História A droga que eu amo - Capítulo 12: Enganada e usada.

Caroline Forbes

Uma semana depois da chegada de Klaus, acordo ao seu lado. Havíamos passado os últimos sete dias juntos, o tempo todo. Diferente do que pensava a respeito de Klaus, ele era um completo cavalheiro, não havia tentado, se quer uma vez, forçar-me a fazer algo, e quando digo isso, afirmo que não estávamos transando.

Nossa primeira noite juntos foi a única.

Eu realmente nunca fui a garota que transava rapidamente com o namorado, tampouco com um cara que eu ainda estava conhecendo. Antes de Klaus, Stefan fora o meu único.

O único a me ver e me ter pra ele, completamente.

--Quer que eu traga seu café? –pergunta Klaus, com a voz rouca. Sua mão está acariciando meu rosto e meus olhos estão fechados. Eu não fazia ideia do que estávamos tendo, mas eu gostava. –Caroline?

Abro os olhos e foco em seu rosto, sonolento, mas sempre igual. Sempre Niklaus.

--Estou me apaixonando por você.

Me sento na cama, surpresa com a sua confissão. O mais engraçado, foi o pulo que o meu coração deu. Ei, você pode se acalmar aí dentro!

O encaro, esperando por qualquer sinal de brincadeira em suas palavras ou no seu rosto.

Não encontro.

--Você é doido. –respondo, jogando o travesseiro nele.

--Você está me deixando doido. –retruca, me puxando pela cintura e me tomando com um beijo apaixonado.

Acaricio seu rosto enquanto nos beijamos, e quando o beijo começa a ficar um pouco mais quente do que deveria, me levanto.

--Isso é golpe baixo, você sabe né? –brinca. Jogo a ele um beijo no ar e saio de seu quarto.

*

A família de Klaus chega algumas horas depois de levantarmos, e junto a eles, Audrey.

--Senti saudades! –me jogo nos braços de minha amiga assim que ela entra em nosso quarto. Audrey traz consigo muitas sacolas e me entrega uma:

--Seu presente! Olha, eu só não vou começar a te interrogar agora sobre o a semana com Niklaus, pois precisamos trabalhar.

Sorri, mordendo o lábio inferior.

--Ei! Que sorrisinho foi esse?

--Klaus disse que está se apaixonando por mim.

Audrey tapa a boca com as mãos.

--Meu Deus, Car!

Concordo. Era estranho até mesmo pra eu ouvir isso...

Hoje teríamos um jantar importantíssimo, com muitos amigos próximos da família Mikaelson e outros familiares, pois era o jantar do aniversário de casamento de Esther e Mikael. Estava marcado para começar às sete e meia.

Olho no relógio.

Cinco e meia...

Audrey e eu sempre precisávamos estar prontas meia hora antes para dar os toques finais.

Corro pro banho.

*

Logo que saio do banho, meu celular começa a tocar. Atendo-o rapidamente, despreocupada em ver quem me ligava antes de atender.

--Bati na porta do seu quarto, mas você estava tomando banho.

Desenrolo-me da toalha e visto minhas lingeries.

--O que você queria? –questiono.

--Que você soubesse que eu não estou mais me apaixonando por você, Caroline.

Congelo mas não estou surpresa. Estava tudo indo bem demais para ser a vida real...

--Eu já estou apaixonado por você. Já sou louco por você.

Solto o ar que estava prendendo, sem nem mesmo saber e volto a respirar normalmente.

--Você é doido. –repito, como fiz pela manhã. Ele me devolve a mesma resposta e então completa:

--Em cima da sua cama tem uma caixa. O que acha de usar pro jantar?

--Precisa parar de me dar tantos presentes, Klaus.

--Eu só estou começando. Você merece tudo, Caroline, porque me deu tudo o que sempre faltou pra mim.

Com isso, desliga o telefone. Sorrindo, abro a caixa branca em cima da minha cama, que revela uma saia palito vinho e uma blusa de seda branca. Outra caixinha está dentro da caixa maior. Abro-a.

Um conjunto de colar, brincos e anel de rubi.

Meu Deus, Niklaus...

*

Desço as escadas correndo, para variar. Estou pronta, com os presentes de Klaus e um batom vermelho nos lábios. Ele está parado no corredor que liga ao salão de festas. Se aproxima.

--Preciso dizer o quão linda você está?

--É sempre bom ressaltar, não?

--Você está deslumbrante, Caroline.

Sorrio, agradecendo com a cabeça.

Os convidados começam a chegar e se sentarem a mesa de jantar. Audrey está correndo pra cima e pra baixo para deixar tudo encaixado nos horários, pois Esther pediu para que o jantar acabasse as onze. Ela e Mikael viajariam logo depois e o voo estava agendado para uma da manhã.

Freya embarra em mim, sem querer, e só então noto como ela está linda naquela noite.

--Oi, Car!

--Você está linda, Freya...

--Não mais do que você. –Freya se aproxima e, sussurra baixinho –Nik capricha nos presentes, né?

Arregalo os olhos quando ela diz isso. Como ela havia descoberto? Meu Deus... Deixei tão na cara assim?

--Relaxe, Caroline. Meu irmão me conta tudinho. Só tome conta dele, tá? Klaus é um maldito de um sensível, por mais que não pareça. E gosta muito de você...

Assinto, sorrindo, incapaz de fazer outra coisa.

Por sorte, Audrey aparece, pedindo licença a Freya e me puxando para falar comigo.

--Car, nós precisamos conversar.

--Agora? –estranho a pressa. –Eu preciso servir mais vinho... E o prato principal já está para ser servido.

--Não, precisa ser agora. Esther fará algum discurso e eu preciso falar com você antes dele.

--É tão urgente assim?

Audrey me puxa pelo braço, tentando me levar até a cozinha, mas eu reclamo:

--Audrey! Para. O que está acontecendo?

--Por favor, Car. Vem aqui comigo.

Ouço um tilintar. Esther está de pé, batendo levemente a colher de prata em sua taça de champanhe, chamando atenção de todos os presentes, como nos filmes.

--Queridos... Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos pela presença. –a voz doce de minha patroa ecoa pela sala.

--Vamos, por favor... –Audrey continua, ao meu lado. Olho-a ferozmente, pedindo que ela fique quieta.

--Este é o nosso 35º aniversário de casamento e é muito importante ter todos vocês aqui. Para deixar a noite ainda mais especial, gostaria de apresentar a vocês uma pessoa muito especial a mim e minha família, que logo será a dela também. Queridos, Camille O’Connell, minha futura nora e noiva do meu Niklaus.

Klaus está apreensivo na mesa. Camille, uma garota loira e muito bonita, se coloca de pé. Klaus busca-me pelas pessoas e quando me encontra, fixa o seu olhar em mim. Ele parece tão surpreso quanto eu. Freya pede licença e se levanta da mesa, andando em minha direção. Audrey tenta dizer algo, mas eu a corto. Sem chamar atenção, me distancio, subindo as escadas e ouvindo Audrey e Freya me chamarem.

Não quero falar com ninguém. Não quero ouvir ninguém. Não agora.

Abro a porta do meu quarto e bato-a, trancando. Me jogo em minha cama e então me permito chorar. Choro por ser fraca, choro por ter me metido em problemas quando eu mesma havia jurado não fazer assim. Choro por ter sido tola e acreditado nas palavras dele.

Choro por ter sido enganada e usada.