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História A desconfortável jornada em busca da inclusão social - Dupla Mais Que Dinâmica


Escrita por: Chimi-my-changa

Notas do Autor


Oi gente!
Eu sei, eu sei, vai aparecer uma manada de gente reclamando que eu to postando fic nova e não to atualizando a Contos, mas eu tenho uma desculpa muito boa.
Entom, todos já sabem que eu sofro com um bloqueio forte, e ultimamente a culpa desse bloqueio é dessa fanfic. Enquanto eu não tirar ela da cabeça, eu não vou conseguir escrever a Contos.
Então, essa fanfic vai ser uma bem liberal em sentido de prazos, porque ela não vai ter prazos. Eu vou escrever ela apenas pra ajudar com meu bloqueio.
Mas, isso não quer dizer que ela não vá ter plot, ou que ela nunca vá chegar à um final. Ela vai ter plot, e um final que faça sentido, mas eles vão ser escritos e postados sem compromisso nenhum.
Então, espero que gostem da fanfic, e espero que ela os entretenha na leitura tanto quanto me entretém na escrita.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Dupla Mais Que Dinâmica


RUKIA KUCHIKI ERA, DE FATO, UMA GAROTA INCOMUM. Não apenas por possuir uma estatura estranhamente baixa, ou olhos com uma tonalidade azul muito semelhante ao lilás, que eram extremamente raros entre a raça humana. Rukia também não era normal no sentido de se sentir excluída da sociedade, ou por ter uma forma diferente de pensar. Afinal, todos nós vemos as coisas de uma maneira diferente, por este mesmo motivo, se nunca conferir com seus próprios olhos, nunca saberá como algo realmente era.

Rukia Kuchiki era incomum, pois não acreditava em si mesma como ser humano. Acreditava mais em si como uma borboleta, bailando de flor em flor, flutuando harmoniosamente como um pequeno balão, indo e voltando no ar enquanto escolhia o ramo mais confortável para descansar.

De fato, Rukia gostava bastante de se imaginar como uma borboleta.

Até porque borboletas não precisavam se preocupar com coisas fúteis como ter dezessete anos e nunca ter beijado ninguém na boca.

Pode parecer uma tempestade em copo d’água dizer que era uma vergonha nunca ter beijado na boca com dezessete anos, mas para Rukia, era muito mais do que uma vergonha.

Para Rukia, ouvir todas as amigas falando sobre as aventuras sexuais que aprontaram com os namorados e não ter nada para contribuir com a rodinha de conversa era humilhante, perturbador, e sufocante.

Então, estava decidido: Rukia Kuchiki perderia a virgindade antes do Ano Novo, e ela teria ajuda com isso.

~//~

Dizer que Ichigo Kurosaki era um garoto estranho era um eufemismo. Ichigo Kurosaki era bizarro. Em uma maneira estranhamente divertida e animada. A Escola Pública de Karakura já estava cansada de ouvir as Aventuras do Menino de Cabelo Laranja™ pelos corredores. Um belo exemplar da loucura aventureira de Ichigo Kurosaki, era a estória de como ele havia sido expulso de uma delegacia de polícia, após passar quatro horas cantando uma melodia irritante para todos os carcereiros que vinham vigiar a cela onde o garoto estava detido. O motivo da prisão do garoto era prontamente ignorado, já que obviamente saber que um adolescente maluco havia sido expulso de uma delegacia era muito mais interessante do que saber como o dito cujo havia ido parar na mesma.

Também havia o boato de que o ruivo havia dopado o café do diretor Yamamoto para que pudesse invadir seu escritório e roubar o gabarito da prova final de química do primeiro ano. Este permaneceria como um boato, até que alguém perdesse o medo de levar uma surra por ser dedo-duro.

Mas, acima de tudo e todos, também era um eufemismo dizer que Ichigo Kurosaki e Rukia Kuchiki eram melhores amigos.

Seria mais apropriado dizer que eram carne e unha, metades da mesma laranja, parceiros de crime, yin e yang, hip e hop, um era a azeitona da empadinha do outro.

As pessoas poderiam até mesmo maliciar a relação dos dois, já que eram tão grudados. Mas o que mais ninguém na escola além dos dois sabia, é que jamais, em hipótese alguma, algo poderia acontecer entre aqueles dois.

Pois a verdade, a amarga, difícil, dolorida, porém, ao mesmo tempo, a doce, fácil, e indolor verdade, era que Ichigo Kurosaki, o bizarro, maluco, encrenqueiro, aventureiro e divertido Menino de Cabelo Laranja™, era definitivamente e decididamente gay.

