1. Spirit Fanfics >
  2. A cunhada >
  3. Pela última vez

História A cunhada - Pela última vez


Escrita por: Youraxyz

Notas do Autor


Olá para vocês.

Sem nada para dizer hoje, meu coração doeu.

Boa leitura.

Capítulo 36 - Pela última vez


Taeyeon P.O.V.


Tiffany abaixou a cabeça segurando em minha mão impedindo que eu continuasse a secar as lágrimas dela. Meu coração bateu acelerado no peito. Doía, mas a dor era na alma. Ela entrelaçou os dedos nos meus e olhou. Eu sabia qual o pensamento. Nossas mãos juntas se encaixavam perfeitamente. Ela sorriu triste e beijou os meus dedos soltando a minha mão em seguida. Percebi que ela evitava me olhar, secando as próprias lágrimas. Segurou no queixo dela e o levantei. Olhei em seus olhos. Somente eu era capaz de entender como ela se sentia. E não poderíamos fugir da realidade o resto da vida.


- Eu sinto muito. - Ela disse quase sussurrando.

- Pelo que? - Perguntei sem saber o que dizer. Ela levantou a cabeça e me olhou. Eu tentava de todos os jeitos segurar as lágrimas.

- Eu sinto muito. - Ela repetiu abaixando a cabeça.

- É difícil não é? - Perguntei e vi ela arregalar os olhos quando levantou a cabeça.

- Você sabe… - Ela começou a falar e balançou a cabeça. Antes que eu questionasse ela continuou. - Desde quando?

- Desde o noivado. - Respondi me sentindo culpada por não ter contado antes.

- Então foi por isso. - Ela concluiu. Eu entendi o que ela queria dizer.


Tiffany se afastou levantando da cama. Parou no meio do quarto de costas para mim. Fiquei parada esperando que ela reagisse de alguma forma. Imaginei que ela gritaria comigo ou que brigasse, mas houve somente o silêncio. Vi ela abraçar a si mesma respirando com dificuldade. Eu sabia que tinha que esperar, mas não consegui. Levantei e a abracei por trás colocando o queixo sobre seu ombro. Respirei fundo ainda tentando não chorar.


- E agora? - Perguntei percebendo o quanto eu estava perdida naquela situação.

- Não sei. Não quero pensar nisso agora. - Ela respondeu sem se afastar.

- Eu tenho algo para te contar. - Falei querendo fugir daquela situação. Nenhuma de nós duas estávamos pronta para aquela conversa, então decidi falar de Sunny.

- E o que é? -  Perguntou ela suspirando. Eu sabia que ela ainda chorava.

- É sobre Sunny. - Respondi e ela virou me olhando confusa.

- O que tem a minha irmã? - Ela perguntou secando as lágrimas que ainda caiam de seus olhos.

- Você quer vê-la? - Perguntei sem saber como contar aquela história que ainda era confusa e estranha para mim.

- Talvez. Nunca visitei o túmulo dela. - Ela falou suspirando e eu vi seu olhar culpado.

- Você não vai precisar fazer isso. - Falei e ela levantou a sobrancelha visivelmente intrigada.

- E porque não? - Ela falou ofegante.

- É algo que eu não posso explicar com palavras. - Falei segurando na mão dela.

- Que? - Ela perguntou quando a conduzi para fora do quarto, mas eu não respondi.


Quando saímos do quarto os nossos pais nos esperavam. Era visível o olhar de preocupação dos dois. Acenei para eles indicando que eles esperassem. Bati na porta do quarto e entrei quando minha tia autorizou. Caminhei lentamente para dentro do quarto e sorri para Sunny que ainda tinha o sobrinho nos braços. Ainda segurando na mão de Tiffany, eu a conduzi até o meio do quarto. Soltei a mão dela e peguei o bebê dos braços de Sunny entregando-o para a minha tia. Sunny já respirava com dificuldade me deixando preocupada. Tiffany estava em silêncio atrás de mim.


- Respire fundo. - Falei sentando na cama ao lado de Sunny segurando nas mãos dela que estavam frias. Ela respirou fundo como eu pedi.

