1. Spirit Fanfics >
  2. A Escritora Solitária e O Amante de Animais >
  3. Benefícios do Banho no Chuveiro

História A Escritora Solitária e O Amante de Animais - Benefícios do Banho no Chuveiro


Escrita por: HiroNekochan18

Capítulo 76 - Benefícios do Banho no Chuveiro


Fanfic / Fanfiction A Escritora Solitária e O Amante de Animais - Benefícios do Banho no Chuveiro

Ravena acabou dormindo no apartamento de Mutano naquela noite. Os dois dormiram de conchinha sob as cobertas quentes, ele a abraçando por trás e ela tocando carinhosamente as mãos dele com as suas. A noite se passou tão pacífica e cheia de doces sonhos e a manhã não poderia ser melhor.

Foi com o som de trovões distantes e a chuva caindo que Ravena acordou. Sua cabeça estava repousada num travesseiro fofo, macio e confortável, assim como o colchão, onde seu corpo se deitava – e as cobertas eram tão quentinhas e deliciosas. Ela queria ficar ali o dia inteiro... entretanto, cadê Mutano?

Abrindo seus olhos violetas, a escritora solitária deu de cara com o rosto fofo e sorridente do amante de animais na sua frente. Ele estava sentado no chão do quarto e debruçado na borda da cama, olhando para ela e sorrindo docemente.

-Gar...-Ravena começou a sorrir.

-Oi, Rae...-sussurrou Mutano num sorriso amoroso.

-Oi...-Ravena já estava toda sorridente.

-Você está muito gatona essa manhã.-elogiou Mutano, tombando a cabeça para o lado de um jeito fofo.

-Logo eu que acabei de acordar?-Ravena riu em diversão.-Meu cabelo deve estar todo zoado.

-Imagine, Rae.-Mutano riu também.-Você é que nem a Bela Adormecida. Você pode dormir por um zilhão de anos até a humanidade inteira desaparecer misteriosamente e quando você acordar você vai estar uma linda gatinha angorá.

-Para de ser fofinho...-Ravena sorriu amorosamente e agarrou a mão verde de Mutano sobre as cobertas.

Ele sorriu todo animadinho e começou a acariciar a mão dela com as duas, brincando de desenhar as linhas da palma com o dedo indicador.

-Agora você acorda e continua lindo e perfeito.-disse Ravena, sorrindo para o namorado.-Devia ser modelo. Acho que eles sofrem menos do que as mulheres que precisam permanecer esqueléticas o tempo todo.

-Bom, isso meio que quase aconteceu alguns anos atrás.-comentou Mutano num sorriso meio tímido.-Quando eu era criança, me chamaram pra fazer comerciais. Acho que alguma coisa com crianças que sujam as roupas na lama e as mães lavam num sabão em pó poderoso. Depois quando eu tinha 19 anos, me chamaram pra posar numa revista... meio suspeita...

Ravena parou e começou a sorrir ao passo que Mutano ficou todo vermelhinho.

-Eu não acredito nisso.-disse ela, rindo.-Lindo e gostoso do jeito que você é já devia estar desfilando na passarela, ou sendo galã de filmes de romance. E por quê você não aceitou esses convites?

-Ah, é que...-Mutano parecia estar quase rindo.-Eu sou tímido.

-O quê?-Ravena começou a rir.-Você tímido? Logo você que adora aparecer?

-Eu gosto de aparecer pra você Rae.-Mutano sorriu todo acanhado e fofo.-Eu gosto de fazer gracinhas fofas só pra você. Já com os outros... bom, os outros são os outros, uns chatos de galocha com capas de chuva e guarda-chuva. Agora você é a minha gatinha angorá.

Ravena sorriu docemente e foi se rastejando até Mutano tão logo o beijou na boca. Um beijo doce, meigo e amoroso que fez os dois sorrirem durante o seu beijo. Separaram seus lábios e se olharam tão docemente. Ela acariciou uma das orelhas pontudas dele, que tombou a cabeça para o lado e sorriu todo fofo como se estivesse amando o carinho gostoso.

-Continue fazendo essas gracinhas fofas para mim, Gar...-ronronou Ravena carinhosamente.-Eu amo demais...

-Bom, então, acho que eu acertei de novo.-disse Mutano e olhou para o lado.-Olha lá.

