História A descendente de Merlin - A sensação

Celeste se levantou e sentou-se em sua cama. Olhou ao redor do quarto. Estava tudo normal. A luz entrava no quarto. Vitória estava em um encantador sono.

A descendente de Merlin esfregou os olhos. Teve uma sensação, e fora isso que a acordara e a tirara de Avalon e de sua aula com Merlin, Viviane e Gabriel. Era como...se alguém tivesse dado um estalo em seu cérebro. Esse estalo a despertara.

Mas não havia nada alí. O quarto parecia normal, do mesmo jeito que o deixara quando fechou os olhos.

Por um segundo pensou se seria bom acordar Vitória. Mas descartou a idéia. Não iria privar sua amiga da noite de sono.

Então, a Descendente de Merlin voltou a dormir. Ou melhor, tentou. Não conseguiu. Foi o fim de noite mais difícil de sua vida.

Na hora do café em Hogwarts, a garota estava um pouco cansada. Ela ouviu Vitória, que estava ao seu lado, perguntando para Magnus:

- Tem falado com Ruby?

- Falei com ela ontem- disse Magnus- ela mandou oi.

Celeste perguntou quem era Ruby. Vitória disse:

- É a chapeuzinho vermelho.

- Oi?- perguntou Celeste, confusa- a chapeuzinho vermelho?

- Sim amiga- disse Vitória, rindo da surpresa de Celeste- ela é a chapeuzinho vermelho. Conhecemos ela quando fizemos uma missão na Terra dos Contos de Fadas. Ela virou nossa amiga. E por curiosidade, foi seu ancestral que fez a capa dela, que tem propriedades mágicas.

Enquanto se perguntava internamente do porque uma capa necessitaria ter propriedades mágicas, Celeste ouviu Baltazar falar com Estranho:

- Na Vloguers Life?

- É- disse Estranho.

- Vloguers Life?- perguntou Vitória- não é aquele evento badalado de Youtubers?

- É- disse Estranho- descobrimos que os morganianos estão planejando infiltrar alguém lá. É um evento grande, com muita gente. Alvo perfeito para eles.

Celeste ficou um pouco preocupada. Vitória compartilhou das preocupações. As youtubers que ambas gostavam, Thalita Meneghim e Gabriela Fernandes, eram convidadas recorrentes do evento. Não estavam gostando nada de suas ídolas estarem expostas a um ataque de morganianos.

- Bem, a Vloguers Life vai demorar para acontecer- disse Vitória- temos tempo de planejar algo.

O assunto da Vloguers Life apagara momentaneamente da cabeça da Descendente de Merlin o assunto da sensação que a acordara. Mas o assunto voltou. Ela disse:

- Vitória, Baltazar, preciso falar uma coisa.

Os dois, que estavam lado-a-lado com a garota, se viraram. A garota contou:

- Amiga- disse Vitória- você deveria ter me acordado!

- Bem- disse Baltazar, pensando- imagino que isso seja mais um poder merliniano. Merlin era bem sensitivo a sinais de magia.

Celeste se acalmou um pouco. Vitória disse:

- Ok, mas que magia ela sentiu?

Mal a garota sabia que a resposta estava prestes a ouvir.

Depois do café, Celeste passou por uma aula com Dr.Estranho. Ela havia aprendido um feitiço chamado as Imagens de Ikonn.

- Esse feitiço- disse Dr.Estranho- permite que o mago crie cópias de si mesmo. Esse feitiço provém da dimensão de Ikonn, a dimensão dos mil espelhos. Ao pousar lá, você acaba gerando uns vinte clones seus.

Estranho demonstrou o feitiço. Ergueu os braços. A medida que erguia, clones de seu braço surgiram. O mago então os abaixou subitamente. Os clones saíram de trás dele, onde havia cada braço. Os 9 clones do mago supremo se espelharam pela sala.

- Uau- disse Celeste, surpresa.

- Eu sei, é bem impressionante- disse Stephen- e esses clones são completamente controláveis pelo mago.

Estranho fez um gesto. Os clones desapareceram.

Depois que o mago demonstrou como fazer o feitiço, a garota tentou. Era um feitiço bem difícil, exigia muito de sua concentração.

Depois de um tempo, a garota conseguira produzir um clone. A Celeste clone estava olhando para ela, dando um sorriso.

- Ótimo- parabenizou Dr.Estranho- agora alguém tente dar um comando para ela.

Celeste pensou. Mas quando ía dar o comando, a clone sumiu.

O resto da aula foi ela produzindo novos clones e dando comando para eles.

Depois da aula, a garota encontrou sua amiga no jardim. Elas estavam absortas em uma conversa sobre o feitiço que Celeste tinha acabado de aprender, quando elas ouviram um grito. Se levantaram rapidamente, e viram várias pessoas correndo.

- Vamos ver o que é- disse Vitória. Celeste, embora um pouco com medo, assentiu. Elas foram.

Não foi preciso andar muito. Elas logo viram motivo do susto de todos.

A primeira vista, Celeste achou que fosse um dementador. Mas não era. Era semelhante a um dementador, certamente, mas era mais corpulento, e tinha maquiavélicos olhos vermelhos. Mas a pele morta, as mãos mortas, a capa preta e a habilidade de voar estavam presentes. Ele também portava um medalhão com um símbolo estranho.

E não havia só uma dessa criatura. Eram três.

- Eu não acredito- disse Vitória.

- O que é isso?- perguntou Celeste.

