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História A Few Miles From The Sun - Catradora - Capítulo 17


Escrita por: naluoliveira

Notas do Autor


Hello hello, tuto pom melzinhos?
Vamos de mais um cap :3

Capítulo 17 - Capítulo 17


Adora

Eu estava tão atordoada que, quando me dei conta, o avião já estava descendo. Peguei meu celular, e chequei se alguém tinha enviado alguma mensagem. O wi-fi do avião era surpreendentemente bom. Bow, Glimmer, Huntara e até Catra me mandaram sentimentos. Tinham mais algumas mensagens similares de outras pessoas. Eu não me lembrava direito de ter dado a notícia a ninguém. A tristeza era tanta, que eu levava tudo no automático.

Não tinha chorado no caminho. Também não chorei quando vesti o melhor vestido preto que tinha, na casa da minha agora falecida avó, nem quando encontrei parentes que não via há anos no funeral. Eu apenas chorei quando encontrei mamãe Mara. Na hora que cheguei na casa da vó Razz, ela estava dormindo. Ela foi para o local do funeral algum tempo depois.

Ela me abraçou e não conteve as lágrimas, muito menos eu. Ela tinha perdido sua mãe. Eu não conseguia imaginar a dor que isso causava.

Depois do enterro, alguns parentes seguiram para a casa de vovó. A enfermeira que cuidava dela esteve no funeral o tempo todo. Ela também sofria.

A coisa mais esquisita que acontecia após a morte de alguém, era a reunião da família, e as conversas e as lembranças boas, que sempre acabavam em risadas. Eu acredito que a vida é sobre isso. Sobre continuar, seguir em frente.

É esquisito, contraditório, que um funeral pudesse trazer lembranças boas e arrancar risadas. Mas foi isso que aconteceu naquele dia.

Eu e minhas mães ficaríamos mais três dias lá, elas teriam que cuidar de algumas burocracias. Parecia injusto. Nós acabamos de perder alguém, e o que nos aguardava? Documentos. A morte parecia ser bem mais complicada do que a vida às vezes.

[...]

Catra

Eu fiquei triste de verdade pela Adora. Ter que entrar em um avião pra ir em funeral não era nada prazeroso. E ela era bem próxima da avó, pelo que tinham me dito.

Eu não sabia como era ter uma família que me amava, a não ser pela minha irmã. Então eu sabia que Adora estava passando por um momento muito difícil, mas eu não sabia o que era.

Após a aula daquele dia, tínhamos um ensaio marcado na casa de Huntara. Ela tinha compensado alguns horários e pego algumas folgas, afinal, o Festival de Boston não seria pouca coisa.

Cheguei pra ensaiar, Bow e Glimmer já estavam lá. O costume de ver Adora nos ensaios era tanto que eu quase perguntei onde ela estava. Foi um lapso, durou um milésimo de segundo até meu cérebro encontrar a informação de que ela estava a quilômetros de nós.

As coisas de Huntara já estavam montadas na garagem como sempre. Estavam todos meio tristes, meio quietos.

– Vocês sabem da Adora? – me surpreendi ao perguntar isso ao pessoal. Quer dizer, eu estava bem puta da vida com ela. Mas estava preocupada.

Será que ela estava lidando bem com a situação? O avião já teria aterrissado?

– Ela já chegou lá – Glimmer respondeu – acho que ela já esperava, porque a avó dela não tava muito bem nos últimos tempos.

– Mas ela tá bem abatida – Bow completou.

Huntara se aproximou e suspirou.

– A única certeza que a gente tem.

– É... – Bow respondeu, olhando pro nada.

– Mas a gente tem que ensaiar, gente – eu disse, em um tom de voz mais alto.

– Não sei se eu tenho ânimo pra isso – Bow respondeu – e é ruim ensaiar sem a Adora.

Não consegui evitar de revirar os olhos.

– Ué, não tem só a Adora na banda. A gente tem que ensaiar.

Meio contrariados, todos tomaram suas posições.

Nesse dia, a gente iria decidir as músicas que tocaríamos no grande dia. Eu quis pegar músicas que nunca tínhamos tocado, e músicas que valorizavam minha voz, afinal, quando a voz da Adora falhasse, eu iria substituí-la. Todos me veriam cantar ao invés dela. Na minha opinião, era a vingança perfeita, ainda que parecesse um tanto infantil.

