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História A dama dos anjos - Desespero


Escrita por: Starfire2001

Notas do Autor


O cap tá bem grande, então vos desejo uma boa leitura.

Até lá em baixo, leiam as notas finais babys.

Capítulo 22 - Desespero


Lucy on

Eu estava perdida, não me lembrava como tinha ido parar ali, eu só queria ir embora, sair dali o mais rápido possível. 

Algo me prendia deitada no chão, impedia de me mover, obrigando-me a ficar imóvel. O cheiro de morte pairava no ar e invadia minhas narinas sem permissão, queimando meus pulmoes como fogo. Tentei me levantar desesperadamente, mas não conseguia me mexer, sentia como se estivesse presa em um tipo de caixa. Me sentia claustrofóbica, sabia que se não saísse dali rápido, o corpo a ser preenchido pela morte seria o meu.

Meu corpo doía, sentia cada parte dele latejar. Podia sentir o vento soprando contra mim, batendo contra meus cortes como se fossem facas, perfurando os cortes mais e mais. Tentei abrir meus olhos e me mexer, na tentativa de diminuir aquela dor tremenda. Não entendia, por que diabos não estava me curando? Estava sem magia?

Sentia as batidas de meu coração lentas e sôfregas, cada vez mais graças, como se estivesse desistindo de continuar vivo. Respiro dolorosamente, tentando manter-me viva, a cada respiração meus pulmões doíam mais. Não iria conseguir por muito tempo, sabia disso. 

Coloquei toda a minha vontade focada em levantar o braço, cada nervo do meu cérebro pulsando em conjunto para que o braço se movesse. Mas não adiantou, era como se eu não tivesse mais o controle do meu próprio corpo. 

Tentei com todas as minhas forças fazer com que meus olhos se abrissem, e falhei novamente. Dei um suspiro cansado e surpreendentemente fraco. Não! Nao podia ser agora! Não podia acabar assim! Minha mente ficou escura, as trevas engolindo por completo qualquer fio de consciência que existira em mim. Antes mesmo que eu pudesse notar ja estava imersa naquele mar negro de solidão, não sentia mais nada, nao pensava mais nada. 

Me sinto vazia, inexistente. Como se tivesse simplesmente desaparecido do mundo. Será que eu..... não! Não podia ser isso....

De repente minha consciência volta e minha mente funciona a mil, dando várias ordens ao meu corpo ao mesmo tempo. Abro meus olhos e ergo meu corpo bruscamente, desesperada com aquilo tudo. Onde estava? O que estava acontecendo?

Olho em volta atordoada, minha mente ainda tonta e confusa, desesperada por respostas,. Estremeço quando por todos os lados vejo somente uma imensa escuridão me cercando como uma prisão. Me pergunto se tinha realmente saído das trevas ou apenas havia aberto meus olhos pra ela. 

Gotas fortes marcavam o chão com violência, causando uma melodia assombrosa. O cheiro de morte se esvaiu, como se houvesse simplesmente sumido dos meus pulmões. Sinto um arrepio na espinha com o pensamento que, talvez, agora eu faça parte dele agora. Encurralada pelas trevas olhei pro céu em busca de alguma luz, alguma esperança, mas a única coisa que vi foram nuvens carregadas e levemente avermelhadas, parecendo estarem cheias de sangue e não de água. Observo a chuva grossa que pendia do céu em uma dança dramatica e solitária, segui seus movimentos até as suas possas ainda rasas a minha volta, mas não sentia os pingos em minha pele. Olho para meu braço e ele, um dia sólido e completamente formado, agora estava totalmente fantasmagórico.

Me levanto devagar, tento acalmar minha mente, pensar direito e manter a calma. Pisei firme no chão me apoiando nas minhas pernas que tremiam um pouco. Olhei pro chão onde estava a alguns segundos, e me vi caida. Meu corpo ensanguentado e mutilado, cheio de cortes e escoriações, sangue manchando minhas roupas, minhas pernas viradas ambas em um ângulo impossível, sangue escuro escorrendo pela minha boca e meus olhos fechados em um falso descanso.

