- Você é minha, morena! Quem disse que quero com você apenas uma semana? - aperta minha cintura - Façamos um contrato.
O quê? Ele realmente está querendo isso? Ser dele por tempo indeterminado... Sim, não posso negar que todo o meu ser estremece só de pensar na possibilidade de viver os prazeres mais intensos. O meu interior anseia por isso, mas... estou com medo. Tenho medo das consequências e do que eu possa sentir futuramente.
- Está falando sério?
- Sim, estou.
Vendo que estou ponderando em aceitar sua proposta, ele abraça minha cintura com força, fazendo-me ficar colada ao seu corpo. E então começa a trilhar beijos e mais beijos em seu lugar favorito: meu pescoço.
Seu desgraçado... Isso é golpe baixo!
- Estou sedento por você. Não consigo afastá-la de mim. Por favor, aceite. - fala em meu ouvido - Não pense em nada. Garanto fazê-la sentir prazeres inexplicáveis. Até o tempo que quiser...
Fico maravilhada com sua capacidade de me fazer perder a razão, o bom senso. Gosto de seu nariz e sua boca em minha pele, de suas mãos deslizando sobre as partes mais sensíveis de meu corpo.
Eu sinto uma vontade quase que absurda dele.
Apenas deixo-me ser guiada pelo instinto que me leva até ele, até o seu querer. E o que comanda nesse momento é o meu desejo quase incessante de sentir os prazeres proporcionados por ele.
Que se dane, apenas vou meter a cara.
- Aceito - falo e vejo um sorriso brotar de seus lábios.
Pobre garota, meu subconsciente racional lamenta.
----------×---------
Já sentada na cadeira do escritório da casa, pego os papéis colocados por ele na mesa de vidro. Minhas mãos suam frio de tanta ansiedade.
Tento concentrar-me nas palavras escritas, mas sou impedida de fazê-lo por um irritante objeto de metal que decorava a mesa. Ele se mexia incessantemente, formando irregulares composições triangulares. Inutilmente, meto minha mão nele na tentativa de fazê-lo parar, e então expresso todo o meu nervosismo.
Calmamente, ele retira o objeto de minha frente e o coloca numa mesa de centro que se encontrava atrás de mim.
- Não fique tão nervosa. Apenas leia com cuidado e assine se concordar. Não vou obrigá-la a nada.
Finalmente, corro meus olhos para as letras grifadas e me espanto com o tanto de cláusulas que continha. Leio atentamente cada uma e respondo às perguntas, uma vez ou outra indagando sobre alguma que me chamava mais atenção.
Contrato de Dominação/Submissão
Através dos termos presentes neste contrato que é de comum acordo pela livre vontade das partes, Dom senhor Edward Queen, sendo este o dominador, e sub/escrava Elizabeth Cooper, sendo esta a submissa, acordam com os termos abaixo listados:
1. O propósito fundamental deste contrato é permitir que a Submissa explore sua sensualidade e seus limites de forma segura, com o devido respeito e cuidar de suas necessidades, seus limites e seu bem-estar.
2. Ao aceitar os termos, a submissa transfere a posse de seu corpo e mente a seu Dominador, que passa a ter pleno direito sobre a sub assim como o desejar, sendo os limites previamente estabelecidos.
3. O presente contrato fica em vigor por prazo indeterminado, podendo ser revogado pela vontade de qualquer uma das partes.
Submissa
1. A submissa declara jamais questionar ou desafiar uma ordem implícita de Seu Dominador, obedecendo-o imediatamente, estando disposta ao seu domínio nos horários disponíveis para ambos.
2. A submissa se compromete sempre em confiar em seu Dom, fazendo todas as vezes suas vontades, sendo, plenamente, seu objeto de uso e prazer sexual e mental.
3. A submissa afirma que cumprirá todas as ordens ou tarefas impostas por seu Dom fielmente.
4. Todo e qualquer ato a ser realizado pela submissa deverá ser precedido de solicitação de autorização perante o seu Dom.
5. A submissa declara que aceitará quaisquer castigos ou torturas impostos por seu Dom devido a mau comportamento, descumprimento de ordens, tarefas e desagrados, servindo os mesmos para o aprimoramento de sua submissão.
