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História A Divina Comédia - Que dormiu na praça


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 27 - Que dormiu na praça


27 — Que dormiu na praça

Draco POV

Muitas coisas haviam acontecido nos últimos dias, e eu ainda não tinha em mente exatamente o que deveria fazer sobre isso.

Hoje teríamos o primeiro show da temporada, e isso vinha me deixando completamente ocupado.

Eu havia decidido ponderar sobre a oferta de James, e realmente estudar com cuidado e atenção o documento antes de fazer qualquer besteira.

Mas, cinco minutos após ele me enviar os contratos rascunhados para que eu pudesse avaliar, eu já havia pulado no carro e estava corendo para casa de meu pai.

Ainda não tinha contado há ninguém sobre a oferta, mas sentia que ele poderia ser quem me ajudaria a avaliar se eu estava surtando demais, ou se era uma má ideia.

Eu cheguei bem cedo, e foi legal surpreender meu pai completamente caseiro tomando café da manhã na mesa, com alguma curiosidade quando irrompi pela porta, todo agitado.

— Vou precisar ligar para nosso advogado? — Perguntou, assoprando por trás da xícara.

— O que? — Perguntei ao me sentar após me servir café, vendo ele continuar me encarando curioso.

— Você definitivamente fez alguma coisa. Vamos precisar de advogado?

Revirei os olhos para o comentário dele, que sempre pensava que eu lhe procurava porque tinha feito alguma bobagem, e me contentei em beber um gole longo de café, sob seu olhar atento.

— Não achei que ia ficar de verdade na cidade. Já faz alguns dias — Comentei por casualidade, vendo ele assentir.

— É calmo aqui. Às vezes é bom me afastar um pouco das viagens. E além do mais... estou enjoado dos hotéis. O último se dizia cinco estrelas, mas não tinha piscina particular. Só uma hidro — Ele agitou os dedos em sinal de descaso.

— Pai, você odeia piscina — O lembrei, vendo sua sobrancelha se arquear.

— Eles não sabem disso. E se eu gostasse? Faria o que? Nadaria na piscina compartilhada?

Ri, negando suavemente com a cabeça, bebendo outro gole de café, pensando que cada dia estava ficando mais fácil e mais legal estar próximo dele.

Me sentia muito feliz por ter conhecido os Potters e ter tido essa vontade de me abrir com meu pai, porque nunca pensei que pudéssemos nos dar tão bem.

— Tudo bem — Ele disse, após terminar o café, afastando a cadeira após recuar o prato com alguns pedaços de bolo pela metade — Vamos para o escritório.

— Escritório? — Perguntei ao me levantar para lhe seguir pelo corredor.

— Você trouxe uma pasta de papéis. Se não é uma ordem de prisão por alguma barbaridade que você fez, então é algum documento para eu analisar.

— Você acredita tão pouco na minha capacidade de manter a ficha limpa — Reclamei, ouvindo um som que quase soou como uma risada, mas continuei lhe seguindo.

— Você terminou os contratos que lhe enviei?

— Eram muito extensos, mas estou acabando. Estou terminando a análise da clausura 18 — Murmurei distraído, ouvindo agora uma risada verdadeira, enquanto ele se virava para mim com diversão.

Suspirei ao ter sido pego tão facilmente em uma mentira.

— Você não enviou nenhum contrato, né — Adivinhei, porque era minha resposta automática para meu pai.

 ‘Estou terminando’.

— Não, não enviei — Disse ao acender a luz e entrar na sala, se sentando no sofá, o que me deixou desconcertado.

O fato dele ter escolhido não ir para a mesa onde falava de negócios indicava que ele queria manter o nível pessoal da nossa conversa.

Segui até ele sentando ao seu lado e estendi a pasta onde estava o contrato, assistindo ele a acolher para ler.

Eu me sentia preocupado, esperando alguma reação, comentário ou careta, mas ele apenas virava as páginas, continuando uma leitura inexpressiva e atenta.

Eu balançava o pé agitado, e estralava os dedos das mãos, sem nem ao menos notar. Estava tão ansioso e agitado que mal conseguia respirar, quando ele finalmente fechou a última página da capa e ergueu o rosto para mim.

— É um bom contrato — Disse por fim, enquanto eu engolia seco.

— Você... acha? — Perguntei com o máximo de cautela que pude.

— Adequado, não restritivo. Te dá liberdade para sair disso quando quiser, cobre todos seus direitos... É um bom contrato — Concluiu, ainda com aquele olhar que me analisava.

Assenti cuidadoso, sem saber como perguntar o que ele pensava daquilo tudo, mas ele me poupou do trabalho ao colocar de volta nas minhas mãos.

— Você ainda não o assinou.

— É uma... proposta. Para analisar. Eu recebi hoje, e pensei... em te pedir uma opinião. Hã... sobre isso.