Tampo a boca com as mãos e arregalo os olhos, tremendo de medo e pavor. Como isso tinha acontecido? Onde estavam meus amigos? Eles estavam bem? 

Me concentro e tento sentir as batidas do coração dentro do meu peito serem reberveradas na caixa torácica, mas elas não estavam mais lá. Tudo que senti foi um vazio, um imenso e sombrio vazio. Nesse instante tive certeza,...... estava morta.

Levanto os olhos e tento ver alguém, será  que eu estava no submundo? Ou fui condenada a vagar entre os mundos?

Os pingos de chuva me atravessavam e iam de encontro ao chão, me deixando com uma sensação sombria e vazia......

Meus olhos se acostumam com o escuro e se focam melhor, olho em volta novamente a procura de alguém. Novamente ninguém. Mesmo agora com a visão focada continuava com a sensação de que aquela imensidão não possuía fim. 

Dou um passo pra frente e minhas pernas falham, me ajoelho em uma delas e levanto a cabeça. Corpos sem vida vão aparecendo ao redor do meu eu morto, um por um, passo meu olhar brevemente por seus rostos e a cada rosto reconhecido nos corpos meus olhos vão se arregalando cada vez mais. Me levanto e lágrimas brotam em nos cantos dos meus olhos, o que diabos estava acontecendo? 

Os encaro horrorizada e me levanto, tentando falhamente chegar até o corpo de Sting. Começo a tremer e caio de joelhos no meio do caminho, meus olhos embaçados pelas incontáveis lágrimas e minhas pernas bambas de temor. Continuo o trajeto me arrastando, me apoiando completamente em meus braços. Levanto o rosto e grunho baixo, sentindo as lágrimas quentes escorrerem por minha face, já não as controlava mais. 

Me aproximo de Sting e ergo meu tronco o encarando, implorando para que me encarasse de volta. Pego seu rosto entre minhas mãos e o acaricio com o polegar, mergulho em suas íris sem cor e não encontro mas nenhum resquício de vida ali. Lágrimas pingam do meu queixo e atingem seu rosto. Me aproximo e beijo sua testa. Sentia como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado, solucei em meio ao choro e minha mão foi até sua cabeça, fazendo carinho em seus cabelos. O abraço e enterro o meu rosto em seu peito, chorando desenfreada.

Não podia acreditar nisso! Por que tinham que estar mortos? POR QUE?!

Não fazia sentido.... eles não podiam estar todos mortos....

Eu não conseguiria suportar essa dor.....

Não pode ser verdade......

Quem fez isso a eles......?

Me ergo novamente sem chão, giro meus olhos e grito alto ao avaliar seus rostos de novo, desejando que estivesse vendo coisas.

Sting, Rogue, Mi-chan, Lya-chan, Orga, Rufus, Snow, Os exeeds, Mestre, Igneel, Metalicana, Grandinee, Wesslogia, Skiadrum, Yukino, Mamãe, Papai, estavam todos ali, mortos e ensanguentados. Eles me olhavam vidrados com seus olhos opacos, sem vida, como se me acusassem pelo fim de suas vidas.

Que miserável fez isso a eles......?

Uma silhueta negra apareceu atrás de mim, me viro rápido e vejo seu sorriso branco se abrindo e expondo todos os dentes afiados, ele me olha e quando o encaro de volta vejo aqueles olhos vermelhos e brilhantes que tanto me assombravam. Seu rosto e corpo nublados e sombrios, sem expor nenhuma característica além dos olhos sangrentos.

- Você fez Isso. - ele sussurrou e sua voz ecoou por todo lugar, como se estivéssemos em uma caverna enorme e sem saída. Nego firmemente com a cabeça e tampo os ouvidos, tentando falhamente evitar sua voz de me alcançar.

-N-Não fiz! - grito e tento me afastar, me rastejando pra longe. - Nunca faria. 

- Você fez, a culpa é sua. - ele sorri. - Você matou todos eles com suas próprias mãos.