O pessoal já tinha pego uma música pra aprender, e nós focamos nela.

– Não tem como – Bow interrompeu a música – não dá pra ensaiar sem a Adora.

Franzi o cenho.

– Como, não? Eu já disse, não tem só ela na banda, e a gente se virava bem antes de ela entrar.

– Eu sei – Bow rebateu – mas a gente se acostumou com ela. Não tá dando certo.

Huntara e Glimmer apenas observavam.

– Tá parecendo que você não quer que dê certo, Bow.

Ele estreitou os olhos pra mim. Glimmer entrou na discussão.

– Claro que ele não quer que dê certo – ela disse, em um tom sarcástico – não foi ele que te procurou pra começar essa banda em primeiro lugar, nem ele que chamou a Adora pra fazer o teste porque você disse que a Prime precisava de uma baixista. Também não foi ele que achou a Huntara, nem ele que ficou sabendo do festival...

– Tá, chega! – eu interrompi – já entendi. Vocês querem fazer o que então, parar? Foi a Adora que perdeu alguém, não vocês, pelo amor de Deus!

Huntara se levantou do banquinho da bateria e veio até mim, cruzando os braços.

– Você tá sendo bem insensível, Catra.

– Parece que só eu me importo com a reputação da Prime.

Todos me encararam, meio incrédulos.

Mas era exatamente assim que eu me sentia.

– Glimmer, me ajuda a arrumar as coisas – Bow disse. A expressão dele estava séria como eu nunca tinha visto – a gente ensaia outro dia. Hoje não dá. Desculpa, Tara.

– Sem problemas – a mulher respondeu – não dá pra continuar, pelo menos hoje não. Quer ajuda pra levar suas coisas pro carro, Catra?

Entendendo que tinha sido expulsa, soltei o ar pelas narinas e fui desconectar os cabos.

– Não, eu me viro.

Ao chegar em casa, Bow já tinha mandado umas mensagens dizendo que era melhor a gente esperar a Adora voltar e Huntara concordou. Afinal “seriam só três dias sem ensaio”. Três preciosos dias que a gente poderia usar e adiantar algumas coisas. Mas não. Eu sentia que minha opinião nem importava mais pra eles.

Eu tentei mandar mensagem para a Scorpia, mas ela me respondeu com um “desculpa Wildcat, tô ocupada com as coisas da banda”. Ótimo. Nem ela tinha tempo pra mim. Minha vontade era de sumir. Não faria diferença mesmo, ao que parecia.

[...]

Adora

A volta para Chelsea foi tranquila. Mara ficou para resolver algumas coisas que faltavam, e eu e Hope voltamos.
   Eu não consegui disposição para ensaiar e muito menos para frequentar as aulas nos dias que se seguiram.

Catra tinha simplesmente resolvido que deveríamos mudar todas as músicas para o Festival. Ou seja, eu tinha que aprender a tocar e cantar em poucas semanas. Esses surtos dela me irritavam bastante. Por que raios ela decidiu que as músicas que já sabíamos não eram boas o suficiente?

Enfim, nem eu nem os outros dois queríamos contrariar.

Faltando duas semanas para o dia fatídico, Catra simplesmente virou uma megera da exigência. Não dava descanso, queria ensaiar todos os dias. Eu não me surpreenderia se ela pedisse para Huntara largar o emprego, assim ela poderia se dedicar apenas à banda.

Nós também tínhamos provas e trabalhos para fazer, mas parecia que Catra só se importava com o Festival. Quer dizer, a vida não se resumia a isso, mas parecia que era assim que ela pensava. Como se não bastasse a morte recente da minha avó, eu ainda tinha que me preocupar com provas, trabalhos, os gritos de Catra durante os ensaios e tinha que aprender algumas músicas. Nada muito complicado.

Eu sentia como se fosse explodir. A cada dia que passava, o nervosismo para o Festival aumentava. Tudo teria que sair perfeito.


Notas Finais


E aí pessoas? A Catra tá sendo insensível ou realista?
Tá acabando, hein! Hahahaha


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