História A Estrangeira - Capítulo vinte e um

O nosso coração, um órgão vital responsável apenas por bombear sangue para todo o corpo. As emoções, são localizadas na superfície chamada também de lobo límbico, que é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos. O mais engraçado que, o representante das emoções é nada mais nada menos que o coração, já pensou que estranho seria se no dia dos namorados você recebesse "Eu te amo" escrito em um cérebro de papel? Ou se alguém falasse "Você roubou meu cérebro", com toda certeza qualquer clima ali seria cortado.

“Os hebreus antigos já associavam os sentimentos ao coração, talvez pelo aperto no peito que realmente sentimos quando tomamos um susto, sofremos alguma angústia ou passamos por um momento de euforia”, explica o historiador Edgard Leite. A sensação é causada pela descarga de adrenalina, que faz a pressão arterial subir e acelerar o batimento cardíaco.

Emma sentiu seu coração errar as batidas, seu estômago embrulhou, se ela já era branca, ficou incolor.

Killianjo: Emma? O que houve?

ElsadeAranvelcro: Donald Duck, fala comigo!

Killianjo: Ela ta mais branca que os rebocos da minha casa.

EmmaSwan: Re-gina... Ela mandou mensagem, ela está me esperando na lanchonete aqui perto de casa.

ElsadeAranvelcro: E o que você está fazendo aqui que ainda não foi?

Killian: Anda logo, Swan!

Emma continuava parada com os olhos fixos no celular, olhando o visto por último da morena que marcava online mudar para Escrevendo...

Eu te espero até 7:20PM e vou embora caso não apareça.

RM

Emma ainda estática com a boca no formato de um "O", despede-se dos amigos e corre para ir de encontro à morena.

LIGAÇÃO VIA SKYPE OFF

Emma calça o chinelo e sai disparada pela sala passando pegando a chave deixando vovó e Ruby sem entender nada. Entra no carro acelerando-o fazendo o pneu cantar.

— Onde ela foi? – Granny pergunta enquanto secava as vasilhas.

— Vou saber agora. – Disse desbloqueando o celular.

Psiu, Regina está ai?

RL

Psiu é a sua avó. Está não, por quê? Aconteceu algo?

ZM

Minha avó é Granny. Emma saiu daqui correndo, cantando pneu.

RL

Será que foram se encontrar? Avisa para sua avó que ela tem uma neta muito atrevida.

ZM

Atrevida? Eu? Sou uma mocinha indefesa. Espero que sim, talvez se acertem.

RL

Mocinha sou eu! Pura e inocente. Tomara, essas duas tem que sentar para conversar, Regina é muito impulsiva.

ZM

Nossa, agora eu quero ser o Lobo mau. Regina? Emma que é idiota, desde quando alguém não nota que está sendo flertado?

RL

Sou muito mais a gente brincar de nuvem. Vamos parar de falar delas, nosso assunto é bem mais interessante...

ZM

— Ela está com Regina, as duas brigaram e parece que vão se acertar. – Disse à vovó enquanto

Zelena estava trocando mensagens com Ruby quando Lily aparece em sua frente coçando os olhinhos.

— Titia, onde está a minha titia Regina? – Disse coçando os olhinhos com uma mão e na outra, carregava um pequeno dragão.

— Ela foi passear com a Tia Emma, docinho. – Disse puxando-a para o sofá.

— Estou com medo de dormir sozinha, meu quarto está muito escuro.

— Eu ouvi isso mesmo? Eu pensei que você fosse uma mocinha já crescida, tem medo do escuro? – Disse fingindo espanto.

— Eu sou grandona! Mas está muito escuro, tia. – Disse já choramingando.

— Vamos, vou dormir com você, mas é só hoje! Sua sorte é que sua mãe voltou para Londres, se não eu contaria desse episódio. – Disse ameaçando-a.

— Por favor tia, não faz isso. Eu... Eu prometo que vou dormir sozinha todos os dias. – Disse agarrando-se na cintura de Zelena.

Lobinha, eu vou colocar Lily para dormir e como bem a conheço, sei que vou pegar no sono primeiro que ela. Então... Boa noite.

ZM

Tudo bem, boa noite Linda. Beijos.

RL

Guarde esse beijo para me dar pessoalmente. Fui.