O ar falta em meus pulmões, não podia respirar, e cada vez que tento me machuca, tento novamente mas é como se estivesse sugando fogo novamente, estava me queimando por dentro. Eu nego com a cabeça e fico repetindo não baixinho, tentando me convencer que não havia feito realmente isso, não podia ter feito, nunca faria.

Me levanto cambaleante e o encaro com fúria. Ele sorri aprovador, como se apoiasse completamente aquele sentimento de ódio puro.

- Mentira! - eu o ataco, socando-o e chutando-o, mas só atravesso o ar. Seu sorriso se alarga. - A culpa é sua!

Grito desesperada e tento o acertar novamente, mas, passo direto e caio de joelhos no chão, colocando as mãos em minha cabeça e chorando descontroladamente.

- Não, você os matou. Olhe o show que você fez. - olho em volta, os corpos sem vida começam a se levantar, vindo em minha direção, mancando e se arrastando, com olhares acusadores em seus rostos

Eles gritaram em coro.

- Você nos matou. Como pode Lucy? - tampo meus ouvidos e balanço a cabeça, tento fugir, mas dou de cara com minha mae, ela me olhava triste e bloqueava minha passagen. Caio de joelhos e sinto o desespero invadir minha alma. - Pensei que éramos amigos.

- Como pode fazer isso comigo Blondie? Achei que me amasse. - era a voz de Sting, reconheceria em qualquer lugar. Me virei e vi o mesmo se levantar e se aproximar por outra direção. Não sabia se me afastava ou se chorava, minha boca estava seca e meu corpo dolorido, meus joelhos tremiam e não conseguia me levantar, tudo que pude fazer foi continuar ajoelhada.

- Por que nos matou filha? - meus pais falaram em coro. Neguei com a cabeça e coloquei as mãos nos ouvidos.

- Por que mama? - neguei mais uma vez e olhei em seus olhinhos, agora, sem cor, sem brilho.

- A CULPA É SUA! - gritaram.

-NÃO! - gritei mais alto que pude e minha voz os calou. O sorriso da silhueta desapareceu e ele me encarou impressionado, eu vi uma luz forte saindo de mim e fiquei confusa, comecei a brilhar e iluminar tudo, os pingos pesados cessaram e o céu se abriu em um lindo tom de azul claro, os corpos foram sumindo, um a um desapareciam em um brilho dourado, as vozes pararam e, por fim, a silhueta sumiu.


Acordei suada e me tremendo, meus olhos se arregalaram e passearam a minha volta, com medo de que tudo se repetisse. Suspirei de alívio ao ver que estava no meu quarto e Rogue, Grandinee e Igneel estavam a minha volta, me lançando olhares preocupados. Minha mão corre pelo meu rosto e eu sinto o suor em minha testa, colando alguns fios ali. Afasto os fios e desço a mão até minhas bochechas, elas estavam molhadas e grudentas pelas lágrimas.


- O que..... aconteceu.....? - pergunto com a voz fraca e um tanto desnorteada, pus minha mão sobre o peito e respirei fundo, ainda podia meus pulmoes queimarem, tento me levantar. Rogue se aproxima e pega minha mão, me olhando com carinho. Eu aperto sua mão com força, precisava ter certeza que aquilo era real.

- Lucy, você....... começou a gritar e chorar, Snow ficou preocupada e foi nos chamar, quando chegamos aqui você estava chorando, soando e se debatendo. Tentamos te acordar, mas não funcionava. Tentamos de tudo, mas você parecia estar em algum tipo de transe. Marcas douradas começaram a aparecer no seu corpo e seus olhos começaram a brilhar, aí, depois de um tempo, você finalmente acordou.

Os lençóis grossos da cama estavam jogados no chão, assim como os travesseiros macios. Minhas mãos estavam geladas e tremiam, não queria que eles se preocupasse ainda mais comigo, mas elas simplesmente não paravam de tremer.

Assenti devagar com a cabeça mordendo o lábio inferior tão forte que senti o gosto metálico em minha boca, suspiro tentando absorver tudo que aconteceu. Sentia meus lábios secos e quebradiços, como se toda a água do meu corpo tivesse ido embora naquelas lágrimas. Como aquele maldito conseguiu entrar na minha cabeça? Deve ter mais criaturas ao lado dele do que eu imaginava, uma criatura forte o suficiente pra invadir minha cabeça e me fazer ativar um bloqueio mental.

