1. Spirit Fanfics >
  2. A cor que tem nas cordas >
  3. Prólogo: Nothing Special

História A cor que tem nas cordas - Prólogo: Nothing Special


Escrita por: coly-unnie

Notas do Autor


Oieeee :D tudo bom com vocês? Eu espero que sim!!

Tenho três coisas à dizer:

1. Essa fanfic é uma parceria com a Ju, uma desenhista incrível que vai desenhar os banners de todos os capítulos dessa história 🤧 sigam ela e elogiem bastante seus desenhos, viu? Ela merece muito! Essas são as redes sociais dela: @ wonder_blast (twitter) e @ wonder_blast.art (instagram) 💗

2. Se passa no Brasil! Mas eles são asiáticos. Jimin é descendente de coreano e o Jeongguk de japonês! Eles moram em São Paulo 💞

3. Tanto Jimin quanto Jeongguk narram!

O resto fica nas notas finais! Muito obrigada por betar @Queridinho <33333333333

Boa leitura~

Capítulo 1 - Prólogo: Nothing Special


Fanfic / Fanfiction A cor que tem nas cordas - Prólogo: Nothing Special

JIMIN

 

Eu sempre tive a sensação de que as pessoas me atropelam.

Não literalmente. Isso seria meio estranho, na verdade. Eu quero dizer… de uma forma sentimental. Tipo, independente das minhas ações, as pessoas sempre vão dar um jeito de passar por cima de mim. Provavelmente porque todo mundo me vê como um bobo. Essa imagem minha ficou fixa na cabeça de todos e acaba acontecendo de eu sempre ser rebaixado e desvalorizado, inevitavelmente.

Eu comecei a perceber isso um pouco cedo. Por eu ser mais atrapalhado, mais lento… todo mundo sempre sente que, de alguma forma, eu estou atrás. Como se eu não fosse capaz de acompanhar. Isso já chegou a me deixar chateado tantas vezes que não dá pra contar nos dedos das mãos…

Pois é… enfim. Tanta explicação para nada. Eu só quero dizer que estão sempre me subestimando por aí. E me atropelando quando eu falo, ou simplesmente não me dando espaço para falar todas as palavras que eu preciso falar. Eu sou subestimado. Pois é. É literalmente isso.

Por mais que isso pareça (e seja) deprimente, eu não me culpo. Nem me sinto triste. Eu só tento fazer fazer a minha parte com outras pessoas inseguras, porque nem todas elas conseguem concluir, com um pensamento limpo e compreensivo, que ser lento não é uma coisa ruim. Não exatamente. 

Afinal, a culpa é minha se algumas pessoas precisam falar por cima de mim sem motivo? Quem sabe até mesmo para se sentir um pouco melhor? Não. Isso não é culpa minha, muito menos do meu desempenho, por mais lento que ele possa ser.

Sim, eu preciso ouvir o que o professor disse mais de uma vez, eu preciso que repita, mas é porque eu levo uma quantidade mais longa de tempo para entender. Isso quer dizer que eu sou um idiota? É claro que não. Se eu dissesse que sou idiota, estaria chamando todos que são dessa forma de idiotas também. Isso é injustiça, porque nenhum de nós é idiota. Só somos diferentes. 

Tipo… algumas pessoas viajam pra Brasília de avião, mas outras vão de carro. De qualquer forma, as duas chegam em Brasília, certo? E às vezes o avião cai na floresta, que nem aconteceu com os Mamonas (Deus que me perdoe), então por que rebaixar tanto quem vai de carro?

Resumindo… eu me aceito do jeito que eu sou. E apesar de me sentir mal na maioria das vezes, eu sei lidar com o fato de que eu não sou um prodígio nem nada do tipo.

Talvez isso tenha soado confiante, mas eu não sou. Acho que sou seguro de algumas coisas sobre mim, porque as entendo, mas nem todas elas, o que é uma pena… mas uma coisa de cada vez, certo? 

Certo. Eu estou pensativo demais, e com certeza estou teorizando demais também, mas é inevitável e o motivo não é dos melhores. 

Honestamente? 

É um pouco chato. 

Vergonhoso, também. 

É clichê, acho que clichê seria a palavra certa. 

Eu estou… em um novo lugar. Por assim dizer.

Tá. Eu me mudei. E por incrível que pareça, eu, um adolescente de quase dezessete anos, não estou nem um pouco triste por causa disso.

Eu saí de Irapuru — o nome dessa cidade é realmente um pesadelo — e me mudei para São Paulo faz duas semanas, e como todo clichê, isso aconteceu por causa da minha família.

Minha família se baseia em meus pais, que são separados. Eles se divorciaram quando eu tinha doze anos e desde então eu moro só com a minha mãe. Meu pai é um cara legal, e minha mãe também, então eu fiquei no meio dos dois depois dessa separação. Passo os dias de semana com minha mãe, os finais com meu pai, nos feriados revezo, no meu aniversário é meio a meio, enfim… eu sou o “filho compartilhado”. Não que isso seja ruim. Os meus pais são presentes e amorosos, e com o tempo eu aprendi a valorizar o que eu tenho — embora no começo eu tenha ficado meio traumatizado com o divórcio deles.

Agora eu tô de boa, mesmo. Já fiz tudo que precisava fazer para ter certeza de que meus pais nunca vão me abandonar. Contei meus sonhos, meus medos, e até saí do armário. Nenhuma tragédia aconteceu, então me sinto verdadeiramente amado. Por eles eu sou, pelo menos...

