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História A Escolhida - Capítulo Sete


Escrita por: MaduCristelli

Notas do Autor


Oi oi oi!
Aqui estou eu mais uma vez com uma notícia: se eu conseguir terminar dois capítulos hoje, posto o próximo na quarta e na sexta ainda posto mais um para vocês.
Eu espero que vocês gostem mesmo desse capítulo, daqui em diante vai ser uma montanha russa de emoções para todos.

EU QUERO agradecer imensamente pelos comentários do capítulo passado, eu fiquei felizona hehe :) agradeço também pelos favoritos.

Capítulo 7 - Capítulo Sete


Fanfic / Fanfiction A Escolhida - Capítulo Sete

Point Of Views Annelise Rose Deutch

O apagão depois que Justin impediu a minha queda no chão, foi instantâneo. Lembro do toque firme das suas mãos segurando a minha perna, lembro do meu corpo esfriando, lembro da sua voz dizendo as palavras mais calmas que já o ouvira falar.

Quando acordei em minha cama, no meio da noite, eu forcei minha mente a lembrar dos acontecimentos e quando as lembranças me atingiu, quase comecei a me derramar em lágrimas. Minha garganta fechou quando me levantei da cama, quando pensei em sair do meu quarto,  quando comecei a caminhar para fora, minha mãe apareceu e me colocou de volta na cama.

— O que aconteceu? — Sussurrei enquanto ela me cobria.

— Bieber te achou, te trouxe pra mim e cuidamos de você, querida. — Foi o que minha mãe disse quando me alinhou em seus braços, assim como fazia quando eu era criança, e com uma sensação gostosa de proteção, eu adormeci.

 

Quando o sol nasceu e seus raios esquentaram a minha bochecha exposta, fui tomada por uma preguiça. A ideia de mais um dia apanhando me bateu com força e eu voltei a me cobrir com o edredom e fiquei quietinha. Minha mãe já não estava mais ali, deveria ter partido assim que eu adormeci. Talvez, se eu tivesse sorte, ninguém perceberia a minha falta, mas breve e doce ilusão.

— Annelise! — Lizz gritou quando entrou no quarto e começou a escancarar a janela, fazendo a fresta anterior se alargar e dar espaço ao sol, clareando por completo o meu quarto.

— Ai, que merda! — Exclamei.

A olhei. Ela sorriu. Eu sorri de volta, mas mandei o dedo do meio como um bom dia merecido.

— Você parece que tava... — A interrompi.

— Dormindo? Pois é, eu estava. — Disse ranzinza, ela revirou os olhos e se aproximou.

— Não seja mesquinha e levante logo dessa cama. — Tirou minha coberta. — Tem grama no seu cabelo. Onde você dormiu? — Revirei os olhos como resposta e ela sorriu quando a encarei. — Deveria ter me chamado para a festinha, sua princesa safada.

— Cala a boca, Lissandra. — Ela arregalou os olhos.

— Não me chame de Lissandra, Roseline. — Rosnou.

— Eu te odeio! — Falei me levantando e indo para o banheiro. — Eu definitivamente te odeio.

Ao longe escutei seu risinho.

Eu me lavei, a água morna escorrendo pelo meu corpo me acalmou. Lavei meus cabelos também para tirar a sujeira de ontem e quando terminei, Lizz estava jogando a roupa que eu usaria em cima da minha cama.

— Uniforme. — A lembrei e ela negou quase desesperada.

— Não seja chata. — Ela resmungou e me jogou uma saia, eu joguei de volta fazendo uma careta.

— Treino. Está esquecendo? — Ela revirou os olhos e pegou a saia de volta.

