História A Escolha - Esperei tanto por esse momento.

Nicholas soltou os meus braços e foi descendo aos poucos se ajoelhando no chão, colocando a mão no rosto e chorando ainda mais. Eu desci também ficando de frente para ele.

- N-Nicholas... Eu gosto de você... Sério, gosto muito, só tinha medo do que você realmente sentia, se você estava apenas demostrando realmente os seus sentimentos ou apenas brincando comigo, mas... – Dou uma pausa e suspiro. – Você tem que ter certeza do que sente por mim, por que como sente algo por mim e fica deitando com outras garotas?

- Quê? Como assim? Você acha que eu fiz sexo com outra garota? Eu que te vi beijando um cara perto da piscina. – Ele diz olhando para mim, ainda com as lágrimas rolando sobre o seu rosto.

- Uou... Peraí, eu não beijei ele, ele quem me agarrou. Eu o empurrei e ainda bati nele. – Digo.

- Sério? Então, oque você está dizendo... Que sente por mim não é de boca pra fora? – Ele pergunta e vejo um sorriso formar em seus lábios.

- Sim, gosto muito de você, muito mesmo. – Sorrio de volta e me levantei, o Nicholas fez a mesma coisa.

Ele me pegou pela cintura e me puxou para perto.

- Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento.- Ele sussurrou e sorrio em seguida.

Lábios carnudos e macios tocaram os meus, e um corpo mais alto que o meu me prensou novamente na parede atrás de mim. Eu fiquei surpresa, por que apesar do momento, não achei que ele fosse me beijar realmente.

Seus lábios se moviam na velocidade certa, sem velocidade demasiada ou uma lentidão chata, eles se moviam de uma maneira tão perfeita. Não demorou muito para eu correspondê-lo, minhas mãos foram de encontro com a sua nuca e meus olhos se fecharam, aceitando por completo aquele beijo. Sua língua adentrou minha boca, seus dentes mordiam os meus lábios os trazendo para si.

Os lábios do Nicholas eram doces como seu sorriso e explosivos como bombas. Ele tinha um gosto único, incomparável, era um gosto único dele. Eu não conseguia identificar os sentimentos que estavam em meu interior, era uma mistura de emoções boas que me faziam duvidar que aquilo era mesmo real. Como borboletas no estômago, era oque eu estava sentindo nesse exato momento, um monte delas voando em meu interior. Eu me sentia confusa, mas, acima de tudo, feliz por tê-lo para mim, desejando-me e apertando-me como se estivesse com medo que eu pudesse sumir de repente.

Eu não queria solta-lo, não queria me distanciar-se de seus lábios e quase soltei um resmungo de protesto quando o fez. Ele encostou a sua testa na minha, ele ainda estava de olhos fechados, seu sorriso de felicidade pelo momento era nítido, ele acariciava a maçã do meu rosto com o seu polegar.

- Estou tão feliz, saber que você sente algo por mim me faz explodir de felicidade, por poder está com você, estarmos desfrutando desse momento juntos. – Ele diz em um tom, como se estivesse com medo de estragar o momento.

- Você é a pessoa que eu quero ter sempre ao meu lado. – Digo.

- Opa, isso foi um pedido de casamento? Eu aceito tá? – Ele diz soltando uma leve risada.

- Ei... Tá muito cedo para pensar nisso, calma... Deixa as cosias fluírem tranquilamente, acontecerá tudo em seu momento certo. – Digo e dou um sorriso calmo.

- Tá bom... Eu espero. – Ele sorri e aperta a minha cintura se afastando de mim.

- Ei para onde você vai? – Pergunto.

- Vou tomar um banho, continuo um pouco tonto por causa dá bebida, já já eu volto. – Ele diz e fica olhando para mim como se eu fosse fugir.

- Ok então... Ops – Digo e dou risada quando o vejo se esbarrar na porta a sua frente.- Você está bem?

- Estou sim. – Ele diz rindo.

Ele foi tomar banho e eu fui para o andar de baixo, indo em direção a cozinha, fiz um café para ele. 

O vejo descendo as escadas e vindo em minha direção, estava distraída até que levantei o meu olhar para ele, ele vinha com uma pequena toalha em mãos, seus cabelos molhados um pouco grudados em sua testa, ele vinha como se estivesse acabado de sair do mar, estava sem camisa, nunca o vi sem. No momento não percebi que eu poderia estar constrangendo-o com o meu olhar que percorria o seu corpo, as gotas escorriam por toda extensão de seu tórax até o cós de sua calça. Seu abdômen definido bem malhado faziam as gotas escorrerem pelos gominhos como ondas, o Nicholas é o tipo de rapaz que é forte, mas não exageradamente. A água reluzia em seu corpo, escorrendo até a sua pouca parte pélvica exposta, deslizando pelos ossos minimamente visíveis daquela área e chegando ao lugar coberto pela calça.

