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História A filha de Apolo - Sem misericórdia


Escrita por: sunterstan

Notas do Autor


Preparem o lencinho

Capítulo 12 - Sem misericórdia



O verão neste ano no acampamento foi resumido por Percy e etc no labirinto, depois que eles voltaram tudo voltou ao normal. Enquanto estavam fora, houve uma tensão é claro, tive muitos sonhos com eles, e principalmente com Nico, que nunca mais tive noticias. Passamos o Quatro de Julho na praia do acampamento, todos felizes, Silena e Beckendorf finalmente tinham ficado juntos, então eu fiquei meio que “segurando vela”, encontrei meu velho amigo Thomas, estava maior do que antes, sua barbicha havia crescido seus chifres também, estava muito diferente da ultima vez que o vira.

– Thomas! – disse o abraçando.

– Maria, quanto tempo...

– Você esta tão diferente.

– Cresci um pouco. – disse ele sorrindo.

– Onde esteve esse tempo todo?

– Ah você sabe, - disse ele se achando. – em busca de Pã. Mas agora disseram que Pã se foi – ele disse aborrecido - , ta dando rolo no Conselho.

– Ahn, eu sinto muito.

– Tudo bem. Eu tenho que ir agora, até mais.

– Até. – eu disse acenando.

Sentei-me na areia sozinha e fiquei olhando os fogos de artifício no céu, até que ouvi uma voz familiar.

– É, são incríveis mesmo.

Me virei e me deparei um Nico em pé.

– Oh meus deuses, Nico! – eu o abracei.

– Me desculpa.

– Por que... Por que não respondeu minhas mensagens de Iris? Eu fiquei preocupada.

– Eu sei, eu estava assustado, me desculpa...

– Tudo bem, agora me conte por onde andou.

Ele me contou sobre o que tinha acontecido, e assim eu passei meu feriado de Quatro de Julho.

Todos haviam voltado para casa, eu não sabia ainda se seria uma boa ideia voltar também, Nico, Silena e os Stoll já haviam ido embora há alguns dias, todos os meus amigos também, então não haveria nada para fazer enquanto isso, então resolvi ir para casa ficar por lá alguns dias. Peguei um metrô e fui. Chegando em casa encontrei tudo limpo e arrumado, isso nunca acontecia, até Stun estava limpo, fui para o meu quarto, tomei um banho e desci para ver TV, tudo estava ótimo, luz paga, TV a cabo paga e comida na geladeira, eu não tinha ideia do que havia acontecido, mas tinha certeza que minha mãe estava feliz. Fiquei umas duas horas vendo TV, até que de repente eu ouço risadas lá de fora, e então minha mãe abriu a porta e do seu lado ninguém menos que Josh, fiquei tão feliz em ver aquela cena.

– Maria! - ela me abraçou. – Esse é Josh meu... amigo.

– Eu já o conheço. – disse enquanto acenava pra ele.

– Christina, acho que já esta na minha hora, amanhã eu te levo no trabalho?

– Ah é claro. – disse ela sorrindo

Ele acenou e foi embora. Olhamos em silencio ele ir até o carro e sair.

– Então... – eu disse.

– Querida, ele é incrível, esta tudo tão perfeito, eu arrumei um emprego como secretaria no museu, larguei de vez aquela vida, agora podemos viver felizes.

Fiquei olhando e sorrindo pra ela enquanto ela falava.

– Que bom que esta feliz, mãe.

No dia seguinte sai para procurar algum emprego, havia uma lanchonete que precisavam de garçonete, fui até lá. Chegando lá havia uma mulher com roupa social conversando com um dos cozinheiros.

– Ahn... Com licença, eu vi a placa lá fora que estão precisando de garçonete...

– E você acha que sendo branca com esse rostinho bonito, vai conseguir fácil?

Fiquei um pouco constrangida.

– Ahnn... Desculpe... – me virei e fui embora.

– O emprego é seu.

Olhei sem entender.

– Obrigada senhora, e quando eu começo?

– Agora mesmo, tome. – disse ela enquanto me entregava o uniforme.

