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História A Consciência Além do Tempo - (Reescrevendo) - Tortura... Reencontro... Confiança


Escrita por: Melousa

Notas do Autor


Moçoilas e moçoilos, vcs decidiram que o Harry vinha primeiro. Aqui estamos então 💚

Capítulo 39 - Tortura... Reencontro... Confiança


Harry apoiou a cabeça de Christopher em sua perna. O garoto gemeu de dor com o movimento. Sua visão estava turva, não reconheceu o mais novo de imediato.

– Por Merlin, ainda bem que eu te encontrei.

Lestrange tentou abrir os olhos um pouco mais. Soube quem era pela voz.

– F-Foxworth...?

O ex-grifinório confirmou enquanto tentava deixar o menino o mais confortável possível. Sua vontade era de abraçar o sonserino, contudo, sabia que não era o melhor a se fazer devido ao estado que o maior se encontrava.

– Se você soubesse o quanto ficamos preocupados com você, Christopher... é bom vê-lo com vida.

Chris virou a cabeça de lado e enxergou o garoto de forma embaçada. Tentou sorrir, mas mesmo os músculos de seu maxilar estavam doloridos.

– P-por muito... pouco... não me achou... m-morto.

O Potter pediu para o mais velho evitar falar. Sua voz era gentil e doce. Tudo que Lestrange mais precisava ouvir. Era realmente triste o estado lastimável que o sonserino se encontrava. Estava muito pior do que quando Riddle o encontrou dias antes.

Os olhos do rapaz tinham dificuldades em permanecer abertos pois estavam inchados de tantos golpes que receberam no local. O roxo se alastrava pela bochecha esquerda em um vergão assustador. Pelas vezes que Harry pôde ver o menino falar, notou que alguns dentes não estavam ali. Porém, aquilo não parecia ser obra de uma série de socos, aparentava mais terem sido arrancados. Potter imediatamente se lembrou dos alicates que vira antes de achar o sonserino.

O moreno também sentia sua perna ficar quente e viscosa. Moveu com cuidado a cabeça de Lestrange só para constatar o que ele já sabia: O rapaz estava sangrando.

Esse deve ser o ferimento que o Tom tentou limpar. Mas parece muito pior do que a descrição dele...

Os dedos de Chris estavam em posições muitos suspeitas e flexíveis, o ex-grifinório logo constatou que haviam sido quebrados, um por um. A camisa do rapaz também estava manchada e encharcada de suor. Harry perguntou ao colega se poderia erguê-la rapidamente para examinar, o que Lestrange gemeu como resposta antes de assentir.

Mais vergões e marcas. O rapaz possuía cortes que não haviam sido tratados de forma certa e várias cicatrizes de furos. A pele de Chris também cheirava a carne queimada em alguns locais.

– Estou p-péssimo... c-como pode ver...

– Já pedi para não falar. Você não deve fazer esforço. Eu vou te tirar daqui, não se preocupe.

Harry tentou erguer o corpo do menino, mas isso apenas fez com que Lestrange gritasse. Acalmou o rapaz explicando que estava tentando carregá-lo da forma como podia para fora daquele lugar tenebroso. Quando foi tentar outra vez, Christopher balançou a cabeça negando.

– V-você... não vai conseguir. As minhas feridas doem mais do que um crucio...

– Mas eu não posso te deixar aqui! Seu abdómen e seu rosto precisam ser tratados adequadamente!

A voz autoritária e preocupada do menor motivou o sonserino a conseguir enxergar direito. Ver a expressão triste, caridosa e sobretudo cercada de empatia do mais novo, obrigou os lábios doloridos do sonserino a sorrirem.

–  S-se acha ruim... o que viu na minha barriga e na minha face... não olhe para as minhas costas. – Harry piscou algumas vezes sem conseguir conter sua curiosidade. Não era possível que houvesse algo pior do que aquilo que estava vendo – São elas... que me f-fizeram gritar...

Com a ajuda do jovem Potter, o maior conseguiu se sentar, apoiado no corpo do moreno de óculos. Alguns gemidos altos demais saíram da boca do castanho. Quando Harry ajudou a erguer a camisa do rapaz, seus olhos se arregalaram. Sua mão ficou paralisada no lugar.