- O que está acontecendo? - Tiffany perguntou se aproximando. Parecia não reconhecer quem era a pessoa sentada na cama.

- Respire fundo de novo. - Falei para Sunny tentando acalmá-la vendo Tiffany se aproximar ainda mais. - Isso, mais uma vez.

- Quem é ela? - Tiffany perguntou parando ao meu lado e Sunny arregalou os olhos ao ver a irmã.

- Sente-se aqui. - Falei quando vi que Tiffany estava pálida.


Tiffany agarrou a mão de Sunny olhando em seu rosto. Sorriu, mas sua expressão mudou rapidamente. Seus olhos ficaram escuros visivelmente confusa. Ela balançou a cabeça como se não entendesse. Tocou o rosto da irmã e fechou os olhos. Seus dedos percorreram toda a extensão do rosto da irmã. Sunny fechou os olhos colocando a mão sobre a mão da irmã e chorou. Tiffany alisou os olhos, nariz e o queixo da irmã duas vezes. Abriu os olhos abraçando-a e soluçou. Percebi que ela chorava muito. As lágrimas que eu ainda segurava derramaram dos meus olhos. Senti a minha tia me abraçar me consolando.


- Sunny, é você não é? - Tiffany falou se afastando. Sunny concordou com a cabeça.

- Como? - Tiffany perguntou voltando a abraçá-la.

- É uma longa história. - Sunny falou apertando-a em seus braços.

- Não importa. Não importa. Você está aqui. - Tiffany falou se afastando e alisou o rosto da irmã.

- Você realmente está aqui. - Sunny sorriu para ela e depois me olhou. - Obrigada! - Ela agradeceu estendendo a mão para mim.

- Não precisa agradecer. - Falei segurando na mão dela. Sunny me puxou me obrigando a sentar ao lado dela de frente para a Tiffany.

- Eu estou muito feliz! - Ela falou abraçando a nós duas ao mesmo tempo deixando os nossos rostos bem próximos. Vi Tiffany sorrir para mim. Senti que ela também estava feliz, mas ela ainda chorava.


Sorri ao vê-la sorrir. Me assustei quando senti a mão de Tiffany alcançar o meu rosto. Eu sabia que aquilo não deveria acontecer, mas não a afastei. Ela fechou os olhos e alisou o meu rosto da mesma maneira como fez com Sunny.


- Pela última vez. - Ela falou retirando a mão do meu rosto.


Segurei na mão dela e pensando no que aquela frase significava. Apesar de não querer acreditar, eu sabia bem o sentido dela. As palavras dela vieram carregadas de emoção. O pesar estava estampado em seus olhos. Olhar estava perdido, mesmo quando ela me olhava. Mesmo sendo algo recente, eu podia sentir o quanto ela estava distante. Sunny sorria para nós duas totalmente alheia a nossa causa. Sorri para ela quando vi ela nos olhar confusa. Então ela sorriu novamente. Naquele momento eu desejei não estar ali. Eu estava carregada de emoções que me sufocavam. Levantei da cama e caminhei em direção a porta. Tiffany se levantou e segurou em meu pulso impedindo a minha saída. Ela me puxou e me abraçou. Quando ela me soltou, ela me beijou. Um selinho demorado, nada ousado. Quando ela se afastou, minha tia e Sunny tinham os olhos arregalando.


- O último beijo. - Tiffany falou ao se afastar. Eu sorri mesmo que sabendo o que aquilo significado.

- O último beijo. - Falei segurando em seu rosto e beijei a testa dela.


Quando me afastei Tiffany sorria, mas não havia brilho em seu olhar. Ela segurou em minha mão e  a apertou de leve. Era difícil, mas até sabermos a história real sobre a mim aquele era o nosso último momento. Com dificuldade, mesmo não querendo, eu soltei a mão dela. Saí do quarto e encontrei os meus pais me esperando. Jessica e Yuri estavam com eles. Yuri me olhou com um olhar compreensivo e Jessica me olhou com desespero. Sorri para ela e ela sorriu de volta.


- O que está acontecendo? - Minha mãe perguntou vindo ao meu encontro.

