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História A Escritora Solitária e O Amante de Animais - Esquisitices da Natureza e As Verdadeiras Raízes Francesas


Escrita por: HiroNekochan18

Capítulo 74 - Esquisitices da Natureza e As Verdadeiras Raízes Francesas


Fanfic / Fanfiction A Escritora Solitária e O Amante de Animais - Esquisitices da Natureza e As Verdadeiras Raízes Francesas

Ravena havia feito uma pequena viagem de táxi do seu apartamento até o parque da cidade, mas na sua ansiedade amorosa e apaixonada a viagem pareceu se estender por horas a fio. Pois ela queria muito se reencontrar com Mutano agora que finalmente conseguiu aceitar esse amor. A maluca estava quase mandando o taxista pisar fundo na tábua e avançar todos os sinais quando finalmente deu de cara com os portões de entrada do parque.

Logo após pagar o taxista, Ravena adentrou aquele belo oásis verdejante e outoniço em meio à grande selva de pedra urbana e moderna. Ela levava Morgana em sua mochila de transporte azul nas costas e havia se vestido bem e se perfumado todinha só para deixar um certo verdinho todo biruta perto dela. Ravena andou por alguns minutos à procura de Mutano, mas não foi muito difícil de achá-lo.

Bastava procurar por um garoto verde de orelhas pontudas e sorriso bobo e fofo cercado por uma trupe de animais debaixo de um grande bordo vermelho. Era lá que Mutano estava com seus animais. Ravena acabou parando de andar e começou a sorrir divertidamente ao ver que seu namorado estava preparando um piquenique para os seus amados bichinhos.

Estavam Castanha & Castanhola, Trovoada e Labareda, Penumbra e Bola de Neve, Tutti Frutti, Gritalhão e Ervilha todos juntos naquele piquenique ao lado do seu amado dono. Mutano havia estendido a toalha de piquenique e distribuído uma porção de almofadas, onde os gatinhos e os cachorrinhos foram logo se largando bem felizes por cima. Ele havia trazido até um poleirinho de chão para Gritalhão se empoleirar e junto disso também estava aquela mesma cesta de piquenique supostamente sem fundo de onde Mutano tirou uma horda de biscoitinhos, petiscos, frutas, saladas e rações para os seus animais devoraram, além de alguns brinquedinhos para eles e sua própria comida.

Ravena não resistiu em ficar assistindo de longe por alguns momentos. Era tão fofo ver Mutano com seus animais ali na maior paz e era também impressionante como nenhum deles não fugia do nada, ou ficava com medo naquele parque tão gigantesco com pessoas que iam e vinham por aí. Ravena ficou maravilhada e encantada com isso. Parece que ela acertou muito bem em ter pintado um quadro de Mutano como um espírito da floresta amigo dos animais.

Era a pintura se realizando na sua frente.

Nessas, o amante de animais estava tirando da sua cesta de piquenique um bentou de madeira quadrado cheio de anpan veganos caseiros quando avistou ninguém menos que a escritora solitária a alguns metros de distância dele.

Foi hilário e fofo. Ele pulou da sua almofada feito um coelhinho alegre e animado, e sorriu como um Gato de Cheshire ao ver ela bem ali tão pertinho. A seguinte, ele começou a andar na sua direção e ela também fez a mesma coisa – só que parece que andar estava deixando seus corações agoniados, então eles simplesmente saíram correndo de encontro um ao outro.

E o seu reencontro foi demais. Os dois se atiraram um no outro, abraçando-se apaixonadamente e logo Mutano tirou Ravena do chão e girou sem parar com ela, fazendo-a rir e gritar de susto e felicidade. Giraram e giraram, riram alegremente por estarem juntinhos de novo. Pois bem, Mutano colocou Ravena no chão e imediatamente os dois se beijaram apaixonadamente. Queriam matar a saudade que tinham um do outro, mesmo que não tivesse durado nem cinco horas.

Sempre brincalhão, Mutano mordiscou o lábio inferior de Ravena com suas presas lindas e isso a fazia gemer suavemente com o doce beijo de amor. Os dois amantes se demoraram uns longos minutos apenas se beijando sem parar e se agarrando cheios de amor pra dar. É claro que em algum momento Mutano pareceu que queria devorar Ravena todinha e ela começou a rir e teve de desgrudar suas bocas.