Ravena olhou para o lado e lá estava uma linda bandeja de bambu na qual estava um prato branco grande coberto por uma pilha de sete panquecas maravilhosas com uma cobertura de morangos, mirtilos, framboesas, bananas e amoras, e chantilly vegano.

A seguinte, Ravena beijou Mutano na boca de novo e foi logo se sentando na cama e indo agarrar a bandeja para colocar no colo. As panquecas ainda tinham xarope de bordo e aveia em flocos com chips de chocolate sem leite salpicadas por cima, além de folhinhas de hortelã por cima. Isso, sem contar com uma caneca de chocolate quente vegano ao lado com marshmallows veganos por cima.

-Gar, que coisa incrível!-exclamou Ravena toda apaixonada pelas panquecas.-Me diga, Chef Gar? O que temos para o café da manhã de hoje?

-Oui, Madame Rae.-Mutano sorriu bobamente.-Hoje vamos de panquecas veganas de maçã com canela recheadas com creme de avelã e manteiga de amendoim integral, cobertas com xarope de bordo e chantilly de leite de aveia, e acompanhadas de morangos, mirtilos, framboesas, bananas e amoras, além de aveia em flocos, chips de chocolate sem leite e essas folhinhas de hortelã. E esse chocolate quente de leite de amêndoas com marshmallows veganos. Bon appétit, Madame Rae!

E prontamente Ravena atacou suas panquecas deliciosas. Cortou um monte de pedaços com garfo e faca, e devorou feito uma leoa louca e feroz. Mutano ficou paralisado ao ver Ravena descendo a lenha nas panquecas como se estivesse atravessando o mar vasto e profundo de uma dieta tibetana quase sem consistência e sustância – mas um minuto depois Mutano sorriu apaixonadamente e ficou olhando sua namorada massacrar suas panquecas feito uma orca faminta com uma pobre e miserável foca em alto mar.

Levou uns dez minutos, ou talvez doze para as panquecas serem devoradas completamente e Ravena ainda lamber o prato antes de beber todo o chocolate quente com marshmallow e tudo. Quando ela terminou, deixou a bandeja de bambu sobre a cama e ficou encostada na parede atrás do beliche num sorriso de prazer imenso e feliz.

-Caramba...-Mutano riu em diversão.-Você estava mesmo com fome.

-Sua comida é uma delícia.-Ravena sorriu docemente.

-Muito agradecido, Rae.-Mutano sorriu também.-Mas e aí...? Quer tomar banho comigo?

-Está querendo cutucar a leoa com essa vara curtinha?-Ravena provocou, abrindo um sorriso malicioso.

-Vara curtinha?-Mutano questionou num sorriso provocante.-Eu sou um cavalo garanhão gigante, valeu? Sou alazão! Sangue-puro! Daqueles que dá um coice maravilhoso de fazer voar qualquer idiota, mas que também faz amorzinho gostoso e apaixonado com muito carinho e amor.

-Como é que você consegue ser fofo e safado ao mesmo tempo, Gar?-Ravena começou a rir.

-Ah.-Mutano sorriu bobamente, passando a mão pelos cabelos verdes.-É um dos meus vários dons.

Ravena sorriu amorosamente. Mutano era impossível – e maravilhoso.

-Vamos tomar um banhinho, alazão.

:

O banheiro estava cheio de vapor quente do chuveiro neste momento. O som da água caindo no chão ecoava até o corredor do apartamento. E por trás das portas de vidro embaçado do box estava um casal apaixonado que não sabia muito bem se tomava banho, ou se continuava se agarrando em uma miríade de beijos cheios de amor e ternura que não se acabava mais.

Debaixo do chuveiro de águas bem quentinhas, Ravena e Mutano estavam cobertos de espuma dos pescoços aos pés e até seus cabelos tinham um pouco de espuma restante de shampoo. Os dois abraçavam-se apertado com seus braços bem enlaçados em seus corpos desnudos, quentes e molhados que se colavam deliciosamente um no outro, desfrutando de um calor quente, doce e suculento que os deixavam bem felizes e delirantes. Suas mãos seguravam esponjas cheias de espuma e, às vezes, eles tentavam ensaboar um ao outro, mas quase não conseguiam fazer isso, já que seus lábios estavam usando toda a concentração de seus corpos para beijos de amor sem fim.

