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História A desconfortável jornada em busca da inclusão social - Entre trancos e barrancos


Escrita por: Chimi-my-changa

Notas do Autor


oie
entom gente, eu não sei, de verdade, o que dizer desse capítulo djdsauhhdssa
pessoalmente eu acho que poderia ter me saído melhor nele, mas vou deixar esse julgamento para vocês~
enfim, se eu falar mais alguma coisa corro risco de dar spoiler irnjfnkjdsjsdn
vejo vocês nas notas finais!

Capítulo 7 - Entre trancos e barrancos


SE VOCÊ LEU A SINOPSE antes de começar esta estória deve estar pensando: “ok, é isso, a Rukia perdeu a virgindade, acabou né?”.

Não, não acabou.

Infelizmente, a perda da virgindade de Rukia é apenas o pontapé inicial de uma série de eventos que pouco a pouco nos levam à maior fofoca da cidade.

Mas, isso não pode ser confiado à vocês ainda, pois seria um baita spoiler.

Vamos apenas focar no fato de que tudo o que aconteceu até agora foi em apenas um final de semana.

Em apenas um final de semana:

Grimmjow caiu de paraquedas pelo famoso Menino de Cabelo Laranja™

Rukia caiu de paraquedas pelo Renji Abacaxi™

Ichigo descobriu a quedinha(tombo) de Grimmjow por ele

Ichigo se aproveitou da quedinha(tombo)

Renji reparou na quedinha(tombo) de Rukia

Renji se aproveitou da quedinha(tombo)

A única diferença do oportunismo de Renji e o oportunismo de Ichigo é que naquela noite, naquela festa, Ichigo e Grimmjow não transaram.

Não que o ruivo não quisesse, ele estava mais do que pronto pra sentar no pau de Grimmjow e nunca mais sair, mas foi surpreendido quando o azulado preferiu deitar na cama e conversar. Quando questionado, Grimmjow disse:

— Trinta minutos não é tempo o suficiente pra alguém ficar sóbrio, e eu não transo com gente bêbada porque embriagado não se pode consentir.

E Ichigo ficou embasbacado com aquela resposta. Não somente por ser tão completa e direta, mas também porque a maioria dos caras que Ichigo já havia transado sabiam nem o significado de “consentir”.

Não que tivessem sido muitos, afinal tinha apenas dezoito anos.

O ponto é, aquilo mexeu com Ichigo, e aquele cara gostoso que devia ter sido só uma ficada foi se transformando conforme os minutos passavam e se tornando um cara gostoso que Ichigo realmente respeitava agora.

Ele era oficialmente uma pessoa real, com sentimentos.

O poder que Ichigo sentiu durante o beijo não foi embora a noite toda. Em todo movimento que o ruivo fazia, havia uma reação de Grimmjow. Todos os toques eram correspondidos, todos os suspiros, risinhos, olhares, beijos. Ainda haviam vários traços do jeitinho marrento do azulado, mas Ichigo não conseguia levar suas provocações à sério quando elas eram seguidas de mãos entrelaçadas e beijos nas dobras dos dedos.

Não demorou muito, e entre beijos, sorrisos, piadinhas e olhares, o sol nasceu na manhã daquele sábado, lembrando-os de que talvez fosse a hora de ir embora, antes que fossem convocados para um mutirão de limpeza.

Foi quase perfeitamente natural o jeito que permaneceram de mãos dadas quando levantaram da cama, e quando saíram do quarto, quando desceram as escadas nas pontas dos pés, quando passaram pela porta da frente e quando finalmente alcançaram o carro.

Apenas para que todo o calorzinho gostoso que o ruivo estava sentindo em seu peito fosse rompido ao ver a melhor amiga e o melhor amigo dormindo no banco traseiro, a morena apenas de camiseta e calcinha, e o ruivo mais alto sem sua camiseta.

Ichigo pediu à todos os deuses que conhecia para que estivesse entendendo tudo errado.

Mas soube no momento em que Rukia acordou e olhou em seus olhos que o destino não seria tão misericordioso.

— Ah… Oi, Ichigo, Jaeguerjaquez. — a morena deu um aceno curto, seu rosto cada vez mais vermelho. — Já tá na hora de ir?

