História A Few Days Before (HIATUS) - It's not all about me

30/11/16 | 01h15min PM

Estava no vestiário de funcionários do mais caro e badalado restaurante de Seul, o El Dorado Mountain, o qual trabalho como barman e às vezes toco piano. Quando comecei a abotoar a camisa social preta e lisa, meu celular vibrou no banquinho que havia ali, ignorei. Terminei de me vestir e o celular vibrou novamente, mas não repeti a ação de ignorar, desbloqueei e era uma mensagem de meu namorado.

“KyungIl: Contando as horas pra te ter comigo <3 Fique com essa imagem e tenha um ótimo dia, meu amor”

  Fiz o download da foto presente abaixo da mensagem e era um nude, tive de tampar a boca para conter um grito miado. Na foto, seu abdômen maravilhosamente esculpido estava úmido de suor e seu pau estava completamente duro. Ao fundo, era o espelho da SM Entertainment.

Ele estava no intervalo do trabalho
             Puta que pariu

 Para que está boiando: Sim, KyungIl é um renomado coreógrafo e dançarino, trabalhou com os músicos mais famosos do mundo, inclusive Beyoncé.

  Sem mais enrolação, eu já estava com uma puta ereção entre as pernas, mas já não havia mais tempo sobrando para aliviar-me, sendo assim, apenas corri para o bar e iniciei meu trabalho normalmente, mas cheio de vergonha e com as bochechas tomadas pelo rubor.

– YiJeong, quanto tempo!

  Uma voz conhecida à minha frente chamou-me, não levantei a cabeça por estar terminando de decorar uma taça de Martini, esta que entreguei ao garçom quando terminei e finalmente me virei para a voz.
O dono era Shin Hoseok – WonHo para os íntimos – meu melhor amigo do ensino médio, perdemos o contato por motivos que não consigo me recordar. Hoseok estava bem diferente, tinha os cabelos platinados com um topete não muito volumoso, roupas modernas e cheias de couro, o rosto limpo de acnes e uma aliança grossa e prateada reluzia em seu dedo anelar da mão direita.

– Won, que surpresa te ver aqui! Tudo bem?! – Ele apenas murmurou um “sim” e educadamente pediu um Mojito Tradicional Cubano. – Sobre essa aliança, você e HyungWon ainda estão juntos?

– Juntos? Vamos nos casar na Holanda no ano que vem! E você está convidado, obviamente. – Fiquei tão admirado com a notícia que quase cortei o dedo ao picar o gelo da bebida. “Ano que vem” três palavras, nove letras e uma certeza que me corta o coração: Não poderei levar Kyung Il ao casamento de meu melhor amigo. Desanimei e meu sorriso desapareceu. – O que foi Jeong?

– Lembra de KyungIl? – Perguntei com pesar no olhar, dando o Mojito finalizado nas mãos do loiro, que agradeceu pela bebida e respondeu minha pergunta assentindo. – Então, ele vai para o exército na semana que vem no dia oito de dezembro, ficaremos longe um do outro por dois anos e eu não sei o que fazer para me despedir dele, me ajuda?!

  A feição do mais velho tornou-se pensativa, pediu um tempo para refletir e voltei ao preparo de inúmeras bebidas. Meia hora depois, o loiro se despediu de mim, pagou o Mojito e disse que mandaria mensagens mais tarde.

 No fim do expediente, minha caixa de mensagens do celular estava lotada de mensagens de Hoseok. Resumidamente, elas sugeriam que eu surpreendesse meu namorado um pouco a cada dia começando por hoje, fazendo coisas como sua comida favorita no jantar, levando a algum lugar legal, dando alguns presentes... Enfim, mimá-lo um pouco.

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  Quando cheguei em casa, os únicos sons presentes ali eram as vozes na televisão, esta que permanecia ligada em um canal de variedades, o qual não fiz questão de saber qual era por motivos de preguiça. O fato d’a TV estar ligada era estranho, pois a mesma ficava sempre desligada até a hora de minha chegada, resolvi desligá-la, já que não havia ninguém assistindo.
Larguei minha jaqueta de couro num gancho próprio para essa função e fui até a suíte, tudo estava muito quieto, arrepiei-me até os cílios. Ao abrir a porta, Il estava de costas para a mesma e tinha um cubo preto e pequeno em mãos.

– Kyunggie, cheguei! – Chamei meu namorado animadamente, que pulou de susto e guardou o objeto escuro no criado-mudo ao lado da cama.

  O moreno apenas disse-me um caloroso “Olá” e abraçou-me com força, levantando-me o corpo do chão. Numa demonstração de amor simples e silenciosa, escondi meu rosto na curva de seu pescoço e inalei profundamente o aroma suave de sua colônia pós-banho amadeirada. Conversamos sobre nossos dias e o quanto estávamos cansados e famintos, seguimos para a cozinha para fazermos o jantar.

