1. Spirit Fanfics >
  2. A Divina Comédia >
  3. Pensando Nela

História A Divina Comédia - Pensando Nela


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 28 - Pensando Nela


28 — Pensando nela

Draco POV

Eu não imaginei que teríamos tantas pessoas no primeiro dia de espetáculo.

Harry me disse que os primeiros dias eram sempre muito parados, em especial na nossa cidade, que não era tão atrativa para os shows.

Mas o movimento na bilheteria foi considerável, de um jeito que foi preciso acelerar os passos e ajudar em toda parte. A praça de alimentação estava lotada, e duas vezes eu tive que ajudar a levar mais saquinhos de pipoca para Molly, que ficava responsável pelas comidas.

Também fiz o que Ginny sugeriu, e distribui sorrisos ao caminhar perto da bilheteria e em poucos segundos a ruiva me mostrou uma marcação de foto em uma das redes oficiais, perguntando quem era o novo loirinho sorridente.

Já tinha muita gente curiosa sobre mim, e nós ficamos alguns instantes acompanhando esse pequeno movimento antes de tornar a nos afastar e ir cada um procurar algo para fazer.

Como era minha primeira vez, eu a todo momento fazia anotações e observações em um bloquinho de notas para me ajudar a elaborar o próximo passo para expandir o negócio, me sentindo completamente eufórico em estar ali, com minha camiseta, seguindo um novo sonho descoberto.

Olhando ao redor, tentando passar desapercebido, eu segui pelo corredor que levava para o trailer do vestiário, onde havia sido proibido de entrar depois que Harry subiu.

Os pais dele estavam me chamando de distração em potencial, mas... eu precisava dar boa sorte uma ultima vez antes de ir assistir meu Hernando no palco.

Bati de leve na porta, e quando foi aberta, Ginny deu um sorriso bizarro e convencido.

— Você me deve dez pratas, Harry. Eu disse que ele viria — Garantiu, me cedendo espaço e eu sorri ao passar para dentro, vendo ela sair para nos dar um tempinho.

Vestia um roupão, pois já estava caracterizada para seu número, que seria o segundo da noite. Ela tinha uma maquiagem cheia de tons laranjas e amarelos, para fazer menção ao fogo, e usava um tipo de tiara de brilhantes na testa para destacar os cabelos e os manter longe dos olhos.

Eu sabia que a roupa dela era no mesmo tom, com faixas cheias de brilhos nos pulsos e tornozelos, algo muito curto e agarrado. Ela gostava de ter os movimentos livres por causa do número com fogo, então sempre escolhia algo com a menor quantidade de pano.

Fechei a porta, escorando contra ela enquanto olhava para Harry.

Ele estava sentado na frente da penteadeira, e já pronto. Usava aquela maquiagem esbranquiçada de base, que destacava os olhos muito verdes e os pontos escuros que delineava nos olhos. Ainda faltava o batom preto nos lábios, e eu sorri.

Ele já deveria estar com a maquiagem pronta, e se não estava... é porque esperava um beijo primeiro.

— Remus estava de guarda na entrada, pedi para os gêmeos distraírem ele para que eu pudesse vir te ver. Harry, eu não gostei da regra de me proibir de chegar perto dos vestiários! — Reclamei, ouvindo ele rir enquanto ficava em pé.

A primeira roupa da noite era para a dança com Ginny no trapézio. Eles seriam o segundo número, e para combinar ele também usava tons de vermelho e laranja.

Facilitava para ela, que tinha o quarto número com fogo e pouco tempo para trocar. Então ela apenas adaptava de uma para a outra.

Harry iria subir para o sexto número, o ilusionismo, e trocava pelo terno de mágico. Eu tinha visto algumas das roupas, mas não todas. Eles levavam muito a sério o mistério do show, para me impressionar na primeira vez.

Agora ele tinha a roupa todo grudada e delineada ao corpo. Um tipo de macacão, cheio de lantejoulas vermelhas e pontos brilhantes, que abraçava cada curva do corpo dele, com pequenos cortes rasgados pelas coxas e braços, mostrando sua pele por trás.

— Você está incrível — Murmurei, gostando de como ele passou os braços ao meu redor, me apertando firme contra si, antes de erguer o rosto e me beijar.

Foi suave, porque não havia tempo para borrar maquiagem, mas ainda assim... foi muito carinhoso e doce.

— Eu... quero que goste do show — Ele disse, e pareceu ser uma escolha de palavras intrigante, pelo tom de voz e o jeito que os olhos dele fugiram dos meus.

— Eu já estou gostando. De tudo, na verdade. Essa... emoção, antes do espetáculo.

— Está gostando da emoção antes do espetáculo? — Ele perguntou ao me soltar, arqueando o cenho com diversão — Mentiroso de merda! Ginny me contou que duas pessoas assoviaram para você na bilheteria!

Ri, dando de ombros. Não ia mentir que não tinha sido ótimo, quando passei com meu sorriso bonito e minha camisa, praticamente desfilando de alegria, e ouvi assobios.

— Não faço ideia porque achou que era uma boa ideia vestir essa calça agarrada para hoje. Os gêmeos me mandaram foto do seu traseiro. Fique longe deles, ok?

Ri, mas assenti.

— Escolhi essa calça porque ela é fácil de tirar. Imaginei que seria prestativo, já que você vai estar tão cansado depois do show — Falei com um sorriso, vendo ele fechar a expressão.

— Você não pode me deixar excitado dentro dessa roupa, idiota! Quer saber? Papi estava certo. Dê o fora daqui e pare de me distrair — Reclamou cruzando os braços, e eu ri ao me esticar para beijar ele outra vez.