-Gar! Você está com fome?!-disse ela, rindo.-Estamos em público, seu louco!

-Hmm, pardonne-moi, Miss Rae...-respondeu ele, ruborizando e sorrindo todo apaixonadinho.-É que toda vez que eu olho pra você, eu só sinto vontade de te agarrar todinha... de te abraçar, te beijar...

As palavras dele morreram em um novo beijo apaixonado. Durante todo o momento Ravena sorria em cada beijo apaixonado e detalhe: parece que o pezinho dela estava se levantando suavemente como nos filmes de romance melosos da Estelar. Os novos beijos demoraram menos dessa vez e logo os lábios se separaram e Mutano abraçou Ravena com bastante vontade, os dois se agarrando apaixonados e não hesitando em inalar seus perfumes deliciosos que recendiam em seus pescoços.

-Ah, minha gatinha angorá...-ronronou Mutano, sorrindo.-Você está tão lindinha e cheirosinha... parece que acabou de sair do salão de beleza de gatinhas lindas.

-Para!-Ravena começou a rir.-Se eu saí de um salão de beleza de gatinhas lindas, você saiu de um salão de beleza de tigrões!

Hmmm, tome cuidado, gatinha linda.-Mutano provocou Ravena, mordiscando seu pescoço.-O tigrão ainda está por aí...

-Não tenho medo de grandes felinos.-Ravena provocou também.

Enfim, os dois se olharam, seus olhos brilhando tão lindamente como se só existissem os dois em toda a existência. Carinhosamente, Mutano beijou o narizinho de Ravena, que ruborizou e sorriu – e ela também não resistiu em beijar o narizinho dele que era tão fofo que até lembrava nariz de gatinho.

-Venha, Madame Rae.-disse Mutano num sorriso bobo.-Venha nos acompanhar num piquenique com animaizinhos fofos. Só não repare se alguma comida tiver pêlos, ou penas.

-Cala a boca...-Ravena começou a rir de novo.

Eles caminharam juntos de mãos dadas até o alegre piquenique de animaizinhos fofos. Parece que estava todo mundo se divertindo ali comendo suas comidinhas deliciosas no maior conforto. Ravena sentou-se junto com Mutano bem pertinho do tronco do grande bordo vermelho e tirou sua mochila de transporte das costas. Morgana pulou pra fora e foi se reunir aos seus amiguinhos e, é claro, ela também ganhou biscoitinhos de peixe e uma deliciosa lata de atum.

-E aí, Rae?-Mutano pegou o bentou com anpan novamente.-Está afim de uns docinhos japoneses veganos?

Ele abriu a tampa de madeira e ela olhou dentro. Estavam ali uma porção de pãezinhos gorduchos, fofos e cheirosos enfileirados e com gergelim preto por cima.

-Ai, que delícia.-Ravena sorriu e foi logo agarrando dois de uma vez.

Ela mordeu o primeiro e gemeu de prazer gastronômico ao sentir a doçura singela e suave do recheio de anko por dentro da massa fofinha e vegana do anpan.

-Gar...-falou ela com a boca cheia.-Isso está maravilhoso!

-Jura?-Mutano sorriu após engolir uma bela mordida do seu anpan.-Fala assim, Rae... kore tte subarashii, Gaachan.

-Kore tte subarashii, Gaachan.-Ravena falou rapidamente e deu outra mordida no anpan.

Mutano ficou com cara de tacho encarando ela.

-Garota...-disse ele, todo perplexo.-Você é a árvore genealógica linguista em forma de garota linda? Porque eu levei séculos pra conseguir pronunciar essa frase corretamente e ainda escrevê-la em kanji. E kanji esgarranchados.

-Gar, o truque para se aprender outros idiomas é olhar de perto.-respondeu Ravena toda sábia e inteligente.-Quando olhamos um idioma bem de perto, conseguimos compreendê-lo e aí as barreiras que nos impedem de entender a estrutura das frases, os verbos e os vários modos polidos e informais acabam desabando de vez e podemos sair batidos pra qualquer idioma.

-E foi assim que funcionou pra você, Rae?-indagou Mutano com um sorriso todo apaixonado e cheio de admiração.

-Só mais complexo.-Ravena devorou o restante do segundo anpan.-Eu quero mais.