ZM

Era 7:18PM e Regina se preparava para ir embora, quando sentiu alguém agarrá-la por trás. Sentiu a respiração de Emma ofegante parecia ter corrido. Se permitiu sentir aquele abraço parecia que havia ficado dias sem sentí-lo, inebriante era a forma que ele a deixava, incrível era a segurança que ele lhe transmitia, incansável seria a sua vontade de abraçá-la. Já não se via mais sem a sua loira, seria impossível suportar ficar sem ela, seu jeito doce e angelical a conquistou, a arrebatou. Respirou fundo e virou-se para Emma ainda no abraço, olhando-a nos olhos permitindo que suas testas ficassem coladas, ficaram naquele abraço por muito tempo. Quando finalmente se soltam, resolvem se sentar e pedir algo para comer. Emma pediu hambúrguer e batata frita acompanhado de um copo de 500ML de pepsi, enquanto Regina apenas um café com meio pedaço de uma torta de maçã.

— O que quer falar comigo? – Disse Regina num tom impessoal.

— Eu... Eu não sei o que falar. O que a gente fala quando faz besteira e quer consertar pra não perder quem ama? – Disse cabisbaixa.

Regina sentiu uma pontada em seu peito, realmente Emma estava arrependida e reconhecida de seu erro, seria uma tarefa difícil voltar a ser o que era antes, mas tentaria pouco a pouco.

— Por quê você achou que ela fosse se afastar de você, sem que você não falasse de nós? Por quê não quis falar de nós?

— Eu pensei que ela fosse se tocar, eu não sei o que passou pela minha cabeça, eu só não sabia o que dizer. Tipo, oi, eu namoro. – Disse dando espaço para que a moça colocasse os pedidos sobre a mesa.

— Exatamente isso. Emma você precisa entender que está namorando, você tem que agir como uma pessoa que está em um relacionamento e você não fez isso, está em um relacionamento com comportamentos de alguém que está solteiro? Pra quê todo aquele teatro na frente dos meus pais então? – Disse levando um pedaço de torta a boca.

Emma permanece calada sentindo mais uma vez o peso das palavras de Regina, contendo as lágrimas ela ergue a cabeça.

— Não foi teatro... Não foi cena... Eu quis cada momento, cada pedacinho do sa sua vida, cada detalhe de estar em sua vida com você. Eu errei Regina, isso é fato, mas ficar jogando isso na minha cara não vai mudar o passado. E falar que é bom que eu não repita? Só vai mostrar que você não confia em mim. Eu quero consertar as coisas, você deixa? – Disse com os olhos lacrimejando.

Regina sentiu que foi um pouco rude insinuar que tudo o que a loira fez era cena, sabia que não era, jamais. Bebendo um gole de seu café, olhando para baixo, respira fundo e diz.

— Vamos deixar que o tempo resolva isso por nós.

Não era o que Emma queria, mas assentiu. No momento ela sabia que não poderia exigir nada da morena, agora era realmente deixar o tempo passar e essa poeira abaixar para que tudo venha se resolver. Terminaram de comer, e ao chegarem no estacionamento despediram-se com apenas um abraço e cada uma foi para o seu carro.

             ******

Duas semanas depois...

Hoje seria o dia em que os novos estagiários seriam contratados. Regina seria a responsável pela integração dos mesmos, indicando também seus respectivos setores. Pelo telefone, pediu que a Srta. Boyd chamasse Emma para sua sala com a prancheta onde estavam os nomes dos estagiários.

Emma adentra a sala da morena que logo percebe sua cara de desespero.

— Swan o que houve? – Regina disse preocupada.

Desde o ocorrido, o relacionamento de ambas esfriou. Emma a tratava pelo primeiro nome, mas a mesma a tratava por Swan.

— Regina... Por favor eu tenho que te pedir que não me deixe, e não mude mais do que já mudou comigo, por favor. – Disse apertando a prancheta contra seu peito.

— Swan, do que está falando? Já conversamos sobre isso. Agora me dê esta prancheta. – Disse sem entender nada.

Emma entrega a prancheta com os olhos já cheios de água, estava com medo de ver qual seria a reação da morena ao ler a lista de classificação.

Regina ao pegar a prancheta, começa a ler as observações colocadas pelo rapaz do Depto que entrevistou todos os estagiários e se depara com um nome, o nome.

Jasmine Briefly – Estágio – Psicologia 

Regina respirou fundo enquanto cerrava os punhos, contou até três e abriu os olhos.

— Chame-a. – Disse seca.

— Regina...

— Srta. Swan, aqui você é minha funcionária, portanto, faça o que lhe foi ordenado e chame a srta. Briefly. – Disse sem olhar em seus olhos.

— Sim senhora. – Disse e se retirou.

Regina sabia que havia pegado pesado com Emma, mas queria saber o que a loira iria fazer. É óbvio que ela não tinha culpa de Jasmine ser classificada ao cargo, as referências e suas notas eram excelentes, dignas de um cargo no Escritório Mills.