— Eu esqueço que o seu castigo é ainda pior que o meu. — Eu a olhei, ela fez uma careta engraçada antes de continuar. — Meus pais deram lugar ao castigo emocional, mas aplicaram o físico também. — Ela abriu um sorriso divertido, mas ouvi seu coração pulsando diferente. — Disseram que, nessas palavras, eu repito: pela desonra e vergonha dos Hathaway, você Lissandra, vai se precaver de todas as obrigações alimentícias da nossa família. — Ela dizia com um tom de voz brando, enquanto fazia gestos com as mãos, provavelmente imitando o que os pais fizeram. — Vai servir a mesa, arrumar o seu quarto e — Ela me olhou rapidamente. — acompanhar sua família em eventos, sempre com textos bem feitos e decorados, se comportando como uma dama, sua selvagem sem guisa. — Ela resmungou. — Ah, que vergonha, Lissadra, que vergonha. — Colocou a mão na testa. Um ato exagerado e dramático, que me fez rir. — Essa parte foi ruim, eu admito. E eles me ignoram, não me olham e... me tratam como se eu fosse uma pessoa horrível, como alguém que tenha cometido o pior dos crimes.

— Lissa, — Coloquei a mão em seu ombro. — eu sinto muito! — Ela deu de ombros e eu mudei de assunto, não querendo assumir a culpa pela dor dela. — Mas olha, seus pais definitivamente não sabem a definição de castigo.

— Não seja dura, Rose. — Suspirou. — Eventos, você sabe que eu odeio. Sinceramente, eu não sei como você aguenta. — Eu dei de ombros e quase respirei aliviada por ela fugir do assunto também. — Ah, e Malik se tornou uma sombra, as vezes o antissocial do Somers o acompanha, e os dois ficam no meu pé, me vigiando, como se eu fosse uma criança travessa. — Choramingou. — Pelo menos você ficou com o gato do Bieber. — Eu fiz uma careta.

— Pelo menos você ficou com o Malik. Ele é legal. Quer trocar? — Ela fez uma cara maliciosa e eu rir. — Você é uma safada. — Cantarolei. — Vamos logo, estamos atrasadas.

Eu terminei de me arrumar e sair do quarto com ela em meu encalço. No corredor estavam os quatros guardiões que já conhecíamos, acompanhando-os tinha um outro moreno que eu nunca tinha visto por aqui, quando Lissa e eu aparecemos em seus campos de visões, todos se calaram, senti o olhar penetrante de Bieber em mim, e quase não o olhei, mas foi instinto, foi uma energia me puxando e quando, o olhei de volta não conseguir desviar de sua imensidão caramelada. Eu não sei explicar o que diabos aconteceu, principalmente quando  lembrei de ontem e da voz dele soando com tanto apresso em meu ouvido. Droga!

— Que intenso! — Lissa sussurrou no meu ouvido, tirando-me do transe.

— Não seja tola. — Me recompus e não olhei mais o guardião. — Hoje, depois do jantar no nosso lugar. — Ela assentiu e saiu andando com Malik e Somers. — Avisa o Dylan.

— Ele está prometendo te matar, você sabe, né? Está fugindo dele a semana toda. — Ela gritou sumindo do meu campo de visão e eu apenas dei um sorriso de lado.

— Atrasada! — Bieber disse e eu revirei os olhos, o ignorando.

— Christian Beadles. — O homem que eu não conhecia se apresentou.

— Ah. — Eu exclamei, me sentindo burra por não imaginar. — Eu deveria saber. Me diga, Beadles, — Eu me aproximei do moreno. — Você é chato e irritante como seu amigo Bieber ou você consegue ser mais suportável como seu amigo Malik?

Ele riu, eu sorrir. Beadles se aproximou e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, senti meu rosto esquentar com o ato íntimo. Que desnecessário, Annelise.

— Eu sou muito mais legal que o Malik. — Sussurrou e eu o olhei.

— Christin você... — A voz de Bieber soou dura,meio indignada, mas Butler, arregalando os olhos, o interrompeu.

— Vaza, Chris. — O amigo, com um sorrisinho muito divertido pairando nos lábios, obedeceu.

— Eu gostei dele. — Apontei com o dedão para Beadles, que sumia do meu campo de visão. — Será que dá para trocar você por ele? — Eu disse, finalmente, olhando Bieber.

