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História A Deusa das Ruas - Existe "ganância boa"?


Escrita por: Nevasca_113

Capítulo 6 - Existe "ganância boa"?


Fim do Flashback.

Cronan: Em resumo, foi isso.

Kurama: ...

Cronan: Ah, desculpe, a sua mente humana não conseguiu processar toda a informação? Eu posso repetir-

Kurama: PUTA MERDA!!!

Cronan: ?!

Kurama: Isso é incrível, cara! E depois???

Cronan: Ah, depois eu comecei a ver tudo que existia, viajar pelo tempo, testando possibilidades...

Kurama: He, imagino que tenha ficado meio repetitivo com o tempo.

Cronan: Como adivinhou? Eu comecei a interagir com todas as pessoas que existem, até que eu fiquei curioso... "O que acontece se eu responder isso?" "E se eu tivesse respondido outra coisa?" Eu testei cada opção que me vinha na cabeça, uma de cada vez. Até que começou a ficar um tanto repetitivo... Eu não aguentava mais ouvir sempre as mesmas falas, ver as mesma coisas acontecem... Então eu... Bem...

Kurama: Pode falar.

Cronan: Deixa, é melhor não.

Kurama: De boa, acho que já bebi demais por hoje.

Cronan: Então vamos atrás da sua amiga?

Kurama: Não vai adiantar se eu não souber como matar aquele merdinha. Se ele ao menos não fosse intangível...

Cronan: As habilidades de gelo dele também são um problema a ser considerado.

Kurama se levanta, indo até a mesa para recarregar suas armas e repor o estoque de balas que carrega consigo.

Kurama: Tem isso... Nah, acho que o jeito vai ser improvisar mesmo. Não sou boa em bolar estratégias, mas sou ótima em matar demônios! Uma ajudinha cairia bem...

Cronan: Desculpa, mas eu tenho que proteger a entidade.

Kurama: Bom, então eu acho que vou precisar proteger os dois.

O tempo é descongelado. A cena então corta para o alto da torre do relógio, ao lado do relógio apagado repousa o demônio frio, descansando sob um trono criado a partir de seu gelo e vários osso, vitimas de seu inverno infernal. Em seu colo há uma bolsa de couro preta com detalhes dourados onde Yoku está guardando os pertences que roubou durante seu passeio pela cidade.

Yoku: Então, os humanos chamam isso de "bolsa"... Até que é prático pra guardar coisas, mas o que é uma "camisinha"?

Num segundo a bolsa é arrancada de suas garras por um tiro certeiro e preciso.

Kurama: Significa que você estragou a noite de alguém!

Yoku: Ah, vejo que finalmente chegaram. E ainda trouxeram a entidade do tempo, que atenciosos! Vieram fazer a troca?

Kurama: Na verdade eu tenho uma proposta melhor... Eu fico com a entidade, você me devolve a minha amiga, e eu não sujo a parede com a sua cara!

Yoku: Oh, sinto tanto em ouvir isso, mas eu imaginei que você não a entregaria tão facilmente... Então preparei uma coisinha!

A performance dramática de Yoku logo dá lugar a uma interpretação carregada de sarcasmo e malicia, num bater de palmas as luzes se acendem. Ongaku totalmente congelada, presa ao ponteiro menor do grande relógio, paralisada na mais sincera expressão de pavor. A mesma expressão poderia ser vista na jovem deusa, cujo corpo foi percorrido por um calafrio que a arrepiou até sua alma. Porém ela em silêncio voltou sua expressão ao seu oponente, tentando disfarçar sua angústia.

Kurama: Qual o seu esquema?

Yoku: Me digam, algum de vocês sabe me dizer que horas são?

Cronan: São 7:24...

Yoku: Exato! E sabem o que vai acontecer quando forem 7:35?

Cronan: Os ponteiros vão estar juntos... O gelo vai se partir!