— Estoy aquí para desearte suerte — Murmurei, apenas porque gostava de tentar algumas frases quando estávamos sozinhos.

Às vezes acontecia até mesmo dele falar em espanhol comigo sem perceber, e eu responder no mesmo idioma automaticamente, de tanto tempo que passava com os Potters.

— Te ensinar espanhol foi um tiro no meu próprio pé — Reclamou com o olhar provocativo que veio junto.

Foi uma descoberta incrível perceber que Harry também gostava de ser seduzido em espanhol.

— Te quiero en primera fila — Disse por fim, com um sorriso suave, e eu assenti.

Rose estava guardando meu lugar, na primeira fileira, no meio do salão. Eu estava ansioso para assistir todos ali, e queria estar bem localizado para não perder nenhum segundo.

— Faça um bom show para mim, e pode me foder depois — Ofertei, vendo ele piscar muito surpreso com a frase, me encarando de olhos arregalados antes de morder o lábio inferior.

— É muita maldade me dizer isso agora, sabia?

— Estou tentando fazer jus ao meu apelido — Murmurei divertido, vendo ele rir e me beijar mais uma vez, com um sorriso que poderia iluminar o mundo inteiro.

— Dê o fora antes que mis papis te vejam aqui — Rebateu, com diversão, e eu assenti ao sair depressa, caminhando pelos cantos até chegar no corredor e passar por baixo de uma parte da lona.

Virei, para seguir de volta para a bilheteria e entrar para procurar meu lugar, mas me assustei e congelei ao ver Remus ali, de braços cruzados e cenho arqueado como se estivesse esperando algo ou alguém.

— Onde estava?

— Lá. Atrás. Ajudando Ronald a pregar aquela coisa no lugar certo — Murmurei depressa e automaticamente.

Ele dificilmente falava comigo, e se fazia é porque estava achando meu comportamento suspeito.

— Que garoto prestativo, não é? — Ele disse ainda com aquela expressão, estendendo a mão na minha direção e eu congelei, vendo ele deslizar o dedo por meu rosto e o virar para mim, mostrando a maquiagem branca que Harry devia ter deixado para trás.

Ri constrangido, sem saber o que fazer, vendo ele negar com a cabeça e apontar para o lado de fora.

Não precisei de um segundo pedido, e praticamente corri para a bilheteria, encontrando as crianças ali perto da entrada.

Eles sempre passeavam pela área, garantindo que todos encontrassem os lugares. Eram muito prestativos, e eu os ajudei, satisfeito ao ver toda a plateia acomodada.

Só depois disso é que eu fui para a primeira fileira, sentando ao lado dos pequenos, muito ansioso.

Cinco minutos depois, as luzes ao redor abaixaram e os holofotes se focaram no centro. A música de início começou, e eu sorri antes mesmo da cortina se mover, e James entrar ali.

Vestia sua roupa perfeita para conduzir o picadeiro. Era verde e dourada, tinha até mesmo uma cartola longa e uma capa. Era engraçado, mas de um jeito bonito.

Ele parecia muito jovial ali, e... diferente.

Não era James, era... outra pessoa. Completamente diferente, com uma presença de palco gigante enquanto dava as boas vindas, acenando de um jeito energético. Ele tinha um jeito de gesticular, de flexionar as palavras e ter o tom de voz certo, que cativava todo mundo.

Logo após ele anunciar, o show começou com o primeiro número, que era o de Sirius. Ajudava a prender a atenção das pessoas logo de começo, e Sirius era ansioso demais para esperar por muito tempo atrás da cortina.

Era incrível. O som da moto, ver ele girando lá dentro completamente enlouquecido. Ele parecia se divertir, porque eu conseguia ouvir a gargalhada dele mesmo com o capacete e a distância.

Apenas o som dos gritos e risadas dele sozinho na moto, sobreposto ao som do motor fazia as pessoas ao redor rirem. Ele girava lá dentro, ficava de ponta cabeça e fazia o círculo completo várias vezes, e começou a rodar como um peão antes de ir parando aos poucos.

Havia o show de luzes e efeitos também, sendo controlados por Ronald lá de cima, que tornava tudo mais emocionante.

Quando Sirius saiu da cabine e foi até o centro do palco para agradecer, dava para ver seu corpo trêmulo e ouvir sua voz rouca e grave. Devia ser exaustivo, mas eu estava notando apenas porque sabia. Ele correu para trás das cortinas, e eu me sentei melhor.

James voltou, e foi impossível notar que sua voz e charme pareciam mais energéticos ao anunciar os belíssimos ‘Hernando e Firebomb!’

Era nítido o jeito que ele anunciava Harry no palco. Eu conseguia sentir o orgulho e animação na voz dele, que ao invés de voltar para trás da cortina, apenas foi para um canto escuro do palco onde pudesse assistir.

Eu sabia que ele sempre fazia isso, mesmo que soubesse o número inteiro de Harry. Ele assistia todas as vezes, sem exceções.

Harry e Gina entraram no palco de mãos dadas, e com sorrisos. As luzes miraram os dois no centro, que se curvaram em cumprimento ao público, antes de seguirem para a plataforma e subirem para a corda bamba.

Meu coração batia depressa, como no dia em que assisti aquele ensaio pela primeira vez, vendo os dois lá em cima.

O público fazia silencio completo e absoluto, cheio de tensão ao ver cada um subir em um lado da plataforma, se equilibrando suavemente na mesma corda. Exigia confiança plena e muita concentração, porque se um deles fizesse um movimento brusco, derrubaria o outro na ponta oposta.