- Um Wraith. Os chineses o conhecem por Qui Shen. É um devorador de almas. Não deixe ele tocar em você com aquele medalhão.

Um Wraith avançou sobre as garotas. Vitória saltou para frente e gritou:

- Expecto Patronum!

A gaivota prateada surgiu de sua mão. Esta travou uma luta contra a criatura, distraindo-a.

Mas ainda haviam as outras. Uma tentou avançar para cima de Celeste. Mas uma voz gritou:

- Escudo da dimensão espelhada.

Uma barreira, feita do mesmo material que a dimensão espelhada, surgiu entre a garota e a criatura.

Celeste olhou para trás. Stephen Strange e Baltazar vinham correndo.

- Afaste-se dela, sua criatura podre!- gritou Baltazar.

O terceiro Wraith avançou sobre os magos. Mas Estranho disse:

- As imagens de Ikkon.

Vários clones do mago supremo saíram de trás dele, e cercaram a criatura. Todos os clones conjuraram cordas de magia, que prenderam o Wraith. A criatura tentava se debater.

O verdadeiro Stephen Strange lançou uma estaca de magia diretamente no medalhão. Este pulverizou-se ao mínimo toque da estaca. A criatura gritou.

- Agora, essa criatura irá conhecer o verdadeiro poder do mago supremo- disse Stephen.

O bruxo disse um feitiço. Um raio de calor muito forte surgiu. A criatura queimou.

Celeste percebeu que a fraqueza da criatura era o medalhão. Atacá-lo significaria derrotar parcialmente a criatura.O Wraith que tentara avançar sobre ela estava nesse momento sendo repelido por Baltazar. Usando o mesmo feitiço que usara na arma do homem do ciclo, o bruxo havia transformado o medalhão da criatura em água. Ela gritou. O bruxo então lançou mais um feitiço. A criatura voou por cima dele, tentando escapar.

- Ah, você não vai não- disse o mago.

Os olhos castanhos do outrora aprendiz de Merlin se focaram em uma janela alta. Em sua rota de fuga, o Wraith iria passar bem ao seu lado. Baltazar formulou um plano.

- Expecto Patronum.

Seu patrono, um belíssimo pavão prateado, surgiu de sua mão. O animal passou a cercar o Wraith, empurrando-o para perto da janela.

Reunindo toda a grama de precisão mágica que seus séculos de idade lhe proporcionaram, Baltazar lançou:

- Hogeli!

Um poderoso raio de energia azul surgiu de sua mão. O raio atingiu o Wraith, desintegrando-o.

O patrono de Vitória estava conseguindo manter a criatura distraída, com uma ajudinha dos leques mágicos de Celeste. Mas ela e sua amiga tinham que pensar em algo. 

- Expelliarmus- disse Celeste.

O escudo de magia surgiu em sua mão. Assim como tinha funcionado com Sun Lok, funcionou com a criatura. Esta gritou e tentou alcançar seu precioso medalhão, mas, ao ver isso, Estranho apontou suas mãos para o medalhão e disse:

-   As chamas de Faltine.

Um poderoso jato de fogo saiu das mãos do feiticeiro e carbonizou o medalhão.

A criatura gritou. Vitória transformou uma árvore alí perto em um espelho.

- Já entendi o que quer fazer- disse Stephen- por favor, mantenham-na distraída.

O patrono de Vitória ajudou nessa função. Celeste lançou vários leques seguidos. Baltazar lançou vários feitiços. Isso estava fazendo a criatura se distrair.

O mago pôs suas mãos juntas, na horizontal. Quando as separou, havia se formado em sua mão uma varinha branca. Ele a apontou para a cratura e disse para Vitória;

- Abra.

Vitória lançou um raio no espelho, que se tornou a entrada para a dimensão espelhada.

- Os ventos de Watoomb.

Dá varinha branca, surgiram ventos fortíssimos. Embora tentasse lutar contra eles, o Wraith logo se viu arrastado por eles. Ele caiu dentro do portal. Vitória o selou, e Baltazar o destransformou.

- Eu queria saber- disse Baltazar, depois de se refazer da luta- como magos um Wraith entrou aqui? Eles nem são nativos dessa dimensão.

Era certamente uma coisa a ser discutida. Vitória informara Celeste uma vez sobre os diversos feitiços de proteção que circundavam a escola. Então como três monstros daqueles entraram em Hogwarts?

- Eles não poderiam entrar na nossa dimensão sem a ajuda de algo- disse Dr.Estranho- ou alguém.

- E não foi pelo medalhão. Eles estavam com eles.

- Pessoal- gritou uma voz- pessoal.

Eles se viraram. Magnus, Mariana e Morgana vinham correndo.

- O que aconteceu?- perguntou Baltazar, quando eles chegaram.

- Três Wraiths tentaram atacar alguns alunos no pátio de transfiguração- disse Magnus, tentando falar e recuperar o fôlego ao mesmo tempo.

- Magnus transformou um em uma árvore- disse Mariana- eu queimei um e Morgana queimou o outro.

- Gente- disse Vitória, surpresa- nós também fomos atacados por Wraiths. 

Os três ficaram surpresos. Todos ouviram mais passos.

Zattana e Wanda vinham correndo apressadas. Zattana começou:

- Vocês não vão acreditar no que aconteceu...

- Foi um ataque de Wraiths?- perguntou Baltazar.

A animaga parou de falar na mesma hora.

- Como você...

- O mesmo aconteceu conosco- disse Vitória.

- Ok, já chega de dúvidas- disse Baltazar- reunião na sala da diretora agora.