E o fato de que o resto da escola não sabia não tinha nada a ver com uma espécie de homofobia internalizada, ou medo de seu pai (outro sujeito bizarro, maluco, encrenqueiro, aventureiro e divertido) ficar sabendo. Ichigo simplesmente pensava que não havia necessidade da escola inteira saber de sua vida apenas para evitar um boato tosco.

Foi por isso que o Menino de Cabelo Laranja™ foi o primeiro que Rukia chamou quando tomou sua decisão.

Através do maravilhoso aplicativo de mensagem, também conhecido como Whatsapp, Rukia convocou o melhor amigo para uma reunião de emergência em seu quarto, avisando-o para que tomasse cuidado ao escalar a árvore até a janela de seu quarto, já que seu gato gordo, Kon, poderia estar escondido nos galhos da bela cerejeira.

Quinze minutos mais tarde, ao ouvir o farfalhar das folhas da árvore, seguidos por um miado esganiçado e raivoso de um gato e um palavrão em irlandês, Ichigo havia, finalmente, conseguido pular da cerejeira para a janela, e da janela para o tapete roxo do quarto de paredes cor-de-rosa.

— Eu te falei pra tomar cuidado com o gato, sua anta. — a morena o repreendeu.

— Você mandou tomar cuidado com o seu gato. Eu pisei em outro gato. — retrucou o ruivo.

Rukia deu de ombros. — Tanto faz. Senta na cama, preciso da sua ajuda em uma coisa importante.

O garoto de olhos castanhos obedeceu contragosto, sentando-se na cama grande da amiga. Rukia o acompanhou logo em seguida, sentando-se ao seu lado com as mãos sobre os joelhos, respirando fundo antes de se pronunciar.

— Eu quero sua ajuda em um assunto que é muito pessoal pra mim. Provavelmente você vai achar estranho e não vai querer me ajudar, mas acredite em mim, se eu pudesse pedir pra alguém que não fosse você, eu pedia.

Ichigo revirou os olhos e bufou, jogando-se de costas na cama. — Fala logo, Rukia, já tô tendo um negóço de ansiedade aqui.

Rukia revirou os olhos também.

— Assim fica difícil, pô! Quer que eu faça o quê? Solte logo na sua cara que eu quero a sua ajuda pra perder a virgindade?

O ruivo piscou. Piscou novamente. Um sorriso começou a brincar em seu rosto, pensando que veria a mesma expressão no rosto pálido da menina anã. Mas ela permaneceu séria. Emburrada, até.

— Rukia, eu tenho uma coisa pra te contar. Achei que você já teria percebido à essa altura do campeonato, mas parece que não caiu a ficha. — aproximou-se devagar, colocando a mão sobre a da morena. — Rukia, eu sou, de fato, gay. — a palavra “gay” aqui é usada para referir-se a um garoto de dezessete anos que acabou de perceber que não se sente atraído por cinturas finas, pernas torneadas, seios grandes ou lábios cheios e delicados geralmente associados à feminilidade, e sim por bíceps e tríceps grossos, abdomens definidos, pernas longas e fortes, assim como o que se encontra entre elas e lábios cheios, porém mais brutos, ou até mesmo meio machucados.

Sim, Ichigo Kurosaki era, de fato, gay. Já havia considerado uma bissexualidade, mas não conseguia de jeito nenhum sentir-se atraído por mulheres da mesma maneira que se sentia atraído por homens. Mas isso não o impedia de reconhecer uma mulher bonita, ou respeitar as mulheres, ou até mesmo beijar uma em um jogo de verdade ou consequência. Ele apenas não se sentia inclinado a ter relações sexuais com uma mulher. Não significava que as desprezasse ou sentisse nojo. Ele amava cachorros, mas não teria relações sexuais com um. Ele amava mulheres, mas não teria relações sexuais com uma.

Rukia revirou os olhos. Era um tapado. Rukia sabia que Ichigo era gay. E ele sabia que ela sabia. Mas aparentemente havia interpretado a sugestão de maneira errada. Enquanto Rukia pedia conselhos, Ichigo entendeu que ela havia pedido que tirasse sua virgindade. A menina anã se sentiu levemente ofendida. Pensava ter deixado sempre bem claro que nunca pediria ao amigo algo que o fizesse extremamente desconfortável. Talvez pedisse em uma brincadeira, mas com algo sério nesse nível, nunca.

— Eu sei, seu retardado. Cê acha mesmo que eu te pediria algo assim?

— Acho. — respondeu, mais rápido do que o esperado. — Tu é louca, Rukia.