- Mi, oque foi? – Ele diz me cerrando com os olhos e me fazendo sair dos meus pensamentos.

- O-Oi, quê? Oque foi que você disse? – Indaguei balançando a minha cabeça para afastar os pensamentos que ainda tomavam conta.

- Você toda pensativa aí... – Ele diz com um sorriso cínico e passa a toalha no cabelo. – Até pensei que estava me assediando.

- Q-Quê?? Te assediando? Tá ficando louco? – Digo, desviando o meu olhar e olhando para a caneca de café que estava sobre a mesa, pego e empurro para ele. O mesmo põe a toalha ao redor do pescoço e se assenta na cadeira, eu faço o mesmo ficando frente a frente para ele.

- Beba tudo ok? – Digo firme.

- Ah, eu não quero café. – Ele diz emburrado.

- Vai ficar fazendo birra Sr. Nicholas, bebê logo. – Digo séria.

- Tá...- Ele diz e vira em um gole, dou risada ao ver a cara feia que ele fez quando bebeu o café. - M-Mi... Isso tá muito amargo.

- Mas tem que ser amargo mesmo. Não vai acabar com toda a sua ressaca, mas pelo menos vai aliviar a sua tontura e dor de cabeça. – Digo, bebendo o meu café que por sinal estava uma maravilha de adocicado.

- Sim doutora Mirela. – Ele diz debochando. – Mas não vou aguentar beber isso tudo não, tá amargo demais.

- Bom... Você quem sabe. – Digo dando de ombros e saboreando o meu café.

- Aish... 

Olhei para uma das suas mãos e estavam cortadas, e estava sangrando um pouco.

- Oque foi isso? - Indago.

- Isso aqui? - Ele diz olhando na direção de sua mão cortada, eu assenti. - Ah, foi na hora que quebrei o copo quando o cara que te "beijou" veio tirar a minha paciência.

Levanto imediatamente, acabei ignorando oque ele estava falando, e indo a procura da maleta de primeiros socorros que eu tinha visto no armário da cozinha, peguei alguns curativos, fui em sua direção e colocando em seu machucado.

- Obrigada. - Ele diz e sorri. - Mas... mudando de assunto, precisamos resolver o mal entendido que aconteceu na festa, tanto da minha parte quanto da sua. Quem vai querer explicar primeiro?

- Você iniciou o assunto, então... Pode continuar. – Digo dando um sorriso, ele ergue sua sobrancelha.

- Impossível você... – Ele suspira, eu dou risada. – Bom, você disse que eu tinha feito sexo com alguém, mas isso não é verdade, e aliás, quem te contou essa mentira?

- Maria a própria...- Digo colocando o café sobre a mesa, e olhando para ele, com um certo ranço, por que ele tem uma parcela de culpa, por que ele que estava todo cheio de papos com ela. – Ninguém mandou você ficar dando em cima dela.

- Mas eu não estava dando em cima dela, apenas foi para te causar ciú...- Ele diz mas coloca as mãos na boca rapidamente, me olhando assustado.

- Ahhhh, então quer dizer que você realmente estava colocando ciúmes em mim, você não tem vergonha na cara não? – Digo, cerrando os olhos.

- Mas... Mas... Eu queria... Sei lá, apenas para ver se você sentia algo por mim. – Ele diz gaguejando e abaixa a cabeça.

- Uo... Mas isso não justifica Nicholas, conversava comigo ouras. – Digo indignada.

- Ei, ei, não sai do foco, mal começamos e já estamos discutindo? – Ele diz com um sorriso de canto, é como um tiro certeiro no meu coração. – Continuando, ela mentiu com toda a certeza, por quê eu disse que não queria nada com ela e... Gostava de outra pessoa, você no caso.

- Hm... Então, para descontar a raiva dela, ela veio falar aquelas coisas para mim... Filha da mãe. – Digo, com um sorriso, pelo oque ele fez.

- Por isso estranhei quando ela aceitou tudo numa boa.- Ele diz confuso.

- Ela aceitou? Mas peraí, quando o carinha me beijou foi minutos depois dela chegar... – Eu digo, estávamos quase completando o quebra cabeça.

