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História A filha de Apolo - Minhas orbitas pegam fogo


Escrita por: sunterstan

Capítulo 6 - Minhas orbitas pegam fogo


Acordei muito cedo, por incrível que pareça o dia estava mais quente que o anterior, devido aos limites mágicos do acampamento, lá fora estava nevando, e lá dentro estava um calor de mais ou menos 24º graus .Tomei um banho e meu café da manhã, e fui até o chalé de Hermes procurar Nico e coincidentemente ele tinha acabado de levantar e saindo do chalé.

- Bom dia bela adormecida!

- Ahnn... Que horas são? - disse ele meio desorientado.

- Hora de aventura! – disse eu empolgada.

Ele ficou com cara de paisagem.

- A qual é, não conhece Hora de Aventura? O melhor desenho do mundo?

- Nunca entendo suas brincadeiras, vou tomar banho.

Fiquei frustrada.

Ele foi para o banheiro, e eu fiquei a sua espera conversando com alguns filhos de Hermes, até que ele chegou, vestindo sua camiseta do acampamento, calça surrada e seu coturno preto.

- Meus deuses, mais emo impossível! - eu disse.

- Cale a boca. - disse ele mal humorado.

- Acho que alguém acordou com o pé esquerdo hoje.

Ele me olhou irritado, com aquelas olheiras profundas.

- O que vamos fazer hoje?

- Vamos quebrar algumas regras. - eu disse rindo.

- O que quer dizer com isso? - ele perguntou assustado.

- Agora nós teríamos voo com pégasos, eu acho isso muito entediante, então eu achei sairmos pra caçar uns monstros.

- Tá falando sério? Mas você não disse que a floresta é perigosa, é infestada de monstros, e você nunca deve ir lá sozinho?

- Disse

Ele me olhou com medo.

- 1º não vamos sozinhos. 2º nos vamos para caçar monstros. 3º bem... Não tem terceiro

- Ai não sei não...

- Ah qual é Nico, pense nisso como se você fosse matar aula.

- Nunca matei aula

 

Fomos em direção ao arsenal.

- Já está armado?

- Ahn... Não.

- Então tome, vê se serve. - lhe entreguei uma espada.

- Não é perfeita, mas serve.

- Achar uma arma perfeita pode demorar algum tempo, ou não.

- E que arma você esta levando?

- As únicas que eu tenho. Meu arco e meu cinturão.

- Quanto tempo levou pra você achar elas?

- Meu arco foi meio que coisa do destino, e esse cinturão, bem... Não desejei que ele aparecesse, foi meu pai que me deu de presente, mas só veio com uma adaga.

- Hermes perdeu ou deixou cair quando entregou?

Eu ri.

- Não, meu pai disse que eu ganharia a outra depois que soubesse dos meus poderes.

- Você tem poderes?

- Bem, acho que sim, mas não faço ideia do que seja.

- Ah que chato.

Saímos do arsenal e fomos em direção à floresta, tivemos que ir o mais cuidadosamente possível, para que ninguém percebesse.

- Você costuma fazer isso sempre? Tem certeza que é seguro? Não vamos nos meter em encrenca?

- Nico, relaxa, todos os campistas daqui já fizeram isso.

Entramos na floresta finalmente, caminhamos um pouco e ficamos conversando.

- Então... O que acha que iremos encontrar aqui?

- Tomara que monstros né.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Então, sobre aquela conversa que não terminamos ontem sobre musica, quer dizer que não sabe o que é um mp3?

- É alguma marca de arma?

- Quase isso...

Na mesma hora ouvimos rugidos de monstros, e não era muito longe.

- Vamos deixar nossa conversa não terminada pra depois. É agora, se prepare.

Ficamos a espera do monstro, até que ele surgiu das arvores. Era um ciclope de 3 metros de altura, vestia apenas uma tanga, e carregava um pedaço de madeira que mais parecia um taco de beisebol.

- Droga, o que vamos fazer? - disse Nico desesperado.

- Distraia o monstro, eu ataco.

Nico saiu correndo, e o ciclope foi atrás.

