História A Culpa É Da Cueca - Capa de revista

Dica do dia: Se a vida lhe der um namorado, quebre a casa em cima dele.

Sasuke me disse que ficaria tudo sobre controle e que não deveria me preocupar pois ele resolveria o nosso problema, o safado ainda me deu um dia de folga para se redimir. Me senti ofendida na hora porque ele achou que tinha acabado comigo ao ponto deu não conseguir andar no dia seguinte, mas quando eu ficasse de frente com aquele vagabundo outra vez, o barraco iria cair ou não me chamo Sakura Haruno barraqueira de plantão nas horas vagas.

E lá vai a pobre iludida acreditar na ladainha do Uchiha, e resolver correr no parque para gastar as energias e não enlouquecer de vez. No início tudo estava tranquilo a mil maravilhas até as pessoas começarem a me olhar e a falar entre si como se eu não estivesse ouvindo.

Não curti muito porque não gosto que falem de mim na terceira pessoa.

— Olha é a namorada de Sasuke Uchiha. — uma garota apontou na minha cara.

Como é que é?

— Nossa é ela mesma, o cabelo dela é rosa.

— Os pombinhos dormiram ao luar ontem, foi tão fofo.

Pombinhos? Se for para nos compar a algum animal, o único que se encaixaria era panteras negras.

— Está em todos os sites de fofoca.

— Não acho que ela combine com ele.

Alguém te perguntou alguma coisa sua assanhada? Sasuke que não combina com toda minha classe.

— Essa não é a garota que tentou estuprar ele no elevador? — outra menina apontou o dedo pra mim.

— Que lindo eles se amam.

— Eu Shippo, ela é bonitinha.

— Quem é essa garota? Nem é famosa.

— O nome dela é Sakura Haruno e ela tem um blog muito divertido, já comecei a seguir ela.

Começou é? Agora me interessei.

— Nossa também quero.

— Manda pra mim também.

Cobri meu rosto correndo apressada para casa, desviando de algumas pessoas que se aproximavam perguntando coisas que eu não sabia responder. Uma luz iluminou na minha cabeça e parecia estar me perseguindo para todos os lados atraindo a atenção de todo mundo para minha pobre pessoa.

A música ela é top começou a tocar e eu me senti uma top model em uma passarela da moda.

— Ela não anda, ela desfila, ela é top capa de resvista. — cantarolei até que curtindo um pouquinho daquilo.

— Você e a nova namorada de Sasuke Uchiha? — um repórter surgiu do além enfiando um microfone na minha boca.

Que falta de respeito é essa? Não podem ver uma boca que já querem enfiar coisas?

— Me desculpe você está me confundindo com outra garota de cabelo rosa. E Sasuke Uchiha não vai ter mais namorada porque amanhã será encontrado morto em uma vala, devorado por piranhas canibais. — disse entre dentes lhe dando um sorriso mais falso que a plástica em seu rosto.

— Conte-me mais sobre o relacionamento de vocês. Parece que gostam de um escândalo, o romance começou quando tentou estuprar o empresário no elevador?

Não curti esse cara.

— Já falei que não sou eu caralho. — gritei correndo pra longe dali.

Corri feito louca quase sendo atropelada ao atravessar a rua. Um cara gritou que eu era a garota de cabelo rosa da praia, e eu parei em uma barraca de jornal vendo minhas fotos estampadas na capa de um milhão de revista.

Entrei em pânico dando tapinhas na cara para acordar daquele pesadelo.

— Pombinhos passam noite romântica na praia. Empresário namora mulher violenta. — lê chocada o grande título em vermelho em cima da minha foto abraçada a Sasuke, eu estava peladona mas sensuraram minhas partes intimas, e mais embaixo tinha outra foto minha só que em cima de um fotógrafo.

Inferno, o meu rímel tá borrado.

Pensei em desmaiar mas havia muita gente me observando como urubus atrás de carniça, e eu não estava afim de ir parar em outra capa de revista.

A única coisa que eu poderia fazer agora era ir para casa chorar assistindo Titanic.

(...)

— Sua cadela mal amada roubadora de macho alheio. — Karin invadiu meu apartamento a ponta pés, derrubando a porta que já estava quebrada.

Aquele traficante de flores não veio concertar minha porta, vou ter que tomar medidas drásticas e cabíveis contra ele.

— Eu odeio você Sakura, sua irmã do mal, encontrada no lixo. — minha irmã gritava estérica pro prédio inteiro ouvir.

Pode nem mais assistir um filme em paz nessa casa enquanto sofro por personagens que não existem, e choro pela minha decadência. Mas do jeito que ela tava alterada eu já imaginava o que havia acontecido. O mundo inteiro já sabia que eu era a nova namorada do Sasuke, menos eu é claro.

— Eu vou matar você Sakura, sua perua, galinha, pavoa e ladra de homens ricos. — Karin chorou balançando uma revista nas mãos, pulando no sofá pra me enforcar.

— Me larga sua louca. — gritei caindo no chão com a ruiva me enforcando.

Chutei as canelas daquela piranha ficando por cima e começamos a gritar igual galinhas loucas arranhando e puxando o cabelo uma da outra.

— Solta meu aplique caralho, isso é caro. — Karin gritou estérica.

Onde ela arrumou dinheiro pra colocar aplique se esse traste nem trabalha?

— O que tá acontecendo aqui? — Sasuke invadiu meu apartamento só de toalha, e me tirou de cima da ruiva.

Que gostosura, digo que coisa feia será que ele não sabia que tinha crianças a solta por aí?

Minha irmã se levantou toda descabelada e olhou para o Uchiha dos pés a cabeça apontando para ele todo. Karin parecia uma psicopata com a maquiagem toda borrada e o aplique todo quebrado.