— Você quer fazer isso? — Rebateu, e parecia relativamente calmo.

— Sim. Eu... sim, eu quero fazer isso — Admiti, ansioso por estar dizendo em voz alta pela primeira vez, e ele assentiu.

— Por causa do garoto?

— Harry não sabe ainda. Foi James que me fez a proposta, mas não contamos a ninguém. Ele conversou comigo, e... disse que... fez a oferta porque sabe que me apaixonei pelo circo.

— É uma boa maneira de descrever a perturbação que aquele ilusionista fez na sua vida.

A frase tinha um rancor zelado, mas eu sentia um tom relativamente suave.

Tempos atrás, meu pai teria apenas dito ‘lixo do circo’. Colocar perturbação e ilusionista na frase foi um avanço muito grande, e eu me senti satisfeito.

Sabia que no fundo ele tinha gostado de Harry quando os fiz se conhecer, apenas preferia morrer a admitir isso.

— Eu sei que falei não estar certo sobre a faculdade, e... sobre o curso. Mas... eu gosto. De fazer essas coisas, e você me criou desde criança para cuidar de uma grande empresa. Para gerir e liderar. Fui preparado para isso desde sempre, e... eu sou bom nessas coisas.

— Acha que se eu fosse pai de um outro garoto bonito, você iria fazer meus contratos mais depressa? — Questionou quase amargo, e isso me fez rir.

— Provavelmente — Respondi apenas para irritá-lo, vendo revirar os olhos com a minha sinceridade.

— Você é bom nisso, Draco. Você sabe o que fazer, sabe como fazer. Tem preparação, tem inteligência e astúcia. Você é a única pessoa para quem eu confiaria nossas empresas — Disse polido, e isso fez um peso se atenuar no meu coração, de uma forma tão boa que me fez sorrir.

— Não... está zangado? Por eu... querer isso?

— Eu te criei para liderar. Isso me parece uma maneira não ortodoxa de fazê-lo, mas ainda assim... é mais, do mesmo — Apontou o contrato no meu colo, e eu assenti.

— Eu gosto. Do circo. Não sei por que, mas eu só... gosto. Quando eu estou lá, é... — Parei por um momento, negando de forma suave com a cabeça, enquanto sorria — É como me apaixonar. Sinto borboletas no estômago. Fico ansioso e nervoso. Não quero que acabe nunca e... é bom. Não importa o que esteja fazendo, só é bom.

— Então... Porque não assinou ainda? Porque vir até aqui primeiro?

— Eu... gosto muito do circo. Fiquei feliz com essa proposta. Mas... nós estamos bem. Eu e você. Isso... também é algo que eu gosto — Admiti, me perguntando se ele me interromperia por estar sendo levemente emotivo, mas apenas vi ele me encarar com curiosidade — Eu... queria ter certeza que isso não vai te decepcionar.

— Só se te colocarem um apelido de circo ridículo. Te dei um nome, e quero que o use — Reclamou, me fazendo rir.

Se soubesse daquilo, estaria usando minha camisa hoje.

— Eles me chamam de El Diablo — Admiti, vendo ele torcer o nariz e deitar a cabeça no sofá, parecendo muito cômico.

Não tinha traço de raiva ou insatisfação em seu rosto.

— Poderia ser pior.

— Poderia — Concordei, pousando a pasta ao meu lado, puxando as pernas para sentar melhor no estofado, com elas cruzadas enquanto me permitia ficar virado para ele.

Me sentia uma criança naquele momento, esperando ele me ajudar com a lição de casa.

— Eles são uns bárbaros, se quer saber. Dei uma olhada na parte financeira, e é um absurdo. Sabia que eles gastam mais de cinco mil reais de purpurina por ano? E nem fazem ideia disso? Não tem controle algum — Murmurei, quase compulsivo ao começar a falar — Os contratos... tem um fornecedor que faliu, mas continua ganhando o dinheiro. Ninguém controla isso. Eles sorteiam os lugares onde vão se apresentar. E na maioria das vezes Harry manipula esses sorteios! Quero dizer... não tem qualquer noção. Eles treinam os shows e números, se preocupam com o publico, mas ninguém está cuidando daquela bagunça.

— Você esperava que gente que consome tanta purpurina realmente estivesse cuidando de qualquer bagunça?

Ri, negando com a cabeça ao perceber o quanto tinha a dizer sobre o assunto. Nem notei que havia pensado em tudo aquilo, até estar falando sobre.

— Eu quero ir para o próximo nível. Quero dizer... existem níveis entre circos? Se não existe, vou precisar criar. E ser o melhor. Eles saem por ai fazendo apresentações em cidades... mas acho que posso tornar o negócio internacional. Fazer todo mundo conhecer o Marauders, os membros.

— E como vai fazer isso?