6. A submissa assegura que deixará de fazer todas as coisas que seu Dom proibir.
7. A sub em questão, passa a ser de inteira propriedade de seu Dom, que dela fará uso da forma que lhe convier.
Regras estabelecidas
1. Vestimenta e higiene: saia/blusa ou um vestido; a submissa estará limpa e depilada em todo momento.
2. Maneira de se referir ao Dominante: em público, sem restrição; em particular, SENHOR, e quando questionada a resposta deverá ser alguma dessas: sim, senhor/sim, meu senhor.
3. A Submissa garantirá que dormirá no mínimo oito horas diárias quando não estiver com o Dominante. Dormir pontualmente às 22h (quando não tiver plantão do hospital ou outra coisa necessária, como relações sexuais).
4. Para cuidar de sua saúde e seu bem-estar, a Submissa comerá frequentemente os mantimentos incluídos em uma lista. A Submissa não comerá entre horas, à exceção de fruta. Não beberá ou fumará em excesso.
5. O Dominante proporcionará à Submissa um treinador pessoal três vezes por semana, em sessões de uma hora, sendo estas convencionadas pelo treinador pessoal e a Submissa. O treinador pessoal informará ao Dominante dos avanços da Submissa.
6. A submissa deverá ficar a inteira disposição do Dom, para seu prazer de uso, salvo alguns horários do hospital ou quando está com seu namorado.
7. A submissa não poderá encarar o Dom, podendo, entretanto, olhar de maneira respeitosa e fugaz. Ao se comunicar com o Dominante, o olhar é orientado para baixo.
8. Quando permitida/ordenada, a submissa poderá despir o Dominador, bem como oferecer-lhe beijos, lambidas, chupadas e massagens.
9. Se tocada na parte interna da coxa, deverá à submissa entreabrir as pernas em sinal de submissão.
10. Sempre que o Dom se colocar atrás, a submissa deverá parar o que estiver fazendo, levantar os cabelos e oferecer sua nuca em sinal de submissão.
11. O não cumprimento de quaisquer uma das regras acordadas neste contrato resultará na aplicação de castigo a submissa, sendo este definido pelo Dom.
12. É permitido à submissa gemer ou chorar no momento do castigo ou tortura.
13. A palavra de segurança estabelecida será: _______________, que uma vez dita, será o castigo ou tortura imediatamente interrompido, bem como o relacionamento se preferir.
Paro de ler e encaro seus olhos, os quais estavam apreensivos esperando uma resposta minha. Não entendi muito bem este último item.
- Palavra de segurança? O que seria?
- Como é falado no contrato, se não estiver se agradando de algo da relação, você irá falar essa palavra e eu irei parar imediatamente com o que estiver fazendo. Pode ser qualquer palavra, tendo até algum significado especial.
Imediatamente, veio à minha mente uma palavra que sempre me definiu: labirinto. Muitas vezes, me encontro em entradas incertas e dificultosas, tentando de alguma forma descobrir e conseguir coisas novas que me fariam viver, sentir. E, nessa aventura, acabo me vendo sem saída. Provavelmente, o que estou fazendo no momento deve ser mais algum caminho desconhecido, e esperarei as consequências.
- Labirinto.
- Por quê?
- Isto o que estou fazendo é mais um caminho desconhecido. Quem sabe me encontro sem saída em algum momento - ele apenas ri, divertido.
- Profundo, senhorita Cooper.
Respondo à pergunta e sigo em frente, desta vez lendo as funções do Dominante.
Dominante
1. O Dominante deve priorizar em todo momento a saúde e a segurança da Submissa.
2. O Dominante pode utilizar o corpo da Submissa em qualquer momento durante as horas atribuídas, ou em horas adicionais acordadas, da maneira que considere oportuno, no sexo ou em qualquer outro âmbito.
3. O Dominante oferecerá a Submissa o treinamento e a orientação necessários para servi-lo adequadamente.
4. O Dominante pode disciplinar a Submissa quanto seja necessário para assegurar-se de que a Submissa entenda totalmente seu papel de submissão e para desalentar condutas inaceitáveis. O Dominante pode açoitar, surrar, dar chicotadas e castigar fisicamente à Submissa se o considerar oportuno por motivos de disciplina, por prazer ou por qualquer outra razão.
5. No treinamento e na administração de disciplina, o Dominante garantirá que não fiquem marcas permanentes no corpo da Submissa, nem feridas que exijam atenção médica.