Ravena já tinha se esquecido há muito tempo dos benefícios de tomar banho em chuveiro. Ela sabia que numa banheira não era tão fácil de se agarrar com Mutano assim a menos que essa banheira fosse do tamanho de uma jacuzzi gigante pra várias pessoas com hidromassagem e luzes coloridas no fundo. Mas até que era bom e os dois se deleitavam em se encher de amor sem parar por um longo tempo.

Em algum momento, Ravena riu entre o beijo quando Mutano mordiscou seu lábio inferior carinhosamente com suas presas sensuais. Ela riu mais e isso fez ele sorrir durante o beijo.

-Para de me morder...-Ravena sussurrou quase rindo.

-Tá bom...-Mutano sorriu todo bobo.-Então, eu vou te apertar.

Nessas, Ravena ri quando sente uma certa mão verde apertar com vontade sua bunda redonda e carnuda coberta de água quente e espuma.

-Deixa de ser atrevido!-Ravena riu e beliscou o mamilo verde de Mutano.

-Ai, safada!-Mutano gritou e riu, e logo mordiscou o pescoço de Ravena, fazendo ela rir mais.-Só de raiva, vou te morder todinha!

E ela ficou rindo enquanto ele brincava de mordiscar seu pescoço todo, subindo e descendo sem parar, partindo do ombro pequeno e delicado até bem perto da orelha que se revelava por causa das madeixas de cabelos violetas bem molhadas. Ravena agarrou carinhosamente os cabelos verdes de Mutano, sentindo a espuma do shampoo entre seus dedos enquanto sua outra mão esfregava a esponja no bíceps musculoso dele – e o amante de animais, ainda apertando carinhosamente a bunda fofa da escritora solitária, foi subindo a esponja espumosa pela cintura até alcançar o seio direito. Ele esmagou a esponja contra o seio, fazendo com que cascatas de espuma o banhassem todinho.

Nesse momento, Mutano parou de mordiscar o pescoço de Ravena e olhou para os seios gigantes e fofos dela com um sorriso bobo e travesso. Esfregou tão suavemente a esponja contra o seio direito, admirando o mamilo e a aréola gigantes e violetas que se cobriam docemente da espuma de sabonete. Logo mais, ele parou e agarrou o seio em sua mão, apertando-o várias vezes como se fosse uma bolinha de borracha para aliviar o estresse.

-Está tentando me ordenhar, seu biruta?-Ravena começou a rir.

-Não, Rae.-Mutano riu também.-É que eu ainda fico besta de ver como tudo isso pode ser natural. Fala sério! Nem silicone pode reproduzir tudo isso, ainda mais porque silicone deixa tudo duro e imóvel. Agora esses travesseiros de marshmallow são fofinhos, macios e balançam à vontade.

-Garotos sendo garotos.-Ravena sorriu, provocante.

-Ah, Rae, confessa!-Mutano abriu um sorriso doce e amoroso.-Seus seios são uma obra de arte e o seu corpinho todo também. Você é linda e perfeita da cabeça aos pés!

Ele a beijou na boca, fazendo-a ruborizar e sorrir acanhada.

-Para, Gar...-disse ela bem baixinho e toda manhosa.-Se eu sou linda e perfeita, você é a beleza imensurável da natureza encarnada em forma humana.

-Hmm, que descrição chique.-Mutano riu.-Vou colocar isso na legenda da minha próxima foto de pós-malhação.

-Convencido.-Ravena riu.

-Mas eu ainda fico fascinado com tudo isso.-e Mutano voltou à apertar o seio carnudo que enchia sua mão.-Eu vi o tamanho do seu sutiã, Rae. Eu só quero saber uma coisa: você sempre usou sutiãs e calcinhas tão pequenos e atrevidos, ou só começou a usá-los pensando em me seduzir algum dia?

-Não, eu nunca tive a intenção de seduzir ninguém.-Ravena não deixou de rir.-Eu só... bom... eu só achava lindo, não lindo em mim porque eu tinha meus complexos até você esfregar a minha beleza na minha cara com seus elogios fofos, mas mesmo assim eu via aqueles sutiãs pequenos e delicados nas lojas com aquelas calcinhas... meio encolhidas e eu achava eles tão lindos que eu quis usar em mim. Acho que eu imaginava que nunca ia aparecer pra ninguém sem minhas roupas, então eu comprava os mais escandalosos.

-Eu posso ver esses mais escandalosos algum dia...?-Mutano sorriu todo sedutor e amoroso.