Ichigo sentiu seu cenho franzir automaticamente ao som da voz da melhor amiga. “Hora de ir”, ha! A audácia!

— Não sei, Rukia, me diz você. — abriu a porta do carona, sentando-se no banco e fechando a porta com força.

O estrondo da porta se fechando foi o suficiente para acordar Renji, que sentou-se rapidamente pelo susto.

— É tiro?! — indagou, olhando em volta à procura do suposto atirador.

— Não sei, Renji, me diz você. — respondeu Ichigo cruzando os braços.

Os três ficaram à encarar o ruivo, sem saber direito como reagir. A única diferença de um para o outro era que Rukia estava confusa se deveria ficar irritada ou preocupada com o ruivo, Grimmjow estava claramente preocupado, e Renji parecia ser o único além de Ichigo que entendia a situação.

Entendam, o motivo da irritação de Ichigo não era por algo fútil como “meus dois melhores amigos transaram”, ou “ela nem me contou que tava afim dele”. Não, de fato, o motivo de sua irritação era mais complicado, algo entre “eu não acredito que o Renji faria algo tão baixo como usar a irmã do cara que ele gosta como forma de alívio sexual temporário” e “eu não acredito que a Rukia transou com um cara que ela nem ao menos conhece direito depois de ter quase chorado pedindo a minha ajuda pra isso”.

Então, pode se dizer que a viagem de carro de volta para a cidade foi bastante constrangedora, já que não bastando a fúria do Menino de Cabelo Laranja™, o clima no banco de trás não estava o melhor após o “oi” envergonhado, porém feliz de Rukia ter sido respondido com um aceno curto de cabeça de Renji, que permaneceu ignorando a morena pelo resto da viagem.

Até mesmo Grimmjow estava constrangido, e ele nem sequer sabia direito o porquê.

Mas finalmente chegaram à cidade, e o primeiro a ser deixado em casa foi Renji, que simplesmente saiu do carro e entrou em no prédio onde morava sem dizer nada, ignorando o aceno de despedida de Rukia e o riso debochado de Ichigo.

O próximo foi Ichigo, que tentou o melhor que pôde seguir o exemplo do tatuado, porém foi vencido por seu coração mole quando ouviu o tom magoado na voz de Rukia.

— Ichigo…

Ao ouvir a baixinha chamá-lo, Ichigo pausou sua missão de retirar o cinto de segurança e suspirou.

— Olha só, tá tudo bem tá? — olhou nos olhos da morena, vendo o alívio que sentiu ao ter a palavra dirigida à si. — Eu só preciso dormir um pouco, mais tarde a gente conversa.

— Tá bom…

Ichigo tirou o cinto de segurança e se virou para abrir a porta e sair do carro, mas pausou para virar-se de volta para Grimmjow, olhando-o de cima à baixo.

Sorriu.

— Até mais tarde? — disse o ruivo, sentindo suas bochechas arderem.

Seus esforços de não se sentir envergonhado foram aniquilados pelo sorriso de canto que o mais alto ofereceu como resposta.

Finalmente, Ichigo abriu a porta do carro, e saiu.

~//~

Após esperarem Ichigo entrar em casa, Rukia pulou para o banco da frente e colocou o cinto de segurança.

Os dois ficaram naquele silêncio por quase um minuto, antes que a morena decidisse que estava cansada de silêncios desconfortáveis e o rompesse.

— Você… é, quer que eu ponha meu endereço no GPS?

— Não precisa, sei onde tu mora. — respondeu enquanto ligava o carro e o manobrava para longe da calçada.

Mas que inferno, todo mundo sabe da vida da Rukia? Às vezes até mais do que ela?

Não que isso fosse improvável ou impressionante, mas é meio preocupante né?

Enfim.

Rukia suspirou e apoiou a cabeça no vidro da janela, observando aquele cenário que apenas Karakura possuía. Era quase como assistir um filme, os prédios e casas simples, ruas cheias de lojinhas, pessoas e carros, gradativamente se transformando em ruas com pracinhas, os ônibus desaparecendo para dar lugar à carros importados, as pessoas se tornando cada vez menos comuns, exceto por uma ou outra que passeavam com seus cachorros ou faziam exercícios, assim como as casas que eram cada uma maior e mais bonita do que a outra.