Eu sempre ficava nervoso nesse momento, e quando a música enchia o ambiente, eles simplesmente corriam na corda, um em direção ao outro. E quando o desespero tomava e eu achava que iam cair... Eles começavam a dançar.

Toda a plateia bateu palmas, e eu aproveitei para assobiar bem alto, do jeito que pedi para os gêmeos Weasleys me ensinarem a fazer, completamente escandaloso.

Era... meu Harry! Meu namorado!

Os dois dançavam, coordenados, em um ritmo enlouquecedor. A música da nova temporada era agitada, e havia muito jogo de cintura. O tempo todo parecia que eles iam cair, mas apenas tornavam a dar as mãos e continuar o caminho.

Em determinado ponto, Rose e Hugo puxaram palmas no ritmo da música para entoar a animação, e logo todos estavam seguindo isso em gesto divertido.

Eram quase cinco minutos de música, e eu mal aguentava ficar sentado. Estava na beira do acento, completamente ensandecido vendo a cena. Quando a música finalmente terminou, e eles desceram, foram aplaudidos de pé pela plateia, e eu não conseguia parar de sorrir como um idiota.

Minha vontade era subir no palco, dizer para Harry o que sentia. Dizer que nunca mais queria nos separar.

Que ele é o amor da minha vida, e eu não podia imaginar viver nem por um dia sem ele.

— Draco? — Rose chamou, e eu pisquei, me virando para ela — Está tudo bem? Você... parece estranho.

— Estou bem. Só... com calor. Na pausa vou buscar refrigerantes para nós, o que acha?

— Legal! — Bradou sorridente, se ajeitando melhor na cadeira e eu respirei fundo, esperando pelo próximo número.

Era a vez dos palhaços. Arthur Weasley entrou primeiro, com sua roupa muito colorida e tradicional. Ele começou fazendo balões de bichos e os jogando para a plateia, e números daqueles bobos, onde sempre se machucava ao tropeçar em coisas.

A parte realmente engraçada, era quando os gêmeos entravam, pouco depois. Eram mímicos, e todos os sons de exclamação e sentimentos diante das coisas que faziam, vinham dos apetrechos técnicos de Ron. Os dois tinham as roupas pretas e brancas listradas, e boinas sobre as cabeças.

Começavam o número confundindo Arthur. Fingiam ser apenas um, aparecendo em momentos diferentes para cutucá-lo e distraí-lo. Faziam a linha de maldosos, que tentavam se divertir atrapalhando ele em seus números.

Era um contraste engraçado, que remetia os filmes de Charlie Chaplin de inspiração e deixava todo mundo estático com o humor duvidoso que trazia. Os gêmeos eram bons mímicos, e conseguiam fingir movimentos sobre escadas, caixotes e paredes de forma perfeita.

A inexpressão da maquiagem em seus rostos era incrível. Hermione trabalhava muito bem as cores deles monótonas, contrastando com as de Arthur.

Havia um momento engraçado, onde os gêmeos deixavam um balde no chão e tiravam vários pacotes de salgadinhos de lá, e atiravam para a plateia. Depois, se afastavam suavemente, e Arthur ia curioso até lá para conseguir um para ele também.

Quando colocava a cabeça ali dentro, Kevin voava de lá no rosto dele, e seguia para longe, fazendo-o se assustar e quase cair do palco, enquanto todos gargalhavam.

O papagaio integrava aquele número, e todos tinham que prestar muita atenção para não deixar os microfones virados na direção dele, e Ronald erguia a música de fundo. Nunca se sabia quando o papagaio ia dizer alguma barbaridade.

Mas ele apenas voava em direção a James, nas sombras do palco, que seguia para trás da cortina e o levava para dentro depressa.

Ainda assim, quem estava nas primeiras fileiras ouviu o papagaio dizer ‘E ai putinha?’ para James, que saiu correndo para longe do palco, fazendo todo mundo rir.

O número deles foi finalizado, e agradeceram com um grande gesto antes de se afastarem e James voltar outra vez, para mais um anúncio.

Não foi qualquer surpresa quando o Ginny foi recebida com gritos e palmas pela plateia.

Sozinha ao centro, para seu número com fogo, ela demonstrava confiança. Os jovens e adultos enlouqueciam com ela, eu já sabia disso. Todos babavam pelo número e pela mulher.

Ela era incrível, e o jeito que manuseava as pequenas argolas, fazendo malabarismo com elas em chamas, sempre olhando para o público, era incrível. Se moveu por todo o palco, cheia de presença e sorrisos, até finalizar o número assoprando por uma das argolas maiores, fazendo-a parecer uma fogueira ao redor dela, que apagou tudo suavemente com um balançar suave.

Eu também me permiti soltar palmas e gritos com esse, afinal era uma das minhas melhores amigas ali e mereceu o entusiasmo.

Eu ri quando ela mandou um beijo pelo ar exatamente para mim, antes de desaparecer atrás da cortina.

O número que me fez respirar fundo e sentir muito ansioso, foi o próximo.

Harry estava... absolutamente incrível.

A roupa que ele usava era toda vermelha e preta, em padrões engraçados com símbolos de interrogação espalhados pelo terno com cauda longa.

Para esse, ele usava um microfone headset, e ter sua voz sedutora ecoando por toda a lona me fez sorrir como um idiota orgulhoso.