  A fim de mimar o mais velho, não o deixei fazer junto de mim seu prato favorito, Bibimbap, o que o deixou falsamente emburrado, com um bico fofo nos lábios e os braços cruzados. Não resisti, dei-me por vencido e acabei por deixá-lo cozinhar comigo, o que resultou num KyungIl  feliz, cheio de eyesmile e parecendo uma criança ao ganhar um doce.
Cozinhamos conversando sobre nossos dias no trabalho, ele falando sobre os trainees super habilidosos para pouca idade e eu sobre meus alunos do piano e os empresários de nariz empinado frequentadores do El Dorado Mountain. A comida ficou pronta rapidamente, jantamos em silêncio e, ao terminarmos de comer, escovamos os dentes e lavamos a louça ouvindo uma playlist de musicas eletrônicas que passava na MTV. No fim, o mais velho foi descansar na cama da suíte e eu fui para o banheiro desta tomar um banho.

  Tomei um banho morno e demorado, meu dia fora movimentado e cansativo. Passar metade do dia dando aulas particulares de piano para crianças e adolescentes e a outra metade fazendo inúmeros coquetéis para a alta sociedade de Seul é estressante, mas amo meus dois empregos e tenho grandes ambições relacionadas a musica. Ao fim do banho, enxuguei-me calmamente com uma toalha preta disposta na sofisticada prateleira de mármore branco do banheiro e enrolei o tecido em volta de minha cintura.

 Na cama king-size, KyungIl descansava preguiçosamente, estava acordado e com os olhos semicerrados, devaneando totalmente. Suas costas bronzeadas e definidas contrastavam com os delicados lençóis azulados de seda esparramados, era uma visão convidativa para massagem. Joguei a toalha no mancebo do canto do quarto, vesti uma boxer vermelha e “montei” na lombar de meu namorado, deixando uma perna de cada lado, recebendo um gemido baixo de satisfação acompanhado de um sorriso de canto.
Deslizava minhas mãos com vigor e calma por toda a extensão de suas costas, sentindo seus músculos rijos distensionarem lentamente. O mais velho pediu-me educadamente para que saísse de cima de seu corpo, pois precisávamos conversar e assim o fiz, sentando-me na cama com as pernas cruzadas como “indiozinho” e ele fez o mesmo.

– Yijeonggie, sei que em poucos dias vamos ficar longe um do outro e é perceptível sua vontade de me mimar, agradeço muito, inclusive. – Pausou, aproximou-se um pouco mais de mim e prosseguiu com sua fala oscilando o olhar entre meus olhos e lábios. – Eu te amo muito, baixinho, permita-me bajular-te também durante esses próximos dias, por favor? Nem tudo aqui é sobre mim.

 Song carregava na voz um tom sério e manhoso ao mesmo tempo, uma rara contradição, mas estranhamente boa. Senti-me sem resposta, estava realmente emocionado.

 – Você está bem, pequeno? Não precisa responder se não quiser – Agora seu tom de voz demonstrava preocupação por minha mudez.

– Kyunggie, é obvio que deixo, mas estou mimando-te por todo esse tempo pois quero aproveitar os dias e noites disponíveis perto de ti. – Fiz uma pausa breve para acariciar a pele macia de seu rosto – A ideia de ficar dois anos longe de seu corpo inteiro dói-me o coração, bae.

– Eu entendo Yiyi, eu entendo. Também não quero ficar longe de ti, mas o tempo passa rápido, okay?! – Respondi que sim apenas com um aceno de cabeça e então tendo meu corpo derrubado na cama por Il, este que ficou por cima de mim logo depois.

 Novamente o olhar do moreno oscilava entre meus olhos e lábios, não demorou muito para que iniciássemos um beijo calmo, lento e apaixonado. Os lábios grossos e macios do outro se encaixavam perfeitamente aos meus, nossas línguas acariciavam uma a outra numa massagem lenta. Era um beijo sem malicia alguma, apenas um carinho totalmente recíproco e uma troca de energias realmente intensa. Amor é energia também.
Sem quebrar o ósculo, meti meus dedos por entre os fios castanhos do mais velho, afagando e puxando de leve, resultando num KyungIl sorridente e satisfeito. Como estávamos ambos sonolentos e sem fôlego, interrompemos o beijo e deitamos de conchinha para dormir, com o Song sendo abraçado por mim e recebendo cafuné nos cabelos macios.

– Canta pra eu dormir, pequeno? – ele murmurou e eu respondi que sim em outro murmúrio.

When you try your best but you don't succeed

When you get what you want but not what you need

When you feel so tired but you can't sleep

(Quando você faz o seu melhor, mas não tem sucesso

Quando você recebe o que quer, mas não o que precisa

Quando você se sente tão cansado, mas não consegue dormir)

Stuck in reverse

(Preso em marcha ré)

 A pele do mais alto já encontrava-se eriçada e sua respiração pesada.

And the tears come streaming down your face

When you lose something you can't replace

When you love someone but it goes to waste

could it be worse?

(E as lágrimas escorrem pelo seu rosto

Quando você perde algo que não pode substituir

Quando você ama alguém, mas isso se desperdiça

Poderia ser pior?)

Lights will guide you home

And ignite your bones

And I will try to fix you

(Luzes vão te guiar para casa

E incendiar seus ossos

E eu vou tentar consertar você)

 Quando dei por mim, KyungIl já estava em estado de sono profundo e sua respiração estava lenta e pesada. Parei com o cafuné, mas continuei abraçando-o.

– Eu também te amo, e muito. – E com um sorriso de orelha a orelha cortando meu rosto dormi profundamente.