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História A Escritora Solitária e O Amante de Animais - Os 35 Segundos de Delírio Total


Escrita por: HiroNekochan18

Notas do Autor


Eeeeeenfim!!!
A Escritora Solitária e O Amante de Animais havia parado neste capítulo antes do Spirit me banir mais duas vezes seguidas num curto espaço de tempo pelo mesmo motivo estúpido. Agora que chegamos aqui fiquem atentos porque ainda hoje eu postarei o próximo capítulo que faz parte dos novos capítulos inéditos da história que ninguém viu por causa dos banimentos de praxe... 💜💚💜💚💜💚
Boas Lonjuras!

~Rockeiro Sem-Noção.

Capítulo 63 - Os 35 Segundos de Delírio Total


Com seus olhos violetas avermelhados de tanto chorar, Ravena encarou a mensagem que Mutano lhe enviou na maior cara de pau:

Também te amo,

minha

gatinha angorá!

Por um lado, o cérebro de Ravena lhe ordenava que escrevesse um longo, demorado e bem detalhado discurso de ódio contra Mutano e enviasse tudo para ele na rapidez de um raio. Por outro lado, o coração de Ravena já estava soltando fogos de artifício pelas ruas e dançando feito roqueiro louco porque Mutano disse que a amava e ainda a chamou de gatinha angorá.

Era um grande conflito dentro da escritora solitária: o amor mais sincero e verdadeiro que ela nutria ardorosamente pelo amante de animais e um ódio descabido, teimoso e irritante sustentado unicamente por lembranças ruins do passado. Ambos se confrontando dentro dela, mas talvez até ela soubesse quem entre os dois era mais forte e poderoso para vencer essa guerra óbvia demais.

Logo mais, num misto de vergonha e raiva Ravena gemeu chorosa e jogou seu celular na cama.

-Eu te odeio, Gar!-esbravejou Ravena como se fosse chorar de novo.-Por quê você tem que ser tão perfeito?! Seu imbecil! Você é um imbecil! Você é um imbecil! Fica longe de mim!

Pois bem, Ravena se jogou na própria cama, se agarrou toda naquele mesmo gatinho branco de pelúcia abraçado no coração vermelho e ficou chorando sem parar com seu rosto enfiado em sua maciez felpuda e fofa enquanto batia os pés no colchão com bastante força.

Ravena ficou chorando ali na sua cama sem saber que estava sendo espionada.

Do outro lado da porta de seu quarto, Estrela Negra estava ajoelhada ali no chão espiando tudo o que acontecia dentro do quarto de Ravena através do buraco da fechadura da porta. Estelar estava sentada no chão ao lado comendo um muffin enquanto fazia carinho em Morgana no seu colo. E Arella estava de pé no corredor assistindo a cena com um olhar reprovador.

-Meninas, isso já foi longe demais.-sussurrou Arella seriamente.-Espiar pelo buraco da fechadura? Isso é uma violação de privacidade da pessoa!

-Ora, Arella, estamos na mesma canoa furada remando contra à maré!-Estrela Negra sussurrou de volta ao olhar para Arella.-Eu já tentei esconder webcams nos apartamentos desses dois só pra assistir o circo pegando fogo na cama. A Koriand’r já tentou seguir eles pela cidade com escutas e tudo. E eu lembro muito bem da venerável senhora ter dito que quando o Mutano passou a noite em seu chalé pela primeira vez você se levantou oito vezes seguidas da sua cama de madrugada para ver se ele e sua filha estavam se agarrando desesperadamente no quarto de hóspedes.

Nessas, Estelar ruborizou e Arella arregalou os olhos violetas.

-Eu nunca tentei fazer uma coisa dessas, Komand’r!-sussurrou Estelar entre dentes.-Eu só tentei comprar as escutas pela Internet até desistir!

-E eu só levantei oito vezes naquela madrugada só pra checar se eles estavam dormindo bem!-rebateu Arella, fechando o semblante.