A pele de Chris estava em carne viva, vermelha e sangrenta. O que restava do tecido adiposo branco do sonserino, estava manchado pelo sangue que escorria. Essas partes eram minúsculas, pareciam ter derretido, assumiram uma forma viscosa que desgrudava do corpo. A pele de Chris havia sido corroída. Pedaços de sua carne branca escorria pendendo na massa muscular exposta e avermelhada.

–  F-Foxworth... N-não faz eu me s-sentir pior... f-fale alguma c-coisa...

Harry demorou a responder. Havia coberto sua boca com as mãos, sentindo que podia vomitar. Engoliu o enjoo que sentia, aquilo ia traumatizar Lestrange ainda mais. 

– Como alguém pode ser capaz de fazer algo assim... – Mesmo Voldemort, Potter não se lembrava de ter ouvido falar em algo daquela categoria. Acreditava que o lorde raramente usava outro método de tortura além do feitiço cruciatus.

Chris fungou. Perguntou ao menor se poderia voltar a deitar em suas pernas, o que Harry assentiu depois de uma pergunta:

– Estamos na sala precisa. Por que não fez o que ela se materializasse em outro lugar?

– B-bom... F-faz só uma semana que eu soube... Q-que isso t-tudo era a sala precisa. Quando che-cheguei... da p-primeira vez... E-estava desacordado... não f-fazia ideia de que estava em H-hogwarts. Só d-descobri... p-porque consegui fugir em um m-momento. Eu b-bati a cabeça na parede e desmaiei quando a p-porta estava aberta... quando a-acordei... caminhei até achar o T-Tom.

– É, ele me contou. Não faz ideia do quanto ele se culpa por ter te deixado sumir outra vez. Avery também está preocupado.

Chris sentiu-se menos pior ao ouvir sobre os dois amigos. Principalmente porque agora  podia considerar Tom como seu amigo.

– É... d-depois que o Tom saiu... Eu só o-ouvi uma voz – Lestrange fungou e suspeitou antes de continuar – a voz... d-de Q-quem me fez tudo i-isso...

– Chris...

– Ele me p-puxou pelos ombros... C-começou a me ameaçar... Disse a-apenas que não poderia me p-punir no meio do corredor... Afirmou que eu receberia o que merecia... – lágrimas rolaram pelo rosto de Lestrange – Punição... Punição... Punição! Foi tudo o que escutei nos últimos m-meses...!

Harry limpou as lágrimas do maior. Apoiou a cabeça de Lestrange em si, não podia abraçá-lo.

– E apesar disso você ainda conseguiu deixar aquele feitiço no lenço. Foi como eu te achei.

– Encontrou m-minha bússola i-improvisada? – Lestrange olhou agradecido para o menino. – m-muito obrigado. Fiz na esperança de que o Tom encontrasse... Estou c-contente que t-tenha sido você afinal...

Potter sorriu. Sua paciência e gentileza para com o sonserino, fazia com que o castanho se sentisse mais confortável diante de toda a situação que enfrentava e de toda a dor que sentia.

– Mas Chris – começou Harry devagar – porque não materializou esse lugar depois que descobriu o que ele era?

– E-eu tentei. Ele percebeu...! A sala precisa... Não é imune a feitiços proibidos... A-aquele... C-cara... – Lestrange engoliu em seco. Pensar em seu carrasco particular lhe assustava como se o próprio estivesse parado em sua frente. – Lançou um um feitiço... N-não importa as minhas n-necessidades... A sala não vai me dar...

– Mas vai dar as minhas.

Harry fechou os olhos. Se concentrou na preocupação que sentia e no estado lastimável que via no corpo maltratado de Chris. Inspirou e expirou fundo. Pensava em tudo que o mais velho e si próprio precisavam naquele momento. Aos poucos conseguiu sentir a sala tremer e barulhos de coisas sendo criadas e destruídas. Sentiu Lestrange se mexer contra si, o maior ainda enxergava o que estava acontecendo. Quando Harry tornou a abrir os olhos, a sala precisa estava terminando de se materializar em um local amigável que não lembrava em nada o cativeiro de tortura anterior.

