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História A Dona - "Eu aceito!"


Escrita por: ncmedeiross

Notas do Autor


Boa noite, Aurietas. Segue mais um capítulo. Boa leitura !
P.s.: Desculpem os erros de ortografia !

Capítulo 15 - "Eu aceito!"


Residência de Julieta Sampaio

 

Chegara à noite do baile e a residência da empresária estava repleta com os moradores do Vale. Assim, como na primeira festa os convidados aproveitavam cada momento, bebiam e comiam os petiscos feitos por Dona Agatha. Entre os presentes estavam Ofélia e Felisberto Benedito e a filha caçula Lídia. Além das irmãs Mariana e Cecília, acompanhadas por seus pares, coronel Brandão e Dr. Rômulo, respectivamente.  O comandante Tibúrcio, Edmundo, Fani e Luccino chegaram a seguir. Ema Cavalcante acompanhava o novo amigo Ernesto Pricelli. Logo após, Aurélio Cavalcante chegou ao lado de Josephine Brandão.

 

Ao entrar no salão, o primeiro movimento de Aurélio foi passear seu olhar pelos convidados a procura da sua amada. Encontrou-a na noite anterior, mas a saudade que sentia por estar longe sempre vencia.

 

Em questão de minutos a propriedade de Julieta estava repleta de moradores. Quando todos aguardavam a anfitriã, es que Julieta surge descendo a escada. Com o penteado já conhecido, a viúva havia trocado o modelo das vestes, e optou por um vestido de manga curta que deixava uma parte de seu braço a mostra. As mãos delicadas estavam envoltas de luvas. Apesar da cor habitual, a empresária estava diferente. Os traços do rosto haviam sido suavizados e os lábios ganho uma discreta camada de batom na cor nude. Discreta e elegante.

No momento que a viu descer a escada, Aurélio não se conteve, enfeitiçado pela beleza da morena comentou consigo:

  ---Que mulher!

 

Josephine que o acompanhava não pôde deixar de perceber o olhar que o viúvo dirigiu para a morena. Tentando chamar sua atenção, manifestou-se:

  ---Aurélio, porque não vamos cumprimentar a anfitriã?

 

Aurélio estava distraído quando ouviu as palavras da acompanhante. Não havia se dado conta até ouvi-la falar. Julieta não ia gostar de vê-la ao seu lado, mas deixando seus julgamentos para depois, resolveu seguir o conselho de Josephine e partiu para falar com sua distração:

  ---Você tem razão. Vamos!

 

Julieta o localizou assim que desceu os últimos degraus... Ele havia mentido sobre a promessa de não aparecer ao lado da ex-namorada em sua presença. Ao visualiza-los de longe percebeu como formavam um belo casal. Ela possuía a famosa beleza clássica, pele clara, olhos azuis, cabelos médios encaracolados e curvas nos lugares certos. Ele tinha um porte atlético, braços definidos, peitoral forte, olhos verdes e uma estatura mediana. Se tivessem filhos, seriam bonitos como os pais. Pensar aquilo a fez amargar sua fisionomia.

Ao dar-se conta que estava rodeada por conhecidos, voltou a si e agradeceu a presença de todos:

  ---Boa noite, senhoras e senhores. Fico feliz por estarem presentes em mais um baile aqui em minha propriedade. Espero que essa noite sirva para estreitarmos laços e nos divertimos. Aproveitem... A festa é para vocês!

 

Ao final de suas palavras seu olfato foi capturado por uma fragrância já conhecida. Foi quando virou o rosto e ficou frente a frente com o dono daquele perfume:

  ---Sr. Aurélio... E Sra. Josephine. É uma surpresa tê-los aqui, ainda mais juntos!

 

Josephine não pôde deixar de perceber a alfinetada da anfitriã ao trata-la por Sra.:

  ---Me chame por Srta. E, não perderíamos essa noite por nada, ainda mais sabendo que suas festas são tão receptivas.

 

Percebendo que a tensão entre as damas iniciava, Aurélio interveio e cumprimentou Julieta e por fim, convidou a loira para uma dança:

  ---Bom... Acho que já cumprimentamos dona Julieta o suficiente. Então pra evitar mais estranhamento acho melhor irmos Josephine, mas antes preciso falar algo com Julieta.