-Vocês não me enganam!-disparou Estrela Negra e voltou à olhar pelo buraco da fechadura.-Agora calem as bocas de gamela porque a Ravena está olhando para a foto de novo...

Enquanto isso, dentro do seu quarto, Ravena já tinha chorado mais lágrimas que ela nem sabia de onde vieram e agora estava encarando a foto dela com Mutano. Ela quase não olhava para seu rosto tão feliz e sorridente, ela olhava para o rosto verdejante dele que tanto lhe atraía, assim como todo o seu belo ser perfeito. A escritora solitária se lembrava muito bem daquele beijo que ele deu em sua bochecha durante o lançamento de seu livro.

Um beijo amoroso e carinhoso de lábios verdes tão quentes e macios que tocaram sua bochecha e a fizeram se arrepiar da cabeça aos pés e querer rir sem parar... esse foi apenas um beijo na bochecha, entretanto o seu primeiríssimo beijo aos 24 anos sob a luz da Lua cheia nas praias de Jump City não só deixaram suas pernas bambas como também fez seu coração desabrochar em uma explosão de primavera amorosa e apaixonante como se o triste e frio inverno de sombras tivesse ido embora para sempre.

Agora... sobre a sua noite de amor com Mutano foi uma experiência que concedeu um prazer vasto e imensurável para todos os seus cinco sentidos e provavelmente até para o seu sexto sentido e foi suficiente para fazê-la descobrir o amor mais profundo, intenso e poderoso do qual seu coração tanto necessitava.

Nessas horas, ela tinha raiva de Mutano. Como ele tinha o descaramento de roubar toda a razão que ela tem e deixá-la completamente louca?

Seus dedos pálidos tocaram, o rosto verde dele na fotografia e o acariciaram lentamente. Ravena fechou seus olhos violetas e começou a pensar em Mutano. Em seus sonhos, ele estava aqui. Estava ao lado dela, sorrindo daquele jeito bobo e alegre que a fazia querer rir enquanto a abraçava e a beijava, sussurrando em seu ouvido tanto coisas engraçadas como coisas amorosas.

-Azarath Metrion Zinthos...-sussurrou Ravena lentamente, seus olhos violetas se fechando com mais força.-Azarath Metrion Zinthos...

Ao mesmo tempo, do outro lado da porta, a espionagem continuava.

-Ela está sussurrando o mantra dela de novo.-murmurou Estrela Negra, rolando os olhos violetas.-Quando é que essa garota vai se tocar de que mantras não funcionam? Outro dia eu estava tão furiosa porque a porta do micro-ondas não fechava e aí eu recitei Nan Myo Ho Renge Kyo, Om Mani Padme Hum, Om Namah Shivaya e até o Azarath Metrion Zinthos, e tudo o que consegui foi arrancar o micro-ondas da tomada e arremessá-lo pela janela da cozinha!

-Mas você é impossível mesmo, garota.-respondeu Estelar aos sussurros em um olhar raivoso.-Você tinha que fazer isso justo quando se passou um dia, um dia após a garantia do micro-ondas?

-Bom, de fato, mantras não funcionam pra quem está em um ódio avassalador.-está dizendo Arella serenamente.-Mas se a pessoa criar hábitos saudáveis para a mente e o corpo como meditação, ioga e até tai chi chuan...

-Se eu meditar, eu fico nervosa, ou começo a dormir!-Estrela Negra olhou para Arella, o olhar irritado.-Quanto à ioga, isso é pra moluscos, pepinos-do-mar e uma porção de cefalópodes! Outro dia, um dos meus gatos negros foi tentar uma posição nova e eu só faltei deslocar o fêmur! E nem que a vaca tussa eu vou ficar dançando em câmera lenta no tai chi chuan! Meu negócio é rock and roll e ponto final!