Se parecia com o quarto que Riddle costumava idealizar no cômodo escondido da Câmara Secreta, mas não havia nenhuma cama decorada com as cores da Grifinória. Em seu lugar, estava uma poltrona confortável que se materializou embaixo de Potter. A sala acabara afastando os dois jovens ao se tornar maior. O menino de óculos percebeu que as paredes pareciam endurecer e se converter em algum tipo de metal, deduziu que a sala entendera que a última coisa da qual precisavam era de que alguém entrasse ali, e o material do qual eram as paredes poderiam aguentar um bombarda tranquilamente. Cuidadosamente, uma cama branca foi sendo construída sob Chris. Quando a sala ficou pronta, o castanho estava deitado sobre um colchão confortável com Harry a seu lado na poltrona. Suas roupas também haviam sido transfiguradas em uniformes hospitalares.

– Acho que a sala entendeu que eu preciso te tirar daqui – disse o moreno empurrando a poltrona para mais perto da cama – e ela sabe que para isso, preciso aliviar o seu estado. 

O ex grifinorio viu a cômoda que também fora criada, colada ao pé do móvel que Lestrange estava. Vários livros levitavam em cima dela com páginas marcadas. Alguns voaram na direção de Harry, aberto em determinadas folhas e com palavras destacadas em negrito. Todos eram sobre medibruxaria. As gavetas foram abertas magicamente revelando vários utensílios hospitalares.

– O-o que i-isso quer d-dizer...?

Harry olhou para o rapaz enquanto pegava um dos livros que voavam. Haviam imagens que mostravam o que ele deveria fazer e todas elas mostravam justamente Christopher. Os livros foram criados especialmente para aquela situação.

– Quer dizer que vou ter que tratar de boa parte dos seus ferimentos antes de tentar te carregar para fora daqui.

--------

Já era domingo. Dois dias haviam se passado desde que Harry achara Christopher. Ambos os rapazes haviam tido noites difíceis.

Entre gritos misturados a gemidos de dor do sonserino e o desespero em fazer algo errado vindo de Potter, até que o tratamento de emergência estava dando resultados. Chris estava melhor.

Claro, suas costas ainda estavam desastrosas. Os músculos vermelhos ainda eram predominantes, mas ao menos o ex-grifinório havia conseguido ajeitar o que restava de sua pele originalmente branca, em um processo doloroso, mas rápido. Potter também tinha fechado os ferimentos abertos no abdómen e no rosto do rapaz, além de conseguir consertar os ossos quebrados. Mas os hematomas e vergões ainda predominavam, a face de Lestrange permanecia inchada. Entretanto, o menino conseguia enxergar quase completamente agora. Tudo isso foi possível pelos métodos, feitiços e poções mostradas no livros da sala precisa. Harry havia misturado alguns ingredientes e acabou fazendo uma poção que aliviava a dor do castanho, mesmo que não a fizesse sumir completamente. Agradeceu mentalmente a Slughorn e Snape por isso.

– Certo, acho que hoje a noite, vou poder te tirar daqui.

Christopher sorriu. Sua mandíbula ainda estava dolorida, mas já conseguia falar normalmente:

– Harry, sério... obrigado. – sua voz estava tímida, – eu sei que estou te dando trabalho...

– Nem ouse dizer isso. – Falou o moreno enquanto pegava um prato de cima da cômoda. Suas costas doeram um pouco ao se levantar, mal havia dormido, ficara sentado na mesma posição por muito tempo. – Trouxe o seu jantar.

As poucas vezes que Potter se levantou foi pra ir até a cozinha. Para o desespero de Lestrange que temia ficar sozinho mesmo que por pouco tempo. Mas Harry precisava trazer alimento para o castanho e para si mesmo, além de que, como sempre ia de madrugada para ter certeza de que todos os outros indivíduos do castelo estivessem dormindo, ele mesmo preparava o jantar. Com um livro materializado da sala precisa, já que ali estaria indicado o que Christopher poderia ou não comer.