- Jessica, você pode acompanhá-los? - Perguntei apontando para o quarto sem responder a pergunta.

- Claro. Vem. - Jessica respondeu estendendo a mão para a tia que a olhou confusa.

- Vocês não vão dizer o que está acontecendo? - Meu pai perguntou visivelmente preocupado.

- Vão com a Jessica. É mais fácil ver. - Falei apontando para a porta do quarto.

- Você está bem? - Minha mãe me perguntou me abraçando, mas não consegui corresponder ao abraço.

- Eu ficarei. Agora vá com ela. - Falei me afastando.


Jessica conduziu a tia pela mão e esperou que o tio a acompanhasse. Abriu a porta e entrou. Ouvi minha mãe exclamar o nome de Sunny. Aproximei da porta e olhei pensando que talvez agora aquela família tivesse um pouco de paz. Caminhei em direção a saída, mas fui impedida por Yuri que me olhava assustada.


- Aonde vai? - Perguntou ela em um tom desesperado.

- Vou caminhar um pouco. - Respondi lentamente.

- Taeyeon, por favor. - Yuri falou deixando o nervosismo transparecer.

- Se acalme, eu já disse antes. Eu não vou a lugar nenhum sem te avisar. - Falei abraçando-a.

- Então eu vou com você. - Ela falou se afastando e caminhou em direção a porta de saída da casa.

- Não, Yuri. Eu preciso que você cuide das pessoas aqui. E eu preciso de um tempo sozinha. - Expliquei e sorri vendo-a levantar a sobrancelha.

- Taeyeon. - Ela falou segurando na minha mão.

- Eu volto. Se precisar falar comigo, estarei no celular. - Falei soltando a mão dela retirando o celular do bolso.

- Ok. Me liga se precisar de companhia. - Ela falou ainda visivelmente preocupada.

- Ok. - Respondi e ela me levou até a porta.


Quando saí na rua senti o sol quente em meu rosto. Eu não tinha uma direção, nem mesmo estava a fim de escolher um caminho. Caminhei pela cidade deixando que todas as lágrimas saíssem. Até secarem sentei em um banco na praça na sombra. Coloquei as pernas para cima e as abracei colocando a minha cabeça sobre os meus joelhos. Eu não queria pensar em mais nada. Por mais que todos os pensamentos confusos não me dava um segundo de paz. Eu queria um momento de silêncio.


Dois meses depois em Seul


Levantei da cama e suspirei. Eu já levantava cansada, dia após dia. Fazia um mês e meio que eu havia mudado para a casa dos meus pais. Era tortuoso ver Tiffany todos os dias. Encarar seus olhos triste e sua expressão desesperada. Por isso aceitei o convite dos pais dela. Minha mãe se encarregou de Tiffany e do bebê. Sunny voltou para casa comigo e prometi que cuidaria dela deixando a nossa mãe mais tranquila para cuidar dos dois. Havíamos decidido que a poupariamos sobre a história sobre ela não ser filha biológica sos Hwang. Ela ainda estava debilitada, não havia necessidade de deixá-la saber de algo que a deixaria ainda pior. A nossa mãe se dividia em cuidar de todo mundo mesmo não estando no mesmo lugar. Saí do quarto de cabeça baixa pensando em Tiffany e no bebê. Eu tentava me manter a afastada, mas eu não conseguia. Começava a planejar ir vê-los novamente, já havia uma semana que eu os visitei.


- Porquê a minha irmã está distraída? - Sunny perguntou me trazendo de volta para a realidade. Levantei os olhos e sorri.

- Nada. - Respondi sentando ao lado dela à mesa.

- O que vai comer? - Ela perguntou me entregando um copo.

- Uma torrada. - Respondi sem ânimo nenhum para comer.

- E o que mais? - Ela perguntou pegando a torrada e passou manteiga.

- Só isso. - Respondi ajudando-a com a torrada.

- Tae, você tem que comer direito. Todo mundo já percebeu o quanto você emagreceu. Desse jeito vai ficar doente. - Ela falou colocando um suco no copo e me entregou. Não respondi nada.