- Venha seu ciclope fedorento

Atirei a primeira flecha nas costas dele, mas nada dele se virar, então atirei a segunda no seu ombro, mas ele estava muito entretido com Nico.

- Maria era para o seu plano estar dando certo! - disse ele gritando desesperado.

Engoli meu orgulho e apelei para a adaga, a única arma em que eu confiava era meu arco e flecha, nunca confiei na adaga. Peguei-a e fui em direção ao monstro, cravei-a em sua perna e rasguei sua pele, e por incrível que pareça o ciclope não tirou os olhos de Nico. Afastei-me dele, comecei a entrar em desespero.

Tudo bem Maria, não é hora pra entrar em pânico falei pra mim mesma.

Olhei para o sol, ele não queimava meus olhos, não me queimava, não tinha nenhum efeito sobre mim, nem mesmo me dava calor. Concentrei-me no sol.

- Vamos lá pai, essa é a hora de me mostrar meus dons.

Continuei a olhar para o sol, de repente uma força muito grande me dominou, meus olhos estavam quentes, eu sentia o poder do sol na minha mão, e sabia exatamente o que fazer com ele. Mirei no ciclope, e um raio de sol o atingiu e o transformou em pó, como um raio laser. Só me lembro de ter visto Nico me olhando assustado, e então apaguei.

 

Acordei meio desorientada, estava em uma cama na enfermaria, conhecia bem aquele lugar, pois verão passado eu passava a maioria dos meus dias cuidando dos campistas feridos. Do meu lado estavam Nico e Silena.

– Ahn... o que aconteceu? Há quanto tempo estou dormindo? – perguntei sem forças pra falar direito.

–Você pegou fogo! – disse Nico impressionado.

– O que?

– Você não pegou fogo exatamente, Quíron disse que foi uma espécie de invocação do sol. – disse Silena. – Depois disso você desmaiou, até então dormiu até o sol nascer.

– O que isso quer dizer?

– É melhor você descansar mais um pouco, e esperar por Quíron, ele disse que quer ter uma conversa importante com você... Vocês dois na verdade. – disse Silena olhando pra mim e pra Nico.

Silena saiu e ficaram apenas eu e Nico.

–Vamos nos meter em encrenca, não é? – pergunto Nico.

–Já nos metemos...

Nico abaixou a cabeça.

– Ei, relaxa

– É melhor você descansar mais um pouco, tome um pouco disto. – disse ele me entregando néctar.

– Se eu tomar mais disso vou morrer.

– Ah...  – Nico devolveu o copo envergonhado.

– Vou ficar bem daqui uma hora, preciso dormir mais um pouco, faltam poucos minutos para o sol do meio dia.

– Tudo bem, volto aqui daqui meia hora.

– Ok.

Acordei mais uma vez, renovada e forte, e lá estava Nico como prometido ao meu lado, com Lee Fletcher.

–Já pode voltar pra suas atividades, maninha. - disse Lee.

– Ei, isso é estranho.

Ele riu.

Levantei da cama, Nico se dispôs a me ajudar, mas recusei a ajuda, conseguia levantar e ainda sair correndo de La.

– Vamos nos encontrar com Quíron, ele quer falar com a gente.

Fomos até a sala da Casa Grande, e lá estava Quíron com o Sr. D.

– Inadmissível, os dois, violaram leis, quase morreram, suspenderia-os, mas vocês ainda tem muito de útil. – disse Sr. D nervoso.

– Vocês sabem o que fizeram, sabem a gravidade disso? – perguntou Quíron.

– Nós sabemos, nunca mais faremos outra vez.

– Eu espero. – disse Sr. D. enquanto se retirava da sala.

Ficamos apenas eu, Nico e Quíron.

– Crianças, isso que fizeram poderia ter matado vocês se não fosse por você Maria.

– Quíron, me desculpe, já disse que não iremos fazer isso outra vez.

– Sim claro, queria que soubessem antes de tudo, que vários outros campistas já fizeram isso.

Eu cutuquei Nico com o cotovelo, ele olhou pra mim, e eu disse baixinho ‘’ viu?’’.

– Nico, tem algo a nos dizer? – perguntou Quíron.

– Ahn... Não senhor.

