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História A doença chamada amor - Eu amo ser interrompido


Escrita por: HVWriter16

Notas do Autor


Olha quem voltou! O louco que passou um tempo enorme sem atualizar!

Eu não tenho muito o que dizer, nem vou tentar achar alguma desculpa. Só queria dizer que sinto muito pela demora da postagem, e pedir que não desistam da fic. Porque eu não desisti 💙

Espero que gostem. Tem stalia, mas espero que gostem.

Capítulo 3 - Eu amo ser interrompido


    Poucas vezes na vida, houve uma série de acontecimentos que me fizeram acreditar em destino. Como naquela sexta feira, 14 de outubro de 2016. Se eu não tivesse dito a Scott que o ajudaria a ter uma boa ideia para o encontro, ou depois se não tivesse esquecido o nome do filme, eu nunca teria conhecido Malia. Então, eu acho que as vezes o universo cansa de estar aposentado e mexe alguns pauzinhos. Eu realmente não sei qual é o objetivo do universo na maioria das vezes, mas eu sei que existe um. E naquele dia, o objetivo era que Malia entrasse na minha vida.

                       ∆∆∆

Uma tática interessante para não pular da sua cadeira do cinema e estrangular seu melhor amigo: bata os dedos de ambas as mãos contra os braços da cadeira. Crie um ritmo, mantenha esse ritmo. A repetição excessiva se movimentos acalma o cérebro.

— Então, como foi o seu dia? Você sabe, na cafeteria — ouvi a voz do meu irmão através do micro-gravador.

Eu repeti três vezes para ele a seguinte frase; Allison não gosta de falar sobre a cafeteria quando está fora dela. Não pergunte a ela sobre a cafeteria.

— Eu não gosto de falar sobre o meu trabalho — apesar da voz parecer distante, consegui compreender suas palavras pelo microfone —, prefiro falar sobre livros. Você lê livros?

— Diga sim! — sussurrei.

— Sim, eu amo ler livros. Sabe, Crepúsculo...

— O Trono de Vidro, Os Instrumentos Mortais — falei a ele.

E ele repetiu.

— Sério?! Você shippa Clace?! — Allison perguntou. Um sorriso brotou em meus lábios, ela era louca por Clace.

— É claro! Mas prefiro Sizzy.

E novamente, ele repetiu o que falei.

— O que é Sizzy? — Scott sussurrou.

— Simon e Izzy.

— Oh, eu amo Sizzy! Qual a sua cena preferida do sexto livro?

— Merda! Eu não li o sexto livro — resmunguei.

— Merda! Eu não li o sexto livro.

— Não era pra você repetir, seu babaca — censurei.

— Idiota.

— Você me chamou de idiota?! — Allison perguntou, dessa vez não precisei do micro-gravador para ouvir a voz dela.

— Ok, dane-se. Cuido disso eu mesmo.

Aparentemente, ele quebrou o micro-gravador. Eu paguei trinta dólares naquela porcaria!

— Problemas no paraíso?

Suspirei e tirei o meu micro-gravador da blusa, depois o deixei cair no chão. Direcionei meu olhar a Malia, um tanto surpreso por ela estar puxando assunto. Afinal, ela só precisava ficar ao meu lado, não conversar.

— Eu chamaria de purgatório.

— O que você fez pra merecer uma sentença no purgatório?

— Nasci, eu acho.

Ela riu. Scott diria que eu marquei um ponto, fazer uma garota rir é sempre um bom começo. Bom, eu espero que sim. E o tempo passou. Trinta minutos, sessenta minutos, oitenta minutos. Nunca agradeci tanto o fim de um filme como dessa vez.

— Acho que nosso encontro acabou — comentei, indicando que ela estava livre de mim.

— Você não vai embora agora. Então, nosso encontro não acabou — ela levantou e esboçou um sorriso, que eu quase acreditei que era verdadeiro —, onde eles vão comer?

— Onde os adolescentes comem hoje em dia.

— McDonald's.

Como um bom detetive, arrastei minha acompanhante até lá. Não que ela tenha reclamado, eu iria pagar sua comida. Duzentos e cinquenta reais, mais pipoca e suco, mais um lanche no McDonald's... Eu vou matar meu melhor amigo. A atendente entregou minha bandeja com o mega hambúrguer que eu não fazia ideia do que continha dentro, e um copo de 500ml de guaraná.

— Você quer engordar ou algo assim? — Malia questionou após nos sentarmos em uma mesa.

Olhei em volta e encontrei os pombinhos a seis fileiras, distraídos demais para perceberem que estavam sendo observados. Soltei um suspiro satisfeito e dirigi minha atenção à acompanhante e sua comida. Que se resumia à uma salada de tomate, um hambúrguer com carne branca e queijo branco. E ela estava bebendo suco natural.

— Na verdade, estou tentando sobreviver. Como você consegue comer... Isso?