"Ao menos ela ficará no segundo andar." – Pensou.

— VOCÊ JÁ VIU QUEM VAI TRABALHAR COM O TIO ARCHIE? – Zelena aparece em sua porta.

— Sim. Acabei de ver, mas fica tranquila que se alguém no setor não sabia graças a você, agora sabe. – ironizou devido ao escândalo da irmã.

— Isso está melhor que novela mexicana. Quero assistir de camarote comendo a pipoca do Senhor Elias. – Disse deitando-se no sofá.

— Não há nada para ver, saia do meu sofá. – Bufou.

— Rabetão, você está muito estressada. Quer calmante? Massagem? Vinho? Sexo talvez? A última opção é infalível. – Disse passando o dedo no meio de seus próprios seios.

Regina revira os olhos e caminha para a porta para saber o motivo de tanta demora para que Jasmine e Emma apareçam. Ao apontar na porta, vê Emma conversando com Ruby, parecia estar nervosa, pois a mesma estava com os olhos vermelhos.

— Srta. Swan, eu não vejo a srta. Briefly e muito menos a srta em minha sala. Pode me explicar por quê? — Disse ríspida.

—Reg... Dra. Mills eu... Eu estava pedindo que Ruby fosse chamar, já que a secretária não estava aqui.

— Eu sei que ela não está, por isso mandei VOCÊ! – Disse e bateu a porta.

Emma ficou estática com a reação da morena, já havia passado duas semanas desde o ocorrido e Mills a tratava daquela forma, estava machucando não ser beijada, não ser tocada e muito menos receber uma demonstração de carinho da morena que tanto ama. Respirou fundo para conter as lágrimas que queriam sair, e caminhou até a recepção. Ao avistar Jasmine, respira fundo e vai ao seu encontro.

— Emma! Agora podemos ficar jun...– Emma a interrompe.

— Srta. Briefly, a Dra. Mills no seu aguarde. Por favor, me acompanhe. – Disse e seguiu até a sala de Regina dando passos longos impedindo que Jasmine fale com ela.

— Emma? – Chamou.

Emma estava determinada a ignorá-la até o fim do expediente, que seria a hora que ela teria uma séria conversa com a mesma na presença de Ruby.

— Amor, não me ignora. – Disse alcançando seu ombro.

Emma se vira bruscamente fitando-a nos olhos e dispara.

— Aqui você me trata como Srta. Swan, somos nada mais e nada menos que colegas de trabalho e Céus, obrigada por ela ficar no setor de baixo. Outra, não, não me chame de amor, porque se tem uma coisa que eu não sou é SEU amor. Agora, queira me acompanhar em silêncio. Obrigada.

Jasmine fica atônita com tal reação da loira, sabia que as coisas ficariam estranhas entre elas, mas não esperava isso.

Entraram na sala de Regina, e a mesma pediu que Jasmine se sentasse à sua frente.

— Srta. Briefly, presumo que saiba as normas da empresa e que as mesmas deverão ser seguidas à risca. Estão aqui o termo do seu contrato e cópia. Será estagiária do Dr. Hopper, seu setor é o andar dois e é lá que deverá ficar. Fiona ficará responsável por apresentar o prédio. – Disse num tom impessoal.

Fiona foi chamada à sua sala e a mesma, apresentou o prédio à morena.

Na hora do intervalo, Ruby e Emma sentaram-se em uma mesa afastadas conversando aleatoriamente, entre algumas risadas contidas e brincadeiras Zelena se junta a elas.

— Podem aplaudir, a gostosa que vocês desejam chegou. – Disse passando a mão no cabelo.

— Mufasa, é você? – Emma implica.

— Calada Emmacho. – Zelena retruca.

— Falou a medalhista de ouro da modalidade velcro. – Ruby entra na brincadeira.

— Gente, alguém chama o controle de animais? Tem um chiuaua na minha empresa.

Todas riram e continuaram com as brincadeiras até o horário de voltarem aos seus afazeres.

Zelena estaria em uma audiência, na qual, estava como advogada de August Wayne. O mesmo estava sendo acusado de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Regina estaria reunida com os demais acionistas já que, faltavam apenas três meses para a viagem onde iria para se certificar da inauguração do Escritório Mills no Brasil e dos funcionários contratados.

— Dra. Mills, boa tarde. Estou aqui com os documentos redigidos e entregues em mãos. Tenho também imagens do edifício que foi restaurado e posso dizer que está impecável. – Hades diz entregando os documentos que Mills havia assinado no dia em que Emma lhe pregara uma peça.