 

Josephine afastou-se e deixou o casal para conversarem. Aurélio queria explicar-se a amada:

  ---Julieta, primeiramente, saiba o quanto esta maravilhosa. Queria muito poder beija-la aqui e agora, ou quem sabe pelos menos, segurar sua mão. Mas como não é adepta de carinho em público contento-me em contempla-la de longe. Depois, queria dizer-lhe que não esqueci minha promessa que fiz a ti. Eu vim com Josephine porque foi um pedido de Brandão, que já tinha par e não poderia trazê-la e um pedido dela também. Ademais, você sabe que eu preferia estar de braços dados com você. Mas como você não permite, me resta sonhar com esse dia. Enquanto isso não acontece, eu te espero!

 

 

Julieta queria sentir raiva naquele momento, mas a voz melodiosa, o cheiro dele, os olhos e aqueles lábios que arrancavam seus suspiros, a encarava e não dava chance para dizer-lhe palavras acusatórias. Tentando conter o ciúme, Julieta apenas assentiu:

  ---Tudo bem... Não precisa me explicar nada, eu já entendi. Mas eu quero deixar claro que, não vou tolerar sua amiguinha me insultando. Além disso, agradeço se não protagonizar nenhum momento “intimo” com ela.

 

Encarando-o, Julieta percebeu o olhar de Aurélio concentrado em sua boca. Desejando provoca-lo a empresária passou a língua discretamente pelos lábios, sem chamar a atenção das demais presenças o olhou provocante.

Aquele simples gesto, foi capaz de reacender a chama que Aurélio há dias tentava controlar, visto o tempo que estavam passando juntos nos últimos dias. Tentando não alamar os convidados que passavam ao redor, ele avisou só para ela ouvir:

  ---Não me provoque... Você sabe muito bem que não deve iniciar algo se não tem a intenção de terminar. Além disso, agora que estamos tão próximos, você está me deixando em um estado nada conveniente para mim. Então, pare de mexer com fogo para não se queimar depois. Acho melhor ir agora. Com licença, Julieta!

 

Depois que Aurélio saiu, Julieta estampou um sorriso de satisfação no rosto e partiu para aproveitar o baile.

 

 

 

No dia seguinte, Julieta e Darcy já se encontravam a mesa para o desjejum. Os dois havia aproveitando a noite anterior ao lado de seus pares, ou quase isso. Enquanto Darcy iniciava um romance com Elisabeta Benedito, a empresária passou o fim do baile em sua posição séria, apreciando uma taça de vinho e conversando com sua sócia Susana. Mas quando menos esperava seu olhar direcionava-se ao casal que rodopiava pelo salão. Ver Aurélio e Josephine tão próximos, envoltos por risadas, deixava-a triste.

 Antes de o viúvo partir, trocaram um olhar de despedida que representava tudo.

 

Assim que terminou seu café, a Rainha do Café direcionava-se para seu escritório para dar continuação aos seus negócios.  No caminho parou abruptamente ao ouvir a voz de Aurélio. Seguindo o barulho das vozes, encontrou-o parado em sua sala:

   ---Bom dia, Sr. Aurélio. O que faz aqui tão cedo?

 

O viúvo mudou a fisionomia no momento que a viu:

   ---Bom dia, Julieta. Eu precisava vê-la, quer dizer, saber se está bem. E continuarmos com nossas estratégias.

 

Mesmo não entendendo aonde Aurélio queria chegar com aquela conversa, prontamente o convidou para acompanha-la até seu escritório:

   ---Pois bem... Acompanhe-me até meu escritório, preciso resolver umas pendências.

 

Chegando ao escritório, sentaram-se de frente um para o outro e se encararam. Julieta que não tinha tempo para flertar aquela hora foi logo ao ponto:

   ---Então, o que o senhor quer tanto tratar comigo?

 

Acostumado com o jeito direto e prático que Julieta possuía para resolver suas questões pessoais e profissionais, Aurélio decidiu usar da sinceridade:

   ---Eu vim porque queria ter ver. Eu fiquei pensando nessa sua boca a noite inteira, nesse seu olhar hipnotizante.  