Yoku: E a jovem Ongaku vai ficar em pedaços, apesar de que ela já está faltando partes, não é?

Os punhos da jovem deusa se serram ao redor de seus revolveres, seu medo de perder sua amiga agora divide espaço com um profundo ódio.

Kurama: Então eu só tenho que te matar em menos de 11 minutos!

O ponteiro se move.

Kurama: 10, de boa! Cronan, desce e tenta tirar ela dali!

Cronan : Desculpa, eu sei que ela é importante pra você, mas a entidade é o mais importante a ser protegido! Se eu me aproximar dela...

Kurama: É, acho que ele te mataria... Tá, então se esconde e fica quieto até eu acabar! Não vou demorar...

Cronan desce de suas costas e corre meio desastrado para trás do muro, de onde observa cauteloso. Yoku faz menção de se levantar, mas um tiro atravessa seu corpo fantasmático, perfurando o encosto de gelo de seu trono.

Kurama: Tudo bem, agora é sério, qual é o seu esquema?

Yoku: Acredito ter sido bem claro.

Kurama: Vamo lá, você podia ter me matado antes, e eu não consigo sequer tocar em você, não tem motivo pra armar isso tudo só pela entidade, eu literalmente não tenho como te impedir de pegar ela agora!

O diabo frio sorri enquanto se conforta outra vez em seu acento.

Yoku: Hum, garota esperta! E o que acha que eu quero?

Kurama: Se for uma noite comigo até rola, mas eu acho que não faço o seu tipo!

Yoku: Ah, não se preocupe com isso, eu apenas quero a entidade... Mas, se estiver interessada, podemos ser sócios!

Kurama: Como é?

Yoku: Veja bem, Muchi era um idiota, mas não era fraco! Sei que você é forte, e tenho interesse na sua força! O que me diria se eu a convidasse a se juntar a mim? Uma deusa, um demônio, uma entidade cósmica... nenhuma força em todo o cosmos poderia nos parar!

Kurama: Achei que queria a entidade pra sua mestra.

Yoku: Entenda, eu sou totalmente leal a mestra Ruciferuel... Mas existem coisas que ela não pode me oferecer... Riquezas, mundos, jóias, escravos... Sinto que tudo deveria ser meu!

Kurama: E... O que eu ganho com isso?

Cronan: Kurama?

A garota parece estar... Tentada?

Yoku: Bom, eu acredito que você se sentiria suficientemente paga com aquilo que mais aprecia.

Yoku faz um gesto sugestivo enquanto encara a garota curiosa que parece estar sucumbindo a um estranho desejo.

Kurama: ... Estou ouvindo.

Yoku: Você poderá ter quantas mulheres quiser, poderá viver o resto de sua vida mortal sem preocupações. Imagine ter todas as fêmeas que desejar submissas aos seus pés... Imagine ser tratada finalmente como uma deusa!

Kurama: Isso é tentador, acho que posso viver com isso, pelo menos pelos próximos 700 anos...

Yoku: Eu sabia que perceberia o quanto a minha oferta é benéfica!

Um olhar baixo esconde parte da expressão da garota curiosa, enquanto ela sorri interessada.

Kurama: Você é bem ganancioso hein? Traindo a própria mestra...

Yoku: O que posso fazer, se tenho essa visão de que mereço o mundo?

Kurama: Sabe...

Ela se aproxima do demônio devagar, guardando suas armas e juntando seus dedos, como se estivesse... Tímida? Yoku se inclina para frente indagado.

Kurama: Ouvir de um demônio que mulheres podem ser usadas dessa forma como moeda de troca me faz perceber o quão deplorável eu sou por pensar da mesma forma... Acho que acabei de ganhar uma chance de me redimir.

Kurama rapidamente junta suas mãos quando se vê perto o bastante de Yoku, disparando uma gigantesca bola de fogo contra ele e imediatamente correndo em direção a Ongaku, mas mal dá dois passos e seus pés já estão imobilizados pelo gelo. Yoku surge do chão intacto, mas ainda sim expressando desprezo.