— Vou colocar em ordem. Fazer todos eles se comportarem. Usar as redes sociais para divulgar cada um deles, e criar um nome. Uma marca. Vídeos virais, principalmente. Vou usar Ginny e Harry. Os dois basicamente conseguem atrair qualquer público, fazem todos os gostos. Vou conseguir patrocinadores. Mesmo que tenhamos muito dinheiro, precisamos de marcas embaixadoras. Isso mostra que as pessoas tem fé no negócio. Vamos nos tornar referência, desse jeito. Alguns shows de rua também é legal. Apresentações aleatórias em praças, para chamar atenção.

— É uma boa estratégia inicial. Mas precisa garantir que vai conseguir manter o interesse geral.

— Eles são muitos, mas sem tarefas definidas. Se separar isso, e contratar pessoas a mais para cobrir os pontos de falhas, vai aperfeiçoar o show. Deixar cada um ter seu próprio número. Conseguir outros. Pensei em efeitos especiais loucos, e realistas. No futuro, até mesmo um show 3D no mini-cinema que fazem de vez em quando. Temáticas nas apresentações. E... vou tentar ensinar Kevin a não xingar as crianças na fila.

— Quem é Kevin?

— O papagaio do Harry. Eles o mantém longe das pessoas, porque Ginny ensinou ele a dizer ‘E ai putinha?’.

Meu pai abriu os olhos para me encarar, e isso me fez sorrir.

— Não era um coelho? — Murmurou por fim, e isso me fez sentir bem. Ele realmente prestava atenção nas coisas que eu dizia sobre Harry.

— O coelho é Carlos Daniel. Ele tem um coelho e um papagaio — Esclareci, vendo ele suspirar.

— É claro que ele tem.

Sorri, me sentindo agitado e feliz como não me lembrava há muito tempo.

— Já contou para sua mãe?

— Não, esperava convencer outra pessoa a contar — Expliquei, vendo ele rir com vontade.

— Sua mãe, seu problema — Me alertou e eu suspirei.

— Ela vai pirar. Não vai?

—Você sabe perfeitamente que Narcisa tende a se meter quando acha que quem ela gosta pode estar em apuros. Ela só está preocupada com você, Draco

— Você não está?

— Sempre estou. Mas o que posso fazer por você é manter um bom advogado a serviço da família e garantir que você possa me procurar quando algo der errado. Sei que se pedir pra não fazer isso, só vou te incentivar — Pontuou naquele tom de descaso ensaiado, mas eu ainda não estava satisfeito.

Ausência de raiva não significava aceitação.

— Mas... tudo bem por você?

— Tudo bem por mim. Já tivemos essa conversa. Se isso é o que quer, apenas vá.

— Eu decidi que vou terminar a faculdade. Mesmo que dê certo com o circo, e eu não queria voltar... vou fazer a distancia. Mas... vou concluir. Pegar o diploma.

— Me envie o diploma quando concluir — Disse vago, e isso me fez sorrir — E da próxima vez que vier, traga esse contrato assinado.

Isso me fez piscar duas vezes, surpreso.

O diploma eu sabia que iria para a pasta de conquistas da família. Todo grande feito dos Malfoys ia para aquela pasta, onde guardamos coisas para nos exibir.

Havia grandes contratos ali dentro, coisas que os familiares se orgulhavam, mas...

— Você... acha... Quero dizer... isso? — Apontei os documentos, atordoado — Na... pasta? Você acha... que cabe?

“Acha que é importante? Que é o bastante?”

“Você... está orgulhoso?”

— É algo que você quer fazer, e você decidiu fazer. Mesmo com medo, mesmo pensando nos riscos. Sim, eu acho que cabe — Disse, me encarando de um jeito simples que me fez sorrir, sentindo aquele calor de felicidade ultrapassando por mim.

— Obrigado — Murmurei, me esticando para um abraço leve e emotivo, porque... era bom.

Saber que ele tinha orgulho de mim era... incrível.

— Eu tenho trabalho agora. Uma videoconferência longa. Podemos almoçar amanhã, e você me conta mais sobre suas ideias. Ok?

— Tudo bem — Concordei sorridente ao me levantar — Eu tenho bastante coisa para fazer também. Você me busca amanhã?

— Porque foi que te comprei três carros se você não os usa?

— Te espero meio dia, então? — Insisti fingindo não ouvir, rindo quando ele suspirou.

— Meio dia. Se você se atrasar, vou te deixar para trás.

— Ok! — Falei animado — Vou te deixar trabalhar. Até amanhã!

— Assim que conseguir, me traga o contrato assinado.

Assenti, pensando naquele momento que tudo estava se encaixando perfeitamente para mim. Era uma sensação extraordinária!

— ... E traga um para que eu possa analisar.

— Analisar? O que? — Questionei sem entender, e ele ergueu os olhos para mim, com o cenho arqueado.

— Você precisa de patrocinadores, e eu quero ser o seu primeiro.