- Você está bem, querida? - Grandinee devia estar bem preocupada, ainda estava de pijama. Deve ser no meio da noite agora, de madrugada. Assenti e olhei pela janela, vendo um céu escuro. Fecho os olhos por um instante e um flash do meu sonho passa em minha mente. Meus entes queridos e amigos mortos, o mundo inteiro mergulhado no caos e sangue, o desespero absoluto. Estremeço com essa imagem e abro os olhos os desviando para Grandinee, me reconfortando com sua imagem e afugentando a lembrança para as profundezas da minha mente.

- Sim...... foi só..... um sonho. - me sento na cama e prendo meu cabelo em um coque bagunçado, jogo minha cabeça pra trás e suspiro fundo de alívio. Ainda podia sentir as lagrimas quentes descendo por todo o meu rosto. Agora estavam secas e grudentas em minha bochechas.

Todos estavam bem, foi só um sonho. Só um sonho. Repeti pra mim mesma, pra me tranquilizar. 

- Aquele filho da puta vai se arrepender de ter feito isso.

- Ah? Que filho da puta? - Igneel perguntou confuso. Estava me acostumando com sua presença, apesar de suas semelhanças com Natsu eu ainda conseguia ver diferenças grandes entre eles. - De quem você está falando?

- Hylluk. Tenho certeza que foi ele que fez isso. - me levanto e piso delicadamente no chão, com os pés descalços, entrando em contato com sua temperatura gelada e sua textura dura, deixando minha alma mais calma por não estar mais dormindo. Caminho até a janela, sentindo os olhares em minhas costas seguindo meus movimentos. Me apoio no batente da janela e encaro o céu, límpido e brilhante, sinto a brisa refrescante e fria bater contra meu rosto e colo, suspiro profundamente, tomando ar fresco e tentando parar de tremer, tentando esquecer daquele cheiro de morte, aquele que me era tão familiar.

***

Autora on

Lucy estava na arena dos fundos com seus espíritos a sua volta. Eles estavam prontos para o próximo treinamento, totalmente motivados. Após a demonstração de poder de sua mestra começaram a levar esse treinamento a sério, dispostos a se fortaleceram para protege-la.

Depois do seu pesadelo, a loira demorou um pouco até finalmente conseguir dormir. Toda vez que fechava os olhos a cena de seus amigos mortos vinha em sua mente, a atormentando e perturbando sua mente. 

Até finalmente conseguir dormir faltava pouco para o amanhecer, só pode dormir algumas poucas horas de sono, até que se sentisse mais descansada, pelo menos o bastante para abrir todos os portais e treinar seus espíritos. Ela tomou um café da manhã reforçado e foi para a arena, tinha de começar o treinamento do dia.

Ela vestiu um top preto e uma calça que ia até os tornozelos, também preta. Seus cabelos estavam trançados, numa grande trança embutida inversa, que descia pelas suas costas chegando em sua bunda.

Loke caminhou em sua direção e beijou as costas de sua mão, sorrindo galante, como sempre. Lucy deu uma risadinha e Loke sorriu, em seguida ficando com a expressão séria que quase não usava. Lucy franziu o cenho, confusa, e pôs as mãos na cintura.

- O que houve Loke? Por que está com essa cara de quem comeu e não gostou? - A loira perguntou preocupada, analisando a expressão de seu amigo.

- Poderia perguntar a mesma coisa à você Lu. - Lucy apertou as mãos, um pouco tensa. Ele, assim como todos os outros espíritos da loira, tinha notado o olhar cansado da mestra, evidênciado pelas pequenas olheiras cobertas por maquiagem em baixo de seus olhos, coisa que não era normal em seu rosto. Mas preferiram não falar nada, ela já tinha coisa o bastante para pensar. - Mas sei que não quer falar sobre isso agora.

- Se não é sobre meu estado deplorável, então o que é? - Ela relaxa um pouco, não queria sofrer um interrogatório agora, ficava feliz por seus espíritos entenderem isso.

