco pois não chorava desde os dez anos, mas isso não deveria importar naquele momento.

Como eu pude ser tão estúpido...?

Aquela era a última foto, e, enquanto via o final dela, consigo mesmo pegando no sono em uma posição tremendamente desconfortável e de forma desajeitada, Tom resolveu qual decisão tomar.

Ele ignorou pela primeira vez na vida a sua razão e decidiu que manteria a amizade com Harry. Perdoava o menino pela invasão de privacidade, porém sabia que ele mesmo deveria pedir perdão. Torcia para que Harry não guardasse ainda mais rancor de si.

A foto imediatamente sumiu. O moreno não necessitava mais de ajuda. Contudo, antes que pudesse se levantar e sair dali, o álbum virou várias páginas com violência, exibindo o momento que o sonserino deixara o quarto para pensar melhor. Mas ao invés de permanecer seguindo os passos de Riddle, a foto continuou mostrando o dormitório. Ele viu Harry se sentar na própria cama e passar as mãos pelo cabelo abalado pela briga. Alguns segundos depois um barulho foi ouvido e a porta do quarto foi aberta e fechada. Avery havia chegado.

De início, Tom não entendeu o quê os dois conversavam, já que falavam algo sobre superioridade, mentiras e por fim Albert declarou que ninguém o humilhava como Harry havia feito.

Tom se apressou em sair da sala precisa com o que viu em seguida. Avery colocou um feitiço silenciador no quarto e avançou no menor que estava debilitado pelo crucio que recebera. Mas o rapaz mais velho da imagem não estava segurando sua varinha.

Riddle partiu de volta ao dormitório ao ver as mãos de Albert no pescoço magro de Harry.



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