E pra falar a verdade, eu não sei ao certo qual é a minha sexualidade, mas sei que gosto de garotos — muito mesmo — só não sei se gosto de garotas. Mas talvez eu demore metade da minha vida para descobrir, então, acabei me assumindo gay para os dois, já que a bissexualidade não é algo considerado pelo meu pai e difícil de compreender para minha mãe. 

No fim, eu só queria ser aceito… e eu fui.

Agora, com dezessete anos, essas coisas estão no nosso passado. Uma curiosidade… minha mãe vende produtos diversos online e meu pai trabalha como vendedor de carros. 

E por causa desses carros, eu estou aqui.

Em São Paulo.

Há mais ou menos três meses atrás, meu pai recebeu uma proposta de emprego valiosa na capital do estado. No entanto, ele disse que não aceitaria se eu e minha mãe não fôssemos com ele para a capital também. Ele queria ficar perto de mim sempre… Heh… meu pai realmente gosta de mim.

Enfim! Continuando…

As condições do meu pai eram essas, e como ele e minha mãe ainda são amigos, ela decidiu considerar essa possibilidade, uma vez que nada nos prendia em Irapuru. Mamãe pesquisou um pouco sobre as escolas, os bairros e os custos de viver na capital e o papai disse que arcaria com as nossas despesas pelo tempo que fosse preciso, já que a porcentagem extra na concessionária de São Paulo aumentaria sua comissão extraordinariamente. E eu até poderia estudar em uma escola particular. Minha mãe disse que pensaria e que queria ter certeza disso, então meu pai foi sozinho primeiro. As coisas funcionaram para ele em um mês, então minha mãe se convenceu e logo nos mudamos.

Nós alugamos um apartamento no mesmo bairro que meus tios por parte de mãe, é movimentado e perto da minha nova escola.

Então… agora, eu moro no Bom Retiro.

Um lugar cheio que tem muitas pessoas com a mesma descendência que eu, o que me surpreendeu nos primeiros dias. Eu era o único asiático da turma na minha antiga escola, então tudo isso é novidade pra mim… e apesar de nunca ter estado na Coréia do Sul, eu me sinto animado por estar vivendo em um lugar que valoriza a “minha”cultura, agora.

Eu sei que é estranho eu não estar sofrendo porque, normalmente, quando nos mudamos, ficamos tristes e com saudades dos amigos da nossa antiga cidade. Mas acontece que eu não tenho amigos.

Sério.

Não é meme.

Eu não tenho amigos.

Nesses dezessete anos de vida, eu… eu não fiz nenhum amigo. Nenhum amigo de verdade. Eu estudei em quatro escolas em toda minha vida e fiquei sozinho em todas elas. Eu nunca dormi na casa de um colega, eu… ah, cara. Resumindo: meus primos são meus únicos amigos.

 Não sei se tem algum motivo para isso ter acontecido comigo e, ah, é, eu me pergunto às vezes o que diabos tem de errado comigo. Mas também não me culpo por isso, sei lá. Eu só tento não me culpar por essas pequenas coisinhas.

Pra falar a verdade, a minha vivência nas escolas não foi de todo o mal. É claro que, como um rapaz asiático, eu sempre escutei aqueles comentários chatinhos de sempre. Sabe? O lance sobre abrir os meus olhos, ser Japinha e ter um “pau pequeno”. Sério… qual é a desses caras? Eu nasci no Brasil, sou tão brasileiro quanto eles...

Mas… é claro que eu nunca disse isso. Sei lá, eu não sou de rebater. Eu só ignoro e continuo vivendo minha vida. É a melhor coisa que eu sei fazer. Ignorar e viver a minha vida.

Mas, sendo eu, sem amigos, como um asiático solitário, me mudar foi até que legal. Eu gosto da sensação de não estar sozinho e, sério, tudo bem.

Tudo bem.

Tudo bem antes também. Sabe de uma coisa, eu não cheguei a falar sobre a parte mais especial sobre ser eu, que é… é a minha música… 

Bom. Todos nós temos um jeito de nos sentirmos especiais e acolhidos nesse mundo. Eu me sinto assim fazendo alguns covers para o meu canal no YouTube. Eu toco meu ukulele, canto, e me sinto quentinho por dentro com os comentários doces que recebo. Isso me trouxe experiências incríveis, a internet me fez conhecer muitas pessoas legais através de grupos e músicas, e… eu não sei, mas eu sou feliz por causa das cordas do meu instrumento. Sou feliz pela minha música. E isso é tudo que importa...

Ah... e é claro, por pintar o cabelo de colorido também!

 De qualquer forma, esse sou eu. Apesar de não ter nada de especial sobre mim, eu sinto que posso construir algo legal com as minhas músicas e características. Eu quero ser alguém bom, que faz o que gosta e não se perde nas tristezas da vida.

Eu sou o Jimin. Meu cabelo é rosa e desbotado. Eu sou assim. E amanhã, quando eu começar a estudar, quero continuar sendo eu, mantendo e cultivando todas as minhas positividades em mente. 

E eu espero continuar as cultivando para sempre.


Notas Finais


Espero que tenham gostado~

A playlist dessa história é dividida em duas! A do Jeongguk: https://open.spotify.com/playlist/6Znm6KNrAnRqJygai0zRJK?si=etXzHaLgRC2jfp5l-Quxiw

E a do Jimin: https://open.spotify.com/playlist/4aqf6u48wjwWtQTY9t0UXF?si=eOFfy8l1QxCfG-qRWxQ8hA

Diferente das minhas outras fanfics, decidi criar uma tag pra essa logo no começo! Então, se for falar dessa fanfic no Twitter e quiser que eu veja, a tag é: #ACorQueTemNosDetalhes 💛👈

Até a próxima... beijinhos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...