Isso me fez parar de andar, subitamente tão surpreso que meu corpo todo congelou conforme eu o encarava embasbacado.

— Patrocinador? Você quer... me patrocinar?

— Patrocinar o circo, Draco. Você precisa de um grande patrocinador, com nome e carreira sólida para mostrar que existe fé no crescimento.

— Você não tem que fazer isso por minha causa! Eu posso batalhar pelo...

— Não estou fazendo isso por você, Draco. Sou empresário desde o berço, e sei onde investir meu dinheiro. Você me contou seu plano de carreira, e eu acredito que é um caminho seguro e bem estruturado. Não pense que eu colocaria dinheiro e o nome das minhas empresas em risco só por você ser meu filho. Não. Estou fazendo isso porque tenho fé na sua capacidade de ir além.

Ele se aproximou um passo, tocando meu ombro.

— Faça um contrato de patrocínio e traga para mim. Vou convocar uma reunião com os acionistas para avaliar o caso.

Assenti, com os olhos muito arregalados.

Aquilo era mais do que me aceitar. Mais do que estar orgulhoso.

Era... acreditar em mim.

E foi um dos maiores presentes que ele pode me oferecer.

Eu me sentia nas nuvens após um abraço apertado, enquanto caminhava para meu carro e dirigia de volta para casa.

Era real.

Eu havia falado com ele, discutido a possibilidade e o desejo de ir para o circo. Feito planos.

Era tudo real.

Não era apenas uma ideia, apenas uma proposta de emprego, ou... um sonho.

Quando eu cheguei em casa, me sentia tão agitado que tive vontade de contar para minha mãe, no calor do momento.

Foi ótimo descobrir que ela não estava ali, pois havia saído com algumas amigas.

Contar para ela em momento de emoção apenas iria me desanimar, porque teria que ouvir tudo de novo, sobre o que aquilo era, o que significava, e todas as coisas que eu já estava cansado de escutar.

Subi direto para meu quarto, e fui atingido por uma sensação de dejavu estonteante ao abrir a porta e encontrar Harry deitado na minha cama, me esperando.

Isso me fez rir parado ali, notando como parecia confortável entre meus travesseiros, com aquele olhar desavergonhado de sempre.

— Hola, mi amor — Disse sorridente, e eu fui até ele, tirando os sapatos no caminho até subir na cama, e me inclinar para beijá-lo.

— Onde está minha flor?

— O que? — Questionou sem entender, esticando o pescoço para pedir outro beijo, e eu cedi facilmente a isso.

— Na última vez que invadiu meu quarto e me esperou na cama, você me trouxe uma flor.

— Era para te conquistar. Já te conquistei, não vou gastar flores com você, princesa — Disse debochado e simplório, e eu revirei os olhos.

— O que está fazendo aqui? Achei que tinha um monte de coisas para fazer. Temos show de noite — Murmurei ao me deixar deitar ao lado dele, que me observava com um sorriso.

— Ginny disse que estava ocupada com algo, e ela quem vai me ajudar nas coisas que preciso comprar. Então... resolvi vir matar o tempo com você um pouco. Lembrei que ficaria aqui de manhã...

— Sim, vim buscar mais roupas.

— Papito vai te bater se trouxer mais roupas. Ele diz que temos muitas — Me lembrou, e era algo que eu tinha visto James ralhar em algum momento.

Eu e Harry tínhamos um acúmulo anormal de peças, e ele parecia não gostar muito de repetir tanto quanto eu. Era simplesmente divertido descobrir que conseguíamos fazer novas combinações, quando emprestávamos as coisas um do outro.

— Não sei o que vestir. O que se veste para ir ver um show no circo?

— Está falando de antes, durante ou depois do espetáculo? — Questionou curioso, e eu franzi a sobrancelha.

— Agora estou curioso com o fato de você ter separado isso em três partes — Falei desconfiado, e ele riu.

— Bem... na entrada do circo, uniforme — Disse atento, balançando os ombros — Sabe que vamos te colocar para trabalhar, certo? Ginny tem essa suposição de que deixar pessoas bonitas na bilheteria faz bem para nossa imagem, então acho que você vai ser obrigado a ficar passeando por lá. Durante o espetáculo, pode tirar o uniforme e vestir o que quiser.

Sorri, sem querer mencionar que para mim era um tipo de honra vestir meu uniforme.

— ... e depois do show, você não vai precisar se preocupar com roupas — Finalizou com um sorriso quase angelical, e isso me fez rir junto.

Mesmo com o turbilhão de coisas acontecendo, ainda era noite do encontro dos pais de Harry, e eles iriam sair depois do espetáculo.

Como seria o primeiro da temporada, começaria seis horas da noite, seguindo até as oito. Geralmente os shows eram as quatro, e depois as nove. Mas hoje seria apenas um, para oficializar a reinauguração.