- Você precisa ficar bem. Eu não gosto, Tiffany não gosta de te ver assim. - Ela falou e eu suspirei sem responder novamente.

- Podíamos visitar ela e o bebê hoje, que tal? - Ela perguntou me olhando como se esperasse alguma reação minha.

- Não sei. - Respondi, mas Sunny apenas pegou o celular me ignorando.


Observei Sunny desbloquear a tela do celular e conferir algo. Vi que ela abriu a agenda e começou a procurar. Sorriu quando encontrou o que estava procurando e colocou o aparelho no ouvido.


- Alô. Ela falou e eu a olhei ansiosa.

- Oi, mãe. - Ela falou e eu suspirei aliviada por não ser com a Tiffany que ela falava.

- Onde você está? - Ela perguntou e esperou.

- É mesmo. Esqueci completamente que o resultado do teste de DNA saía hoje. - Ela falou e eu arregalei os olhos.


De repente eu fiquei alheia a conversa de Sunny e me levantei. Caminhei lentamente até a cozinha encontrando pregado em uma das paredes um calendário. Passei a mão pelas datas até encontrar o dia de hoje. Elas tinham razão, o resultado estava pronto. Eu havia me esquecido completamente disso. Eu me recusei até o último momento para fazer esse exame. Por fim, decidi que era hora de saber a verdade e encarar a realidade. Mas eu não estava preparada para o resultado. Eu não queria saber de nada.


- A nossa mãe disse que já pegou o resultado e está indo para casa da Tiffany. - Sunny falou aparecendo na cozinha movendo a cadeira de rodas sozinha.

- E aí? - Perguntei sentindo as minhas mãos suarem.

- E aí o que? - Ela perguntou, mas pareceu entender em seguida. - Ah! Ela não me disse o resultado. Disse que ainda não abriu o envelope. Vai abrir quando estiver junto de você. - Sunny explicou e segurou na minha mão.

- Eu não posso esperar até o final do dia. Vamos para a casa da Tiffany. - Falei ansiosa e ao mesmo tempo nervosa apesar de ainda não querer saber o resultado do exame.

- Ok. Eu estou pronta. - Ela falou ainda segurando a minha mão.

- Eu também. Então vamos. - Falei empurrando a cadeira para fora da cozinha.


Deixei Sunny na sala e fui até os nossos quartos buscar os nossos documentos. Voltei para sala e levei Sunny até o carro. Peguei-a em meus braços e a coloquei no banco do passageiro. A ajudei a colocar o cinto de segurança e depois coloquei a cadeira no porta-malas. Entrei no carro pensando em como seria depois que lessem o resultado. Dirigi em silêncio. Percebi que Sunny me olhava com frequência. Ela não havia perguntado sobre o beijo que ela presenciou. Mas parecia entender o que acontecia entre Tiffany e eu. Todas as vezes que nos encontrávamos, era ela quem intermediava a conversa entre gente. Ainda era desconfortável estar na presença de Tiffany e eu não conseguia encará-la e vê-la como minha irmã.


- Chegamos. - Falei parando na entrada da casa, mas não saí do carro.

- Agora me ajude aqui. - Sunny falou tirando o cinto.


Peguei a cadeira no porta-malas e a ajudei a sair do carro. Assim que passamos pela porta, ouvimos Taeyang chorando. Um choro gritado e desesperado. Deixei Sunny no andar debaixo e subi as escadas correndo. Encontrei Bah com o bebê no colo que berrava. Ela me olhou desesperada quando me viu.


- O que está acontecendo? Por que ele está chorando desse jeito? - Perguntei confusa, pois ele era um bebê calmo que quase não chorava.

- Ele está com fome. - Ela me respondeu e eu peguei-o do colo dela.

- Fome? Porque Tiffany não o alimenta? - Perguntei ainda mais confusa tentando acalmar o bebê.

- Ela disse que não consegue. Vai lá criança, ajude-a a dar de mamar ao bebê. - Ela falou me empurrando em direção ao quarto.

- O que? - Perguntei tentando impedir de entrar no quarto quando ela abriu a porta.