Yoku: Lamentável, quanto desperdício, jogando fora uma oportunidade tão preciosa por uma reles mortal... Por que?

Kurama: Porque eu não sou um cobra gananciosa igual você! Eu posso não ser a pessoa mais honrada, mas eu não nunca trairia alguém por um desejo tão egoísta! 

Yoku: "Egoísta"? O que seria um desejo "não egoísta"? Você não quer salvar aquela garota por nenhum motivo nobre! Você gosta dela, e ela estar bem te deixa feliz! Você é tão egoísta quanto eu, lutando pela própria felicidade. Não venha me dizer que existe "ganância boa", somos iguais! 

Kurama: Hum, bom ponto. Nesse caso, vamos disputar pra ver quem é a cobra mais gananciosa!

Ela rapidamente se livra do gelo atirando contra ele, então corre ao redor de Yoku atirando enquanto ele tenta acerta-la com estacas de gelo das quais ela desvia, mas se vê impedida de se aproximar, tenta então preparar um feitiço.

Kurama: Droga, como se mata o que não se pode tocar?

Ela dispara um feitiço de selamento que atravessa o demônio andrógino, sem efeito.

Yoku: É inútil, apenas desista e junte-se a mim!

Yoku cria uma espada de gelo e começa a tentar acertar Kurama, que desvia e continua tentando acertar um tiro. Yoku se afasta e começa a disparar uma rajada de gelo contra Kurama, que responde com uma rajada de fogo, as duas estão empatadas, quando Kurama ouve os ponteiros do relógio se movendo.

Pensamentos de Kurama: Merda, tenho 5 minutos... Preciso descobrir como fazer ele sofrer algum dano!

Yoku então dispara espinhos de gelo contra Kurama, que é obrigada a parar sua rajada de fogo para desviar, os espinhos atingem um cabo de energia que cai no chão coberto do gelo derretido, eletrificando a água.

Kurama está sendo congelada pela rajada de Yoku, que se aproxima.

Yoku: É uma pena você morrer tão facilmente, nem consegui ver a sua aura divina, acho que Muchi era fraco mesmo!

Kurama: Merda... Eu... Preciso...

Kurama vê a poça eletrificada e dispara contra ela, fazendo ela respingar em Yoku.

Yoku: Arg, meus olhos!!!

Kurama : Bingo... Sua fraqueza é eletricidade, não é?

Yoku: Maldita, como descobriu?

Kurama se descongela.

Kurama: Foi um chute, você trouxe a gente a um relógio movido a engrenagens, aqui não tem nada elétrico, além que você não parece ter roubado nenhum eletrodoméstico, o celular da Ongaku mesmo, você deixou pra trás!

Yoku: Não muda nada, você só tem 4 minutos pra salvar ela!

Kurama: Mas agora eu consigo te matar!

Yoku começa a disparar sua rajada de gelo enquanto Kurama salta até os postes de energia, cortando os cabos e os juntando, então salta cuspindo fogo ao redor de Yoku e o impedindo de voar, derretendo o gelo pelo chão todo. Então aterrissa colocando os cabos no chão, eletrificando os dois, ela começa a atirar contra Yoku que não consegue mais ficar intangível, mas fica sem forças por estar sendo eletrificada, soltando os cabos. Kurama cai no chão, Yoku se recompõe e começa a andar em sua direção.

Yoku: S-Sua... Pequena vadia desgraçada... Chegou perto de me matar... Mas esqueceu que esse corpo humano é muito mais frágil que o meu! É uma pena ter que matar você, esperava reinar ao seu lado.

Reunindo suas ultimas forças, ele as condensa ao redor de seu braço direito.

Yoku: Nós cobiçamos coisas, mas não as temos. Matamos e invejamos, mas não conseguimos obter o que desejamos. Vivemos a lutar e a fazer guerras. Não temos, porque não pedimos. Quando pedimos, não recebemos, pois pedimos por motivos errados, para gastar em nossos prazeres.

