MAS NEM TUDO ERA TRAGÉDIA. Havia também a alegria das pequenas descobertas. Como quando eu soube o nome dela.
De novo a revelação veio na casa da minha avó. Ouvi o nome de orelhada enquanto enrolava para terminar a lição de casa, prendendo a respiração para que nada fosse perdido, segurando o coração para que não batesse com alarde. De um lado, a batida do relógio; de outro, o nome distante.
Devo ter virado uma estátua atrás dos meus exagerados óculos de grau, a lente esquerda oculta por um tampão... Mas com os ouvidos atentos, atentíssimos, pude ouvir ao longe:
- A menina está ficando cada vez mais parecida com a Taeyeon - disse bem convicta uma das amigas da minha avó, antes de levar a maior bronca murmurada que eu já tinha visto.
Então minha mãe se chamava Taeyeon e eu me parecia com ela?
Naquela noite, é claro que me postei diante do espelho, procurando adivinhar em quais detalhes do meu rosto ela estaria escondida.
Desde pequena, sempre ouvi que tinha sido feita do mesmíssimo material do meu pai, da minha avó e até da minha tia morta, que não conheci. A tia Yoora, de quem não herdei o nome, apesar de ser chamada assim pela minha avó nos seus momentos de distração ou de saudade... Mas traços da Taeyeon em mim? Nos olhos, nos cabelos, no nariz, na boca? Onde?
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