Então depois do trabalho, os pais de Harry iriam sair e passar a noite fora.

E isso basicamente significava que eu e Harry estaríamos sozinhos na casa, depois de muitos dias sem conseguirmos ter tempo para nós.

No calendário que Harry tinha guardado em uma das gavetas, eu consegui ver que ele havia circulado o dia de hoje, e pensei seriamente que estava ansioso para iniciar a temporada de shows. Mas nas marcações de compromisso, havia apenas ‘Sexo com Draco’, e isso me fez rir por quase quarenta minutos.

— Vem cá — Murmurei, me deixando virar para deitar de costas na cama, puxando ele para vir para cima de mim, e notei como ele pareceu estar esperando por um convite.

Era só... incrível. Estar tão perto, com os braços enrolados ao redor dele, sentindo sua presença e seu cheiro.

Harry ergueu o rosto para mim, os lábios passeando de forma suave no meu queixo, sua expressão completamente serena e tranquila.

Eu sentia meu coração batendo tão rápido naquele instante, fechando os olhos em premeditação para receber um beijo.

Nunca havia me sentido daquela forma por outra pessoa. Nunca consegui ver em outro alguém a calma que eu precisava dentro de mim, ao mesmo tempo em que me incendiava de dentro para fora.

Era tão delicioso pensar em Harry como os dois extremos que me preenchiam.

Nós passamos muito tempo ocupados com o circo, e isso havia diminuído a frequência que passávamos apenas nos beijando ou apalpando pelos cantos, mas de uma forma estranha isso nos fazia nos conhecer ainda melhor.

Então, quando tínhamos tempo para a parte física, era extraordinariamente incrível. Era muito mais intenso, mesmo comparado ao começo, quando era tudo novidade.

Descobrir Harry foi uma das melhores sensações que eu já senti.

Mas conhecê-lo de verdade, saber o que ele era, o que fazia, seus detalhes e cada pedacinho de personalidade... isso era ainda mais incrível.

E com esse sentimento deslizando por cada pedaço do meu coração, eu decidi me abrir. Decidi que precisávamos conversar sobre nosso futuro, sobre a proposta de emprego, e todo o restante.

Mas não pude dizer qualquer coisa, porque no instante em que rompi o beijo para dizer algo, meu celular começou a vibrar no bolso.

Suspirei pela perda do momento de inspiração, tateando para puxar o aparelho, e pisquei confuso com o nome que aparecia na tela, sentindo alguma tensão no corpo de Harry, ainda deitado sobre mim.

— Você não vai atender? — Ele perguntou quando meu dedo estava na metade do caminho para recusar a ligação, e eu ergui o olhar para ele.

Havia curiosidade e desdém naquela sobrancelha levantada, o que me fez revirar os olhos antes de aceitar a chamada.

— Draco! — O chamado exasperado me fez piscar.

— Matteo? — Questionei confuso, em vista que não nos falamos por chamada. Eu odiava atender telefone.

— Desculpa te ligar do nada. Eu meio que tenho uma urgência. Te enviei mensagem, mas não respondeu e...

— Você está bem? — Questionei, plenamente ciente de que Harry conseguia ouvir a conversa por estar tão próximo, e Matteo ter aquela voz firme e grave.

— Sim, é só... Tivemos um problema com um dos acionistas, e meu chefe está pirando. Vamos ter que cancelar muitos contratos, e... deus, isso está um caos — A voz dele deixava clara sua urgência e preocupação, e isso me fez franzir o cenho.

— Quer alguma ajuda? O que você precisa?

— Eu lembro que em uma das festas que fomos juntos, tinha esse cara que você me apresentou que era de uma multinacional. Ou qualquer coisa assim. Ele trabalha no mesmo ramo, e... eu preciso muito conseguir o contato dele.

— Eu te apresentei para muita gente — Murmurei pensativo, tentando procurar nas memórias, e isso bastou para Harry sair de cima de mim, e sentou na cama, ainda me encarando com aquela expressão.

Eu iria me divertir depois de vê-lo tão claramente enciumado, mas me concentrei em Matteo nesse instante.

— Hã... faz alguns meses. Foi naquele restaurante em Roma. Lembra? Deixa eu pensar... — Ele ponderou por um momento — Ah! A esposa dele estava vestindo aquele vestido laranja, e você disse...

— Que a fada madrinha deveria estar procurando a abóbora lá fora! — Bradei ao me recordar, junto a ele, sem conseguir engolir uma risada com a lembrança.

Eu costumava ser maldoso sobre as roupas das pessoas nessas festas. Julgar a parte dos ricos que não sabia se vestir era um dos meus hobbies favoritos.

Eu e Pansy, todos os anos, ficávamos na frente da TV no dia do Met Gala, apenas rindo e falando das roupas dos outros.