— Você sabe por que o Ichigo e o Renji estavam daquele jeito? — a morena perguntou.

Grimmjow sentiu-se desconfortável enquanto ponderava como deveria responder. Ele sabia perfeitamente que Renji havia usado a pobre garota como substituta de seu irmão mais velho, era fácil fazer essa conexão. E claro, era possível que seu ruivinho estivesse irritado com o tatuado por isso, mas não conseguia entender o motivo da irritação de Ichigo com a baixinha. Era essa a única peça que faltava em seu quebra-cabeças.

Mas também não podia contar o que sabia para Rukia, não somente por ter prometido à seu amigo, mas também porque sabia que deixaria a menina arrasada.

Ser usado daquela maneira não era fácil, não importava por quem fosse.

— Não faço nem ideia. — declarou por fim. — Mas o ruivo disse que mais tarde cês iam conversar, né? Pergunta pra ele daí.

Rukia fez um som de contentação, e por algum motivo se sentiu mais tranquila com aquela resposta.

Quando chegaram à casa da morena, trocaram aqueles sorrisinhos sem graça, tipo aqueles que você dá quando cruza com alguém que conhece, mas que não é íntimo o suficiente pra comprimentar com um “oi”, e Rukia desceu do carro e entrou em casa.

Ao fechar a porta de casa, ouviu o motor do carro de Grimmjow se afastando e se encostou na porta, e finalmente permitiu-se respirar.

Sentiu como se estivesse flutuando. Um sorrisinho bobo dançava em seus lábios. Subiu as escadas saltitando, dançou até seu quarto, escolheu uma muda de roupas cantarolando, e cantou e dançou para sua reflexão no espelhinho da pia enquanto esperava a banheira encher.

Depois de alguns minutos de espera, e é claro, de tirar suas roupas sujas, ficou submersa naquela água quentinha, somente seu rosto para fora da superfície. Podia sentir suas bochechas doendo depois de tanto tempo sorrindo.

Foi tão fácil, não foi? Quando contou para Ichigo o que estava planejando pensou que demoraria mais.

Mas foi muito fácil, e tão bom.

As lembranças das mãos de Renji, seus lábios, seus olhares, passando por todo o seu corpo. O corpo todo de Rukia se arrepiou com as memórias. O corpo todo se lembrava.

Será que eles fariam de novo? Rukia torcia para que sim, não queria que fosse uma vez só com o ruivo.

Talvez o único arrependimento da morena fosse não ter esperado para conhecer melhor o mais alto, ou ao menos ter pedido o contato dele.

Não que eles tenham tido muita chance de conversar depois de transarem, afinal, ele tinha mesmo tratado Rukia com uma certa indiferença esta manhã.

Uma indiferença que beirava até mesmo a frieza, na opinião da baixinha.

Não podia negar que a atitude do mais velha a deixou insegura, pensando se havia feito alguma coisa errada.

Mas não conseguia pensar em nada.

Ah, deixa pra lá, pediria a Ichigo para lhe passar o contato do tatuado mais tarde, e então conversaria com ele.

Por falar em Ichigo, ele também estava muito estranho. Era palpável a atmosfera tensa entre ele e Renji na viagem de carro. Realmente dava pra cortar a tensão com uma faca.

Antes que percebesse, a água da banheira estava mais fria do que morninha, e sua pele já estava enrugada de ficar tanto tempo submersa.

Saiu da banheira e retirou a tampa do ralo. Secou-se com a toalha felpudinha, colocou seu pijama rosa de coelhinhos, secou rapidamente seus cabelos com o secador e foi deitar-se em sua cama.

Não estava com sono, já que havia dormido no banco de trás do carro.

Depois de transar.

Porque Rukia havia transado.

Com Renji.

Rukia havia transado com Renji e dormido no banco de trás do carro.

Por isso não estava com sono.

Deus nos ajude.

~//~

Para: renji boiola

meo, pq tu saiu daquele jeito?

10:20

Grimmjow mandou a mensagem enquanto se servia de uma xícara de café preto. Não estava de ressaca, pois não havia bebido nada além de água e energético na noite anterior, mas sempre fazia questão de tomar um café preto bem forte, sem açúcar, para começar bem o dia.

