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História A cor que tem nas cordas - Discovery


Escrita por: coly-unnie

Notas do Autor


Oieee meus chuchus!!! Tudo bom??? Espero que estejam tendo um bom começo de semaninha <333

Demorei, mas voltei! Hora de conhecer o Jungkook >< boa leitura! 💛

Capítulo 2 - Discovery


JUNGKOOK

 

Eu gostaria de dizer que sempre soube que queria ser escritor. 

Mas, sabe... isso não seria verdade. Eu, à esse ponto, eu não conheço muitas pessoas que (ainda) romantizam o ato de nascer sabendo exatamente o que quer ser na vida. Eu já fui assim, mas com o tempo, desconstruí isso dentro de mim. No meu grupo de amigos, ninguém acredita nessa coisa. Muito pelo contrário! Nós preferimos mil vezes a ideia de descobrir quem somos aos pouquinhos, cada dia mais. Comigo foi assim. Eu me descobri escritor com dezesseis anos, dois anos depois de começar a escrever.

Na lógica, eu sou escritor desde os catorze anos, mas, para mim, tem uma grande diferença entre apenas escrever, e escrever e se entender como um escritor. Por exemplo: eu não levava a escrita a sério com catorze e quinze anos. Já com dezesseis, descobri que queria fazê-lo pro resto da minha vida. Levando a sério cada palavra que escrevo, me entendi como escritor com o passar dos dias (e das histórias).

Mas esse é só o meu caso... afinal, se você se sente escritor, você é um. Essa é a verdade. 

Eu, Jeon Jungkook, sempre fui tentado a fazer coisas pela internet. Antes de escrever, eu fazia edições de vídeo para o Vine, sendo a maioria de animes que eu amava. Só que, quando o aplicativo caiu, eu decidi parar e me dediquei as fanfics. Passava horas do meu dia lendo, lendo e lendo... até tomar coragem de escrever e publicar alguma coisa.

E que coisa! Realmente… uma coisa. Aquilo nem poderia ser chamado de história. Estava mais para uma tragédia-hétero-adolescente.

Ah, é… pois é. Eu escrevi histórias héteros em boa parte da minha vida (blé). Não há nada de estranho nisso, mas como eu disse: a cada dia que se passa, nós descobrimos quem somos, mais e mais. E eu? Eu não sou hétero não… não mesmo.

Então, pode-se dizer que não foi uma grande surpresa quando percebi que não ficava excitado com o hentai, em si, que eu escrevia. E sim com a minha imaginação que… bem, me fazia imaginar o meu Jellal de Fairy Tail com o pauzão de fora.

Ah, é! E que pauzão.

O fato de que eu não gostava de “hétero” ficou mais evidente quando eu comecei a assistir animes de esportes e salvar fanarts dos caras com um ou dois dedos no cu do outro — é, sem papas na língua por ora — e a ler fanfics para lá de incríveis que não me deixavam dormir a noite de tão bem escritas e… céus. Deliciosas.

E, trancado nesse meu mundinho, eu percebi, sem demora, que eu era (como Yoongi gosta de me chamar): um viadinho.

Não foi tão simples perceber, inclusive. Se descobrir é uma coisa muito maluca, principalmente quando a gente cresce com aquela coisa na mente: “Se eu realmente sou gay, então por que eu não sabia desde a minha infância?”.

Como no lance de nascer sabendo o que quer ser, eu também acreditava que precisava nascer sabendo ou que eu sou. Isso atormenta a cabeça de muitas pessoas, e eu já fui uma delas. Quando eu tinha onze anos, cheguei a gostar pra valer de uma garota do meu bairro. Sempre que eu me sentia “gay”, eu pensava nela… então, minha cabeça fazia todo um jogo em torno disso, voltando sempre para a questão: “Se eu sou gay mesmo, então por que eu gostava de meninas quando eu era criança?”.

É... pra mim, não tinha essa de “se descobrir”. Eu acreditava que, para ser alguma “coisa”, tinha que nascer sabendo, o que é uma grande besteira porque, por Deus, quando a gente nasce a gente não sabe de absolutamente nada.

Então, é… a menina que gostei e essa questão me deixou em estado de negação por um tempo, mas passou — com muito custo. Hoje em dia eu sei que ninguém sabe o que é quando tem onze anos, e se descobrir, aos poucos, faz parte. Tanto com sexualidade, quanto com sonhos, quanto com tudo.

Como, por exemplo, a descoberta de Min Yoongi, meu melhor amigo.

Yoongi é um menino trans. Quando eu o conheci, ele ainda atendia por “Yoonji”. Yoongi precisou respeitar seu tempo para descobrir quem realmente era e, então, se abrir para outras pessoas. Apesar de ter sido um pouco confuso para mim no começo, o aceitei e compreendi com todo meu coração.

Min Yoongi e sua família moram na mesma rua que a minha desde que eu me conheço por gente. Seus pais trabalham no restaurante da minha família, por isso eu e ele somos tão próximos — grudamos como chiclete aos sete anos e não desgrudamos nunca mais!

Ele é extraordinário (barra irritante barra engraçado). Gui é um garoto transgênero, mas não tem vontade nenhuma de mudar seu exterior. Ou seja: uma cirurgia de mudança de sexo não está em seus planos, tomar hormônios, muito menos. Yoongi afirma (e com razão, né?) que seu corpo não faz dele menos homem, e é feliz do jeitinho que veio ao mundo (inclusive, eu sou feliz com seu jeitinho também). 