– Ótimo.

– Quíron... Sobre o que eu fiz, preciso de explicações, como eu fiz aquilo, e por que desmaiei?

– Ah é claro, iria chegar agora nesse assunto. Nico se quiser se retirar, fique a vontade.

– Eu vou ficar também, estou curioso para saber.

– Tudo bem.

Quíron se encostou à lareira, sua expressão de ter vivido varias décadas e varias historias, apareceu. Começou então a falar.

– Há muito tempo, a pouco menos de dois séculos atrás, havia um filho de Apolo com os mesmo dons que você, ele conseguia fazer coisas extraordinárias, como por exemplo: cegar os oponentes com a luz solar, evocava serpentes, lançava flechas de luz, podia ficar quente o bastante para um inimigo o tocar e se queimar...

Nico e eu nos olhamos impressionados.

– Ele era realmente um herói perfeito... Mas, o poder tomou conta dele.

– E o que aconteceu?

– Foi derrotado, queimado na verdade.

– Como?- perguntei assustada.

– Ele não era inqueimavél? – perguntou Nico.

– Ele não soube controla-lo, fazendo com que o poder do sol pudesse entrar e sair do seu corpo quando quisesse. Então nessa época havia um filho de Hefesto, ele podia criar seu próprio fogo, em qualquer hora do dia. O filho de Apolo o provocou, aliás, o poder do sol, dizendo que era mais poderoso, e um belo dia o filho de Hefesto o queimou enquanto dormia.

– Deuses, isso é horrível – disse assustada.

– Ainda existem filhos de Hefesto que invoque fogo? – perguntou Nico.

– Não que eu saiba, é muito raro, não existem um desde essa época, assim como um filho de Apolo, como Maria. Mas desde esse episodio existe uma profecia, em que no futuro um filho de Apolo e um de Hefesto se encontrariam na mesma época e algo muito poderoso aconteceria.

Fiquei assustada.

– Eu não sei se quero isso pra mim, e se eu não conseguir controlar? E se eu acabar como o herói da história? – eu disse desesperada.

– Maria, você vai conseguir controlar, isso é um grande dom, e eu estou aqui para ajuda-la quando quiser. – disse Quíron.

– E-e-eu não sei...

– Pense um pouco a respeito, e me procure.

Sai da Casa Grande. Nico foi comigo até meu chalé.

– Quer fazer alguma coisa? – disse Nico

- Praia?

- Eu ia sugerir um lugar sem tanta luz, mas já que insiste...

- Você precisa tomar um bronze, garoto vampiro.

Caminhamos até a praia, enquanto ele me contava sobre o que tinha acontecido no dia anterior. Chegamos, entramos na agua, depois nos sentamos na areia.

- E então, já resolveu se vai buscar ajuda de Quiron?

– Eu sei lá, confesso que estou com um pouco de medo disso.

– Você? Com medo? Você é a garota mais durona que eu já conheci, se não fosse reclamada diria que era uma filha de Ares.

Eu ri.

- Já disse que já andei no carro do seu pai? – disse Nico

- Não brinca? Até você conheceu meu pai, menos eu...

- É, é bem legal.

- Me fale sobre sua irmã. – disse cortando o assunto.

- Ah ela sempre foi superprotetora, mas eu não reclamo disso, ela é a única família que eu tenho.

- Então não vivem com sua mãe?

- Ela morreu há muito tempo, eu nem me lembro dela...

- Poxa, eu sinto muito.

- Não, tudo bem. E quanto a sua mãe?

- Eu e minha mãe temos nossos momentos. Mas eu a amo, ela é muito bonita, e até jovem demais pra ter uma filha da minha idade, somos só eu e ela, e meu cachorro... – então lembrei do motivo de ter vindo para o acampamento mais cedo.

- Tá tudo bem? – Nico percebeu meu desanimo espontâneo.

- Eu sei lá, é só que nunca foi fácil pra ela manter nossa família e a casa, então ela teve que fazer a ultima escolha que ela faria, foi ai que ela começou a ser dançarina em boates.

- Boate? – perguntou como se nunca tivesse ouvido essa palavra antes.