— Eu sei quem é — Falei por fim, apoiando a mão no colchão para me sentar — Acho que... Jones? Smith Jones?

— Isso! — Comemorou energético e aliviado — Me diz que seu pai tem o contato desse cara!

— Ele deve ter. Vou pedir para ele te enviar, ok?

— Mesmo?

— Claro! Se precisar de alguma outra coisa, me deixe saber.

— Ok. Ok! — A voz dele demonstrava alivio e emoção, e isso me trouxe um sorriso pequeno — Desculpa te ligar assim.

— Você sabe que pode ligar, quando precisar... A menos que eu esteja dormindo.

— Eu não cometeria o crime de precisar de você durante seu sono de beleza — Concordou rindo — Hã... você está ok? Faz alguns dias desde que nos falamos.

Eu e ele conseguíamos manter conversas casuais, embora não tenhamos nos visto pessoalmente desde o incidente do terno vinho.

Eu tinha dito a ele sobre decidir terminar o curso, mesmo que a distância, e sentia que Matteo já tinha entendido para onde eu iria nos próximos meses, embora não tocasse no assunto.

Tudo o que ele disse foi estar torcendo por mim, e era bom ver que conseguíamos manter a amizade, acima de tudo.

Ele me mandava fotos de pessoas vestindo roupas horríveis todas as vezes que ia a uma festa, e eu sempre lhe respondia com comentários maldosos e venenosos que o faziam rir. Oficialmente, tínhamos até um grupo onde Pansy também estava, para essas brincadeiras entre nós.

— Estou ok. Você? — Questionei, sentindo alguma ansiedade com o jeito que o olhar de Harry queimava em mim.

— Ok também. Você parece sem jeito. Seu cara está ai?

— Sim, ele está aqui — Respondi, deixando meus olhos se encontrarem com os de Harry.

— Oh, então deixe ele saber que estou enviando um grande, GRANDE, abraço, ok? — Disse, muito alto para ser ouvido, muito debochado, e isso me fez engolir uma risada, vendo Harry abrir um sorriso maldoso e venenoso.

— Idiota! — Resmunguei, negando com a cabeça.

— Tenho uma bagunça aqui para resolver. Nos falamos depois.

— Ok, vou pedir para meu pai entrar em contato.

— Obrigado. Você é um anjo!

Sorri, desligando a chamada em seguida, sem me atrever a olhar para Harry enquanto ia até a conversa com meu pai, pedindo para fazer a ligação entre Matteo e o acionista, e bloqueei o aparelho em seguida depois de olhar as horas e todas as minhas notificações e notar que não tinha para onde correr.

Harry continuava parado na mesma posição, me encarando firme.

— Nós somos amigos — Falei depois de um suspiro, vendo a sobrancelha dele arquear ainda mais.

— Eu não perguntei nada.

— ... e estamos tentando manter amizade. Não significa que...

— Eu não perguntei nada — Insistiu, e eu me silenciei em seguida, vendo ele esticar a mão, puxar o celular dos meus dedos e o pousar na mesa ao seu lado.

Ergui os olhos para ele, me surpreendendo que seu próximo movimento tenha sido enroscar os dedos no meu cabelo para me beijar.

E foi diferente do beijo suave e carinhoso de instantes atrás.

Foi um beijo completamente dominante. Eu sentia a língua dele, sentia seus dentes prendendo meu lábio inferior, sentia seus dedos se afundando cada vez mais contra meu cabelo, e isso me fez ofegar surpreso com a intensidade.

Harry conseguia pegar fogo muito depressa, e eu já havia entregado todo o controle para ele no momento em que se moveu e me empurrou de volta para os travesseiros, me fazendo deitar.

— Achei que precisava encontrar com a Ginny — Murmurei quando ele deslizou os lábios para meu pescoço, se movendo na cama para voltar a deitar em cima de mim, e soltei um gemido baixo e espontâneo quando ele apertou os dedos entre meus fios de cabelo e deu um puxão autoritário.

Ele partiu com a boca para meu pescoço, e a partir desse momento eu me tornei uma nuvem de incoerência.

A sua respiração quente, seus dedos me manuseando, seu corpo ao meu redor, seus lábios e dentes na pele sensível...

Tudo aquilo se tornou uma confusão mental boa demais para conseguir lidar, e parte da minha mente ficou muito ansiosa quando ele se afastou brevemente, suas mãos correndo para minhas calças até que a abrisse.

Parte de mim sabia que era uma má ideia, porque muito em breve minha mãe chegaria, e Harry tinha uma infinidade de coisas a fazer. Sem falar que a expectativa para o sexo hoje a noite vinha deixando tudo mais excitante.

Mas qualquer frase para impedi-lo morreu na minha garganta quando ele puxou minha calça e roupa íntima até metade das coxas, com aquele sorriso completamente desavergonhado e safado.