Uma gigantesca lâmina de gelo é forjada ao redor de seu braço, sendo usada para levantar o rosto de Kurama pelo queixo.

Yoku: Últimas palavras?

Kurama: Na real eu tenho... Pode me dizer que horas são?

Yoku: Quer saber quanto tempo a sua amiga tem? Pois bem, são-

Cronan: Sem tempo, irmão!

Cronan surge atrás de Yoku com um cabo em sua mão, que usa pra eletrificar Yoku. Ele joga a arma pra Kurama que começa a atirar contra Yoku, até que ele cai no chão. Kurama consegue se levantar, ela vai até Yoku que não consegue se mover.

Kurama: Fica frio aí!

Cronan: não vai matar ele?

Kurama: Preciso... Ai, fazer uma coisa antes!

Ela vai até o relógio que marca 7:34. Então junta as mão e começa a cuspir uma rajada fina de fogo, descongelando Ongaku e a pegando no momento em que o ponteiro se move. Ela põe sua amiga no chão e vai até Yoku que está tentando levantar.

Kurama: Ok, agora vai!

Yoku: Por que? Eu te ofereci o mundo, até mais do que isso!

Kurama: Porque eu não preciso do mundo, eu só preciso que todas as cobras nojentas como você estejam em pedaços, enterrados a sete palmos! Agora, Yoku... Últimas palavras?

Yoku: Ha... Haha... Você é tão idiota... Quase se matou pra me vencer, não vai ter chance contra ele!

Cronan: "Ele" quem?

Yoku: Ah, isso é surpresa... E ele não gostaria que eu estragasse a surpresa!

Kurama: Deve ser o último chefão...

Yoku: Uma pena eu não estar aqui para testemunhar os seus gritos de dor e desespero, mas eu vou adorar saber como foi! Te vejo no inferno... Kurama!

O Demonio do frio é silenciado pelo selo que é atirado contra sua cabeça. A jovem deusa cai logo em seguida.

Cronan: Kurama!

Kurama: T-Tô de boa! Só meio cansada... Eu acho que fritei o meu corpo inteiro...

Cronan: Vêm, vamos pra sua casa.

Kurama: Espera, eu não vou conseguir carregar a Ongaku e-

O garoto levanta Kurama e a põe em suas costas, então pega Ongaku em seus braços.

Kurama: Ok, você manda, pirralho. Vamo nessa.

Eles partem dali, o pequeno carregando as duas adolescentes sem dificuldade.

Kurama: Aí, pirralho.

Cronan: Sim?

Kurama: Eu percebi que você congelou o tempo pra se aproximar, e enfrentou aquele demônio sozinho... Por que?

Cronan: Não sei dizer, meu corpo se moveu sozinho, como um instinto primitivo... Eu não devia ter colocado a entidade em risco daquela forma, mas-

Kurama: De boa cara, você mandou bem!

Cronan: ...

Kurama: ...

Cronan: ...Obrigado.

Ela sorri. Ao chegarem em casa, Cronan coloca Ongaku no sofá e leva Kurama pro seu quarto.

Kurama: Aqui, pode me deixar aqui, eu vou me curar e depois vejo se a Ongaku está bem.

Cronan: Posso assegurar que ela está viva, mas ela vai precisar descansar, assim como você!

Kurama: Relaxa, eu vou sobreviver! Já passei por coisa pior...

Cronan: Acho difícil de acreditar...

Kurama: Ei, quando foi que eu menti pra você?

Cronan: Haha, acho que nunca mesmo.

Kurama: Isso foi uma risada? Acho que eu vou morrer mesmo.

O garoto parece ficar envergonhado.

Cronan: Eu vou ver como a sua amiga está!

Kurama: De boa.

Ela se cura e finalmente adormece.


Notas Finais


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