-Você vai ver a coleção inteira.-Ravena sorriu também e beijou o namorado na ponta do nariz verde.-E... tem outra coisa...

-Que coisa?-Mutano ficou todo animadinho e curioso.

-Érm...-Ravena começou a ruborizar.-Um macacão.

-Macacão?-indagou Mutano, as pupilas se dilatando.

-É. Um macacãozinho.-está dizendo Ravena.-No meu aniversário de 22 anos a Estrela Negra me deu um macacãozinho de jeans azul. Era tão curto e pequeno que eu só poderia usar no verão... ou no verão na praia, mesmo eu não gostando de praia no verão.

Mutano estava com uma cara de quem parecia estar imaginando a coisa toda.

-A Estelar disse que eu ia ficar super fofa com o macacãozinho e... a Estrela Negra disse que eu ia ficar sexy.-prosseguiu Ravena com seu relato.-Eu aceitei o presente, mas eu decidi que nem que a vaca tussa eu ia usar aquilo em público. Daí um belo dia eu tinha saído do banho, fui procurar uma roupa pra vestir e vi o macacãozinho abandonado no meu armário. Eu pensei: vou experimentar... e pra quê...?

-Por quê...?-Mutano parecia hipnotizado com o que quer que estivesse imaginando.

-Acho que a Estrela Negra comprou um número menor pra mim de safadeza.-Ravena saiu falando.-O macacão agarrou na minha cintura à nível molecular, parecia elastano coladinho e acabou realçando a minha bunda mais do que devia. Até minhas pernas ficaram totalmente expostas.

Mutano começou a morder o lábio e ruborizar.

-Só que a pior parte foi na frente.-Ravena nem parecia se tocar das reações de Mutano.-Era um macacão de alça e as alças se prendiam com botões de metal na frente, só que toda vez que eu conseguia abotoar um botão, o outro abria porque o seio era grande demais e acabava pulando pra fora.

E as orelhinhas pontudas de Mutano se abaixaram lentamente.

-E... tinha outro detalhe... que eu percebi bem depois-Ravena ruborizou levemente.-Por algum motivo misterioso... o macacão tinha uma abertura de zíper... exatamente entre as minhas pernas... naquela região e... bom, hoje esse macacãozinho vive eternamente escondido no meu armário.

Nessas, Ravena olhou para Mutano e percebeu que ele parecia estar passando mal.

-Gar?-ela tocou no rostinho vermelho dele.-Está tudo bem...?

-Rae?-disse ele timidamente.-Vamos mudar de assunto e terminar logo o banho... antes que aconteça algum acidente enorme ainda mais com toda essa água quente e você descrevendo os detalhes tão minuciosamente.

Ravena abriu sua boca, mas depois a fechou e começou a sorrir discretamente. Parece que ela teve uma idéia, mas preferiu ficar calada.

E o banho deles prosseguiu-se até o final.

:

Dois amantes foram se esgueirando até a cozinha. Ele de toalha preta na cintura como um kilt, ela de toalha azul enrolada em volta do tronco como se fosse um vestidinho de noite. Mutano foi levando Ravena para a cozinha, ambos de mãos dadas e sorrindo apaixonadamente um para o outro.

-Vamos fazer um pequeno lanchinho, Rae?-sugeriu Mutano ao abrir a porta da geladeira.

-Me surpreenda, Gar.-pediu Ravena ao sentar numa das cadeiras da mesa.

-Vejamos...-Mutano olhou dentro da geladeira.-Leite de aveia, leite de amendoim, manteiga de amendoim, manteiga vegetal, vegetais orgânicos...

Ravena apenas admirou Mutano ali tão lindo, verdejante e musculoso só de toalha na cintura enquanto procurava algo para um lanchinho gostoso em sua geladeira tão surtida e variada. É claro que, por um momento, ela se distraiu ao ver um papagaio voando da sala de estar e pousando no alto da geladeira. Depois dessa, Morgana apareceu correndo atrás de uma bolinha de borracha roxa com Tutti Frutti e Trovoada. Trovoada pega a bolinha com sua boca grande e saiu correndo em volta da mesa da cozinha com Morgana e Tutti Frutti correndo atrás. E ao mesmo tempo Penumbra parecia estar relaxando dentro de um cesto de vime entre a cozinha e a sala de estar.