 

Falou tentando pegar em sua mão que descansava na mesa.

 

Julieta não acreditava que Aurélio a havia feito perder seu tempo para corteja-la, e ainda mais no inicio da manhã:

   ---Eu não acredito nisso... Quer dizer que eu o convido para tratarmos de assuntos de meu interesse e o senhor vem me cortejar a essa hora. Eu agradeço sua intenção, mas há coisas que realmente merecem minha atenção nesse momento. Se o senhor puder me dá licença, eu tenho que trabalhar...

 

Aurélio não acreditava que mesmo depois de abrir seu coração, aquela mulher o insultava e fazia pouco de seus sentimentos. Alterado levantou e prostrou-se ao lado da cadeira da empresária, segurou sua mão, há tempos que desejava aquele contato e disse:

   ---Eu prometi que te esperaria, mas não torne as coisas mais difíceis que já são. Eu me acostumei com esse seu jeito de durona, mas eu sei que lá no fundo, os mesmos pensamentos a invadiram. Eu só vim atrás de uma confirmação. Já percebi que não suporta ver-me ao lado de Josephine, e deixou isso claro. Mas eu preciso que me diga o que desejo ouvir, por favor, Julieta. Antes de tudo saiba que eu...

 

No momento que deixava seus sentimentos a mercê da empresária e o coração para ela fazer o que bem entendesse, Aurélio foi interrompido por um funcionário da morena:

  ---Desculpe a intromissão dona Julieta, mas seu cavalo não está bem.

 

Voltando ao normal após sua mente se prender as palavras de Aurélio e sua respiração ser bloqueada, a empresária levantou de vez e desvencilhou-se de suas mãos, preocupada com seu cavalo se afligiu ao ouvir o funcionário:

   ---O que houve com Soberano? Preciso chamar um veterinário.

 

Vendo o estado da amada, Aurélio resolveu ajudar:

  ---Se não se importar posso olhar como seu cavalo estar?! Nunca fui fã de negócios, mas sempre tive um fascínio pela natureza e suas belezas. Acho que posso ajudar.

 

Feliz por Aurélio estar ali, Julieta o agradeceu:

 ---É claro... Não sabe como fico mais calma por ouvir isso. Vamos!

 

Os três partiram em direção aos estábulos, ao chegarem viram o animal deitado na cocheira. Aurélio aproximou-se para analisa-lo, apalpou os locais onde poderia ser a origem da patologia.

Após vinte minutos, o viúvo direcionou-se a empresária:

  ---Bom, seu cavalo vai sobreviver. Pelo meu conhecimento não foi nada grave, mas ele precisa de cuidados, descanso e uma alimentação adequada. Tenho aqui o nome do fármaco que deverá comprar para medica-lo. Tornado é um garanhão duro na queda.

 

Mas calma pelas palavras de Aurélio e grata por tê-lo ali naquele momento, Julieta resolveu fazer algo que beneficiaria aos dois:

  ---Que sorte a nossa por tê-lo aqui num momento como esse. Obrigada, Aurélio. Desculpe-me pela maneira que o tratei mais cedo, eu fui insensível. É... é, eu percebi que lava jeito lidar com animais. Se por acaso você ainda estiver à procura de emprego, não precisa responder agora, mas eu vejo que tê-lo aqui seria um enorme ganho para mim, quer dizer para meus cavalos. Você aceitaria trabalhar pra mim?!

 

Julieta esperou por aquela resposta com uma ansiedade anormal. Nunca antes queria tanto alguém ao seu lado como queria aquele homem. Ele era a única pessoa capaz de tira-la dos eixos e bota-la no lugar certo logo em seguida. Tê-lo a sua disposição seria uma loucura que valeria o risco, mas era a única certeza que tinha naquele momento. Vê-lo todos os dias alegraria sua vida tão cinzenta, olhar aqueles olhos a enchia de esperança no começo do dia, admirar aquela boca despertaria sua vontade de querer cometer loucuras. Mas de uma coisa estava certa, o tiraria do alcance da loira, e o teria para si por pelo menos parte do dia e durante toda a semana.

 

Sem pensar direito, apenas por saber que estaria perto de Julieta, Aurélio respondeu de uma vez:

  ---Eu aceito!

   



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