— Você acha que tenho esse corpo lindo e cheio de curvas me entupindo de gordura? — Malia ergueu as sobrancelhas, como se estivesse me desafiando a dizer sim.

— Aparentemente, não. Mas...

— A pipoca já me deu calorias o suficiente para um mês.

Eu amo ser interrompido.

— Eu agradeceria muito se você tivesse pensado nesse detalhe antes que eu comprasse.

— Você nunca saiu com uma garota antes?

Novamente, ela ergueu as sobrancelhas, parecia uma mania irritante de provocação.

— Já, mas... Faz algum tempo. E na última vez, não me custou mais de trezentos dólares.

Soltei um resmungo. A verdade é que eu estava começando a me arrepender de embarcar naquilo, e se Allison dispensar Scott? Terá sido uma enorme perda de dinheiro. E tempo. Eu realmente estou começando a odiar sextas-feiras.

— Você realmente tem duzentos e cinquenta dólares?

— Sim, eu tenho – peguei minha carteira e abri, direcionando na direção dela. — Eu trabalhei por oito meses e guardei todo o dinheiro, tive que largar o emprego pra me focar na bolsa da faculdade.

— Qual a sua área?

— Direito. Digo, eu também quero ser um escritor, mas não dá pra sustentar a si mesmo só com literatura. Eu preciso de uma segunda opção e sempre gostei de direito.

— Eu quero ser cirurgiã. Eu gosto de pensar na ideia que um dia vou estar salvando vidas. Alegrando famílias.

— Fazendo plantões de quarenta e oito horas? — Acrescentei, com um sorriso torto nos lábios.

— Eu duvido que seja ruim como mostra em Greys Anatomy. Digo, com certeza é pior.

Rimos. Pode parecer uma descrição artificial, mas é o que aconteceu. Apenas rimos, como duas pessoas que estão numa conversa leve. Não houve aquele choque de sintonia, ou aquele nervosismo que afeta todo o corpo. Malia era diferente, a primeira garota incrivelmente bonita que não me deixava intimidado.

E isso foi ótimo. Sério, minha única amiga mulher é a Allison. Eu não sei se já posso chamar Malia de amiga, mas ela me faz sentir... Solto. Eu mesmo.

— Eles estão indo.

Desviei meu olhar para a mesa dos meus melhores amigos e os vi levantando, Allison virou-se para ir embora quando Scott puxou-a e a beijou. Um sorriso se formou imediatamente na minha boca ao ver aquela cena. Allison estava correspondendo ao beijo dele. Meus melhores amigos estavam conseguindo se entender.

— Acho que terminou seu trabalho por hoje, detetive.

E eu terminei. Apesar de não ter feito nada.

Dez minutos. Foi o tempo que Malia levou para terminar de comer. De algum modo, eu queria prolongar aquele momento, não queria ter que me despedir da garota que fez com que eu me sentisse... Bem. Enquanto o resto me intimidava, ou me deixava nervoso a ponto de suar.

— Seus duzentos e cinquenta dólares – empurrei o dinheiro para ela sobre a mesa e levantei.

No entanto, Malia continuou sentada. Seus olhos observaram as cédulas por quase um minuto antes de pegar, levantar e me devolver. Isso mesmo, ela me devolveu!

— Guarde esse dinheiro para um segundo encontro.

— Segundo... Encontro? Vamos ter segundo encontro?

Tive vontade de repetir mais uma vez, porém já tinha demonstrado minha estupidez o suficiente naquele dia. Um sorriso quase verdadeiro surgiu nos lábios dela e, dessa vez, eu senti medo.

— Bom, eu tenho certeza que seus amigos terão um segundo encontro.

— E você quer espionar...

Num movimento súbito, a garota me puxou pela blusa e nossos corpos se chocaram. Nossas testas estavam encostadas e nossos lábios estavam a centímetros um do outro.

— Na verdade, eu quero sair com você. De novo. Mas eu admito que espionagem tem suas vantagens. Aliás, sempre serei eu que vou ter atitude?

Naquele momento, minha respiração estava falhando miseravelmente. Os lábios da garota pareciam estar ainda mais atraentes, pareciam ser um imã que me atraía e me fazia querer beija-la.

— Atitude sob...

Então, ela me beijou.

Cara, eu amo ser interrompido.

**∆∆∆**

— Vamos recapitular: uma garota gostosa beija você, deixa claro que está afim, dá o número dela e você sequer dá um beijo de boa noite?

Era a quarta vez que Scott repetia a mesma pergunta. Eu até compreendia sua incredulidade, não consigo entender como fui tão estúpido. Digo, eu sou estúpido, mas não costumo ser muito estúpido.

— Pela quarta vez, Scott; Malia é linda e tudo isso que você faz questão de ressaltar, mas também a segunda garota que eu não me sinto atraído. De verdade. Cara, foi muito bom beijar ela, foi excitante, foi incrível. Mas eu não quero repetir, se acontecer, ótimo, mas eu só... Quero ter uma amizade com uma garota sem pensar em beijar ela.