6. No treinamento e na administração de disciplina, o Dominante garantirá que a disciplina e os instrumentos utilizados para administrá-la, sejam seguros e limpos, não os utilizará de maneira que provoquem danos sérios e em nenhum caso poderá transpassar os limites estabelecidos e detalhados neste contrato.
7. Em caso de enfermidade ou ferida, o Dominante cuidará da Submissa, vigiará sua saúde e sua segurança, e solicitará atenção médica quando o considerar necessário.
E, após ler os inúmeros limites rígidos e suaves, bem como a lista de alimentos e ajustar os horários dos exercícios, finalmente chega o momento de assinar. Observo seu olhar e posso enxergar o quanto está carregado de luxúria.
Dominante: Edward Queen
____________________________________
Submissa: Elizabeth Cooper
_____________________________________
Qualquer que seja a insegurança ou culpa que estava sentindo, agora foi por água abaixo em razão da adrenalina que corria em minhas veias. A ideia de submissão estava deixando-me entusiasmada e muito excitada. Eu realmente quero provar isso, quero fazer todas as suas vontades.
E, sem mais delongas, assino os papéis sob seu olhar satisfeito e caloroso. Pega minha mão e levanta-me da cadeira.
- Eu agora sou o seu dono - dá uma mordida no lóbulo de minha orelha - Você não tem noção do prazer que sinto com isso.
Ele começa a me apertar cada vez mais contra o seu corpo, e já posso sentir sua excitação. Quase que imediatamente, abre minha blusa e começa a dar chupões e mordidas em meu pescoço e em toda a extensão da parte de cima dos meus seios. Apenas gemo baixinho e jogo minha cabeça para trás, deixando ainda mais o meu pescoço exposto para ele.
Por um momento, ele para e olha para um pequeno sofá de couro que se encontrava no canto adjacente da grande janela de vidro, próximo a uma estante de livros.
- Saia imediatamente daqui antes que eu a jogue nesse sofá e a possua mais uma vez, pouco me importando se está ou não assada.
Com essas firmes palavras, quase caio em razão das minhas pernas que ficaram bambas. E, se realmente não fosse o fato de estar totalmente assada pelos momentos passados, ficaria aqui e deixaria que ele pudesse usufruir de todo o meu corpo. Sendo assim, apenas obedeço de cabeça baixa e vou em direção à porta. E, antes que pudesse sair, ele ordena:
- Certifique-se de tomar anticoncepcionais. Camisinhas não me agradam muito.
- Sim, senhor - respondo e saio de sua vista, indo embora para o hospital.
Deveria dizer que já tomo? Acho que ele não ficaria muito calmo ao saber disso quando já tenha usado camisinhas em nossa relação. Resolvo deixar para lá.
----------×----------
E, se tinha uma coisa que eu estava era... animada? Excitada? Eu simplesmente não parava de sorrir. Estava tão ansiosa pelo próximo momento com ele que estava distraída, o que acarretou olhares curiosos de meus pacientes.
Sr. Queen, o que fez comigo? Pela primeira vez, estou fazendo algo impulsivamente, pensando apenas em mim. Não consigo afastar de meus pensamentos a forma como me toca, como me beija, como explora todos os meus limites... Eu sou tão sensível, e você sabe. Sentirei eu algum dia algo a mais do que desejo?, esbofeteio este pensamento e me repreendo firmemente. Jamais!
Não, não posso deixar que isso aconteça. Será o meu pior pesadelo se você for o primeiro homem a me deixar viver isso. Então, apenas deixarei você guardado em minhas loucuras e prazer.
~ Ligação on ~
- PUTA... QUE... PARIU, ELIZABETH! Como assim, mana? Teu sogro?
Bom, eu não poderia contar a ninguém, pois é um contrato confidencial, mas estava precisando conversar sobre isso com alguém, e nada melhor do que a Ruby. Sua reação foi completamente normal.
- Sim, meu sogro. Apenas... aconteceu.
- Apenas aconteceu? Assim do nada? - ironiza - Vocês assinaram um contrato mesmo?
- Não foi bem do nada, é claro... E sim, assinamos. Estou tão animada com isso e ao mesmo tempo tão... turbulenta dentro de mim. Só me deixei levar pelas suas provocações - falo, expondo a ela minhas dúvidas.
- Você está sentindo alguma coisa por ele, certo?