A morena bufou e revirou os olhos, novamente. Jogou-se de costas na cama, com as mãos entrelaçadas sobre o estômago.

O Menino de Cabelo Laranja™ olhou ao redor e torceu a boca levemente, botando as ideias em funcionamento em sua mente. Finalmente, sorriu.

(Um detalhe nem tão importante sobre Kurosaki Ichigo: Se ele fosse um personagem de desenho animado, toda vez que um sorriso de lado aparecesse em seu rosto sardento uma lâmpada brilhante surgiria flutuando sobre as mechas ruivas, anunciando uma ideia.)

Arrastou-se pela cama grande com cobertor, lençol e travesseiros cor-de-rosa da amiga até que pudesse se deitar ao lado da anã. Puxou-a contra seu corpo, fazendo com que a cabeça morena permanecesse usando o ombro do ruivo como travesseiro. Bateu palmas duas vezes, e as luzes do quarto se apagaram, fazendo com que as estrelas de plástico no teto iluminassem fracamente o quarto, com sua esquisita luz verde fluorescente.

— Ok, rainha de Marte. Já que você não quer que eu te ajude a fazer brotar a florzinha, o que cê quer de mim?

Rukia abriu a boca para explicar a situação, mas fechou-a novamente e franziu o cenho.

— “Brotar a florzinhha”? —repetiu com um tom desgostoso.

Ichigo riu e afagou o topo da cabeleira morena.

— Ei, eu não sou o virgem da situação, tenho permissão pra usar expressões escrotas pra me referir ao sexo.

— É, eu sei, mas… “Brotar a florzinha” é tão…

— Machista? — sugeriu, sentindo Rukia balançar a cabeça positivamente contra seu ombro. — Eu sei, mas podia ser pior. Eu podia ter falado “tirar o cabaço”, “libertar a feiticeira”, “botar em promoção”... — à cada expressão machista, o ruivo ia cutucando a nuca da amiga, e quanto mais machista a expressão, mais forte a cutucada.

E isso continuou até que ela estapeasse sua mão e desse uma risada fraca.

— Ok então, conservador gay, eu quero ajuda pra tudo isso que você falou, mas eu não quero que seja você. — Ichigo fez uma expressão dolorida e soltou um som semelhante ao que alguém faz quando leva um soco na boca do estômago. — Mas eu quero seus conselhos. Você não é a pessoa mais experiente que eu conheço em relação a sexo, mas nem fodendo eu vou perguntar pro meu irmão como eu faço pra perder a virgindade.

Ichigo riu.

— Se você fosse perguntar isso pra ele, eu ia junto na hora pra ver a cara que ele ia fazer.

Byakuya Kuchiki era um homem de negócios. Isso é tudo o que você precisa saber para conhecê-lo bem. O homem, de cabelos negros longos, olhos negros e pele pálida, havia atingido com apenas vinte e oito anos, a presidência da empresa de seu pai, a Sakura Corp. Ao contrário de Rukia, que havia sido criada para ser uma bailarina, tendo mais liberdade para se expressar e compartilhar suas emoções para que se tornasse natural que fizesse o mesmo no palco, Byakuya havia sido treinado desde pequeno à não se deixar enganar. Não demonstrar fraquezas ou compaixão. Falar sempre formalmente. Dirigir-se aos seus pais e superiores submissivamente, e exigir o mesmo daqueles que eram inferiores a si. Byakuya nunca se importou o bastante com sentimentos, ou com qualquer tipo de demonstração dos mesmos que não gerasse algum lucro para si.

O pobrezinho teve a infância roubada pelo pai, e nem ao menos se dava conta disso.

Sabendo disso, Ichigo suspirou, percebendo que, novamente, era a única esperança de Rukia.

— Tá, eu te ajudo.

Rukia sorriu e levantou-se, começando a pular na cama enquanto fazia uma versão ridícula da lendária dança da vitória.

— Mas — Ichigo adicionou. —, se você pegar uma DST, a culpa não é minha.


Notas Finais


Então? Gostaram? Amaram? Odiaram? Detestaram? Deixem-me saber!
Talvez os personagens fiquem meio OOC, pois eu nunca escrevi uma fanfic de Bleach antes, mas com o tempo eu vou pegando o jeito.
Enfim, comentem se gostaram, comentem se não gostaram, comentem se tem alguma sugestão engraçada pra história, comentem se vocês amam cachorros, apenas comentem!
Espero que tenham gostado, um beijo praqueles que leram tudo, um beijo praqueles que pularam algumas partes, e um beijo praqueles que pularam a história e vieram direto pras notas finais! Até a próxima!
Carpe diem!


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