-Come mais, minha deusa.-Mutano se sentou mais pertinho dela e pegou mais um anpan do bentou.-Aqui. Deixa eu dar na sua boquinha.

Ele levou o anpan até a boca dela que sorriu meio ruborizada, mas mordeu o pãozinho fofo.

-Hmmmm, mordidinha...-brincou Mutano antes de mordiscar a bochecha de Ravena carinhosamente.

-Para de me morder!-Ravena riu.-Guloso.

-Mas eu gosto de morder você, Rae.-falou Mutano num sorriso fofo e manhoso.-Você tem gostinho de açúcar. Parece um cupcake docinho e bonitinho todo confeitado.

Só de raiva, Ravena mordiscou a bochecha de Mutano também e os dois não pararam mais de rir. Ele segurou o anpan mordido nos dedos e os dois o morderam juntos como o casalzinho fofo e doce que eram agora depois de muito tempo à espera desse amor.

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O piquenique estava sendo maravilhoso até o momento presente. Ravena e Mutano comeram muitas gostosuras juntos, brincaram com os animaizinhos ao seu redor e, é claro, namoraram sem parar até perder-se de vista. Logo mais, eles mergulharam um ócio relaxante e confortável. Mutano colocou algumas almofadas contra o tronco do bordo vermelho para se encostar dele e deixou que Ravena se escorasse toda dele, sendo abraçada por seus braços verdejantes com sua cabeça suavemente repousada em seu ombro.

Os dois contemplavam as belas paisagens do parque, onde as árvores coloridas despontavam do verde da relva, derrubando folhas secas mil que eram levadas pela brisa gelada do outono. Pardais apareciam voando de vez em quando e sempre tinha alguém desfilando por aí com um casacão elegante e quentinho. Os animais de Ravena e Mutano pareciam estar brincando entre si agora, todos eles bem confortáveis e preguiçosos quase que se amontoando um no outro, o que era algo bem fofo de se ver.

Ravena suspirou toda confortável e preguiçosa entre as pernas e os braços de Mutano e o olhou com aqueles seus lindos olhos violetas curiosos. Ele a olhou também com aquelas esmeraldas lindas e começou a sorrir feito um bobo apaixonado. Isso a fez rir.

-Gar...-disse ela, aconchegando-se mais no abraço dele.-Me conta umas coisas esquisitas da natureza...

-Umas coisas esquisitas da natureza... ah, isso ela tem de sobra.-respondeu Mutano, fazendo Ravena rir de novo.-Vejamos... morcegos. Muita gente conhece os morcegos que bebem sangue de animais e também os morcegos que comem frutas, mas tem outros morcegos que se alimentam de coisas ainda mais incomuns.

-Sério?-Ravena estava toda curiosa.

-Seríssimo.-assentiu Mutano, todo sábio e inteligente.-Tem morcego que come peixe, morcego que come insetos, morcego que se alimenta até do néctar de flores.

-O quê?-Ravena começou a rir.-Não creio! Isso acontece mesmo?

-Acontece. Acredite, se quiser.-Mutano riu também.-Esses dias eu vi um morcego do deserto comendo um escorpião e olha que o escorpião meteu o ferrão venenoso dele no morcego feito louco, mas era óbvio que o maluco era imune à toxina.

-Hmmm, agora eu fiquei curiosa...-Ravena sorriu divertidamente.-Me conte mais!

-Sabe que o Deserto do Saara nem sempre foi um deserto?-indagou Mutano.

-Jura?-Ravena o olhou toda pasma e encantada.

-Ele já foi uma floresta tropical bem verdejante e úmida como a Amazônia e os Ghats Ocidentais.-está dizendo Mutano.-É que por razões misteriosas ele está passando por um ciclo de estiagem que dura 20.000 anos. Uma estiagem tão poderosa que matou toda a sua vegetação verde e o transformou tudo em dunas de areias... mas talvez algum dia, quando este ciclo se completar, pode ser que alguém o veja com floresta tropical de novo.

-Ahhh...-ecoou Ravena como se tivesse tido uma epifânia.-Agora faz sentido aqueles arqueólogos e egiptólogos terem dito que havia erosão feita por chuva nas construções antes dos egípcios...