- E como aquele cara que te beijou veio diretamente para mim, sabendo que aquilo iria me afetar? – Ele diz me olhando surpreso.

- EU NÃO ESTOU ACREDITANDO NISSO. – Digo alterada, por quê já tinha entendido oque aconteceu. – Aquela... Aquela...

- Mi, calma, não se estresse assim. Tá, eu também estou bastante revoltado com isso, mas calma, se irritar agora não vai adiantar nada. – Ele diz com a voz calma, oque fez me acalmar também.

- Tá bom, tá bom, você tem razão. Mas antes de irmos embora vamos resolver isso. – Digo irritada.

- Eu sei, realmente precisamos resolver isso. – Ele diz torcendo os lábios. Eu me levantei da cadeira. – Ei... Pra onde você vai?

- Preciso de um banho também. – Digo dando um sorriso.- Ah, e beba esse café todo mocinho.

- Hm... Acho que isso não será possível. – Ele diz rindo.

Revirei os olhos e me retirei indo tomar um banho, quando voltei o Nicholas já tinha vestido uma camisa e tinha preparado um lanche da madrugada.

-Ei, tomou o café? - Pergunto erguendo uma sobrancelha ao ver a caneca vazia. 

- S-Sim... Bebi tudo. - Ele diz com um sorriso meio sem graça.

- Pra quê mentir hein, se eu sei que você iria muito bem aproveitar que eu saí por alguns minutos e jogar fora? - Digo e cruzo os braços.

- Na verdade, eu realmente bebi, apenas coloquei açúcar... - Ele diz dando um sorriso com um certo medo, mas se recompõe depois. - Bem melhor que o amargo.

- Aish... Você é teimoso. - Digo me assentando na cadeira.

- Jura? E você não é? - Ele diz com um tom irônico. Eu revirei os olhos, ele sntou de frente para mim.

Não tive como não dá um sorriso ao perceber que parecíamos um casal, ele sorriu para mim ao perceber que eu estava olhando para ele e viajando em meus pensamentos. 

Comemos juntos e fomos nos preparar para dormir, estávamos subindo as escadas lado a lado, até que chegamos perto do meu quarto.

- Poxa... Você já vai? – Ele pergunta emburrado.

- Mas eu preciso dormir e você também. – Digo com um sorriso.

- Hm... Por quê não dorme comigo? – Ele diz com um sorriso esperançoso.

- Q-Quê?? Dormi... C-Com você? – Meu nervosismo era nítido, por que eu nunca...

- Calma Mi. – Ele diz dando uma leve risada. – Apenas dormir, entendeu? Dor-mir, apenas, não precisa ficar nervosa.

- E-Eu nervosa? Claro que não. – Digo, tentando esconder o meu nervosismo.

- Aham... Sei. Então, topa? – Ele pergunta.

- P-Pode ser. – Digo, com um certo medo em meu interior, ele pega em minha mão me levando em direção ao seu quarto, entramos e ele fechou a porta do mesmo.

Nos sentamos na cama, ele deitou porém eu hesitei um pouco, mas logo me juntei a ele e deitei ao seu lado, um dos seus braços me serviu como travesseiro e acariciava os meus cabelos, a sua outra mão foi de encontro a minha entrelaçando os nossos dedos, trazendo-me para mais perto e aconchegando-me em seu corpo. Ele deu um beijo em minha testa e me puxou para mais perto, trazendo o meu rosto ao seu peito.

- Só queria que o tempo parasse agora e esse momento não acabasse nunca. – Ele diz.

- Também! Quem diria estaríamos assim, depois de tantas brigas? – Digo com um sorriso ao lembrar das nossas situações.

- Mas no fundo era tudo proteção da minha parte. Não estou dizendo que sabia que iria me apaixonar por você, eu realmente te queria longe de mim, mas antes da livraria já estava começando a sentir algo por você, só que queria negar isso para mim mesmo.

- Tudo bem, digamos que eu estava do mesmo modo que você, dois orgulhosos não querendo admitir oque sentem. – Digo e dou um sorriso, olhei para ele o mesmo estava olhando para o teto sorrindo, mas logo voltou a sua atenção para mim.

- Que foi? – Ele pergunta entre um sorriso.

- Nada, apenas te admirando. – Digo com um sorriso e lhe dou um selar, e volto a me aconchegar em seu peito.

- Não quero que esse momento nunca acabe. – Ele diz apertando-me mais ainda em seu braços.

- Nem eu quero que isso aconteça. – Digo sorrindo, mesmo sabendo que ele não verá.