- Para de drama, você não está assim tão mal. - ele ri e a loira o acompanha. - Eu sei que não quer ser pressionada, mas só quero saber por que está assim. Sabe que me preocupo com você.

- Eu não dormi bem. - Lucy diz, desconfortável com a situação, cruzou os braços e apertou o cotovelo nervosamente com a mão, ela desvia o olhar e fica em silêncio.

- Tá bom, se não quer falar sobre isso agora, respeito sua decisão. - ele sorriu gentil e a loira suspirou aliviada.

- Obrigado.

- Mas o objetivo da conversa não é só esse. - Lucy volta a o encarar, curiosa pelo que estava por vir.

- Então qual é? - arqueou a sobrancelha.

- Lu, o Rei dos Espíritos quer falar com você. - Lucy abaixou a sobrancelha e suspirou, não estava com tempo de sobra pra fazer visitas.

- Ok, depois eu vou visitar o bigodudo. Estou meio que sem tempo agora. - Loke negou com a cabeça e a loira cruzou os braços e o encarou com as sobrancelhas juntas.

- É melhor você ir logo, acho que é um assunto importante. - ele ajeitou os óculos e desamaçou o termo na manga.

- O que seria assim tão importante, pra fazer com que eu vá até lá agora? - Ela olhou pro céu e suspirou, voltou os olhos para encarar o ruivo em seguida. - Loke, você sabe que eu estou sem tempo. Preciso preparar vocês mais do que nunca.

- Eu sei que o treinamento é importante Lu, mas olha, isso também é importante. - ele encara os olhos da sua mestra. - Não tenho certeza sobre o que ele quer, mas suspeito de que seja para ajudar um espirito celestial.

- Eu sei que deve ser importante Loke, ele não me chamaria à toa, não com isso tudo acontecendo, mas eu preciso treinar vocês, não posso simplesmente parar o treinamento no meio. - Ela suspira armagamente, nunca pensou que teria que negar ajuda algum dia, se sentia extremamente mal fazendo aquilo.

- Você sabe da diferença de tempo das dimensões, a maioria dos tempos é diferente um do outro, se eu for lá hoje só voltarei daqui a uma semana, no mínimo.

- Lu eu prometo que, enquanto você estiver fora, nós treinaremos sem parar, e quando voltar estaremos mais fortes. - ela o encarou por um tempo, observando a determinação que queimava em seus orbes, ela suspirou e sorriu balançando a cabeça.

- Tá bom, eu vou agora. - seus braços caem ao lado de seu corpo e ela abre suas asas, brancas como nuvens.- Mas nem pensem em pegar leve enquanto estou fora.

O ruivo sorri e assente, voltando ao seu semblante galanteador de sempre, esperando o próximo comando de sua mestra. Lucy se vira e chama todos os espíritos para perto de si, fazendo uma roda a sua volta.

- Pessoal, hoje eu vou até a dimensão dos espiritos falar com o Rei, devo demorar uma semana ou um pouco mais que isso, devido a diferença temporal. Durante esse tempo preciso que vocês meditem e acumulem magia por três dias, mantenham seus próprios portões abertos enquanto praticam magia durante dois dias.

- Se algum de vocês não suportarem se manter aqui e usar magia ao mesmo tempo, o portão vai se fechar. Se isso acontecer, eu vou reabri-lo e o espírito vai voltar pra ca e vai meditar mais três dias. - todos assentiram e a loira sorriu. - Os dois últimos dias vão ser de batalhas entre vocês, se esforcem, eu acredito em vocês.

- Entendido! - os doze disseram em coro e se sentaram no chão, de pernas cruzadas e olhos fechados. A loira sorriu gentil ao reparar que alguns tinham mais dificuldade pra relaxar que outros, ela caminhou até cada um e os instruiu da melhor maneira para que relaxassem.

***

Lucy on

Estou sobrevoando o Palácio a procura de Sting, não queria ir embora sem falar com ele antes, me sentia na obrigação de falar com ele. 