A ajudante era Luna, que tinha uma roupa combinando com a dele, mas uma capa muito longa ao redor de si, os cachos loiros presos no alto da cabeça e um ar de simpatia que me fez sorrir.

Era o único número que eu nunca pude assistir um ensaio. Ninguém podia. Os dois o faziam trancados, porque gostavam do mistério que existia ali.

Eu estava até mesmo tremendo de ansiedade quando ele apresentou a si e a ajudante, os dois girando pelo palco para acenar até pararem no centro, e ela virar de costas, ainda com a música de fundo agitada enquanto dançavam e se moviam.

Harry pegou uma das extremidades da capa dela, segurando suavemente, e fez um gesto com a mão livre.

No segundo seguinte, a puxou com certa força e o pano rodou e caiu no chão. Luna havia desaparecido.

Em outra época, eu estaria louco tentando saber como ele fez aquilo.

Agora, no entanto, tudo o que eu pude fazer foi gritar junto com a plateia e bater palmas de forma escandalosa.

Todo o número era como os outros, com muitos sons e shows de luzes. Partes do palco escureciam, e nessas era incrível perceber que os símbolos nas roupas dos dois brilhavam no escuro e os fazia parecer apenas vultos de cor.

Luna voltou de trás das cortinas dançando agitada, e eles ainda fizeram alguns movimentos pelo palco com a música em uma dança conjunta, enquanto os gêmeos traziam um equipamento para eles até o centro.

Era um tipo de maca, onde ela ficou deitada e a cabeça foi presa em um quadrado. Harry fez uma encenação engraçada como se a serrasse, e depois disso girou o carrinho para todos vermos, enquanto ele afastava as duas metades.

Os braços e pernas dela se mexiam, e eu estava quase em pé agora, tentando entender o que tinha acontecido e como aquele truque era feito.

Harry girou as duas partes da maca cortada, acenando e gesticulando para mostrar que estavam afastadas. Andou entre as elas, e depois fez um movimento para tirar um lenço de dentro do bolso.

Foi aquele número onde o lenço era interminável, e cada vez mais longo, até ele ter o suficiente para cobrir as duas metades de Luna.

Uniu as partes da maca, fez um gesto fantasioso sobre elas... E Luna pulou energética dali, como se não estivesse deitada e presa segundos atrás, acenando para todos.

Os gêmeos voltaram para buscar o equipamento, levando para trás das cortinas enquanto Harry e Luna seguiam se movimentando pelo palco, e depois trouxeram um caixote grande.

Um novo pano grande foi colocado nas mãos de Harry, que o girou para a plateia ver, e depois cada gêmeo segurou uma ponta, afastados o suficiente para que cobrisse o caixote. As luzes diminuíram muito, focando apenas naquilo...

Foi apenas um segundo, e quando abaixaram... Luna estava dentro das grades do objeto.

Ela estava do lado de Harry segundo antes, e agora presa lá!

O pano caiu, e Harry o ergueu para pousar sobre o caixote com barras de ferro onde a garota loiro segurada.

Cobriu ele, e girou ao redor fazendo vários gestos, erguendo as mãos para o público.

As crianças pareciam saber a deixa, porque rose começou a bater os pés no chão, assim como os outros. Era como um rufar de tambores puxado por eles, e não demorou para toda a plateia estar fazendo o mesmo.

Harry pulou agilmente, subindo no caixote, e a luz picou por um segundo.

Ele pareceu gargalhar consigo mesmo ao saltar para o chão e puxar o pano para si.

De dentro do caixote, Luna se ergueu, agora completamente vestida como a princesa Elsa, um dos maiores espetáculos para as crianças pequenas.

Nem meio segundo depois, Harry agradeceu com gestos e sorrisos, enquanto o palco se enchia com Neville, Fleur, Bill e Gina, que faziam os coadjuvantes na dança do gelo, com fantasias brancas e bonitas.

Ainda assim, quando Harry terminou a apresentação, agradeceu ao se curvar para a plateia, e de um jeito charmoso fez um pequeno buquê de rosas surgir em suas mãos... Jogando diretamente para mim.

Eu me atirei para frente para agarrar e não deixar cair, erguendo o rosto para o palco, mas ele já havia desaparecido para trás das cortinas, enquanto eu sorria como um idiota e segurava minhas flores junto ao coração.

— Ele nunca joga flores para uma só pessoa. Geralmente são para muitas — Eu ouvi baixinho o tom de Hermione, que havia se inclinado para cochichar para mim e isso me fez sorrir expansivo.

Ele havia reunido todas as flores que geralmente dava após o show, e entregado para mim.

Todas. Para mim.

— Nada disso! — Rose me empurrou para sentar de volta quando fiz menção de me erguer, e olhei exasperado para ela, que riu — Você tem que ver o show todo! Não pode correr para o padrinho!

Eu não via grande graça na dança da Elsa, mas fiquei ali pela insistência. Luna realmente tinha todo o ar de princesa, e embora não fosse fácil de reconhecer os flocos de neve dançantes com as fantasias, eu poderia apostar que aquele que às vezes saia da marcação quando Luna fazia gestos encantadores demais era Ginny.

Quando o número deles acabou, foi feita uma pausa e dez minutos para banheiro e eu aproveitei para buscar pipocas e refrigerante para mim, Rose e Hugo.

Após isso, James voltou e pelo tom de animação na voz dele eu sabia quem era antes mesmo de ouvir o anúncio.

Remus entrou na plateia, com aquele ar selvagem. A roupa dele não era cheia de brilhos e lantejoulas. Parecia um caçador, um arqueiro. Trazia um tipo de bagagem nas costas com várias facas.