- Ela trabalha pra uma espécie de cafetão ou sei lá que diabos é aquilo, é o homem mais asqueroso do mundo. E quando as coisas apertam, ela tem que dormir com os clientes...

- Deuses! Isso deve ser muito complicado pra você, nem imagino como se sente.

- É, é complicado, as vezes minha vó nos ajuda com o dinheiro... Mas enfim, nunca contei isso pra nenhum amigo meu, é muito constrangedor e triste, porem me sinto confortável contando pra você.

Ele me abraçou

- Você sempre pode contar comigo.

 

Estava deitada e comecei a refletir sobre o que Quíron havia me dito, que ele iria me ajudar. Eu queria saber como controlar isso, mas ao mesmo tempo estava com medo, tinha medo de não ser forte o suficiente pra controlar, mas pelo menos ainda tinha sorte de não ter um filho de Hefesto que invocasse fogo por perto, então eu devia aproveitar isso. Decidi ir procurar Quíron para que ele me ajudasse com tudo isso. Lá estava ele orientando os campistas a usar o arco e flecha.

– Quíron, já decidi o que eu quero...

– Maria, sabia que iria vir mais cedo ou mais tarde. – disse ele me interrompendo.

– Disse que iria me ajudar... – falava enquanto seguia ele e desviava de alguns campistas – estou pronta pra aprender.

– Fico feliz por isso.

Quíron ajudou um campista com a flecha.

– Nunca precisou de ajuda com o arco e flecha. - disse Quíron desviando totalmente do assunto.

– A primeira vez que usei consegui acertar o monstro na mosca.

– Isso é um dos vários incríveis dons que um filho de Apolo tem, mas você não é um filho qualquer, semideuses como você são muito valiosos, então deve acima de tudo não deixar o poder te dominar.

– Certo.

– Você lembra o que aconteceu quando invocou o poder do sol da ultima vez?

– Ahn... Me lembro de ter ficado muito forte, senti o fogo em minhas mãos e nos meus olhos...

–Interessante, e sabe como começou isso? Como conseguiu invoca-lo?

– Eu só me lembro de ter olhado para o sol e pedido ajuda para meu pai.

– Esqueça de seu pai nesse momento, deve sempre falar com o próprio sol, diga que precisa de sua ajuda, e permita que ele use seu corpo e sua força, e depois que conseguir o que quer, use sua força para manda-lo embora.

- Ahn Quiron... Então quer dizer que o sol tem vida própria? Ele tem nome? O que Apolo e ele tem em comum? Por que devo falar com ele e não meu pai?

- Quantas perguntas, - disse ele rindo – mas faço questão de respondê-las todas. Na época dos titãs, Hélio era o deus sol, mas devido a alguns problemas, substituíram Hélio por Apolo. O sol diferente da concepção dos mortais, é uma carruagem hoje puxada por Apolo, ele tem seu poder próprio, mas Apolo consegue manipular. Agora que suas perguntas estão respondidas, tente fazer o que eu lhe disse.

– Não sei se consigo...

– Não pense assim, diga em voz alta ‘’Eu consigo controlar’’.

– Eu consigo controlar.

– Mas alto.

– Eu consigo controlar!

Na mesma hora olhei para o sol, fechei os olhos, me concentrei, falei com o seu poder, e no mesmo instante senti uma força enorme tomando conta de mim, senti meus olhos pegando fogo, abri-os rapidamente, junto com minha mão que também queimava, era como se alguém controlasse meu corpo, mas que eu também pudesse dar as ordens. Invoquei um pequeno feixe de raio de sol, e mirei em uma árvore, funcionou como uma espécie de raio-laser, e árvore foi cortada ao meio. Tentei usar toda a minha força que restava para expulsa o poder do sol, não consegui de primeira, depois pensei, se ele estava no meu corpo ele também podia ler meus pensamentos, então gritei em meus pensamentos ‘’Vá embora!’, e imediatamente me senti liberta, mas com um pouco de tontura.

– Você está bem? – perguntou Quíron me segurando.

– Com um pouco de tontura...

– Você foi ótima.

Olhei pra ele e sorri.

– Acho que consigo controlar isso



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