Ja tinha procurado dentro do Castelo, mas não o encontrei. Atravessei uma nuvem e inspirei aquele ar pesado é tão limpo, parei para observar a arena da entrada, Grandinee tinha me dito que ele iria treinar com Rogue, Wesslogia e Skiadrum hoje, e como eu estava usando a arena dos fundos eles deviam ter ido para a da entrada.

Vejo Rogue entrar na casa com seu pai ao seu lado, ambos com as mãos nos bolsos e rostos inexpressivos, como sempre. Ainda não tinha me acostumando com tanta semelhança, pra mim eles dois eram os mais parecidos. Na arena sobraram Sting e Wesslogia, pareciam estar conversando, sentados no chão e apoiados na parede. Não me esforcei em ouvir sobre o que falavam.

Desci aos poucos, com cuidado para não provocar muito vento e levantar muita areia. Pousei delicadamente, sentindo algumas partículas da terra se levantarem. Os dois desviaram o olhar pra mim e eu sorri hesitante, Wesslogia devolveu o sorriso e acenou pra mim, enquanto Sting apenas desviou os olhos para qualquer coisa que não fosse eu. Doeu? Sim, muito. Mas precisava suportar, eu tinha causado isso.

Me aproximei dele com passos lentos e hesitantes, com medo da dor que a frieza dele podia provocar em mim. Sim, aquela sensação que só o desprezo dele me provocava, aquela sensação que eu tanto odiava, aquela impotência, uma fraqueza inexplicável. Me sentia tão vulnerável que chegava a me perturbar. Respirei fundo e acenei de volta pra Wesslogia, ele fez que sim com a cabeça, me ensentivando a ir em frente e falar com o loiro.

- Bom, eu acho que vou comer alguma coisa. - Wesslogia disse e se levantou animadamente, quando passou por mim deu uma piscadinha e seguiu até dentro da casa.

O silêncio prevaleceu, Sting praticamente me ignorava e eu estava com medo de falar, ficamos assim por um bom tempo. Ele nem sequer olhava pra mim, fingia que eu não estava ali, como se minha presença não fizesse diferença alguma. Isso me irrita, esse jeito de criança, por que ele simplesmente não fala nada? Suspiro, queria que aquele silêncio perturbador acabasse de uma vez, cansada de encarar o lado de seu rosto e  com o coração apertado, pigarreio, mas ele continua me ignorando.

- Não vai nem olhar pra mim? - digo indignada, cruzando os braços e mexendo minhas asas nervosamente.

- O que você quer? - disse frio, ainda encarando o nada. Meu coração doeu e lágrimas ameaçaram descer dos meus olhos, mas eu não vou chorar, vou segurar as lágrimas. Eu sei que ele vai me perdoar logo, eu sei disso. Não vamos continuar brigados por um motivo tão bobo assim.

- Eu......Eu só queria avisar que vou passar alguns dias na dimensão dos Espíritos, não queria ir sem falar com você antes. - encaro o chão e respiro fundo para afastar a vontade de chorar, minhas pernas fraquejam, e minha voz sai incrivelmente trêmula. Ele pareceu perceber isso e me encarou pelo canto do olho por alguns segundos.

- De repente te deu vontade de me contar as coisas? - ele ri amargo e finalmente me encara. - Que mudança.

Meu coração dói, como se alguém tivesse o puxando pra fora. Não aguento, não consigo mais segurar, uma lágrima corre pelo meu rosto, mas eu a limpo tão rápido quanto ela apareceu.

- Por que não para com isso Sting? Pretende continuar com esse jogo até quando? - falo desesperada. - Pare de ser tão infantil!

- Isso não é um jogo. Posso até ser infantil, mas nunca te escondi nada, sempre confiei em você!

- Eu já disse que eu não planejei não te contar, eu só estava com muita coisa na cabeça.

- Já cansei de suas desculpas Lucy. " Eu esqueci" "Eu não tive tempo" "Eu não planejei" Chega! Eu não quero saber!