Ele também fazia gestos teatrais para apresentar, e eu sorri como um maluco quando o ajudante dele apareceu. Era Harry outra vez, com roupas combinando com as do pai.

O som da música foi quase completamente abafado pelos assobios altos que vinham de mim e de Sirius, que havia se acomodado em uma das fileiras do fundo para assistir.

Harry ajudou a apresentar o alvo, erguendo-o diante de todos para mostrar o centro, colocando-o no ponto de claridade onde os holofotes estavam focados.

Remus se afastou, concentrou por um minuto e conseguiu colocar cinco facas consecutivas no circulo vermelho ao centro do objeto, em um gesto completamente sintonizado. Nem pareceu precisar respirar ou pensar para fazer isso.

Todos bateram palmas, e ele se virou para a plateia sorrindo, e enquanto se curvava para agradecer... e jogou mais três, sem olhar.

Elas também foram diretamente para o centro, onde as que Harry removeu estavam. Ele simplesmente jogou, sem olhar e acertou com perfeição.

Meu coração saltou, enquanto eu pensava que precisaria conseguir conquistar a simpatia dele se quisesse trabalhar no circo, namorar Harry e continuar vivo.

O próximo numero dele foi com uma faca em chamas, que conseguiu acertar a maça que Harry segurava acima da própria cabeça. Ela foi atingida com perfeição, e rolou em chamas, até Remus a chutar para cima e recuperar a faca.

Era incrível, e todos bateram palmas e gritaram quando ele se despediu.

Na sequência, Luna fez a apresentação dos bambolês, já com uma roupa diferente. Era sempre incrível ver a concentração dela, e eu fingi não ver uma das pontas da cortina erguida no canto mais escuro e uma cabeça de cabelos ruivos deitada ali no chão para assistir o show dela.

Alguém precisava ajudar Ginevra ou a garota iria ficar louca muito depressa!

Quando Luna finalizou, foi a vez de Bill e Fleur no trapézio. Eles eram muito bons. Havia os gêmeos, Luna e Harry lá em baixo, com o colchão flexível para parte do número.

O lindo casal subia, girava por aquelas balanças, que davam voltas inteiras ao redor da base de ferro. E então se lançavam em piruetas firmes e pousavam no centro do colchão.

Era muita adrenalina para assistir, e o salto final foi os dois ao mesmo tempo, no centro do palco.

James voltou para encerrar o espetáculo com maestria, agradecendo e trazendo todos os artistas para se curvarem em cumprimento, antes da cortina cair.

Ela mal tinha atingido o chão, e eu sai correndo pela lateral até passar por trás dela, girando os olhos atordoado e cheio de emoção.

Eu não precisei procurar muito. Apenas fui atingido por Harry correndo atrás de mim e o abracei, girando ele no ar enquanto ríamos juntos e nos beijávamos como dois idiotas.

— Ok, isso foi incrível. Tipo... incrível — Balbuciei atordoado, vendo o sorriso largo dele enquanto eu resmungava ‘incrível’ e o cobria de beijos.

— Você gostou?

— Foi a coisa mais fantástica de todas! Todos os números e... e as flores e... seu show e... Incrível — Gaguejei, sorrindo quando ele segurou meu rosto entre as mãos e me beijou de forma lenta e quase preguiçosa, parecendo se divertir com minha exasperação e dificuldade de nomear o que sentia.

— Estou feliz com isso. Acho que... todo o pessoal estava animado para te impressionar — Admitiu, me fazendo sorrir ainda mais.

— Estou muito impressionado.

— Vou poder ter o sexo que você prometeu então?

— Assim que seus pais saírem — Garanti, rindo junto a ele.

— Vou ir tirar a maquiagem para ajudar a desmontar tudo.

— Ok. Te espero na entrada.

Ele assentiu, correndo para o camarim com os outros e eu girei os olhos até encontrar quem procurava.

— Tem Hernando por toda a sua cara, El Diablo — James me avisou, e eu imaginava que devia ter maquiagem do Harry evidente em mim após os beijos, e apenas pude rir.

— Ei... eu...

— Se divertiu lá, garoto? Acho que vai acordar rouco amanhã — Ele disse divertido quando me aproximei, e eu sorri, sabendo que havia gritado demais em alguns momentos.

— Foi incrível. Tudo isso, foi... — Suspirei, sem saber como nomear, vendo ele tirar o chapéu me olhar com diversão.

— Veio me dar uma resposta? —  Adivinhou, muito perspicaz.

— Sim — Concordei, olhando ao redor para ter certeza que ninguém prestava atenção — Eu vou. Com vocês — Falei com o coração acelerado — Só... preciso contar ao Harry primeiro, e ver se ele esta ok com isso, mas... Eu quero fazer isso. Quero muito fazer isso.

— Eu imaginei que sim — Ele disse sorrindo, dando de ombros — Me avise assim que falar com ele, para fazermos sua festa de boas vindas.

— Não precisa fazer nenhuma festa...

— Vamos fazer uma festa, não importa o que diga. Se recusasse a proposta, seria de despedida — Ele disse ao balançando os ombros, e eu sabia o quanto aquela família amava dar festas por qualquer motivo — Então... Bem vindo a bordo.

— Obrigado — Falei sorrindo, me esticando espontâneo para um abraço, que ele retribuiu.

— Vai ser bom ter você por perto, garoto.

— Eu já consegui um patrocinador. E tenho um projeto de desenvolvimento para conversar com você — Anunciei, ouvindo ele rir.