Ainda havia uma sombra de desafio e ciúmes brilhando em seu rosto, quando ele moveu o corpo para deitar de bruços no colchão, apoiado contra minhas pernas e traçou beijos leves pela minha cintura, propositalmente se deixando esfregar contra meu pênis.

Isso me fez suspirar, deixando a cabeça jogada no travesseiro, os olhos apertados juntos enquanto me deixava levar por aquele momento, precisando morder o lábio inferior quando sua boca desceu e ele passou a me lamber de forma vagarosa.

Tornei a abrir os olhos para ver, porque Harry não era apenas bom de sentir, como também ótimo de assistir.

Ele sempre fazia de tudo um espetáculo, e dessa vez não pareceu ser diferente.

Assistir ele gemer enquanto me tomava todo na boca, movendo o pescoço para se impulsionar, deixando muita saliva para trás... Era insano. Harry sempre demonstrava adorar o que fazia e sentir prazer com isso.

A cada movimento da língua dele ao meu redor, eu sentia como se parte da minha mente estivesse flutuando para longe, e ele me puxava de volta quando seus dedos firmes se apertavam nas minhas coxas e ele parava por um instante para apenas deixar beijinhos que deveriam soar inocentes, se excluíssemos onde ele os deixava.

Eu já estava completamente perdido e havia cedido, me deixando soltar gemidos baixinhos ao aproveitar todo o calor dos lábios e da língua dele, então abri os olhos assustado ao ouvir um som alto.

Harry era um dos poucos seres humanos que não vivia com o celular no silencioso, e isso me fez congelar ao encarar ele, vendo-o afastar o rosto e seus olhos verdes encontrarem os meus.

— Você vai atender?! — Reclamei ao ver ele tatear o bolso da calça, puxando o aparelho para si, e o encarei insatisfeito.

Mas por apenas um segundo, antes de ficar completamente em pânico.

Ele pousou o celular sobre meu abdômen, aceitando a chamada e deixou o aparelho ali, enquanto seus lábios voltavam a passear por meu pau.

— Sim?

— Harry? — A voz de Ginny ecoou pelo viva voz, e eu senti meu corpo inteiro formigar de vergonha, mesmo que soubesse que ela não podia nos ver.

— Oi Ginny. O que precisa? — Perguntou, no instante seguinte deixando uma lambida lenta por todo meu comprimento, enquanto eu engolia seco.

Se ela me ouvisse gemer do jeito que eu sabia que gemia...

Ela nunca mais me deixaria em paz. Poderia até imaginar ela me seguindo e imitando pelos cantos, me deixando maluco de vergonha.

— Eu terminei o que tinha para fazer. O senhor Albert ligou e disse que podemos passar lá para buscar os tecidos. Ele conseguiu as metragens certas para você e podemos substituir para o número de lira. Ele disse que tem duas cores, vermelho e azul. Qual vai querer?

— Hm... — Ele murmurou, como se estivesse pensando, descendo a boca agilmente, subindo lento em seguida — Eu gosto das duas cores — Soltou a respiração quente pelo nariz, me fazendo contorcer levemente, mordendo os lábios com força para não soltar qualquer som.

Apenas conseguia lhe encarar em uma mistura de pânico e prazer, em dúvida se queria que seguisse adiante ou parasse com aquela tortura.

— Vou pedir para separar as duas então. É bom ter reserva.

— Você gosta? — Murmurou, deixando os lábios encostados a mim, os esfregando devagar pela glande em provocação, agora com os olhos verdes presos dentro dos meus.

Ele parecia estar se divertindo muito, o desgraçado.

— Sim, parece ótimo. As duas cores são ok. Vou pedir para ele deixar pronto, mas temos que ir agora. Precisamos estar prontos para o ensaio geral, ou o seu namorado psicótico e mandão vai surtar.

O meu nível de desespero se agitou, porque era a primeira vez que Ginna se referia a mim como namorado de Harry.

Eles eram muito próximos para aquilo não significar nada.

— Ah, eu consigo ver perfeitamente ele surtando — Harry disse devagar, parecendo perder a vontade de falar porque segurou com uma das mãos, e desceu a boca por meu pau até o limite, pressionando o calor incrível ao meu redor de um jeito que eu coloquei o pulso contra os lábios para abafar qualquer som, jogando a cabeça para trás.

Foi impossível deixar de mover o quadril, empurrando um pouquinho mais para dentro da boca dele, sentindo suas mãos firmarem na minha cintura, me impedindo de mover.

— ... Harry? —  Ginny questionou, e eu mesmo havia esquecido dela.

Ele pareceu quase preguiçoso e desinteressado ao afastar a boca gentilmente, um fio de saliva se rompendo entre nós dois.

— Eu te encontro no Albert. Já estou indo para lá.

— Ok.

— Você... está com Draco?

