Os pássaros estavam bem animados naquela manhã. Era domingo, e como prometido mamãe me levaria ao parque mais próximo de nossa casa. Os brinquedos de lá são enormes, rápidos e deixam você extremamente risonho e confortável.
Eu adorava estar por lá, mesmo tendo a oportunidade de ter ido apenas duas vezes ao local. Não era tão conhecido, mesmo assim não deixava de ser o melhor lugar do mundo.
— Você ainda está na cama? — mamãe adentrou o quarto surpresa. Seus olhos carregavam uma forte sombra escura, parecia cansada. — pensei que estivesse animada para ir ao parque querida.
— E estou. Estava apenas esperando você acordar. — confessei, me aconchegando melhor no grande e fofo cobertor.
— vá se arrumar, o dia será longo hoje. — sorriu, não demorando para sair.
Levantei mais do que depressa e corri para o banheiro, juntei um par de roupas confortáveis e sapatos do mesmo. Encarei-me no espelho e ajeitei melhor os fios arrepiados, passando um pouco de gel seguido para controlar os fios sorrateiros. Parti para o banho e em menos de minutos já estava pronta.
Sentei na cama para calçar o par de botas, quase que caindo ao escutar a porta de meu quarto ser estourada involuntáriamente.
— Mett? O que está acontecen....
Não me deixando terminar, o maior grudou meus braços e me arrastou para fora do quarto, fazendo com que eu perdesse minhas botas pelo caminho das escadas. Eu não conseguia compreender o porquê daquilo, o que poderia ter acontecido para tais ações brutais suas?
— Mett, não faça nada, eu apenas planejei um passeio para nós duas. — mamãe tomou meus ouvidos, sua voz estava chorosa e seus cabelos desgrenhados. Ainda era de manhã, mas eu sabia que a causa dos cabelos e os olhos inchados não eram pelo cansaço. — eu só quero levar ela até lá para brincar com algumas crianças, eu não irei fazer nada que possa te prejudicar! — elevou sua voz, eu já estava me sentindo assustada, por que ela chorava tão profundamente?
— Eu te conheço, sei bem o tipo de pessoa que você é. — apontou em direção a mais velha, cuspindo as palavras brutalmente. — você é uma vadia, pensou que sairia por aí e me deixaria aqui? Eu não sou bobo, Cristine! — gritou. — pensa que eu sou bobo? Sua vadia! — gritei assim que escutei um estalar forte. Meus olhos estavam fechados, mas eu tinha plena noção do que havia acontecido.
Escutei seu choro baixo e senti meu coração se despedaçar, ela sussurra pedindo perdão, ajoelhada sobe os pés do rapaz. Este, que a encarava desgostoso.
— Eu irei levá-la ao parque. Você ficará em casa, quieta e escondida. — arrastou-me para um canto da sala, onde pegou um par de máscaras e um boné. — Já voltamos querida. — sorriu sínico.
Dama.
A porta foi aberta e rapidamente o olhar de mett se virou em direção a mesma.
— está tudo bem por aqui? — o homem na porta perguntou, intercalando seu olhar entre nós dois. Parecia desconfiado e curioso. Eu não o conhecia, mas por algum motivo sentia que deveria confiar.
— Sim. Está tudo ótimo, não está? — olhou-me desafiador. Em minhas condições, eu jamais poderia lutar contra o mesmo, então apenas tive a estúpida idéia de concordar. Ele sorriu, surpreso e muito satisfeito.
Assim que o rapaz desconhecido ousou fechar a porta, o chamei, fazendo-o voltar novamente para dentro da pequena sala. Os olhos escuros de mett perseguiam-me.
— pode me trazer uma água? — abri um pequeno sorriso. O garoto arqueou uma sobrancelha, mas logo depois assentiu. — pela manhã eles me deram está xícara, pode levá-la. — peguei o objeto em minhas mãos, torcendo para que tudo saísse como planejado.
Assim que próximo, ele tomou a xícara de minhas mãos, engoli em seco e me ajeitei melhor sobe a cama, varrendo meu olhar por todo o local.
— Já trago sua água.
K.T
Logo que a porta atrás de mim se fechou, não consegui dar três passos e escutei tiros vindos do quarto. Assustado, deixei que a xícara caísse de minhas mãos, deslizei minhas mãos sobe o coldre de minha calça e franzi o cenho ao sentir o espaço da arma vazio.
" Pode me trazer uma água?
Pela manhã eles me deram está xícara, pode levá-la "
Corri rapidamente de volta para o local, sendo acompanhado por dois seguranças que faziam a guarda no momento dos disparos.
A porta foi arrombada as pressas e de cara já pude perceber um corpo caído ao lado da cama. Este que sangrava, tinha uma perfuração na região da testa, o tiro havia sido muito bem feito.
— tragam reforços, temos um corpo na sala 22.
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