— Sabe que não precisamos de dinheiro, certo?

— Patrocínio não é só sobre dinheiro — Suspirei teatralmente — Vejo que tenho muito a te ensinar.

— Imagino que sim. Se resolva com Harry, e vamos marcar uma reunião para falar de negócios e assinar os contratos.

— Tudo bem. Acho que vou falar com ele sobre isso amanhã cedo. Acha que podemos incluir no contrato uma clausura que impede Remus de tentar me matar?

— Querido, não seja tolo — Ele disse com bondade ao negar — Uma clausura jamais impediria Remus de tentar matar você, achei que soubesse disso.

Rimos juntos, e ele me olhou com aquele ar sábio.

— Ele até gosta de você. Estava perguntando hoje cedo se não poderíamos fazer você ser o novo assistente de palco dele.

— Estamos falando da pessoa que segura os alvos que ele acerta com facas? — Questionei exasperado, vendo James revirar os olhos.

— Não tenha tanto medo dele, Draco. Você está com nosso filho há semanas. Se ele fosse te esfaquear, já teria feito há muito tempo!

— Obrigado, isso me tranquiliza muito — Ironizei, vendo ele sorrir.

—Vou ajudar o pessoal e cumprimentar o publico na saída. Permaneça longe do vestiário e vá tirar essa maquiagem do rosto. Vamos desmontar tudo, então quero você ajudando ao invés de ficar alisando Hernando por ai. Ainda tenho um encontro hoje, e se eu atrasar por sua causa, vou deixar meu marido te usar de alvo na próxima.

— Odeio meu chefe — Reclamei, vendo ele rir surpreso e dar um tapa na minha cabeça — Obrigado por tudo. De verdade.

— Espero que essa jornada seja especial para você, El Diablo — Disse suave, com um sorriso — Bem vindo ao Marauders... e a família Potter.

Sorrindo, lhe alcancei para mais um abraço, sentindo ele dar um tapinha nas minhas costas e se afastar em seguida.

Depressa, fui até um dos banheiros tirar a maquiagem do Harry do rosto, sentindo meu coração cheio de felicidade ao pensar em tudo o que aconteceria em breve.

Só estava nervoso sobre como iria contar a ele, abordar o assunto e o fazer entender que eu precisava ir junto com o Marauders.

— Oi bonitão — Ouvi ao mesmo tempo em que sentia os braços de Harry se fechando ao meu redor assim que cheguei perto da bilheteria, e me virei para ele.

Agora não era mais Hernando. Apenas meu Harry, com a camiseta do uniforme e um sorriso radiante pós-palco.

— Oi. Agora temos que ajudar a desmontar tudo, certo?

— Sim. Vem, você vai me ajudar a guardar os equipamentos — Me arrastou para a lona e eu segui as coordenadas dele, querendo terminar tudo depressa.

Os pais dele iriam sair quando acabássemos ali, e eu teria a casa só para nós dois. Estávamos ansiosos para isso.

— Ei... tenho achado Ginna estranha. Você notou? — Questionei e Harry me olhou de canto e assentiu.

— Sim. Ron também disso isso, hoje cedo. Ele acha que ela pode estar apaixonada por alguém.

— Apaixonada? Por quem? — Continuei instigando, vendo Harry parar de enrolar uma das cordas para me olhar, pensativo.

— Não sei. Não vi ela se aproximar de ninguém da cidade. Os gêmeos disseram que nas vezes que saíram aqui, ela não ficou com ninguém, o que é ainda mais suspeito.

— Será que é uma paixão de longo prazo? — Perguntei, vendo ele suspirar.

— Ron também fez a mesma pergunta.

Sorri, porque era óbvio que Ronald também estava tentando fazer Harry chegar lá para ajudar ela. Precisávamos fazer algo por aquelas duas, e se eu não podia contar... Então Harry teria que descobrir.

— Se ela se apaixonasse... por quem seria? Ela tem um tipo? —  Insisti.

— Ginny? Não, ela costuma de gostar de todo tipo de gente estranha. Quanto mais estranho, mais ela gosta.

— Ela me disse que gosta de loirinhos e loirinhas — Murmurei, vendo Harry rir.

— Acho que sim. Mas quem é que não gosta?

— Do que estão falando? — Ronald apareceu em seguida perto de nós, e Harry suspirou.

— Draco também acha que Ginny pode ter uma paixão por alguém. Estamos tentando descobrir quem poderia ser.

— Você sabe quem é? — O ruivo me olhou desconfiado, e eu fiz a mesma expressão para ele.

— Você sabe?

Nós dois nos encaramos, ambos tentando decifrar até onde o outro poderia saber, mas fomos interrompidos.

— ...Mas não consigo pensar em alguém. Ela não se aproximou de ninguém novo ultimamente — Harry continuou, completamente alheio enquanto olhávamos entre nós.

— Então deve ser alguém que ela já conhece há algum tempo.

— Alguém que ela já conhece, provavelmente loirinho ou loirinha — Harry disse pensativo, dobrando o lenço grande que usou em seu número.

— Sabe, não vejo ela se metendo em relacionamento a distancia. Então... talvez seja alguém do meio, né — Ajudei, vendo Harry continuar pensativo ao assentir.

— Alguém que trabalhe com circo — Ele murmurou devagar, e Ronald revirou os olhos pela lerdeza dele.

Para minha sorte, Ginna vinha passando para guardar os bambolês de Luna, e isso me fez sorrir.

— Onde você estava, Ginny? — Perguntei, vendo ela parar para me olhar enquanto pendurava todos eles no suporte, distraída.