– Pelo cheiro você é melhor com sopas do que com bolos – falou o maior rindo com dificuldade. Harry colocou uma colher do caldo em sua boca  – estou me sentindo uma criança...

Potter deu de ombros e balançou a cabeça:

– Seus dedos podem não estar mais quebrados, mas sua mão ainda dói, certo? É melhor que eu te ajude a comer.

– Eu sei... mas mesmo assim é um pouco constrangedor. – o moreno revirou os olhos e riu. Apesar de estar naquele estado, Lestrange ainda era um sonserino. Logo, era orgulhoso. 

– Ah, já que citou aquele dia com o bolo... – começou Harry aproximando outra vez a colher para o maior – foi só por causa disso que tivemos certeza de que alguém estava se passando por você.

– Como assim?

O moreno começou a explicar o que havia acontecido no dia em que salvara Myrtle Warren do impostor. Explicou que havia ido parar na direção junto com o outro rapaz e que Tom desconfiou da falsa identidade dele pelas atitudes.

– Já era estranho o modo como ele tratou a menina da corvinal, mesmo ela sendo uma nascida-trouxa. Foi cruel demais até pra você. Riddle percebeu isso e a dúvida aumentou depois do idiota ter respondido o Tom de forma mal-educada.

– O quê...?

Christopher arregalou os olhos. Não acreditava que alguém realmente ofendeu Tom Riddle usando seu rosto e nome.

– Então por um momento ele ficou com raiva de mim...

– Ele soube que não era você rapidamente. Quando ficamos a sós com o imbecil, esperamos ele sair e conversamos. Quando ele voltou eu falei sobre o bolo. Disse que era de chocolate.

–  Sendo que era de morango – Lestrange sorriu fracamente. – Foi uma boa armadilha.

– Mas também mencionamos a causa, o tiro saiu pela culatra. Se falássemos qualquer coisa, ele falava sobre a gente também – Harry percebeu os olhos do rapaz ficando marejados e a expressão de tristeza retornando a sua face. Se apressou em continuar. – Mas saiba que se soubéssemos o que você estava passando, eu teria ignorado isso completamente.

O rosto de Lestrange assumiu uma expressão séria. O rapaz franziu a testa e piscou dissipando a água que se formava em seus olhos.

– Não ouse dizer isso, Harry. Nunca. – Chris percebeu o olhar confuso do garoto. – A causa é mais importante do que o estado do meu corpo. Ficou mais claro para mim ao longo dos meses que a minha morte não estava nos planos, porque se tivesse, quem me fez isso perderia sua... Diversão particular. Então não valia a pena destruir tudo que já tínhamos conseguido por minha culpa.

O rosto de Potter ficou incrédulo. Havia até parado a colher com sopa no ar. 

– Como pode dizer isso? Prefere passar por tudo o que te aconteceu do que acabar com a causa?!

Chris suspirou e abaixou a cabeça por um momento. Limpou a garganta e começou a explicar:

– Bom, vou te contar uma história – o menino abriu a boca antes de continuar para poder engolir o caldo que o moreno aproximou de sua boca – Meus pais tiveram outro filho além de mim. Achavam que ele tinha morrido em um acidente quando tinha três anos, mas na verdade, ele foi achado por uma mulher trouxa. Ela o levou para os Estados Unidos...

O ex-grifinório percebeu a aflição do maior e a mudança de humor quando ele começou a contar a história. Pousou a colher no prato em seu colo.

– Chris, se for difícil de contar você não...

– Os anos passaram, meus pais já haviam seguido em frente. – continuou, ignorando o menor – em 1926, aconteceu aquilo tudo com um obscurus. Acho que ouvi em algum lugar que sua mãe também presenciou a confusão.... enfim, meus pais não se meteram na batalha. Apenas continuaram com suas vidas. Até que um pouco depois a MACUSA solicitou a presença deles...

Harry agradeceu mentalmente a Tom por ter lhe explicado vários detalhes da América quando estavam treinando Potter para convencer Dippet de sua vida de mentira.

 – Acharam que eles estavam ligados a Grindelwald?