-Komand’r, como é que você se aguenta?!-exigiu saber Estelar, revoltada.-Nunca vi pessoa tão cabeça dura quanto você! Você e a Ravena podiam competir em um concurso de cabeças duras! Ou virar um casal de lésbicas cabeças duras!

-Olha, Koriand’r, eu confesso que a Ravena é uma gostosa e eu queria muito ter aqueles melões naturais gigantescos!-Estrela Negra começou a falar um pouco alto demais.-Mas eu gosto de negão! Negão gostoso e fortão feito uma barra de chocolate musculosa!

-Ah, sim, claro!-debochou Estelar.-Como Cyborg, não?

-Não mete o Vic nessa conversa!-Estrela Negra começou a berrar furiosamente.-Nós somos apenas amigos e nada mais! Me provoque de novo pra ver se eu não mostro para o Robin os seus desenhos dele de ninja mascarado gostosão e peladão!

-Faça isso!-gritou Estelar com a mesma fúria.-E eu digo para Cyborg que te peguei três vezes num mesmo dia gemendo o nome dele enquanto fazia coisas suspeitas no escuro do seu quarto!

Depois dessa, dentro de seu quarto, Ravena abriu os olhos violetas na hora e olhou para a porta de seu quarto ao ouvir tantos gritos pertinho dela.

-Eu estava sonhando, sua cretina!-Estrela Negra gritava do outro lado da porta.

-Sonhando?! Jura?!-Estelar também gritava loucamente.-Então, você devia estar sonâmbula pra estar com a mão onde estava e usando os dedos daquele jeito! Sua tarada!

Nessas, Ravena deixou a foto sobre um travesseiro e imediatamente levantou-se da cama. Ela foi marchando pesadamente até sua porta feito um dinossauro pisoteando o chão antes de destrancá-la e abri-la com tudo.

-EU VOU ARRANCAR A TUA CABEÇAAA!!!-berrou Estrela Negra antes de se jogar em cima de Estelar e Morgana pular para longe na hora H.

As duas garotas rolaram pelo chão do corredor enquanto tentava esganar uma à outra. Ravena ficou parada na porta de seu quarto olhando aquela cena. Logo mais, ela olhou para Arella, que deu um passo para trás com cara de gato espantado e levantou as mãos como se se desculpasse.

-Antes que sobre para mim, eu fui contra tudo isso.-respondeu Arella rapidamente.-E eu não tenho nada à ver com isso.

Arella se mandou pelo corredor e Ravena e Morgana ficaram assistindo Estrela Negra dar palmadas na bunda de Estelar que estava toda jogada em seu colo.

-Pede pra sair! Pede pra sair!-gritava Estrela Negra, dando várias palmadas na bunda de sua irmãzinha.-Pede pra sair!

-Pervertida! Pervertida!-cantarolava Estelar aos berros.-Você é uma pervertidaaaa!!!

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Hoje estava sendo dia de compras no shopping de Jump City. Mutano foi para lá dizendo que tinha coisas importantes para comprar e é claro que Robin e Cyborg foram atrás na maior curiosidade.

Lá chegando, Mutano passou numa loja de produtos para confeitaria, onde havia uma infinitude de forminhas de papel para cupcakes, sacos de confeiteiro, batedeiras planetárias, expositores para bolos e várias outras coisas. Nesta loja, Mutano comprou três pacotes grandes: o primeiro com papéis de embrulho para bombons de cor violeta, o segundo com papéis de embrulho para bombons de cor verde e o terceiro nada menos que papel-chumbo de cor rosa.

Robin e Cyborg estavam começando a ter teorias do que Mutano iria aprontar dessa vez e suas teorias só se confirmaram quando seguiram o verdinho até uma loja de alimentos veganos no segundo andar do shopping e comprar quatro barras de chocolate vegano enormes e monstruosa. Duas de chocolate meio amargo e mais duas de chocolate branco.