— Ajudando Luna — Respondeu apenas, e isso fez Harry arregalar os olhos exasperado.

— É Luna?! Você está apaixonada pela Luna? — Bradou, e a ruiva soltou todos os bambolês restantes e veio até nós, chutando a perna dele pelo escândalo.

— Harry!

— Meu deus! É Luna! A Luna!

— Harry! — Pedimos para ele fazer silencio, vendo os olhos verdes totalmente arregalados.

— Porque não me contou?!

— Porque você ia gritar para todos, igual fez agora!

— Ei! Eu sei guardar um segredo! Eu poderia estar te ajudando a conquistar ela! Sou ótimo na arte da conquista! —  Reclamou ofendido.

— Ótimo é um exagero — A ruiva disse, e Harry arqueou o cenho para ela.

— Eu estou pegando o loirinho que eu quero. Você está pegando a loirinha que você quer?

Ronald e eu rimos ao ver ela revirar os olhos.

— Precisamos de um plano para vocês duas ficarem bem. É sério! Você não pode continuar assim — Falei para ela, que suspirou.

— Que tipo de plano? —  Perguntou ao se dar por vencida, mas ainda parecia receosa.

— Eu posso te ensinar meu truque das flores! — Harry sugeriu animado ao puxar da manga uma flor de forma automática e estender para mim, que aceitei com um sorriso, abraçando-a contra o peito.

Eu simplesmente amava cada uma delas.

— Harry, precisa ter zero amor próprio para se render a um truque fajuto de flor — Gina avisou, fazendo meu sorriso ir morrendo ao poucos enquanto erguia o rosto para ela.

— Ei! — Bradei ofendido, vendo-a arquear o cenho.

— Não fique indignado, você sabe que é verdade —  Acusou, cruzando os braços.

Senti vontade de contrariar, mas achei justo. Harry havia me ganhado com as flores, e eu não tinha lá muito amor próprio a ponto de poder me defender, então apenas revirei os olhos e fiquei quieto com a minha rosa entre os dedos.

— Você poderia fazer um gesto grande. Tocar uma música para ela — Ronald sugeriu, dando de ombros — Foi assim que pedi Hermione em casamento.

— Eu não sou um senhor de idade piegas para fazer algo assim — Ela rebateu, e eu me virei ao ver que os gêmeos estavam vindo na nossa direção.

— Do que estão falando?

— Estamos ajudando Ginna a bolar um plano infalível para conquistar o coração de Luna! — Harry respondeu sem nem precisar pensar antes de responder.

— Harry! — Repreendemos em coro, vendo ele se encolher.

— O que? Essa é uma missão conjunta, quanto mais melhor!

— Podemos bolar um plano para isso — Fred disse, assentindo lentamente para o irmão.

— Vamos precisar apenas de gasolina, seis metros de corda, fósforos, um saco de jujubas e quatro grampos número 5 — George concordou, enquanto todos se silenciavam ao virar para eles, um tanto surpresos e indignados com a lista de material.

Entretanto, nenhum de nós teve coragem de instigá-los a contar qual era o plano. Parecia suspeito e perigoso o suficiente saber os itens.

— Ei, Ron, vou levar as crianças para casa mais cedo. Eles estão cansados — Hermione disse ao se aproximar, e nos viramos todos para ela — Está tudo bem aqui?

— Estamos fazendo um plano inflamável para Ginny conquistar Luna! —  Os gêmeos responderam juntos.

— Infalível! É um plano infalível! — Ronald corrigiu Fred e George, que riram.

— Ginna, porque está pedindo dicas a eles?! Seus irmãos não sabem bolar nada além de desastres. Harry quase perdeu a cabeça quando começou a se apaixonar, Draco não tem amor próprio e Ronald é romântico demais para vocês! — Hermione disse, ignorando todas as exclamações de indignação que vieram na sequencia — Isso porque eu tentei suavizar ao máximo, mas... esses caras são um desastre.

— Hermione, vá levar as crianças embora! — Harry disse, cruzando os braços e ela riu.

— Apenas chame Luna para conversar sobre vocês. Sobre o que aconteceu antes, o que mudou e como se sente. Apenas abra seu coração!

— Você sabe sobre antes? —  Perguntou desconfiada, e Hermione revirou os olhos.

— O que? Vocês estiveram juntas antes? — Harry questionou surpreso, e ela assentiu.

— Sim. Eu... estraguei tudo. Não estava no momento certo, mas... estou agora. Quero outra chance — Ela disse, dando de ombros com certo nervosismo — Mas... já faz tanto tempo e...

— Você precisa falar com ela para saber — Hermione insistiu.

— Nosso plano parece muito mais útil — Fred ofertou, e Harry cruzou os braços.

— Eu posso ensinar meus truques! Sei um que faz qualquer um tirar a roupa muito rápido! Você só precisa de...

— Não, você tem que conversar com ela!

A partir desse momento, todos começaram a falar juntos ao mesmo tempo, completamente atropelados enquanto Ginny parecia desesperada tentando pensar.

— Do que estamos falando?

— Ginna está tentando conquistar a Luna! — A voz de Harry foi morrendo enquanto ele se virava, vendo Luna parada ali sem entender, segurando o restante dos equipamentos.

Um silêncio tomou todo o ambiente, enquanto Ginna ficava ali congelada, e Luna a encarava surpresa por um minuto, girando os olhos pelo grande grupo de debate.

— Bem, dentre as opões... Hermione provavelmente é quem tem razão — Luna disse por fim, com um sorriso gentil — Qual sua ideia, Hermione?