Lestrange negou com a cabeça:

– Na verdade... Mostraram fotos para eles do garoto que era o obscurus... Começaram a explicar algumas coisas sobre o menino... Como o fato dele ter sido “adotado” por uma mulher trouxa  aos três anos...

O ex-grifinório arregalou os olhos.

– Ele era seu irmão?!

Chris confirmou limpando uma lágrima que escorreu. Seu rosto protestou de dor com o movimento por ainda estar ferido.

– Sabe o que disseram? Que a mulher batia em todas as crianças que estavam sob sua tutela, mas com ele era ainda pior! Revelaram até que uma auror teve que ser rebaixada de cargo por intervir. Apagaram a memória da trouxa, meu irmão continuou apanhando... – Harry apoiou uma mão no ombro do rapaz com muito cuidado a fim de lhe mostrar que o apoiava – O nome dele era Credence e ganhou o sobrenome de Barebone , ele não sabia que pertencia a família Lestrange. Perdeu a memória no acidente que o tirou dos meus pais...

– Isso é..  terrível... – O moreno de óculos estava com um nó na garganta. Aquela situação era muito comum. Ele mesmo e Tom não eram muito diferentes de Credence Barebone.

– Os meus pais sempre me trataram com uma proteção exagerada por causa disso. Eu não entendia o motivo. – Chris se ajeitou na cama, Potter aproveitou para lhe dar mais uma colherada da sopa – até que sem querer eu caí em uma penseira no escritório do meu pai. A MACUSA havia lhe dado frascos com memórias de Porpentina Goldstein, a auror que havia sido rebaixada. Uma das memórias dela estavam na penseira...

– Foi quando você descobriu tudo...

O castanho concordou com a cabeça.

–  Mas ao invés de eu ter as respostas que tanto havia almejado, as coisas perderam ainda mais o sentido. Eu comecei a crescer acreditando que não havia futuro já que sempre somos subjugados pelos trouxas. Enquanto houvessem leis que os protegessem, existiriam bruxos que seriam prejudicados. Eu não tinha a menor esperança, nenhum objetivo. Até que eu conheci o Tom.

– Alguém brilhante e cheio de planos... – sussurrou Harry mais para si mesmo do que para Lestrange. Seu peito doeu ao lembrar das horcruxes.

– Ele foi e é alguém que pode mudar tudo! É determinado, não aceita tudo o que está acontecendo, não abaixa a cabeça para as ideologias inúteis de Dumbledore. Quando ele iniciou a causa e focou em achar a câmara secreta, senti finalmente que eu tinha um motivo para acreditar em um futuro melhor. Se daqui alguns anos ele se tornar ministro como deve ser, tenho certeza que nenhum bruxo de verdade irá passar pelo que o meu irmão passou  – Chris abaixou a cabeça e sua voz ficou mais baixa e suave antes de continuar – ou pelo que eu passei...

Potter entendeu que com “bruxo de verdade” o maior se referia aos sangues- puros.

 É por causa disso tudo que ele segue Riddle tão cegamente...

O moreno se sentiu mal por Chris. Tudo o que ele passou na sala precisa só iria reforçar a ideia de que toda a ideologia de Tom estava certa. 

– Sabe, Harry, a causa é algo muito maior do que você imagina. Acabou de chegar, é por isso que não entende tudo – Potter se forçou a não revirar os olhos quando ouviu isso – então sim, ela é mais importante do que o meu estado. Se eu tivesse sido morto seria outra história, mas como não é o caso...

– Você vai ficar bem. Prometo. 

Chris sorriu outra vez. Mas esse sorriso era diferente dos outros, realmente mostrava o alívio e felicidade pelo menor estar ali. Harry por outro lado queria apenas encerrar aquela conversa que não levaria a lugar algum.

– Muito obrigado por tudo, Harry. Se você soubesse o quanto te devo...

– Não me deve nada.

Se fosse possível, o que não era por causa dos vergões, Lestrange teria arqueado uma das sobrancelhas.

– Agora eu te devo tanto quanto devo ao Tom. O que você quiser, quando quiser e sempre que quiser. Eu vou dar para você.

– Mas eu não...