Meia hora havia passado antes de receber, uma resposta, o que não era incomum, mas também não era normal, pois ele sabia que Renji estava online.

De: renji boiola

ue, por nada, só tava cansado

10:50

Aquilo fez o azulado franzir o cenho. Conhecia bem Renji, sabia que ele não era de ficar irritado quando estava cansado, ao invés disso, era mais provável que o ruivo simplesmente caísse no sono no primeiro lugar que se encostasse e acordasse renovado. Ele era meio esquisito desse jeito.

Grimmjow já fazia ideia do porque de Renji estar sendo meio babaca, mas não iria discutir. Não era mãe nem pai de ninguém.

Para: renji boiola

blz então, tá melhor agora?

11:03

De: renji boiola

to sim, dei uma durmida já ksksksks

11:03

vemk, tu comeu o ichigo ontem???

11:04

Aquela pergunta deu à Grimmjow uma desculpa para relembrar a noite que havia passado com o ruivinho.

Inclinando a cabeça para trás, descansando-a nas costas do sofá. Olhando para o teto, pensou nos olhos castanhos do ruivo, e como eles brilhavam mesmo na escuridão do quarto de Yumichika.

Pensou em cada detalhe do anjo ruivo que havia caído em seus braços aquela noite. Em seus cabelos cor de cobre, sua pele rosada com sardas marrons que manchavam seus braços, ombros, pescoço e rosto. Seus lábios carnudos, macios e vermelhos, que tinham o gosto da cerveja e do energético sabor cereja que havia bebido antes de se beijarem. Podia ficar horas pensando naquela boca, em como o lábio superior era levemente maior que o inferior, como ficava semi aberta quando Ichigo olhava para cima, como ele mordia os lábios quando estava nervoso, como os apertava quando tentava segurar o riso. Podia ficar horas pensando em Ichigo inteirinho, a verdade, em como seus gostos para filmes eram ou grotescos, ou idênticos aos das irmãs mais novas de Grimmjow. O ruivo havia citado Legalmente Loira pelo menos quatro vezes durante a conversa que tiveram.

Podia ficar pensando em como ele tinha um senso de humor terrível, já que ele ria de todas as piadas de Grimmjow, e ria de verdade, não era uma risada falsa, só pra agradar. Era uma risada que vinha do nada, pegando tanto Ichigo quanto Grimmjow de surpresa.

Grimmjow estava preocupado consigo mesmo.

Para: renji boiola

acho q to apaixonado

11:10

De: renji boiola

???

11:10

Para: renji boiola

ele é todo lindo sabe

tipo, inteiro lindo

inteiro gostoso

inteiro charmoso

11:11

De: renji boiola

tem certeza q ta falando do ichigo???

11:12

Para: renji boiola

beija bem pra caralho

tem uma bunda que só deus sabe como

lindo

esperto

engraçado

lindo

fofo

já disse q ele é lindo?

11:13

De: renji boiola

mermão, cê não tá bem

mas eu não entendi, cê comeu ele???

11:14

Para: renji boiola

não, mas nem precisou

11:14

~//~

Não muito longe dali, Renji lia as mensagens do amigo com a sobrancelha arqueada, sem entender direito o que havia causado aquela aproximação repentina entre os dois.

Tudo o que sabia era que os dois haviam se entendido, de uma forma ou de outra, e que deveria estar feliz por eles.

Mas dentro de si, não conseguia ignorar o monstro verde da inveja, que crescia um pouco cada vez que pensava o quão injusto era que duas pessoas que acabaram de se conhecer tivessem alcançado o que ele estava há cinco anos desejando.


Notas Finais


meo, eu fiquei muito encucada com esse capítulo, ele foi um daqueles difíceis de escrever, sabem?
no final, ele não ficou do jeito que eu queria, mas ficou muito melhor do que tava quando eu comecei
meu problema principal com ele é que ele ficou meio vago, não acham?
mas enfim, é pra isso que servem os próximos capítulos, pra preencher as lacunas!
se vocês gostaram, me contem
se também acharam que ficou muito nada a ver, me contem!
deixem-me saber o que acharam no geral e lembrem-se de ficar em casa!
até o próximo!


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