Caroline Forbes
Depois de me vestir, encarei Klaus uma última vez, ainda deitado e totalmente imóvel. Seu peito subia e descia em um ritmo constante, um pequeno sorriso nos lábios, quase impercebível. Suspirei quando terminei de lavar o meu rosto e sai do banheiro, pronta para ir embora.
* * *
Assim que cheguei à casa dos Mikaelson, o relógio marcava 06h42min. Subi as escadas correndo, entrando na primeira porta que eu avistei. Não era o meu quarto e agradeci mentalmente por não ter ninguém no que eu havia entrado. Depois de encontrar o meu, abri a porta e entrei correndo. Audrey já estava acordada, amarrando o seu tênis.
--Olha só quem apareceu! –provocou, com um sorriso nos lábios –E aí, curtiu a noite?
--Eu estou ferrada.
Joguei minha bolsa na cama e corri para tomar um banho rápido.
--Quinze minutos, baby. –alertou-me Audrey. Em dois minutos eu havia tomado banho e escovado os dentes. Encontrei meu uniforme em cima da minha cama, intacta, e o vesti rapidamente. Consistia em uma camisa branca e bem passada, uma calça parecida com jeans, mas vermelho bordô e um tênis liso e branco. Não era tão sem graça quanto parecia.
--Pelo amor de Deus, passe ao menos uma base e um rímel. –aconselhou Audrey, terminando de retocar o gloss dos seus lábios. Fiz o que ela disse e também passei um gloss leve. Penteei os cabelos e ainda faltava um minuto para que desse o nosso horário.
Audrey piscou pra mim, tentando passar-me segurança e abriu a porta do quarto. Desci as escadas ao seu lado, um pouco nervosa e ansiosa demais.
--Relaxa e não deixe que percebam que está nervosa.
Assenti e chegamos à sala de estar. Combinamos que Audrey iria preparar o café enquanto eu arrumava a mesma, depois de lhe garantir que sabia diferenciar todos os tipos de talheres.
Tudo estava pronto, pontualmente, às sete e meia. Ouvi passos pela escada e imaginei que meus patrões estivessem descendo para o café da manhã. Audrey apareceu ao meu lado.
--Bom dia Sr. e Sra. Mikaelson. –saudou minha companheira de quarto, indicando os patrões seus lugares a mesa. –Como passaram a noite?
--Oh Audrey, sempre tão querida! –elogiou a mulher, loura e com apenas uma ruga ou outra no rosto. O homem ao seu lado, de olhos absurdamente azuis, parecia não querer falar. –Você deve ser Caroline. –os olhos da Sr. Mikaelson estavam em mim agora.
--A nova funcionária e minha parceira de trabalho. –confirmou Audrey, parando ao meu lado.
--Você é tão bonita pessoalmente quanto nas fotos. –elogiou-me a patroa.
--Muito obrigada, é um prazer receber um elogio vindo da senhora e poder trabalhar na sua casa.
Esther sorriu diante da minha educação e endireitou-se na cadeira, mostrando que a conversa havia chego ao fim e que era a hora de servirmos o café. Audrey empurrou um carinho, como uma mesa móvel, até os Mikaelson e serviu suas xicaras com café e um pouco de leite.
Audrey sussurrou baixinho que estava faltando o adoçante refinado, então eu corri a cozinha para buscar os saches e quando voltei, mais duas pessoas haviam se juntado a mesa.
--Srta. Forbes, estes são os meus filhos. –ouvi Esther dizer. –Elijah, o meu filho mais velho e Freya, a minha filha mais velha.
--É um prazer conhece-los! –saudei-os. Terminei de servir Mikael e me afastei, esperando que precisassem novamente da minha ajuda.
Audrey, depois de servi-los, fez algo que deixou-me confusa. Puxou uma cadeira ao lado de Elijah e, sem mais e nem menos, sentou-se. Rapidamente, ela escolheu o próprio café da manhã e se pôs a comer.
--Ora, Caroline! Não vai se juntar a nós? –pela primeira vez, fora Mikael que havia falado. –Fique a vontade! Escolha o lugar que mais lhe agradar a mesa.
Sem graça, me aproximei do lugar ao lado de Freya, que sorriu ao ver minha escolha.
--Bom dia. –cumprimentou-me. Eu respondi baixo.
--Porque é que Rebekah, Nik e Kol ainda não se juntaram para o café da manhã? –questionou Elijah, o irmão mais velho.
--É uma boa pergunta. Niklaus nem mesmo dormiu aqui. –reclamou Mikael, de boca cheia. Freya revirou os olhos e Esther fingiu não ouvir nada. Audrey continuava a comer.
--Bobagem, mano. Aqui estou eu.