Sem resistir, Ravena riu. O apartamento de Mutano não era bem um zoológico, afinal os animais de zoológicos ficavam eternamente aprisionados num cercado minúsculo até causar atrofia. Já o apartamento de Mutano era bem grande com cômodos espaçosos, mesmo com toda a bagunça espalhada e ele sempre levava seus animais para passear. Talvez Ravena pudesse concluir que aquilo estava mais para um santuário de animais, uma reserva ambiental para preservação de animais com risco de extinção – ou nada menos que uma floresta encantada simplesmente.

-Olha, Gar, enquanto nossa chácara não fica pronta, eu me pergunto quais são os seus planos mirabolantes.-comentou ela, rindo.

-Bom, Rae, quando a nossa chácara ficar pronta, a primeira coisa que eu vou fazer será adotar mais animais.-respondeu Mutano todo sorridente enquanto pegava da geladeira um ramo de cebolinhas verdejantes, um pimentão vermelho, uma cebola roxa e mais algumas coisas.

-Sabia.-Ravena começou a rir.-E quem serão seus novos amores?

-Eu estava pensando em gansos, mais precisamente gansos-do-canadá.-está dizendo Mutano ao fechar a porta da geladeira e ir até os armários.-Amo muito esses animais e eu ia gostar de ter alguns na chácara. Seria engraçado eles nos avisarem das visitas enquanto correm atrás das visitas pra morder elas.

-Palhaço!-Ravena começou a rir.-O que mais?

-Hmmmm, carpas não podem faltar, já que teremos uma lagoa de carpas no jardim japonês.-prosseguiu Mutano, pegando no armário sacos de farinha de trigo integral e farinha de aveia.-Eu gostaria de mais répteis também.

-Serpentes?-Ravena olhou para o namorado na hora.

-Calma, Rae.-Mutano riu.-Nada de serpentes, elas são um pouco difíceis de lidar e infelizmente eu não tive a oportunidade de ter mais contato com elas. Falo de tartaruguinhas. Gosto de tartaruguinhas. Acho que eu também vou querer adotar mais uns gatinhos, cachorrinhos, coelhinhos, porquinhos... vai que eles se apaixonam e tem filhotinhos?

-E eu imagino que você não vai separar os filhotinhos e colocar para adoção, não é?-Ravena sorriu docemente.

-Nunca!-exclamou Mutano ao pegar uma frigideira e uma espátula enormes do armário de baixo.-É uma crueldade sem tamanho separar os filhotinhos dos pais e mais ainda os irmãozinhos uns dos outros. Eles são uma família e devem viver juntinhos, por isso nossa chácara vai virar um santuário de animais!

Ravena se esborrachou de tanto rir – e Mutano no seu sorriso bobo, feliz e apaixonado se aproximou dela e a beijou na boca carinhosamente. Ela sorriu durante o beijo e apertou a bochecha verde do namorado.

-E...-Mutano separou os lábios da boca de Ravena.-Um cavalo.

-Um cavalo?-Ravena não deixou de rir.-Então, eu vou ter de acrescentar um estábulo na obra da chácara.

-Bom, se isso custar mais, eu posso ajudar...-falou Mutano timidamente.

-Não, Gar.-Ravena sorriu, colocando o dedo nos lábios de Mutano.-Está tudo bem. Eu posso pagar tudo isso. Não vou ficar endividada nem nada, estou até pensando em acrescentar algumas coisinhas a mais na chácara. Eu quero que seja um presente meu só pra você, seu elfo verde fofinho.

Ela acariciou o rosto dele, que sorriu todo fofo, feliz e apaixonado – e logo a beijou na boca novamente. Os dois beijaram-se apaixonadamente por alguns longos momentos cheios de ternura e amor que os fizeram se arrepiar deliciosamente de prazer. Quando pararam, se olharam e sorriram tão docemente.

-E já que a senhora sua mãe, Vossa Majestade Real de Azarath, tem uma égua árabe branca.-dizia Mutano enquanto acariciava os cabelos violetas de Ravena.-Eu vou adotar um cavalo frísio daqueles bem negros como a noite da cabeça até a cauda. Daí a Nimue e o meu cavalinho negro podem virar um casalzinho yin yang e terem filhotinhos monocromáticos feito zebras.

-Você é um biruta, Gar.-Ravena sorriu em diversão.-E já tem um nome para o seu cavalinho negro?