— Sim — Respondeu paciente, usando agora a mão para me masturbar, e eu abri os olhos, negando com a cabeça para ele, em sinal que calasse a boca.

— Eu estou atrapalhando alguma coisa?

Apressado, movi a mão e desliguei a chamada antes que Harry tivesse chance de responder, porque sabia o quanto ele era sem noção e idiota.

Isso o fez soltar uma risadinha divertida, antes de afastar os fios do próprio cabelo do rosto, e dedicar inteiramente atenção em mim.

Era um daqueles momentos onde ele queria que fosse rápido, e sabia conduzir tudo da forma como gostava.

Eu apenas deixei meu corpo se soltar no colchão, livre para gemer diante de uma das melhores e mais entusiasmadas chupadas que já ganhei em toda a minha vida.

Havia algo bom naquilo ao saber que a motivação foi o ciúme de Harry, e era o jeito que ele achou mostrar para nós dois que eu era inteiramente dele.

Eu não abri os olhos quando cheguei a um orgasmo maravilhoso, e apenas continuei jogado na cama, mesmo quando senti ele se afastar e ouvi seus passos indo para a porta do banheiro.

Ainda levei um tempo considerável para conseguir me mover, puxando as calças de volta para o corpo, com um sorrisinho.

— Se você se atrasar para o ensaio, seu namorado surtado vai te bater — Bradei em alto som, e instantes depois ele saiu do banheiro, rindo.

Não foi assustador dizer isso, e ele não pareceu assustado em me ouvir falar.

Se todos ao redor diziam que eu sou o namorado dele... então eu poderia dizer também, certo?

O jeito que ele sorriu para mim foi toda a confirmação que eu precisava.

Harry havia arrumado os cabelos que bagunçaram durante o ato, e quando se inclinou na minha direção para um beijo casto, eu senti que ele havia escovado os dentes.

— Você sabe que eu vou atrasar. Não pode ficar sendo mandão o tempo todo só porque mi papito deixa você coordenar os ensaios!

— Harry, você adora ser pau mandado — O lembrei, vendo ele rir ao pousar um beijo suave na minha boca.

— Ninguém além de você precisa saber disso, Draco —  Rebateu com ar esperto.

E isso me fez sentir maravilhoso, é claro.

Apenas eu precisava saber.

Mais ninguém.

— Vou esperar minha mãe chegar, porque quero falar com ela.

— Ok. Vou ajudar a Ginny, e ir direto para o ensaio. Te vejo em casa? — Questionou, e eu assenti, tão docemente encantado com aquela frase, que foi impossível refrear o desejo de segurar seu rosto e lhe beijar mais uma vez.

— Te vejo em casa — Concordei por fim, vendo Harry sorrir.

Ele se afastou da cama, me lançando um último olhar sorridente, piscando aqueles olhos verdes incríveis antes de sair, fechando a porta atrás de si.

Rolei na cama tão logo isso aconteceu, me sentindo completamente feliz com as grandes vitórias do dia.

Eu iria aceitar a proposta. Meu pai estava feliz por mim. Eu já tinha um novo patrocinador para o Marauders.

Eu sou o namorado de Harry.

E onde ele está... eu posso chamar de ‘casa’.

O meu sorriso apenas aumentou quando virei de lado, e notei pregada na cabeceira da cama uma rosa, como as que Harry sempre me dava.

Isso me fez rir, porque ele sabia da minha mania de deitar para a esquerda, então a grudou com durex ali, pois tinha certeza que eu encontraria.

Puxei ela para mim, saltando depressa da cama e corri para a janela, a tempo de ver ele saindo pela porta.

Não sabia se ele iria olhar de qualquer forma ou se me sentiu ali lhe encarando, mas Harry parou na metade do caminho até a garagem, se virando para a minha janela.

Ergui a flor no ar, mostrando que havia encontrado, e vi como ele sorriu, fazendo um gesto exagerado ao se curvar em cumprimento, antes de tornar a andar para o carro dele, estacionado completamente torto na calçada, que eu mal notei quando cheguei.

Naquele momento, segurando aquela flor, o assistindo partir...

Eu simplesmente soube que queria passar o resto da minha vida ao lado de Harry Potter.


Notas Finais


Muitas coisas acontecendo!
Lucius e Draco tendo uma relação saudável é meu novo conforto!
Espero que tenham gostado!
E os dois muito namoradinhos!!!!!!!!
Draco não sabe, mas o Harry mesmo refere a ele como namorado quando ele não está vendo, por isso todo mundo ao redor dos dois chama o draco de namorado do harry!!!!!!!!!!!!
Amo eles!!!!!
Matteo teve uma curtinha aparição, que saudade do meu principe lindão aiai
Aos que gostam dele, leiam 'Antagonismo', ele aparece um pouquinho por lá também!
Espero que estejam gostando!
E, relembrando: reta final ok?
Faltam 5!
Até!


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