-Exatamente, Rae!-Mutano sorriu e beijou Ravena no topo da cabeça.-Falando em Egito Antigo, acredita-se que os mamutes ainda existiam até aquela época antes de tragicamente se extinguirem.

-Eu estou passada.-Ravena deixou escapar com um olhar de fascínio total.-Aqueles bichões ainda estavam vivos logo naquela época?

-Vivos e perambulando por aí.-Mutano brincou, sorrindo.

De repente, Ravena se mexe e se senta todinha no colo de Mutano, abraçando ele pelo pescoço. Ele ri e a abraça carinhosamente pela cintura. Os dois juntam seus rostos sorridentes e fofos como se fossem tirar uma foto.

-Me conta tudinho, Gar!-pediu Ravena toda animadinha.-Eu sou sua aluna e você é o meu professor super incrível.

-Tuuudo bem.-Mutano cantarolou, fazendo Ravena rir.-Dizem que os dinossauros e todas as grandes feras que existiram com eles  no céu, na terra e no mar hoje já são extintas. Mas nunca fale de extinção quando se referir ao mar porque alguns anos atrás o tubarão-cobra apareceu na superfície das águas do Japão. Estava debilitado e só deu tempo de capturá-lo e filmá-lo como prova concreta antes que o animal morresse. Essa criatura marinha residente das zonas escuras e sombrias do oceano deviam estar extinta há uns 80 milhões de anos...

-Ai, meu coraçãozinho...-Ravena se agarrou toda em Mutano, fazendo de conta que estava com medo.-Então, o Megalodonte ainda deve estar por lá! E alguma coisa parecida com o Kraken também!

-Bom, no caso do Megalodonte sempre tem um Jason Statham pra salvar o dia.-brincou Mutano.-Quanto ao Kraken, pode ser que ele tenha existido de verdade, mas não como um monstro marinho que destrói embarcações poluidoras no mar. O que se acredita é que o que chamavam de Kraken deve ter sido um dos últimos exemplares de polvos e lulas pré-históricos gigantes que ainda estavam vivos naquelas épocas, mas... se tubarão-cobra apareceu, quem não garante que apareçam Megalodonte, Kraken e talvez até o Cthulhu.

Ravena começou a rir e Mutano também.

-Se Cthulhu aparece, um dia, estamos todos ferrados!-disse ela aos risos.

-Não se Kristen Stewart largar uma bomba nele primeiro.-provocou Mutano, fazendo Ravena rir mais.-E diga, Rae? Quer mais esquisitices birutas da natureza?

-Quero sim!-Ravena ainda ria um pouco.-Quero tudinho!

-Pois muito bem...-Mutano pensou por um momento.-Já que estamos falando de coisas gigantescas, que tal uma Titanoboa, um Purussaurus Brasiliensis e uma Stupendemys Geopraphicus?

-E o que é todo esse latim?-quis saber Ravena, toda curiosa.

-São os nomes para uma serpente constritora de 14 metros de comprimento, um crocodilo monstruoso de 12 metros de comprimento e uma tartaruga de 4 metros de comprimento.-explicou Mutano, rindo da cara de passada de Ravena.-Eram grandes répteis da Pré-História, mas não eram só os répteis que eram gigantes. As aves também eram colossais.

-Até as aves...?-Ravena ecoou fascinada.

-As Phorusrhacidae, mais conhecida como Aves do Terror eram grandes aves predadoras de um porte que variava entre 1,5 metros e 3 metros de altura.-contou Mutano.-Mas o que não as deixavam piores era o fato de não poderem voar, só que isso era possível para a famosa Águia de Haast, a maior águia que já existiu no mundo com uma envergadura que variava entre 2,60 metros e 3 metros de comprimento de uma asa à outra direto da Nova Zelândia.

-Olha, Gar, sinceramente, eu estou muito feliz de estar vivendo essa época de agora...-comentou Ravena, abrindo um sorriso divertido.

-Acho que eu também.-riu Mutano.-Mesmo amando os animais e sendo vegano. Agora me diga, Rae? Por quê alguns gatinhos gostam de água e outros não?

Ravena parou por um momento e olhou para Mutano de forma curiosa.

-É mesmo...-falou ela.-Que estranho, eu já vi isso na Internet várias vezes. Tem uns que mergulham na água e outros que correm dela...