— Pois bem, podemos então finalmente estourar um belo champanhe – Regina diz.

— De fato. Façamos então uma reunião informal para tal comemoração, afinal, nós não podemos nos dar o luxo de fazer um evento de gala a essa altura do campeonato. Precisamos nos concentrar para daqui três meses.

— Estou de acordo com o Senhor, Dr. Hades.

Após se despedirem, Regina arruma suas coisas e sem se despedir de Emma vai para casa.

A loira observa o ato da morena e fica ainda pior, já não aguentava todo aquele gelo. Arrumou suas coisas e antes que fosse embora para casa, pegou o elevador e foi no consultório do Dr. Hooper e viu que Jasmine já se preparava para ir embora, a morena se assustou ao ver a loira em sua frente.

— Fale para Regina! Fale para ela que foi você que me agarrou! Fala que foi você que deu em cima de mim e eu não te dei atenção.

— Emma, isso não vai adiantar de nada. Você não fez nada pra impedir, então você gostou. – Disse entre risos.

Emma é tomada pela raiva e subitamente acerta um tapa em sua cara. Fazendo com que Jasmine a olhe com ódio, a mesma pega as coisas e sai da presença da loira que agora estava tomada pela raiva. Ela espera Jasmine entrar no elevador e vai no outro.

— Emma onde você se meteu? Jasmine já foi embora e não estava com uma cara muito boa. – Disse a amiga se aproximando de Emma.

— Eu espero que não fique boa nem tão cedo. – Limitou-se a falar. — Vamos embora, aquele Happy hour ainda está de pé?

— Claro! – Ruby diz dando pulinhos.

Emma sai em disparada com o carro, fazendo Ruby se assustar. A mesma não sabia do ocorrido achava que a amiga estava agindo assim por não conseguir falar com Jasmine e nem com Regina.

Chegaram em casa e enquanto Ruby tomava banho, Emma enviou mensagem para a morena.

Eu vou no happy Hour com Ruby e Graham, quer vir?

ES

A morena visualizou, porém, não respondeu, isso fez com que a loira ficasse furiosa.

Regina, se você quer um tempo, eu entendo, mas me ignorar completamente como se eu fosse um nada? Por que não termina comigo de vez então? Ao invés de me fazer de gato e sapato, estou convidando você para ir comigo em um Happy Hour do primo de Graham, se quiser ir... Avise antes das 8:00PM

ES

Sem obter resposta, a loira bufa e caminha para o seu quarto. Separa um short jeans, sua blusa polo preta e tênis all star preto. Quando Ruby sai do banho, ela entra e ainda à espera que a morena mandasse mensagem, enrolou para entrar no chuveiro. Esperou mais alguns minutos e vendo que ela não responderia, entrou no banho.

Docinho, pode trazer mais vodka? Acabou...

GH

Como assim, acabou? Graham, eram dez garrafas de vodka, quatro tequilas, dois engradados de energético e sem contar as cervejas!

RL

Olha, não acabou não, mas se vocês duas demorarem eu mesmo me encarrego de beber. Miga tem um bofe me olhando, acho que ele me quer.

GH

Se acabar eu arranco teu cu na unha! E pare de achar que todo homem te quer.

RL

Miga isso pra mim é elogio, adoro um amorzinho selvagem! Me algema e me maltrata com chicotinho que eu empino a bunda pedindo mais.

GH

Piranha mesmo, Ave Madonna. Mais colorida que a bandeira das gay.

RL

Anda logo, que eu quero rebolar até dar câimbra nos glúteos!

GH

Ruby gargalhou ao ler a mensagem e foi ao quarto de Emma para ver se ela já estava pronta, e a mesma estava terminando de se maquiar.

— Não sabia que sapatão usava maquiagem. – Ruby disse sentando-se na cama.

— E eu não sabia que cadela usava vestido. – rebateu.

— Sou a revolução. – disse e ambas gargalharam.

Ruby estava realmente linda em seu vestido justo na altura da coxa de frente única, preto com um cinto detalhado em dourado e um babado preto na parte inferior, calçando seu salto scapin também preto, batom vermelho com as pontas do cabelo vermelhas e onduladas.

— Vamos? – Emma diz.

— Agora! – Ruby pega em sua mão e a puxa para fora do quarto.

Na mesma hora em que saem, Emma recebe uma mensagem era Regina dizendo apenas "Ok".

Milhões de coisas passam na cabeça da loira, o que foi aquela mensagem? Ela estava terminando o relacionamento? O coração de Emma dispara e a loira fica sem reação.

— Emma, o que foi? – Ruby a chama, mas não obtém resposta.

— Emma, Emma!