— Você é meu, minha galinha dos ovos de ouro que essa ladra roubou.

— O que essa louca faz aqui? — Sasuke resmungou atrás de mim com desgosto.

Concordamos em alguma coisa, Karin é louca de pedra.

— De onde conhece ela? — perguntei ofegante.

— Ela me segue pelas ruas e brota em todos os lugares, aparece até mesmo no posto de gasolina, é sinistro.

— Ela é minha irmã. — disse penosa olhando para a ruiva que agora estava sentada no sofá chorando enquanto amassava a revista, vulgo eu e Sasuke eramos a capa.

— Fala sério. — o Uchiha bufou incrédulo.

— Seríssimo e a cueca era pra ela.

— Tá me dizendo que ia entregar minha cueca pra essa doida? — Sasuke me olhou revoltado. — E se ela fizesse um feitiço pra me amarrar e dar o golpe do baú?

O Miserável é um gênio.

— Era só uma macumbinha de leve. — sorri dando de ombros.

— Sakura, achei que gostasse de mim.

— Você já nasceu iludido assim ou foi ficando com o tempo?

— Eu só queria um marido rico. — Karin continuou a fazer birra.

— Era só isso? Por que não falou logo? Eu posso te apresentar um amigo. — Sasuke deu de ombros e Karin parou de chorar na hora o olhando com interesse.

— Tem algum com Iate e jatinho particular?

— O Suigetsu, e olha que sorte ele tá solteiro.

— Passa o endereço agora. Sakura temos uma nova cueca para roubar. — me olhou determinada e toda revigorada.

— Sia daqui sua louca, não me meto mais nas suas confusões. — abanei a mão não suportando mais ouvir o nome cueca.

— Vou começar a perseguição contra esse cara agora. — Karin pegou sua bolsa e saiu correndo para fora do apartamento.

A desgramada nem levantou minha porta. Sasuke me olhou e eu olhei pra ele com cara de sonsa.

— Por que sua porta tá quebrada? — perguntou curioso.

— Um traficante arrombou. — dei de ombros soltando um suspiro cansada.

— Como? Ele fez alguma coisa com você? — o Uchiha me olhou todo preocupadinho.

— Não, ele era traficante de flores.

— O que? Esquece, por que não vem morar comigo? — Sasuke levou as mãos ao quadril me dando a visão do seu peitoral gostoso cheio de tatuagens.

— Por que eu faria isso? — perguntei ainda babanda por ele.

— Pensei que estivéssemos juntos. — ele me acordou do meu transe pós foda.

— Pensou errado seu filho da puta, e isso me lembra que você me deu o golpe da barriga. — gritei irada pegando uma almofada e jogando em sua direção, junto com o controle remoto da televisão.

Aproveitei que tinha um quadro na parede e o arranquei também arremessando no Uchiha, que me olhava confuso na maior sonsura desviando dos meus ataques.

— Enlouqueceu?

— Você não usou camisinha. — continuei a gritar procurando outra coisa para arremessar.

— Como eu iria me lembrar disso com você me chupando daquele jeito? E eu nem tinha preservativos Sakura.

— Que tipo de comedor é você? Que não anda com camisinhas? — joguei um jarro de flores murchas na cabeça do babaca que desviou sem muito esforço, fazendo meu jarro rachar na parede.

Vinte dolares jogados fora. Que lástima.

— Eu queria te conquistar, por que eu teria camisinhas? — disse todo inocente com uma cara emburrada e eu senti pena por alguns segundos. — Você pode parar de quebrar sua casa em mim?

Mas foram só alguns segundos para a raiva voltar e eu voltar a quebrar minha casa toda em cima daquele vagabundo.

— Sakura se acalma, você não pode se estressar se estiver grávida. — Sasuke disse mais alto me deixando mais irada do que eu já estava.

— Vá se foder caralho, como eu vou cuidar de uma criança? Como se nem uma casa que presta eu tenho?

Pra confirmar minha lógica a lâmpada pifou acima das nossas cabeças me fazendo xinga-la. Ótimo vou morar na bat caverna agora.

— Eu vou cuidar de vocês, não se preocupe com isso. — Sasuke voltou a olhar pra mim com seriedade.

— Não vai, homens são todos mentirosos. — funguei começando a chorar. — Você vai me deixar grávida e descalça abandonada.

— Por que eu faria isso? Por que pensa essas coisas de mim? Para de chorar Sakura eu sinceramente não sei mais o que fazer com você.

— Some da minha casa e morra com leptospirose. — peguei um rato morto perto do sofá jogando naquele miserável.

Sasuke tentou segurar o animal e soltou a toalha ficando peladão na minha frente. Tarei o Sasuke junior parando de chorar me lembrando da noite agradável que tivemos juntos.

Até que ele era gente boa e me fodia legal.

— Eu realmente vou levar você em um psiquiátra e... — Sasuke começou a falar cansado mas foi cortado pelo som de um berrante.

Arregalei os olhos prendendo a respiração quando o berrante parou de tocar. Eu conhecia aquele toque que me assombrava todas as noites desde que eu era uma criancinha doce, gentil e inteligente.

— Sakura Haruno filha de uma égua com um cabrito e neta de um jumento. Que putaria é essa sua desviada da igreja e amante de baal? — um grito foi ouvido em toda cidade fazendo Sasuke e eu congelar no lugar.

— Mãe? — olhei horrorizada para a porta encontrando o ser mais assustador do universo segurando uma havaiana branca com um prego na ponta, e levando o berrante na outra mão vestindo sua costumeira roupa de fazendeira cangaceira.

Olhei para minha janela enferrujada calculando mentalmente se a queda doeria tanto quando Mebuki me arremessasse dela.

Eu nem ao menos consegui sentir o gosto da riqueza antes de morrer.