-A resposta está nos ancestrais das raças de cada gatinho nosso.-sorriu Mutano, dando um beijinho no nariz de Ravena, fazendo-a sorrir.-Por exemplo, grandes felinos que vivem em zonas de muito frio, gelo e neve possuem uma pelagem bem grossa e fofa com várias camadas protetoras para aquecê-los do frio intenso como o leopardo-das-neves. Se você molha um animal desses a água se acumula demais na sua pelagem e demora muito tempo para secar e isso faria com que ele morresse de frio e mais ainda temesse muito se molhar. Então, os gatinhos que tem medo de água descenderam de grandes felinos de lugares muito frios.

-Hmmm, faz sentido, Gar, faz sentido!-Ravena riu e beijou Mutano na bochecha algumas vezes.-E aqueles gatinhos que amam água?

-Simplesmente o contrário.-Mutano riu também.-Eles descendem de grandes felinos que vivem em lugares mais tropicais com muito calor. Por exemplo, a onça pintada mergulha na água como se nada fosse porque sua pelagem é mais leve e com menos camadas protetoras. Isso faz com que ela possa suportar melhor o calor do seu habitat natural e que a água em seu corpo refresque-o e depois seque mais rápido. Por isso, há gatinhos que amam água.

Ravena sorriu toda apaixonada e admirada para Mutano que ruborizou levemente e abriu um sorriso acanhado e fofo.

-Você diz que não tem nem meio cérebro, mas você é um gênio, sabia?-sussurrou Ravena carinhosamente.

-Ah.-fez Mutano e riu.-Meus pais estudaram biologia, paleontologia e mais um monte de coisas sobre natureza e animais. A TV vivia ligada no Discovery Channel, Animal Planet e National Geographic Channel. Eu era o aluno maluco da escola que sabia de cor cada período da Pré-História e como funcionavam os acasalamentos de mamíferos terrestres, mas eu não sabia bulhufas sobre quem descobriu a América, ou como ocorreu a Segunda Guerra Mundial.

-Não faz mal, Gar...-Ravena sussurrou num sorriso doce e amoroso.-Podemos ser professores um do outro... eu te ensino sobre a história da humanidade e você me ensina sobre a história dos animais.

-Ah, então, está combinado.-Mutano sorriu amorosamente.

Os dois sorriram e se beijaram carinhosamente.

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Algum tempo depois, Ravena e Mutano pegaram carona no carro de Cyborg pra transportar todos aqueles animais para o apartamento do verdinho e lá o casal permaneceu por mais um longo tempo.

Ravena havia se aconchegado no sofá fofo e macio de Mutano, só de blusinha de moletom colada e calcinha com cobertor por cima, e estava se divertindo em assistir um documentário sobre a vida marinha nas zonas mais profundas do oceano. Estava passando sobre a carcaça de um cachalote que foi despencando para as profundezas sombrias, onde seria completamente destroçada e devorada por todo o tipo de criaturas marinhas das sombras. Era algo um tanto nojento de se ver, mas Ravena tinha um estômago bem forte.

Enquanto isso, Mutano estava preparando algo especial na cozinha e disse para Ravena não espiar até que ele chegasse com a surpresa na sala de estar. É claro que isso só deixou a escritora solitária ainda mais curiosa enquanto tentava descobrir o que era pelos aromas que vinham da cozinha do amante de animais.

E os animais estavam pra lá e pra cá. Só Ravena já estava coberta por dois coelhinhos, um porquinho e sua gatinha Morgana que se aconchegavam junto ao seu corpo no sofá quentinho e confortável. Os cachorros e os gatos de Mutano estavam por aí no tapete, nas poltronas com a iguana verde escondida debaixo da mesa de centro e o papagaio africano tagarelando como de praxe em seu poleirinho no alto da parede.

-Gaaar!-Ravena choramingou chorosamente.-Ver esses vermes zumbis devorando a ossada do cachalote está me deixando com fome!

-Que nojo!-Mutano começou a rir na cozinha.

-Diz logo o que você está cozinhando!-ordenou Ravena, ainda muito chorosa.-Eu estou sentindo cheiro de uma porção de coisas aqui. Até parece alucinação olfativa!

-Relaxa, Rae.-respondeu Mutano, rindo.-Já vai sair num instantinho...

Então, Ravena continuou lá no sofá assistindo o documentário de vida marinha enquanto seu estômago roncava à medida que os aromas mais gostosos eram captados pelo seu olfato apurado de gatinha angorá.