- Sua mãe está lá dentro. Talvez vocês duas consiga ajudá-la. - Bah falou me empurrando para dentro quarto.


Aconcheguei Taeyang nos meus braços e o embalei acalmando-o. Entrei no quarto e encontrei Tiffany sentada no sofá conversando com a nossa mãe. Eu me olhou duas vezes parecendo não perceber quem eu era. Aproximei devagar ouvindo o bebê soluçar por causa do choro.


- O que está acontecendo aqui? - Perguntei indicando o bebê em meus braços.

- Ele está com fome. Não consigo alimentá-lo. - Tiffany respondeu e vi que ela estava se sentindo culpada por isso.

- Não consegue porque? Seu leite secou? - Perguntei confusa ainda tentando entender.

- Não. - Ela disse chorosa e então eu percebi que os dois seios dela vazava leite.

- Então porque não está dando de mamar a ele? - Perguntei irritada. Era um absurdo o bebê está com fome e ela se recusar a amamentá-lo.

- Se acalme, minha filha. Tiffany ainda está sensível, além do mais é difícil para ela saber o resultado do nosso teste de DNA. - Minha mãe explicou lentamente. Arregalei os olhos sem saber o quanto ela sabia sobre Tiffany e eu.

- Então é por isso? Você está tão nervosa que não consegue amamentar o seu próprio filho? - Perguntei ainda mais irritada. Tiffany concordou com a cabeça sem me olhar. Percebi que ela chorava.

- Tiffany! - Falei brava e ela levantou a cabeça, mas não disse nada.

- Você vai sentar naquela cama... - Falei segurando em sua mão e continuei. - … e vai amamentá-lo. - Ordenei ajudando-a a levantar.


Tiffany não disse nada. Minha mãe me olhava assustada. Eu não conseguia admitir que um bebê sofresse por minha causa. Ajudei Tiffany a sentar na cama. Indiquei com a mão que ela abrisse os botões da camisa que ela usava. Lentamente, ela desabotoou um a um. Sem precisar ordenar, ela tirou a alça do sutiã liberando o seu seio cheio de leite. Coloquei o bebê que ainda chorava em seu colo. Ele se esfregou nela até encontrar o bico do peito começando a mamar em seguida. Afastei um pouco da cama e olhei para minha mãe que sorria.


Eu havia sido bruta e enérgica com Tiffany, mas ela também sorria. Aquele era o sorriso que me deixava de perna bamba. O mesmo brilho no olhar. A mesma expressão de felicidade de quando estávamos juntas. Desviei o olhar para não pecar ainda mais. Tiffany permitiu que o filho mamasse em seus dois seios. Quando ele acabou, estava sonolento. Peguei ele dos braços dela e o fiz arrotar. Depois o coloquei na cama ao lado dela.


- Agora descanse. Daqui a pouco ele vai acordar querendo mais. - Falei acertando o travesseiro para que ela se deitasse.

- Obrigada. - Ela falou segurando em meu pulso. Olhei para a mão dela quando senti os dedos frios sobre a minha pele.

- Me desculpe. - Ela falou me soltando.


Eu não consegui dizer nada. Tiffany ajeitou na cama ao lado do filho e fechou os olhos. Depois de alguns minutos, era possível perceber que ela dormia tranquilamente. Apontei para a porta indicando para a minha mãe que saíssemos do quarto. Ela me acompanhou e descemos as  escadas encontrando Sunny conversando com Jessica.


- Vejo que o bebê se acalmou. - Ela falou parecendo aliviada.

- Sim, ele estava apenas com fome. - Falei sentando ao lado dela.

- Será que a gente pode conversar? - Jessica perguntou parecendo ansiosa.

- Claro. - Respondi e ela levantou.

- Vamos conversar na biblioteca. - Ela falou sem olhar para tia e para prima que nos olhavam parecendo confusas.

- Ok. - Falei ignorando os olhares.


Acompanhei Jessica até a biblioteca. Entrei e sentei no sofá aguardando que ela fechasse a porta. Ela caminhou lentamente até onde eu estava sentada e sentou ao meu lado.


- O que você fará? - Ela perguntou, mas fiquei confusa.