-Mutano?-Cyborg falou assim que saíram da loja de alimentos veganos.-Você vai fazer bombons?

-Vou.-respondeu ele, sorrindo bobamente.-Por quê?

-Porque você não faz bombons há séculos!-exclamou Cyborg, pasmo.

-É. Você jurou que nunca mais ia fazer bombons.-comentou Robin curiosamente.-Desde que... aquela pessoa detestou...

Nessas, Mutano parou de andar pelos largos corredores repletos de consumistas babões e se virou para seus amigos.

-Dick Grayson. Victor Stone.-disse Mutano seriamente.-De agora em diante quero deixar bem explícito e claro como cristal para vocês dois que estou totalmente disposto à esquecer tudo o que aconteceu no passado e seguir em frente com um amor que merece o primeiro lugar na minha vida e vale muito mais do que ouro, petróleo, diamantes e qualquer coisa material estúpida desse mundo artificial. Estamos entendidos?

Robin e Cyborg ficaram boquiabertos e estáticos. Pois bem, Mutano voltou à sorrir bobamente e se virou.

-Agora vamos atrás de uma bela caneca.-disse ele ao sair andando.-Uma bem grande e elegante.

Como o shopping de Jump City parecia ter o mundo inteiro dentro dele foi muito fácil achar uma loja que vendia unicamente canecas de todos os estilos, formatos, tamanhos, cores e até mesmo para todas as ocasiões. Mutano entrou na loja carregando suas sacolas nas mãos e começou sua caçada. Robin e Cyborg vinham logo atrás admirando as canecas mais lindos até as mais bizarras.

Haviam canecas de todos os tipos. Tinha as clássicas e cafonas para quem comprou de presente de última hora como “o melhor chefe do mundo”, “a melhor mãe do mundo”, “o melhor namorado do mundo” e por aí vai. Enquanto umas declaravam amor romântico como as que diziam “eu te amo”, outras declaravam amor próprio quando diziam “eu me amo”. As gôndolas estavam cheias de canecas de cores tão variadas e surpreendentes que pareciam se esconder entre as cores do arco-íris, além das monocromáticas e das transparentes.

Canecas com animais fofos como gatinhos, cachorrinhos, coelhinhos. Canecas para o Dia dos Namorados, canecas de Halloween, canecas para o 4 de Julho. Umas que representavam personagens de anime, outras que se estampavam com frases engraçadas como “não me perturbe quando estiver tomando meu café” e mais algumas que pareciam imitar as canecas enormes e rústicas de cerveja da Idade Média.

Mas Mutano não estava atrás de nenhuma dessas canecas. Ele queria uma muito especial que representasse Ravena de forma direta e clara. O amante de animais percorreu quase todas as gôndolas daquela loja nem tão grande assim em busca de algo perfeito para a escritora solitária ao passo que seus amigos o seguiam loucos de curiosidade pra saber que tipo de caneca ele iria comprar.

Isso levou longos e angustiantes sete minutos até que finalmente Mutano freia seus passos, fazendo Robin e Cyborg se chocarem contra ele.

-Lá!-Mutano apontou com o dedo para uma prateleira na parede no fundo da loja.

-Lá onde?!-Robin e Cyborg perguntaram ansiosos.

Mutano nada falou e simplesmente saiu batido até onde havia apontado. Robin e Cyborg o seguiram rapidamente e o encontraram namorando uma caneca em especial que estava entre uma caneca redonda branca com rostinho de gatinho e uma caneca azul com desenho do Monte Fuji e cerejeiras floridas.

Pra começar, a caneca era tão grande que mais parecia um pequeno balde. Media 13 cm de profundidade e 11,5 cm de diâmetro. Por dentro, ela era branca, mas por fora estava lindamente ilustrada com uma estante de livros coloridos e na frente dela estava uma frase de letras brancas que começavam grandes e iam encolhendo “PENSE GRANDE, OU seja pequeno”.