O garoto riu, tão psicótico que eu engoli em seco. Não estremeça, Annelise! Gritei para mim. O olhar que o louro me lançou não foi nada comparado a sentir uma sensação boa, e quando meus pelos se arrepiaram e meu coração acelerou, eu quase chamei pela minha mãe para me tirar dessa situação. Eu disse quase, hein.

— Vai na frente, Ryan. — Quando a voz do louro soou grave, eu olhei em súplica para o outro.

— Justin, eu... — Ele se calou com o olhar que o amigo lançou. Até eu me calaria. — Só, cara, só toma cuidado com suas palavras. — E saiu.

Covarde! Eu quase gritei para ele, mas tão quanto ele, era eu. Somos dois covardes, Butler. 

— Eu vou com você, Ryan. — Eu disse o chamando, percebi o corpo do outro enrijecendo, mas ele continuou andando para longe de mim.

Eu passaria por Justin Bieber e acompanharia Ryan Butler a onde quer que ele fosse, essa foi a intenção, precisava sair da sensação que aquele olhar me causava, mas as mãos do louro me seguraram, impedindo a minha passagem. Não o encarei, não mesmo.

Justin ficou quieto por um tempo, apenas segurando o meu braço com uma de suas mãos, me encarando friamente, mas esse silêncio e essa quietude passou quando ele me empurrou com tudo para um pequeno beco estreito e se colocou em minha frente em uma velocidade surpreendente. Não tinha espaços entre os nossos corpos e a minha respiração ficou pesada quando o senti tão perto. Me remexi inquieta.

Justin soltou o meu braço e me olhou, seus lábios prensados em uma linha fina me fez encolher, ele respirava pesado e meus olhos se encontraram com os dele, alternando gradativamente entre seus lábios e olhos. Não soube definir qual me atraía mais.

— Você está bravo? — Sussurrei.

Eu não sei o que aconteceu, mas Justin relaxou, me olhou novamente, mas agora os olhos brilhavam, brilhavam tão intensamente que eu quase suspirei sentindo a intensidade deles. O olhar que ele me lançou foi penetrante e ardente, eu queria fugir, só fugir, mas como era impossível, apenas engoli em seco, inquieta demais.

Estou. — Ele respondeu depois de um tempo me encarando. — Estou bravo porque você não consegue ficar calada. — Chegou mais perto. Eu prendi a respiração, apenas sentindo a dele batendo, agora, serena em meu rosto. — Sempre, Anne, sempre estraga tudo. — Eu o olhei, quando sua confissão saiu dolorosa.

— O que eu fiz? — Perguntei em um sussurro curioso.

Justin aproximou nossas testas e apertou minha mão. Íntimo demais! Eu pensei, mas não me importei e não ousei mandá-lo se afastar, não quando uma sensação estranha surgiu em meu coração.

— Você? — Esta pergunta com certeza era retórica. — Ah, Rose, seria mais fácil perguntar o que não fez. — Disse em um tom arrastado.

— Não... não consigo te entender. — Sussurrei.

— Realmente! — Ele sussurrou de volta.

Sussurros atrás de sussurros se estendeu por parte dele e eu ainda não entendia a finalidade dessa conversa. Então, de repente, silêncio se apossou, apenas nossas respirações eram ouvidas naquele beco estreito e quando ele se movimentou e respirou fundo, soube que ele cortaria aquele silêncio.

— Rose, o que você se lembra da noite passada? — Algo divertido brilhou em meus olhos.

— Ah, entendi. — Ele afastou as nossas testas em um sinal de interrogação. — Você está se doendo, porque eu não agradeci pelo seu resgate heroico de ontem. — Eu acabei com tudo, soube porquê enquanto escutava o seu coração descompensado, pude sentir o meu revoltado com minha atitude.

Arrogância e burrice. Sim, princesa Annelise, por que diabos não fica com a boca fechada? Eu jurei me bater mais tarde.