Me vesti e fui ao trabalho, no começo era um pouco complicado anotar pedido, levar a comida, tudo isso rápido e pra varias pessoas ao mesmo tempo, mas depois já fui levando jeito. Quanto mais os dias iam passando, mais experiência eu ia ganhando, não era lá grande coisa, mas era alguma coisa. Era quinta-feira, já faziam 2 meses que eu estava trabalhando, sai da lanchonete e já eram sete da noite, tinha ganhado muita gorjeta esse dia, e sai feliz de lá, no caminho da lanchonete até minha casa e era obrigada a passar de ônibus pela boate que minha mãe trabalhava, e dessa vez não foi diferente. A rua estava lotada de carros congestionados, tive que esperar uns 15 minutos até minha impaciência e intuição me fizeram descer do ônibus e ver o que estava acontecendo. Havia um mutuado de pessoas envolta da boate, algumas preocupadas, umas apenas curiosas, pude ver o carro da ambulância e da policia, e vi que era realmente grave, um frio percorreu minha espinha, comecei a empurrar as pessoas que estavam na minha frente para ver o que havia acontecido, tinha um policial empurrando as pessoas para trás, perguntei a ele o que tinha acontecido.

– Senhor, o que aconteceu?

– Uma mulher levou um tiro.

Imediatamente me veio uma tontura horrível, avistei Josh perto da ambulância andando pra lá e pra cá com o celular na mão, na mesma hora tentei empurrar o policial pra me deixar passar.

– Senhora você não pode passar...

– É minha mãe! – gritei chorando.

Fui correndo em direção à ambulância, e Josh veio em minha direção.

– Maria, eu sinto muito...

– Cade ela? Eu quero ver ela. – eu dizia enquanto chorava.

– Fica calma, ela esta lá dentro.

Entrei na ambulância e vi a pior de todas as cenas, minha mãe numa maca em estado critico.

– Mãe!

– Querida – ela tentava dizer – eu sinto muito...

– Não mãe, não sinta...

– Eu devia ter ficado na minha mas... – a dor impediu ela de terminar de falar.

– Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem mãe...

Na mesma hora a enfermeira chegou e me mandou sair. Sai da ambulância e acompanhei-a até ela sair de lá.

– Vamos Maria, entre no carro, vou levar você ao hospital.

Chegando lá, ficamos na sala de espera, não demorou muito, até que a enfermeira me chamou.

– Maria, sua mãe quer falar com você.

Olhei para Josh e ele sussurrou que iria ficar tudo bem e pra eu ir logo, o abracei e fui. Entrei no quarto e lá estava minha mãe.

– Mãe, o que aconteceu... – eu dizia com lagrimas nos olhos.

– Não se preocupe querida – dizia ela com dificuldade.

– Foi o Ian né, eu sabia, aquele desgraçado...

Minha mãe pegou minha mão.

– Eu não tenho muito tempo, por favor não faça nada que lhe comprometa.

– Ta...

– Maria, eu tenho tanto orgulho de você, você não sabe o quanto, você é tão poderosa, e faz coisas incríveis... – ela tinha dificuldade pra respirar. – me prometa, que só vai usar isso apenas para o bem, faça o bem, por favor...

– Eu prometo mãe. – dizia enquanto chorava.

– Enquanto ao Josh, ele foi tão incrível pra mim, não deixe de confiar nele...

– Não mãe, eu vou te salvar, vai dar tudo certo tá bom, só... Só espera um pouco até o dia nascer, eu vou salvar você...

– Eu te amo minha filha...

Então sua mão se soltou.

– Eu também te amo mãe. – e desabei em lagrimas.

Sai do quarto e fui ao banheiro lavar o rosto, Josh me ofereceu uma carona, mas eu recusei. Sai do hospital com a cara vermelha de tanto chorar, e fui andando até a praia. Nada fazia sentindo mais, eu sentia tanta tristeza e tanto ódio ao mesmo tempo, meus pensamentos estavam cada vez mais altos:

“Preciso me vingar, aquele desgraçado vai ter o que merece.”

“Não, ele vai ser preso, a justiça será feita.”