Com um sorriso bobo e alegre no rosto verde, Mutano pegou a caneca pela alça que era bem grossa e reforçada para sustentar aquela caneca enorme que era levemente pesada. Ele admirou a caneca em toda a sua extensão e logo se virou para Robin e Cyborg.

-Eureka.-disse ele, sorrindo.

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Enfim, Ravena voltava à ter paz em seu apartamento. Foi meio difícil fazer Estelar e Estrela Negra pararem de se atacar por todos os lados, mas pelo menos Arella ajudou nisso. Quando aquela mulherada maluca foi embora, Ravena decidiu tentar relaxar com uma hora de meditação em seu quarto com seu celular tocando sons de chuvas e de rios em meio ao aroma de incensos perfumados e calmantes.

Mas uma hora de meditação acabou sendo umas três horas de uma meditação fracassada que nunca dava certo. Toda vez que Ravena conseguia se concentrar, Mutano surgia em sua mente de forma súbita e inesperada, daí ela começava a pensar nele sem parar, se lembrava dos doces dias em que esteve com ele e ficava imaginando o que ele estaria fazendo agora tão longe dela – depois ela se tocava de que perdera meia hora de meditação com a cabeça no verdinho e aí tentava meditar novamente.

E isso ficou durando durante essas três longas horas...

Quando Ravena descobriu que Mutano estava totalmente impregnado em sua mente, ela desistiu da meditação e foi pintar o resto do seu quadro de Azarath. Antes de tudo, a escritora solitária preparou um dos seus vários chás de ervas calmantes na esperança de conseguir se controlar e logo após beber três canecas de chá ela se sentiu levemente estabilizada para começar a pintar sem lascar tinta furiosamente na tela feito Pollock.

Ravena sentou em sua cadeira de frente para o cavalete no qual estava preso o grande quadro com a pintura de Azarath. Três coisas faltavam para o quadro estar concluído: pintar o reino acima da rocha flutuante, pintar seu reflexo de luz e enfim assinar seu nome no canto. Pois bem, a garota de cabelos violetas abriu sua maleta e pegou seus materiais de pintura. Pegou sua paleta já suja com manchas de tintas de cores anteriores e despejou sobre ela pequenas quantidades das tintas de cor vermelho de cádmio, branco titânio, amarelo indiano e alaranjado.

Pegando um dos seus pincéis na maleta, Ravena começou a pintar as edificações de Azarath, incluindo seu grandioso templo. Pinceladas suaves de precisão cirúrgica com o vermelho de cádmio misturado à pitadas ligeiras de branco titânio, além do amarelo indiano e do alaranjado que davam toques especiais. Isso durou alguns longos minutos de paz enquanto o dia se passava arrastando-se feito uma baleia que ganhou pernas na praia.

Nessas, Morgana estava muito bem aconchegada sobre o encosto da poltrona que estava bem perto de Ravena e ela observava sua dona pintando como se fosse o olhar atento e crítico de uma professora de artes culta e inteligente. Cerca de quinze minutos depois, Ravena já tinha pintado quase 90% do reino de Azarath. O grande templo estava belíssimo, as edificações douradas abaixo também e o que restava eram apenas duas torres altas para pintar.

Ela decidiu fazer uma pausa. Deixou seu pincel molhado sobre a paleta de tintas sobre uma pequena mesa ao lado e se levantou da sua cadeira. Andou até o sofá, onde jogou-se sobre ele e se espreguiçou toda, bocejando preguiçosamente. Enquanto isso, sua gatinha desceu do encosto da poltrona e foi se aconchegar na poltrona.

Por alguns momentos, Ravena ficou encarando o teto de sua sala, onde a luz do dia parecia se distanciar lentamente e as sombras da noite logo chegariam.