– Eu devo ao Tom por me dar um futuro. Eu devo a você, por permitir que eu exista nesse futuro. Está me salvando, Harry. Por isso, serei leal a você também. Gosto da sua pessoa tanto quanto gosto do Tom agora... – Chris se interrompeu e olhou para a sopa no colo do menor que percebeu e colocou outra colher na boca dele. – Bom, na verdade eu meio que gosto mais de você, já que o Tom sempre teve receio de se aproximar emocionalmente das pessoas. Eu não o culpo, mas queria ser amigo dele...

– Ele te considera um amigo desde que te encontrou no corredor. Ficou um bom tempo procurando pistas por ali...

– É... Foi um momento rápido, mas importante para mim. Foi a primeira vez que me senti seguro em meses. Mesmo com ele me fazendo... aquela pergunta...

– Que pergunta? 

Chris fechou os olhos e respirou fundo. Não devia ter dito aquilo, agora Foxworth iria querer saber a resposta também.

–Quem... me fez... Isso...  – O medo e as lembranças terríveis de Chris o fizeram se sentir nauseado outra vez. Ele olhou para Harry  – Por que você ainda não perguntou isso?

Potter relaxou os ombros e suspirou profundamente antes de responder:

– Se eu tivesse perguntado, você teria respondido? – O maior admitiu que não um pouco constrangido, considerando-se patético. O ex-grifinório achou que o castanho não deveria se julgar naquele momento –  Eu imaginei. Não fazia sentido em te perguntar então. Até porque, quando te encontrei... só havíamos conversado uma vez na cozinha... Você não confiava em mim.

Chris concordou com o menino. Mas não era só isso, a pessoa que havia o torturado era cruel demais, e Lestrange sempre o considerou como alguém inútil. Era por isso que estava ali afinal, para pagar. Tudo se tratava de uma questão de vingança, e, por causa disso, o tal carrasco ainda possuía poder sobre o castanho, mesmo que não pudesse mais entrar ali.

Entretanto, só o fato de Harry Foxworth ter sido capaz de desvendar sua bússola e não se importar de desaparecer para o restante do castelo durante dois dias, era o suficiente para que Christopher sentisse uma espécie de proteção. O que era irônico já que o moreno era mais novo do que si, porém, entendia a grandeza do garoto. Se lembrou do dia em que estavam no campo de quadribol e o menino executou um patrono de forma tão brilhante. Sentiu raiva na hora, havia sido humilhado. Contudo, mais tarde, parou para analisar o quão especial era aquilo tudo. Achava bom que Harry estava do mesmo lado que Tom, pois se não estivesse, o menor seria um rival à altura. Não era à toa que seu lorde havia tratado de ter Foxworth na causa tão rápido. Se algo acontecesse a Tom, Lestrange já sabia quem iria seguir e se esforçar para ver como ministro da magia.

– Harry. – Chamou interrompendo o silêncio que se instalara no local – eu confio em você. Toda o seu cuidado e dedicação comigo nesses últimos dias... eu nem mesmo precisei te pedir. Você prometeu que eu ficaria bem... foi de verdade?

– Não precisa ser tão sentimental. E sim, a promessa foi séria.

Chris tentou esticar seu corpo para frente, mas foi exigir demais do que um dia havia sido suas costas.

– Eu acredito em você... sei que não vai deixar que mais nada me aconteça. – prontamente o moreno concordou. – e é por isso, Harry, que eu disse que daria qualquer coisa que você quisesse. E você quer e merece uma resposta.

O ex-grifinório ficou confuso. Lestrange conseguiu apoiar sua mão no braço do rapaz. Potter se aproximou para que o sonserino não tentasse se inclinar outra vez.

– Eu vou te dizer quem é o responsável por tudo isso.


Notas Finais


Yô moços e moças.
Quem assistiu Animais Fantásticos sabem quem é o Credence. O trailer do novo filme abriu espaços para teorias quando mostra uma certa árvore genealógica.... 😝

Comentários são sempre bem-vindos, e obrigada por baterem a meta de mais de cem favoritos!!!!!!!!! 💚

Beijinhos de luz💚


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