— Uma conversa sincera. De coração — Mione disse baixinho, e Luna assentiu.

— Parece bom por mim. Quer... conversar? — Perguntou a Ginna, que apenas assentiu mecanicamente, e Ronald gesticulou para sairmos da lona.

— Aqui, caso precise de reforços — Disse ao esticar e deixar minha flor na mão de Ginny, que riu e revirou os olhos.

Saímos todos juntos de lá, caminhando até a entrada, mas não foi suficiente para Ronald, que fechou a expressão ao ver que pretendíamos ficar espiando.

Isso nos fez afastar, ajudando a guardar o que fosse e levar o que sobrou das comidas para a cozinha.

— Ok, esse foi o último carro — James disse ao voltar para dentro — Todos foram embora. Os equipamentos estão no lugar. Estou de saída. Tranquem tudo, e tenham juízo — Disse, agarrando Sirius e Remus pelo braço e saiu os puxando para dentro da casa, me fazendo sorrir.

A noite do encontro era realmente sagrada, todo dia 08 do mês.

Não demorou muito para todos se despedirem. Hermione foi mais cedo, levando as crianças, assim como Fleur. Os Longbottom se despediram, levando o pai de Luna, que ainda estava conversando com Ginny.

Os gêmeos ficaram, porque eram a carona da irmã, e Ronald foi o último a partir.

Os pais de Harry terminaram de se aprontar, saindo logo na sequencia prometendo estar em casa pela manhã, e finalmente eu voltei para a casa e fui para o banho.

Querendo agilizar, Harry foi tomar banho no trailer dele, e eu estava fingindo não perceber a pressa para que todos fossem embora.

Ele realmente estava ansioso pelo sexo, para a noite sozinho comigo.

Eu tinha reservado algumas expectativas, e pretendia me empenhar bastante essa noite, porque queria ele de bom humor amanhã cedo quando pretendia falar sobre ir viver com o circo. Ainda não sabia como ele iria reagir, então meu plano básico era deixar ele zonzo com um sexo incrível a ponto de fazê-lo concordar com qualquer coisa que eu pedisse.

Assim que terminei meu banho, me joguei na cama dele, sem qualquer vontade de vestir roupas, enquanto o esperava.

Por a janela estar aberta, mesmo com a cortina fechada, eu pude ouvir ao longe o som da porta do ônibus dele batendo.

— Ei Harry! Espera! — Foi a voz de Ginny, e eu quis suspirar.

— O que? Estou ocupado agora! — Ele disse com pressa, me fazendo sorrir.

— Eu, Luna e meus irmãos vamos ficar lá na lona. Vamos pedir pizza. Vocês podem vir?

— Ginny...

— Nós decidimos tentar de novo. Eu e ela. E... seria legal ter outro casal lá. Sabe, quebrar o gelo. Meus irmãos são idiotas, então...

— Chame Ron e Mione!

— Eles são dois velhos, não dormem depois das dez!

— Ginny, você não precisa de nós lá. Apenas seja você mesma, e vai ficar tudo bem ok?

— Harry, eu vou começar a falar um monte de besteira se for eu mesma!

— Luna já te conhece, sabe perfeitamente quem você é. Não seja tão nervosa sobre isso. Você conquista qualquer um com seu charme, lembra?

—  Mas...

Suspirei, puxando o celular e bati uma foto, enviando para Harry.

Era com bastante zoom, para ele entender de onde era, mas não ter nada revelador porque a intenção era trazer ele para ver pessoalmente. A curva da minha cintura e o começo da minha bunda, de lado. Para ele saber que eu estava esperando na cama dele, sem estar vestido, e desesperado o suficiente para mandar aquela mensagem.

‘Não achei o controle do ar condicionado, está tão quente aqui. Espero que não se importe por eu estar te esperando assim’

Porque o teatro e o drama era uma arte a ser desempenhada, é claro.

— Ginny, eu queria muito mesmo te ajudar... Mas Draco está me esperando pelado na minha cama... então... problema é seu — Ele disse, me fazendo rir baixinho e afundar o rosto nos travesseiros pela suavidade e sinceridade dele, que não disfarçou a pressa e o desespero na voz.

— Draco pelado na sua cama? Eu só acredito vendo! — Ginna disse em resposta automática, e eu apenas continuei rindo.

— Vá se ferrar, Ginevra — Harry reclamou contrariado — Apenas fique com ela, e se não souber o que dizer, beije. Faça algo, crie uma distração... Um truque com fogo! Aqui, fique com meu isqueiro. Boa sorte.

Eu não precisei de mais nada para saber que ele havia saído correndo na sequência, e mantive um sorriso animado ao pensar que eu faria daquela noite memorável.


Notas Finais


Eu não lembro se mencionei, mas faltam apenas 4 para o final de ADC.
Comecem a se despedir do ex-cafajeste!
O capítulo não teve nenhuma emoção, mas eu precisava colocar Draco assistindo ao show. Espero que tenha sido divertido, mesmo com tanta descrição.
E finalmente, alguém precisava ajudar a Ginny, tadinha. Estava transtornadissima já.
Agora oficialmente os cafajestes do marauders não estão mais disponíveis! Eles crescem tão rápido!
O próximo vai ter o momento mais aguardado por Harry, desde o começo da história rs
Aos que não gostam de ler hot, eu já montei a deixa, então podem pular o próximo quando for postado. Já coloco o capítulo avulso com essas cenas justamente para aqueles que não gostam de ler.
Enfim, até o próximo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...