Súbito, seu celular azul apita sobre a mesa de centro. Curiosamente, Ravena o pegou achando ser Estelar, Estrela Negra, ou até mesmo sua mãe enviando alguma mensagem querendo saber se ela estava bem. Ao desbloquear a tela de seu celular, Ravena descobriu que era a notificação de uma publicação de Mutano no Instagram.

Ela relutou, ela resistiu, ela hesitou pra não ver o que era a publicação dela, mas acabou clicando para ver e depois disso ela não sabia se estava se odiando por ter ativado as notificações para as publicações e stories de Mutano, ou se queria comer o celular inteiro.

A publicação de Mutano era um vídeo de 35 segundos que mostrava o verdinho na sala de malhação de uma academia, onde havia uma porção daquelas máquinas bizarras para musculação e pesos gigantes, além de uma porção de gigantes musculosos em regatas pequenas e mulheres poderosas em roupas de ginástica coloridas e chamativas. No vídeo, Mutano parece ter colocado o celular em algum apoio perto do chão para filmá-lo de corpo inteiro.

Depois do que devia ser um bom tempo de treino físico, Mutano estava pingando de suor. Estava vestindo uma bermuda preta larga com tênis de corrida e uma regata branca de malha fina que estava delirantemente úmida de suor. Logo mais, Mutano se despiu da sua regata e foi nessa parte que as pupilas de Ravena se dilataram e seu coração pareceu sofrer uma breve parada cardíaca.

Decididamente, o verde nunca fora tão quente, picante e sensual como agora. Os músculos fortes de Mutano reluziam tanto com seu suor que mais pareciam ser feitos de pedras brutas de esmeraldas brilhantes que foram lapidadas com todo o carinho e amor até assumirem a forma de um belo corpo masculino e musculoso que exalava testosterona pelos poros feito uma aura mística de sensualidade provocante, amorosa e excitante.

Ravena ficou completamente paralisada assistindo aquele vídeo de míseros 35 segundos. Nesse pequeno tempo, Mutano checou como estava seu corpo após o treino. Flexionou bíceps, flexionou peitorais e friccionou sua mão esquerda sobre os seis gominhos do seu abdômen fortemente tonificado. Virou-se de costas para vê-las e voltou à ficar de frente só para levantar um pouco a bainha de sua bermuda e ver suas pernas bem torneadas.

Nos últimos dez segundos do vídeo, Ravena estava com uma cara de quem parecia estar passando mal. No final do vídeo, Mutano sorriu bobamente antes de juntar os dedos polegares e indicadores para formar um coraçãozinho fofo e posicioná-lo sobre seu peito musculoso.

-Gatinha agorá.-disse Mutano no vídeo.-Você está bem aqui.

E o vídeo se acabou.

Ravena ficou paralisada por mais 35 segundos com os olhos tão vítreos feito os olhos de vidro de um soldado alemão que perdeu os seus na Batalha da Normandia. 35 segundos depois, Ravena pareceu voltar de onde quer que estivesse, deixou o celular cair sobre os seios e escorregar até o pescoço e logo mais ela voltou à respirar antes de rapidamente se sentar no sofá como se fosse vomitar à qualquer momento.

Mas não foi um mal-estar que ela sentiu nem nada negativo como isso. Na realidade, foi algo muito positivo que Ravena só pôde descrever como labaredas quentes e altas subindo pelas pernas e envolvendo seu corpo todo em uma vontade obstinada. Ela olhou para o celular, sentindo uma vontade louca de assistir o vídeo de Mutano de novo, de novo e mais um zilhão de vezes.

-Não!-Ravena gritou para o celular e Morgana abriu os olhinhos de âmbar e olhou para sua dona.-Eu não vou ver o seu vídeo de novo! E não vou fazer aquelas coisas com você de novo!

Pois bem, Ravena pulou do sofá e saiu correndo com as pernas bambas feito uma bêbada e foi logo se trancar no seu quarto pra fazer sabe-se lá o quê.



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