Yoongi é um ano mais velho que eu, mas estudamos na mesma sala. Ele também trabalha como maquiador — as maquiagens dele são fodas! — e, nas horas vagas, milita no Twitter. E é exatamente por causa do segundo tópico que seu número está salvo na minha agenda como...

 

guinho militudoh:

| JUNGKOOK

 

Dou risada no metrô com a sequência de figurinhas que ele manda para chamar minha atenção. Estou a caminho da escola — sim, minha divagação é sempre no metrô —, é segunda-feira, e eu estaria puto com essas figurinhas se não fosse meu amigo, em especial, floodando meu chat.

 

Eu:

late | 

 

guinho militudoh:

|  QUE ODIOOHHHH

| FALA QUE TERMINOU O DEVER DE HISTÓRIAAA

 

Eu:

:^) | 

 

guinho militudoh:

|  FALE. FALE AGORA!

 

Eu ri mais baixinho. Sim, eu terminei nosso dever de história, mas é legal ver ele escrevendo em caps lock logo pela manhã… me dá uma sensação de agitação.

E ódio também.

 

guinho militudoh:

| FALE OU VOU MATAR VC E TODOS OS SEUS DOZE GATOS + OS TRÊS DO TAE QUE ESTÃO AÍ

 

Ah.

Espera aí que ele pegou muito pesado agora!

Yoongi sabe que não deve, em hipótese alguma, jamais em toda sua vida, pensar em ameaçar meus doze gatinhos! Sim, isso mesmo. Os meus doze gatos.

Eu tenho doze gatos e eles são de extrema importância para mim.

Eu sei que doze é uma quantidade consideravelmente grande, mas os gatinhos são da nossa família. É até engraçado quando eu conto sobre eles para alguém, afinal, saber que tenho mais de dez gatos em casa faz até mesmo meus amigos pensarem que eu sou um daqueles acumuladores de animais do programa do Discovery Home & Health! Mas não é bem assim, poxa… com o tempo, todo mundo se acostuma com os doze. Sério. Lá em casa é assim, principalmente porque eu e minha família inteira somos japoneses e, como japoneses, amamos gatos.

Só que a família Jeon acaba os amando mais um pouquinho do que os japoneses comuns, por assim dizer, e eu posso explicar o porquê...

Um Maneki Neko é um dos grandes motivos. Não apenas pela lenda. Minha família tem uma história muito interessante com esse gato, a história da minha bisa, que envolve ela, fortuna, e um gato com uma pata levantada.

Como ela sempre contava para seus filhos, netos e bisnetos: em meados dos anos quarenta, ela e seu marido estavam passando por muitas dificuldades para sobreviver… foi quando um gato peludo acenou para eles, os conduzindo a entrar em uma casa de jogos e jogar um “jogo da sorte” — algo como a Mega-Sena do Japão — valendo muito dinheiro. Os Jeon ganharam o prêmio e, com o dinheiro, conseguiram construir seu maior sonho: um restaurante de comida caseira, que cresceu e trouxe muitas riquezas para a família.

É claro que, com tudo isso, eles se aproximaram e, consequentemente, se apaixonaram por gatos. Esse amor pelos felinos foi passando de geração para geração e, como um bom Jeon, eu amo gatos tanto quanto meus antepassados.

Já os “três gatos do Tae”... bom, eu posso falar deles depois.

 

 Eu:

eu fiz! deu tempo ok? |

 

guinho militudoh:

| SÉRIO

| ????

 

Eu:

sim!!! |

 

Demorou um pouquinho mais para ele responder dessa vez, então, voltei para o Twitter para ler as DMs recentes. Aí, ele respondeu.

 

guinho militudoh:

| <3333333333

| obrigado senhor :333 agora vamos! entre e coma o cu de toda a minha família <33333

 

Eu:

de toda a sua família...? :<<< |

eu… gostaria de comer só o seu :33 |

 

guinho militudoh:

| é claro amor tudo por você meu amor <33333

Eu:

<333 |

 

Por incrível que pareça, esse é um diálogo mais do que normal entre nós dois. 

Quando ele para de responder, decido apenas escutar música. “The Trip” do Still Corners é a minha escolha, porque gosto de ver as coisas se movendo ao som dessa música. Me inspira a pensar. E pensar me inspira a escrever.

E escrever tem sido tudo para mim nos últimos tempos...

Escrever me faz descobrir coisas imensas — além de que a escrita é, em si, uma descoberta também. Me dar conta dessa infinidade de coisas; de como sou sortudo por poder escrever, me deixa com uma sensação feliz no peito. Eu sou grato por escrever. Sou grato pela minha arte…

Esse sou eu. Jeon Jungkook, um garoto que escreve fanfic, é gay, japonês e tem doze gatos. Além de ser desengonçado com as coisas que a vida me propõe, sou capaz de sobreviver. Sempre descobrindo, e vivendo de novidades.

E, dessa forma, eu espero continuar descobrindo-as para todo o sempre.


Notas Finais


Espero que tenham gostado 💗💗💗

Playlists:

Do Jeongguk: https://open.spotify.com/playlist/6Znm6KNrAnRqJygai0zRJK?si=etXzHaLgRC2jfp5l-Quxiw

Do Jimin: https://open.spotify.com/playlist/4aqf6u48wjwWtQTY9t0UXF?si=eOFfy8l1QxCfG-qRWxQ8hA

Se for falar da fanfic no Twitter e quiser que eu veja, a tag é: #ACorQueTemNosDetalhes 💛👈

Até a próxima... beijinhos <3


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