Sabe a escuridão? É, aquela que os olhos dele tem, aquela que o toma quando está com raiva, quando eu faço algo que o incomoda, pois é, ela voltou. E sim, eu poderia amenizar a situação dizendo a ele um muito obrigada por não me deixar morrer, mas, eu não queria, não quando magoá-lo parecia bem mais divertido para mim.

— Você é uma... — Ele se calou.

— Eu sou uma? — Sussurrei. — Bieber, você não fez mais que sua maldita obrigação. Foi burro o suficiente ao me deixar sozinha e agora quer agradecimento. — Sorrir levantando minha mão com dificuldade, por causa do espaço que não existia. — Quer rendição! Ah, Bieber, — Alisei o seu rosto. — não vou te agradecer. — Fiquei na ponta do pé, para olhá-lo melhor. — Aliás, deve aproveitar essa fase, porque, com certeza, vai ser a mais gloriosa da sua vida.

Justin me olhou, raiva e mais sentimentos que eu não soube identificar tomaram conta do seu olhar. O guardião tirou minha mão com brutalidade do seu rosto e saiu do beco que estávamos, me deixando sozinha, talvez o olhar de vitória estava presente, mas uma sensação estranha me corroía por dentro. Tentei não ligar para a minha falta de compaixão, enquanto caminhava para a sala de treinamento.

Ele mereceu, mereceu porque nunca fizera nada de bom para mim, nunca me elogiou ou sequer tentou me tratar com respeito, nunca, até ontem. Foi o que eu disse a mim mesma quando encontrei-o com Ryan em um discussão acirrada. Pude perceber o pedaço do pescoço exposto de Justin vermelho e suas mãos, que se fecharam em punho ao me encarar, demonstravam a raiva presente naquele corpo. Era pra mim.

Forcei um sorriso. Ele rosnou. Ryan se apressou e começou a me guiar para um aquecimento. Pude jurar que ele fez uma prece baixinho.

O dia passou como um burrão, por algum motivo eu me sentia mais exausta do que o normal. No treinamento, Justin não me dirigiu a palavra, gritava comigo, de fato, mas não olhava para mim e suas poucas palavras/gritos eram tudo, menos gentis. Ordens e mais ordens, grosseria atrás de grosseria, eu podia chorar ali mesmo pedindo para ele ser mais dócil, mas não ousei me humilhar, não quando a culpa por ele estar mais ranzinza era inteiramente minha.

Eu estava tão cansada que não me aguentava em pé. Hoje foi o dia inteiro sendo espancada -sendo completamente sincera- não houve aulas sentada em uma cadeira escutando um professor falar sobre a vida, sobre a natureza, sobre os seres que regia nosso mundo, sobre nossos poderes e blá blá blá.

Sou uma hibrida cansada, que decepção, Annelise! Justin e Ryan perceberam minha feição cansada quando pedi, horas depois do almoço, um descanso digno -não aconteceu-, e nenhum dos dois perguntou o porquê da minha pele estar mais pálida que o normal, seria estranho demais, então, horas depois, um aceno, de Ryan, como despedida levaram os dois guardiões para longe de mim.

Quando o sol se pôs e eu estava prestes a sair da sala de treinamento, minhas pernas fraquejaram e tudo começou a girar, eu tive que me segurar na parede para não cair. Minha respiração ficou ofegante e minha cabeça doeu. O meu corpo estava fervendo e no instante que pensei em chamar ajuda, no instante que pensei em dar um grito pedindo por socorro, no momento que pensei em meus pais para me socorrerem, toda a minha visão se foi, eu fiquei cega e, inconsequentemente, eu o chamei:

Justin! — O sussurro foi um clamor.

Mas eu não pensei nele, eu pensei em meus pais, eu formulei o nome de minha mãe em minha mente, formulei e me ouvi chamando-a. Eu abrir a minha boca para falar o nome dela, para chamá-la, mas foi o nome dele que saiu dos meus lábios.


Notas Finais


Me digam o que querem ver nos próximos capítulosss s


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