 Minha mente estava completamente confusa que nem percebi que tinha adormecido lá na areia mesmo. Eram 5h da manhã, acordei com uma força que não era minha, o sol de alguma maneira tinha me possuído e eu estava disposta a me vingar. Fui até a casa de Ian ( depois de ter perguntado para algumas pessoas onde ele morava ), não havia ninguém lá dentro, ele tinha fugido e se escondido, estava tudo fechado, decidi esperar pelo lado de fora. Esperei até ele chegar, ele entrou na casa e foi dormir, então eu esperei mais um pouco, eu sabia o que iria fazer. Não cochilei em momento algum, fiquei atenta como uma águia prestes a matar sua presa. Parte de mim não queria fazer isso, queria sair de lá o mais rápido possível, mas 70% de “mim” estava com sede de vingança e eu não conseguia controlar isso. Já era 6h da manhã, e então comecei a agir, joguei uma pedra na janela do quarto de Ian até quebrar, foi ai que ele acordou resmungando, na mesma hora fui correndo apertar a campainha, quando ele foi atender eu me escondi, ele saiu com um revólver na mão olhou para os lados e não via ninguém, então coloquei minha toca, taquei uma pedra na sua cara e sai correndo, na mesma hora ele saiu correndo atrás. O levei até um beco, ele parou na minha direção.

– Moleque desgraçado, vou te ensinar a ter respeito aos mais velhos. – disse ele enquanto apontava a arma para mim.

No mesmo momento o sol começou pegou mais forte aonde estávamos, e a luz começou a atingir o telhado de uma casa. Lembrei das aulas de Quíron sobre como controlar meus poderes, e como podia fazer coisas incríveis com eles, como por exemplo, manipular a mente das pessoas, eu não tinha conseguido fazer isso naquela vez, mas algo me dizia que eu conseguiria agora. Estiquei meu braço na direção da luz e um feixe veio na minha mão, mirei em Ian que estava prestes a puxar o gatilho.

– O que esta fazendo? Quem é você? Isso não é coisa de Deus.

Abaixei o capuz da cabeça com a minha outra mão.

– Isso realmente não é coisa de Deus. – eu disse.

– Você!

No mesmo instante sua mão que estava com o revolver começou a tremer, e se voltar contra ele, ele não tinha mais controle do corpo, quanto mais ele lutava, mais a arma ia em direção a sua cabeça, então ele puxou o gatilho.

– Por favor, tenha misericórdia! – dizia ele desesperado.

– Misericórdia é a ultima coisa que eu tenho de você agora.

E ele atirou.

Voltei ao meu normal imediatamente, estava aterrorizada com tudo, não sabia o que fazer, era como se algo estivesse me controlando. E de fato estava. Estava com tanto medo, fui correndo para casa, chorei o resto do dia, pensei na hora em arrumar minhas coisas e ir para o acampamento. O telefone não parava de tocar, provavelmente Josh ou algum parente tentando falar comigo. Stun ficava do meu lado me olhando como se entendesse tudo. Decidir que ia juntar minhas forças e voltar para o acampamento, precisavam de mim. Fui ao telefone para ligar para o Scott dizendo que deixaria o Stun lá por alguns dias, mas logo lembrei que não podia fazer ligações, e fraca do jeito que eu estava o cheiro era ainda mais tentador para os monstros.

“Droga de vida”

Joguei o telefone no chão. Levei Stun até a casa de Scott. Ele atendeu a porta. Estava com uma cara triste.

- Eu soube do que aconteceu, Maria eu sinto muito.

- Quero que fique com o Stun por alguns dias. – disse eu totalmente friamente tentando parecer forte

- Você vai para o acampamento?

- Sim

- Mas e o funeral? É daqui algumas horas.

- Scott, por favor.

Ele pegou a coleira e colocou o cachorro para dentro. Me abraçou.

- Você é mais forte do que pensa, faça o que achar necessário, eu sempre estarei aqui.

- Valeu Scott.

Passei em casa, peguei minha mochila e fui para a rodoviária. Pensei no que havia acontecido. O espirito do sol não era algo ruim, malévolo, ele só despertava o sentimento mais forte que o seu hospedeiro sentia. Eu estava totalmente vulnerável, como o herói da história que Quíron havia me contado. 

 



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