Isso levou mais uns dez minutos até que Mutano chegou da cozinha só de calça de moletom levando nas mãos um prato de cristal ornamentado bem grande que estava coberto com uma linda pilha de macarons violetas e verdes. Quando Ravena viu, ela quase pulou do sofá em cima de Mutano.

-Macarons!-Ravena exclamou alegremente, sentando-se rapidamente no sofá.

-Macarons veganos de mirtilo e pistache.-respondeu Mutano todo sorridente ao colocar o prato grande de macarons sobre a mesa de centro.-Com marshmallow e ganache deliciosamente veganos.

-Que coisa linda!-Ravena foi logo agarrando seu celular na mesa de centro.-Eu preciso tirar uma foto disso.

Ela tirou uma bela foto e logo largou o celular no canto do sofá. Já ele pegou um macaron para cada um, verde pra ela, violeta pra ele – e os dois inalaram seu doce aroma gostoso.

-Como diriam meus ancestrais românticos.-falou Mutano num sorriso brincalhão.-Bon appétit!

-Bon appétit!-Ravena riu e mordeu seu macaron.

Mutano também mordeu seu macaron e os dois gemeram e sorriram de prazer com a doçura saborosa dos docinhos franceses. Devoraram os primeiros em meio minutos e já foram pegando mais. A seguinte, Mutano se aconchegou com Ravena no sofá e trouxe o prato de macarons para o colo dos dois. Ambos devoraram os macarons com sorrisos bem felizes e apaixonados.

-Vem cá, Gar?-Ravena o olhou enquanto saboreava um macaron de mirtilo.-Uma coisa que sempre me intrigou...

-Você comeu muito trigo?-indagou Mutano com um olhar curioso.

-Para.-Ravena começou a rir, fazendo Mutano sorrir e lhe beijar na bochecha.-Essa história de ancestrais românticos, de você imitar sotaque francês e... perfumes franceses... você é francês mesmo, ou tem alguma ascendência francesa? Como é que é o negócio aí?

-Bom...-foi a vez de Mutano rir.-Por mais que o Cyb e o Robin debochem de mim com essas minhas maluquices francesas, eu sou tecnicamente francês. Na verdade, neto de francês.

-Sério?-Ravena começou a sorrir toda encantada.-Então, você veio da Cidade-Luz?

-Paris, não, mas Franche-Comté.-explicou Mutano com o sorriso fofo e meio acanhado.-Minha avó era de lá. Ela se casou com um americano e teve a minha mãe, Marie, que por sua vez era franco-americana. E depois disso ela se casou com meu pai, Mark, que também era americano, mas nessas alturas eles já moravam aqui nos Estados Unidos. Eles até me levaram numa viagem pela França quando eu era pequeno.

-Não creio!-Ravena gritou toda apaixonada.-Tem fotos de você pequenininho, tem, Gar?

-Tem, tem sim.-assentiu Mutano, rindo.-Tem um álbum inteiro de fotos dessa viagem à França. Eu e meus pais nas praias da Normandia, visitando o Mont Saint-Michel, o Louvre em Paris, os vinhedos da Borgonha, as pegadas de dinossauros fossilizadas em Jura e, é claro, uma viagem de volta às minhas raízes francesas em Franche-Comté.

-Já sei!-Ravena engole um macaron mastigado em sua boca.-Vamos reunir os nossos melhores álbuns de fotografias de quando éramos crianças e mostrar um para o outro. Mas com uma condição.

-Qual?-Mutano começou a sorrir em diversão.

-Nem pense em me chamar de fofinha.-respondeu Ravena seriamente.

-Oh, neném...-Mutano começou a agarrar Ravena na hora.-E como eu poderia não te chamar de fofinha? Logo você que é tão fofinha como uma gatinha angorá e fica ainda mais fofinha quando está com raiva...

-Gar, para!-Ravena começou a rir quando Mutano saiu beijando seu pescoço todo.-Senão eu vou te transformar num abajur verde!

-E eu te transformo numa coelhinha fofinha!-provocou Mutano e mordiscou a orelhinha de Ravena.

E os dois ficaram lá naquele sofá namorando tanto que até se esqueceram dos macarons e do documentário de natureza.



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