Todos os olhares foram atraídos para a escada, onde jazia um garoto, talvez um homem, moreno e muito bonito. Diferente do pai, que eu apostava ser Mikael, o jovem não tinha olhos azuis, mas sim de um castanho quase preto.
Assim que seus olhos, profundos, me avistaram, ele sorriu.
--Bom dia, família.
Freya se aproximou do meu ouvido e, num gesto rápido, cochichou:
--Este é Kol, o meu irmão mais novo.
Encarei-a surpresa pela simpatia e logo surpresa ao ver Kol puxar a cadeira ao meu lado e se sentar.
--Bom dia, coisa linda.
--Bom dia, Sr. Mikaelson. –retribui o cumprimento com educação.
--Caroline, querida, você é agora da nossa casa! –falou Esther, segurando sua xicara nas mãos –Não precisa nos chamar formalmente, apenas pelos nossos primeiros nomes. Sinta-se em casa.
Depois de piscar pra mim, ela tomou um gole do seu café e pousou a xicara no pires.
Estranhei tamanha simpatia e gentileza, mas ao perceber a feição e a liberdade com que Audrey se portava, percebi que essa era uma boa família.
Alguns minutos depois, uma garota loura apareceu na escada também, descendo-a de modo destrambelhado, como se ainda estivesse dormindo. Ela era tão loura quanto Esther e jurava que podiam ser até mesmo irmãs de tão parecidas.
--Porque a demora para se juntar a nós, querida? –perguntou Mikael a filha, depois de beijar o rosto da mesma. Ela deu de ombros e se sentou entre o pai e a mãe.
--E está é Rebekah, minha irmã. O próximo que chegar, é Niklaus. –revelou Freya.
Elijah e Audrey conversavam animadamente e de um jeito simples, enquanto Mikael e a esposa discutiam algo sobre o que fariam durante o dia. Rebekah estava vegetando na mesa, olhando para o nada. Kol mexia no celular e quando vi a foto de uma mulher pelada no visor, fiquei vermelha de vergonha.
Apenas Freya agia de modo normal, comendo uma torrada com patê de queijo e tomando uma xicara de chá.
--Diga-me, gatinha. Têm planos para o dia de hoje? –perguntou Kol, olhando-me fixamente.
--Oh, céus! Deixe a garota em paz, Kol. Ela acabou de chegar! –reclamou Freya. O irmão pareceu se divertir as suas custas.
--Aposto que só está tentando acabar com a minha diversão, pois mamãe e papai acabaram com a sua e de Lucien.
--Desculpe? –perguntei, quase engasgando com o fato de Kol pensar que eu era a sua diversão.
O café da manhã virou um caos rapidamente.
--Porque é que você nunca cresce, hein? –gritou Freya para o irmão. –Aposto que até Niklaus tem mais juízo do que você, moleque.
--Freya tem razão. –Rebekah disse algo pela primeira vez durante o café. Elijah e Audrey pararam de conversar, prestando atenção na discussão que estava surgindo.
--Ora, pois, Niklaus é tão responsável que nem mesmo para o café ele apareceu. –reclamou Kol, enfiando a mão no cesto de pães.
--Meu Deus, Kol! Porque você não usa o pegador? –reclamou Esther, gritando com o filho.
A porta da sala de estar se abriu e imaginei que dessa vez fosse Niklaus Mikaelson, o cara que Audrey disse que eu deveria tomar cuidado.
--Em minha legitima defesa, eu nem mesmo estava presente quando a discussão começou. –ouço Niklaus dizer, de costas enquanto fecha a porta. –Bom dia, família.
Quando o recém-chegado se vira, eu fico sem reação. Quer dizer, quase sem reação, pois deixo a xicara cair de minhas mãos, provocando alguns sustos.
Niklaus Mikaelson era, nada mais e nada menos, que o meu Klaus, o meu namorado da noite passada, completa e perdidamente apaixonado por mim.
Sinto minhas pernas soarem e não sei como devo reagir, pois Niklaus está se aproximando de todos, com um sorriso bobo e sentando-se ao lado de Kol que estava ao meu lado. Olho para o lado, para Freya, evitando que ele me visse.
--Eu posso me retirar agora, Srta. Mikaelson? –pergunto baixo a Freya. Não posso olha para Niklaus agora. Ele é o filho do meu patrão!
--Algo te incomoda, Caroline? Estava gostando da sua companhia.
--Não, imagina, é só que...
Paro de falar quando percebo que alguém está me encarando. Olho, devagar, para o lado e lá está ele. Klaus, olhando-me de lado com um sorriso debochado e sexy.
Quando percebe que estou olhando-o, ele acena e pisca pra mim.
Céus... O que foi que eu fiz?
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