Scott bufou. Eu tentava entender o que levava-o a se importar tanto com minha vida amorosa, mas apenas aparentava ser implicância proposital.

— Desculpa, Stiles. É só que... Sei lá, quando uma garota está afim de você, você não está afim.

— Obrigado, eu realmente precisava de um lembrete sobre como minha vida amorosa é um desastre — reclamei, caminhando para fora do quarto.

Ouvi um barulho de porta se arrastando pelo chão e mudei de rumo, indo em direção as escadas. Observei tia Melissa entrar em casa encharcada pela chuva que caiu poucos minutos e não parou desde então. Caminhei até a mesma e ajudei-a com o casaco.

— Como foi o trabalho?

— Cansativo, muito cansativo. E o encontro deles? Como foi?

— Tudo ótimo — não pude evitar de sorrir.

— Não melhor que o encontro do Stiles — ouvi Scott pronunciar, estava descendo as escadas. — Tem uma garota caidinha por ele.

— Eu vou te matar — avisei.

— Não, você não vai.

**∆∆∆**

Cara, George R. R. Martin é um gênio. Um verdadeiro gênio. Eu assisti Game Of Thrones antes de ler a saga literária, mas... Parece algo surreal, ele conseguiu criar personagens humanos, complexos, com tramas densas, guerras tensas e batalhas incríveis. Mesmo tendo assistido o casamento vermelho, ler sobre a morte da Cat e do Robb foi tão horrível quanto. (Tomara que estejam na primeira temporada de Game Of Thrones e adorem o spoiler.)

Fechei o livro por alguns momentos, estava no terceiro, A Tormenta de Espadas. Mais de novecentas páginas! Como esse homem não cansa de digitar? E pela demora do sexto livro, pode acabar sendo tão grande quanto o terceiro. Ergui a cabeça por alguns segundos e olhei as pessoas à minha volta, desde que entrei, o setor de leitura havia ficado ainda mais lotado. Alguns estavam em cadeiras, outros no chão (por preferência) e outros, como eu, em puff's extremamente confortáveis.

Percebi que a recepção da biblioteca estava vazia, então aproveitei para ir conversar com Ella. Naquele dia, seu cabelo castanho escuro estava preso em um coque alto, e apesar do seu rosto moreno demonstrar cansaço, o mesmo sorriso gentil de sempre surgiu em seu rosto quando me aproximei.

— Hey — falei.

— Hey, cansado de ler?

— Que os antigos e novos deuses me perdoem, mas ler Game Of Thrones é muito cansativo. Páginas gigantes e letras minúsculas.

Ela soltou uma risada contida, o silêncio era obrigatório no térreo da biblioteca. Dei a volta no balcão e me sentei na cadeira livre; podia parecer um ato ousado, mas eu fazia frequentemente.

— Sua futura esposa vem aqui toda terça e sexta. Você me pediu para analisar, eu analisei durante as últimas três semanas.

— Ela não é...

— Não perca seu tempo tentando justificar, Stiles.

Já falei que amo ser interrompido?

— Amanhã é terça — comentei. — Deixe o Festim dos Corvos já reservado. Amanhã terei uma contínua sessão de leitura.

— Tem certeza de que não está apaixonado?

Eu tinha? É claro que eu tinha. Estava saindo com Malia, ficando com ela freqüentemente, quase transamos certa vez. Mas graças aos deuses (de Game Of Thrones, mesmo) não aconteceu, não tinha camisinha. E se ela engravidasse?

— Eu estou saindo com outra garota.

— Ah, sim. Maria o nome dela, não é?

— Malia.

— Isso, Malia! Você me disse que iria terminar com ela, se bem me lembro.

E eu disse. Na verdade, meu plano era ter terminado com Malia quando ela foi estudar lá em casa, esse fim de semana. Acabei descobrindo que éramos da mesma escola. Eu estava encerrando o ensino médio e ela no segundo ano. Porém Malia praticamente se jogou em cima de mim e começou a me beijar. Foi quando quase rolou o sexo. Mas tio Rafael chegou em casa naquele momento.

Bom, para ser sincero, não tinha o que terminar com Malia. Éramos amigos, estávamos ficando, mas nada perto de um... Relacionamento. Ela nunca mencionou querer um relacionamento. Só queria uma amizade colorida. E era muito difícil negar quando ela enfiava a língua dentro da minha boca.

— Você não sabe como é difícil — murmurei.

— Na verdade, eu sei muito bem.

O sorriso sincero que apareceu nos lábios dela foi o suficiente para me fazer confiar em suas palavras. Ella me entendia. Sempre me entendia.


Notas Finais


Eu sei que todo mundo quer Stydia, mas pelos planos que estou tendo, Malia não vai ser a última que Stiles vai beijar antes de ficar com a Lydia. Não me matem kkkk

Enfim, o que acharam?

Juro que vou tentar não demorar para o próximo!


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