-Ah.-fez Mutano com um olhar pensativo.-Talvez Yami que significa escuridão em japonês. Ou Yami com algum honorífico junto. Yamikun, Yamisama. Yamiko é muito feminino e Yamisan é sem graça. Yamichan também não passa muita virilidade para um cavalo frísio super poderoso. Acho que Yamisama impõe mais imponência e elegância.

-Perfeito.-Ravena riu.

-E depois eu quero ver toda a papelada dos projetos da Chácara dos Amantes.-respondeu Mutano ao voltar-se para os ingredientes sobre a bancada da cozinha ao lado do fogão.-Fiquei tão grudadinho em você querendo matar a saudade e te encher de amor que até esqueci de ver o que você andava planejando por trás das paredes, sua gatinha inteligente.

Ravena sorriu meio ruborizada e começou a assistir Mutano à preparar o lanchinho deles.

-O que vai ser dessa vez?-quis saber ela.

-Pajeon.-contou ele.-É uma panqueca coreana salgada que originalmente leva cebolinha, carne e pimentão, mas eu vou fazer uma versão vegana. Massa vegana integral e nada de carne, só bastante rodelas de cebola roxa, cenoura ralada, pimentão vermelho em tiras e pedaços compridos de cebolinha. Vou servir com um molho apimentado de shoyu, vinagre e gochugaru, e de sobremesa torradinhas integrais com pasta doce de cacau e resíduos de leite de amendoim que vão acompanhar um delicioso chá. Como sempre.

Ravena olhou para a mesa da cozinha e lá estavam todas as coisas que Mutano lhe disse. Ele estava preparando a massa agora que era uma mistura de farinha de trigo integral, farinha de aveia, água e uma pitada de sal antes de começar a cortar os vegetais e preparar o molho apimentado.

Ele fez a massa num instante – depois preparou o molho apimentado numa tigelinha pequena de laca misturando shoyu, vinagre e pimenta coreana gochugaru. E logo mais, Mutano começou a cortar os vegetais. Foi tudo num instante: uma cebola roxa reduzida à rodelas, uma cenoura média que virou um montinho laranja de cenoura ralada, um grande pimentão vermelho em longas tiras finas cortadas ao meio e metade do ramo de cebolinha que foi cortado ao meio uma única vez.

A seguinte, Mutano ligou o fogo baixo sob sua frigideira e untou com óleo de gergelim. Rapidamente, ele acrescentou metade da massa da pajeon e começou a colocar o recheio. Salpicou com as rodelas de cebola roxa, cobriu-as com a cenoura ralada, colocou as cebolinhas por cima na vertical juntas lado a lado e decorou com as tiras de pimentão vermelho em círculos. Nessa hora, Ravena até se levantou da cadeira para olhar de perto.

-Não é lindo?-indagou Mutano, sorrindo.-Não é colorido?

-Totalmente.-Ravena abriu um sorriso guloso.-E vai ficar uma delícia...

Por final, Mutano salpicou tudo com sementes de gergelim e um toque especial de chimichurri antes de cobrir tudo com o restante da massa da pajeon. Ele tampou a frigideira com uma tampa transparente que logo ficou embaçada com todo o vapor por dentro.

-Um truque legal na hora de fazer panquecas e omeletes é você tampar a frigideira quando está fritando a parte de baixo.-explicou Mutano para uma Ravena toda curiosa.-Daí o vapor que se concentrar dentro da frigideira acaba cozinhando a parte de cima da comida e assim fica mais fácil de virar para o outro lado com a espátula sem arrebentar o negócio todo.

-Vou me lembrar disso quando fizer a minha própria pajeon.-Ravena sorriu carinhosamente.

-E vamos colocar uns pãezinhos integrais na torradeira, gatinha angorá.-Mutano sorriu e beijou Ravena na testa.

Ele colocou dois pães integrais de aveia e linhaça na torradeira e foi logo encher uma chaleira com água para o chá. Nessas, Ravena foi ajudar no processo, abrindo os armários pra pegar duas canecas, o pote de vidro cheio de açúcar mascavo – e o chá, bem, tinha um monte deles.

-Gar?-Ravena sorriu para as várias caixinhas de chás variados no armário.-Será que eu te contaminei com a minha mania britânica de chás?

-Talvez.-Mutano sorriu, encostando na bancada.-Por quê não escolhe um? Aposto que eu vou gostar.