- Sobre o quê? - Perguntei sem entender.

- Sobre Tiffany. - Ela falou sem muitos detalhes.

- Sobre o que exatamente você está perguntando? - Perguntei apesar de começar a entender a pergunta.

- Sobre o teste de DNA que você com seus pais. O que você fará com a Tiffany se der positivo? - Ela perguntou sendo clara.

- A mesma coisa que eu venho fazendo desde que eu descobri. Evitá-la. - Respondi e suspirei cansada.

- Oh Taeyeon! - Ela falou me abraçando.

- Vai ficar tudo bem, não vai? - Perguntei apesar de saber que provavelmente sabendo que não ficaria.

- Vai, com certeza, vai. - Ela falou se afastando e sorriu.

- O que está acontecendo com você e Yuri? - Perguntei mudando de assunto. Havia percebido que elas estavam íntimas demais.

- Bom… a gente está se conhecendo. - Ela respondeu sorrindo.

- Se conhecendo? Apenas se conhecendo? - Perguntei rindo da situação.

- Sim. Porque? - Ela perguntou sem entender a minha reação.

- Acho que vocês duas se conhecem bem demais. - Respondi sorrindo e ela sorriu em uma clara confirmação do que eu disse.


De repente Jessica se aproximou. Ela me beijou lentamente e eu arregalei os olhos. Me afastei confusa. Olhei nos olhos dela e ela parecia pensar em algo.


- O que significa isso? - Perguntei sem entender.

- Eu estava só testando. - Ela falou aérea.

- Testando o que Jessica? - Perguntei me irritando.

- Bom, eu estava testando o quanto eu gosto de você. Eu já beijei a Tiffany… - Eu a interrompi antes que ela continuasse.

- Você fez o que? Porque? - Perguntei deixando o ciúme tomar conta de mim.

- Se acalme. Eu estava só verificando se eu ainda gosto dela. - Ela falou assustada com a minha reação.

- E? - Perguntei sem me acalmar.

- Descobri que não gosto mais dela. E você… - A interrompi novamente.

- E eu o que? - Perguntei me acalmando aos poucos.

- Acho que foi só uma paixonite passageira. - Ela explicou sorrindo.

- Isso quer dizer que está realmente gostando da Yuri? - Perguntei, mas eu sabia a resposta vendo o olhar dela.

- Talvez. - Ela respondeu abrindo um sorriso largo, mas o tom era de afirmação.


Antes que eu pudesse responder, alguém bateu na porta interrompendo a nossa conversa. Yuri foi até lá e abriu permitindo que a pessoa entrasse. Minha mãe entrou e eu identifiquei o envelope do laboratório em suas mãos. Sunny entrou logo depois empurrando a própria cadeira.


- Que tal vermos o resultado já que está aqui? - Ela perguntou sorrindo e eu me senti desanimada.

- Porquê? - Perguntei querendo fugir do assunto.

- Eu estou ansiosa. - Ela falou abrindo o envelope sem esperar por uma resposta. Todas estávamos atenta ao que ela fazia.

- E qual é o resultado? - Jessica perguntou se aproximando dela e leu o que estava no papel. Eu continuei sentada sem querer me aproximar apesar da curiosidade.

- 99%. - Ela falou, mas não completou me deixando confusa.

- 99% de que? - Perguntei ansiosa.

- Você é nossa filha. 99% de compatibilidade comigo e com o seu pai. Você é realmente a nossa filha. - Ela falou caminhando em minha direção.


Suspirei ao ouvir a resposta. Por mais que eu não quisesse acreditar, eu conseguia sentir que esse seria o resultado. Mesmo não me aproximando, eu podia sentir que eles eram os meus pais mesmo que não tivéssemos feito o teste. Eu estava perdida novamente sem saber o que fazer. Eu não fazia ideia de como Tiffany reagiria a esse resultado até vê-la na porta da biblioteca com os olhos arregalados. Meu mundo havia desabado junto com o mundo dela.


Notas Finais


Agora sim a fanfic está chegando ao fim. Preparem-se!!!

Até o próximo capítulo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...