- Céus, não! O que sinto é apenas um desejo por ele. Um desejo que nunca senti por homem nenhum. Eu já tentei de todas as maneiras me afastar, Ruby, mas quando ele me toca... eu esqueço de tudo e vou aos ares com apenas uma palavra sua.
- Amiga, isso tá muito errado. E como o William fica nessa história?
- Eu... eu sinceramente não sei. No momento, só estou pensando no meu prazer. Sei que estou sendo egoísta.
- Ainda bem que sabe. Você também sabe que a relação entre ele e o pai não é lá essas coisas, Beth. Ele te levou para a casa dele para você ajudá-lo e não para assinar um contrato de Dominação/Submissão com o pai dele. O melhor seria você rasgar esse contrato, mas se quer continuar com isso, apenas... fale para o William. Acho que entederá.
E quem disse que estou com coragem? Afinal, já havia acontecido algo entre nós mesmo.
- Eu não sei... Eu não estou com coragem para contar.
- Amada?! Wtf, amor? - ela fala de uma maneira divertida, o que me faz rir - Para de rir, vai! É sério! Você só enfiou a cara nesse negócio sem ao menos pensar no que fazer depois?
- Sim.
- Dona Elizabeth! Perdeu o juízo mesmo?
- Ruby, eu nunca fiz algo para mim, apenas dou tudo de mim aos outros. Eu quero sentir algo novo, me aventurar...
- E você quer dar uma de Dora Aventureira logo com isso?! - me interrompe, arrancando uma alta gargalhada minha.
- Caramba, Ruby! Para de fazer graça e me escuta!
- Tá, fala!
- Talvez eu tenha perdido o juízo mesmo. Ele me fez perder toda a razão. Não foi apenas sexo procurando sentir um prazer como qualquer outro. Foi além disso, Ruby. Ele se preocupou em explorar todos os meus limites. É algo surreal, não consigo nem descrever. Não vou negar, estou ansiosa com o fato de ser sua submissa. Pela primeira vez, eu pude sentir o que é um orgasmo de verdade. Tudo o que ele faz me prende.
- Tem certeza que não está apaixonada? Olha lá hein, safada!
- Pelo amor de Deus, foi essa conclusão que você tirou? Eu já disse: tenho certeza que não estou.
- Não, olha só! Como disse, para ele, isso é só mais um de seus casos, mas para você é algo novo. Você acabará ficando muito entusiasmada com isso e, querendo ou não, irá se permitir sentir esse sentimento.
- Não, não vou!
- Amiga, eu tô te avisando: isso vai dar muita merda ainda, começando pelo fato de o William descobrir. Conta pra ele logo!
- Eu vou contar, mas... não agora. Obviamente, não vou deixar isso se estender por muito tempo. Vou contar logo, prometo.
- Não é a mim que você deve prometer. Quer essa nova experiência, beleza, até eu queria, não vou negar; teu sogro é um gostoso mesmo. Mas faça do jeito certo. Pensa bem...
- Já pensei, amiga. E já disse que vou contar, mas no momento certo. Se você estivesse no meu lugar...
- Fala isso não que tô quase querendo mesmo. Mas não quero me ferrar. Olha, quando a merda for feita, eu terei o imenso prazer em dizer: "Eu te avisei."
- Ok, Ruby. Mas isso não vai acontecer. É só por um tempo. Eu vou me permitir viver isso sem me preocupar com as consequências.
- Certo, então. Quem sabe é você. Só toma cuidado, ok? Você não está sendo 100% santinha, mas ainda assim não quero que sofra - para por um momento e começa a rir - Esse sr. Queen é o diabo, viu? Olha o que te levou a fazer - rio com seu comentário.
- É o próprio... Bom, agora tenho que desligar. O trabalho me chama! Ah, e não conte a ninguém.
- Tá certo, vai lá. Pode deixar, segredo nosso. E não me deixe sem notícias. Quero ficar a par de tudo.
- Olha só quem resolveu se interessar pelo negócio.
- Nada disso. Ainda não concordo, apenas gosto de ver o circo pegar fogo! - fala me fazendo rir -.
Nos despedimos e voltei ao trabalho. Não sei se ela estava certa ou não sobre o fato de sentir algum sentimento, mas no momento realmente não quero pensar nisso. Apenas vou deixar as coisas fluírem e dane-se o resto. Eu conseguirei aguentar a barra.
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