A garota de cabelos violetas sorriu amorosamente para o garoto verde e voltou-se para os vários chás no armário. Haviam tantos: chá de maçã vermelha com canela em pau, chá de laranja com cravos-da-índia, chá de pêssego, chá de jasmim, chá preto com bergamota, chá verde com hibisco e até chá de hortelã com camomila.

-Hmm.-fez Ravena e pegou uma das caixinhas de chá no armário.-Estou afim de chá de laranja com cravos-da-índia hoje.

-Boa pedida.-Mutano sorriu todo fofo e meigo.

Eles prepararam seu lanchinho vegano em poucos minutos. Ela preparou o chá de laranja nas duas canecas e quase lambuzou as torradas integrais com a gostosa pastinha doce de cacau com resíduos de leite de amendoim e ele terminou de preparar a pajeon que ficou bem enorme, quentinha e dourada de um jeito irresistível com as cores dos vegetais despontando na massa grelhadinha como o verde das cebolinhas e o vermelho do pimentão.

Sentaram-se juntos à mesa. Mutano cortou toda a pajeon com uma grande tesoura culinária em quadradinhos e Ravena foi logo pegando seus hashi para agarrar um pedaço da panqueca coreana vegana gigante e molhar no molho apimentando. Quando meteu na boca, ela gemeu de prazer no ato.

-Hmmmm... que delícia, Gar...-gemeu ela e Mutano sorriu feliz ao abocanhar um pedaço da pajeon com seus hashi.-Está tão gostosa... tudo bem macio, bem assado, bem temperado e esse molho picante deixou tudo ainda mais saboroso!

-E nem precisou de carne.-Mutano comentou, sorrindo tão logo foi pegar mais um pedaço da pajeon.-Afinal, carne é assassinato. Quem come provavelmente nasceu sem cérebro, sem coração e sem alma.

-Então, o Cyborg deve ser como um saco de lixo ao vento lá fora.-Ravena começou a rir.

-Relaxa que, um dia, eu ainda faço o Cyb comer pelo menos um hambúrguer vegano.-respondeu Mutano, rindo enquanto mastigava.-Mas caso ele goste, creio eu que ele vai continuar comendo carne e vegetais ao mesmo tempo. Acho que se ele tivesse dentes poderosos, o Cyb comeria até pedra.

-Estelar é a mesma coisa.-Ravena bebeu um tanto do seu chá.-Você acredita que ela tem mania de comprar o maior frasco de mostarda do supermercado, depois chegar em casa, tirar a tampa do negócio, meter um canudo dentro e beber como se fosse milk-shake?

-Pela Brigitte Bardot!-Mutano fez uma careta de nojo e riu.-Estelar é muito louca! Assim não dá, cara, não dá!

-A Estrela Negra, pelo menos, é mais controlada.-disse Ravena, rindo também.-Mas quando ela começa a preparar aqueles seus ramen coreanos a garota deslancha geral em criatividade e gula.

-E o Robin?-Mutano ainda ria muito.-Pra você ver como nós, americanos, temos um café da manhã pavoroso. Outro dia, eu cheguei no apartamento deles de manhã e vi o Robin comendo um pernil com ovos fritos!

-Relaxa!-Ravena também não parava de rir.-Irlandeses e ingleses também não ficam atrás. Comemos um monte de ovos fritos, salsichas, chouriços, cogumelos, tomates e feijões!

-Bom, acho que meus ancestrais românticos comem um pouco melhor no café da manhã.-Mutano estava se acabando de rir.-Afinal, quem não gosta de um croissant?

-É...-Ravena olhou para o teto por um momento, bebendo do seu chá.-O que será que nossos amigos estão fazendo agora?

-Vamos descobrir depois do lanchinho aqui?-sugeriu Mutano, todo animadinho.

-Ah, vamos sim!-Ravena sorriu alegremente.

-Mas vamos atrás das suas amigas primeiro.-respondeu Mutano.-Elas são muito surtadas. Aposto que estão fazendo alguma coisa maluca lá como construir um foguete pra voar para o espaço.

-Eu não duvido nada.-Ravena riu bem levemente.

Os dois saborearam do seu chá quente de laranja com cravos-da-índia e depois se olharam. Sorriram amorosamente e logo se beijaram de supetão – só pra não ficarem na vontade.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...