- E o que você quer que eu faça? Que me ajoelhe na sua frente e peça perdão? - questiono com as sobrancelhas juntas e os olhos embaçados pelas lágrimas grossas, sacudindo as mãos desesperadamente. Não aguentava mais isso. - Isso doi Sting, foi muito.

Digo baixinho, mas sei que ele me ouviu, ele fica em silêncio e eu passo o antebantebraço sobre os meus olhos, secando as lágrimas que ansiava cair. Suspiro fundo e o encaro triste.

- Então vai ser ass..- digo baixo e triste, abaixando a cabeça, ele me interrompeu e me olhou com raiva, cuspindo as palavras que ficavam se repetindo e repetindo em minha mente, como um eco ensurdecedor.

-Por que não vai de uma vez? Assim eu não tenho que te aturar aqui! - Ele disse alto, quase gritou. Me olhou furioso mas quando me encarou com atenção, arrependimento cruzou seus olhos azuis.

Eu o encarei, o vendo embaçado através das lágrimas acumuladas. As lágrimas desceram com força, sem esperar por permissão, cruzando meu rosto e pingando no chão. Meu peito doia mas do que nunca e eu não conseguia mais segurar as lágrimas, elas desciam uma após a outra e eu estava cansada demais para resistir a elas, deixei que caíssem, aceitando minha dor,

- Se é isso que deseja...... talvez nos dois..... tenhamos sido um erro. - digo em um fio de voz e o vejo arregalar os olhos de relance. Ele abriu a boca para responder, mas eu estava acabada demais, não iria suportar mais desprezo saindo por sua boca.

Não esperei ele responder, só.... queria sair dali o quanto antes, não suportava mais essa dor latente e pulsante em meu peito, me corroendo e me destruindo por dentro, uma dor tão semelhante com aquela que senti quando fui traída por aqueles que considerava minha familia, quando não tinha ninguém. Mas essa.... essa conseguia ser ainda pior....

Abri minhas asas e as bati contra o vento, o mais forte e rápido que eu pude. Só queria desaparecer e chorar, chorar muito, o máximo que eu pudesse. Sinto a areia se levantar e tudo ao meu redor e balançar com as fortes rajadas de vento. As lágrimas teimosas, ainda desciam pelo meu rosto, se perdendo no ar cortante.

Voei e Voei, sem rumo, o mais rápido que eu consegui, olhando pro céu e me lembrando do azul de seus olhos. Apertei com força a corrente de estrela contra minha mão, como se com aquele gesto pudesse voltar no tempo ou consertar tudo. Mas isso não importava mais, ele não se importava mais. Larguei a corrente e olhei pra baixo, percebi que estava em uma floresta, com as longas árvores riscando o céu e as folhas tocavam uma melodia natural junto ao vento.

Mergulhei na floresta de qualquer jeito, batendo contra as árvores e pousando bruscamente. Senti os arranhões dos galhos arderem no meu corpo, sabia que tinha pedaços de folhas e galhos no meu cabelo, mas não me importei com nada disso. Apenas me encosto em uma árvore qualquer e me permito chorar, colocando toda a dor pra fora.

Por que todos que amamos nos destroem em algum momento?


Continua.....


Notas Finais


Então meus moress eu sei que demorei.
Estou sumida um bom tempo, mas não vou parar com a fic. Pode ser que eu de uns sumidos por conta da preguiça ou da falta de criatividade, mas eu não vou deixar vocês. Mesmo que demorei eu sempre vou atualizar as fics em algum momento, então não se preocupem.

Sobre o cap, bomm.... temos várias perguntas ne.

Como Hilluk invadiu os sonhos da nossa loira?

Seria esse o início de uma grande briga de casal, ou será que irá se resolver rapidinho?

Wess melhor sogro ever!

Sting tá sendo um pouco filha da puta, mas fazer o que ne.

Lucynda sofreu muito esse cap, tadinha.

Espero que eu tenha conseguido passar todo o desespero e tristeza que Lucy sentiu quando pensou que todos estavam mortos, isso é um detalhe muito importante.

Bom, é isso. Espero que tenham gostado e desculpe qualquer erro. Se gostaram comentem e favoritem, onegai.

Bjss de chocolate!!♡♡


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