História A filha de Kakashi-Hatake's Family (Naruto) - A caminho de casa

Hiromi:

Eu e Sasuke estávamos andando a mais de quatro meses. Meu pai não sabia que estávamos voltando e muito menos que estávamos juntos, então a viagem estava levando o dobro de tempo que realmente seria necessário já que, ficávamos parando para fazer missões. Algumas simples levavam apenas um ou dois dias e as mais difíceis que eram a maioria, enviadas diretamente e unicamente à Sasuke,evavam cerca de duas a três semanas, até um mês. E claro que, eu e Sasuke não tínhamos nem um pingo de pressa de voltar pra Konoha, então, parávamos sempre que um de nós queria, e andávamos só de dia da maneira mais tranquila possível.

Sasuke era um companheiro de viagem neutro. No começo, eu me arrependi de tê-lo chamado, porque eu fiquei tão empenhada em levá-lo de volta, que não me toquei o quão desconfortável eu ficava sozinha com qualquer homem estranho. Não que ele fosse um completo estranho, mas não éramos próximos e até uns anos atrás ele estava sendo o completo oposto de um "mocinho". Mas depois dos dois primeiros meses, percebi que não tinha motivo nenhum para ter medo dele, primeiro por que era notável o quão diferente ele estava e segundo porque ele mostrou muitas vezes que eu poderia confiar nele. No geral, não conversávamos, geralmente era mais um monólogo meu, no entanto tinha dias que ele até entrava no assunto e respondia algumas perguntas minhas e fazia outras perguntas também. Concluí por fim, que ele era um bom ouvinte, e quando ele queria, era uma boa pessoa para bater papo também.

No fim, eu acabei contando pro Sasuke do meu passado, e ele me pareceu bem comovido com toda minha história. Agora, além do Naruto, Hinata e meu pai, ele também sabia. E eu percebi que depois do dia em que eu lhe contei, passamos a ficar mais próximos. Logo nos primeiros dias depois de eu ter contado, ele ficou bem mais receoso comigo e toda vez que ia fazer ou falar alguma coisa ele me analisava muito, sempre mantendo uma distância de no mínimo uns dez passos de mim, não que antes andassemos de mãos dadas, mas que ele começou a manter uma distância maior era fato. Depois ele pareceu mais relaxado e voltou ao normal e então, me contou um pouco de  quando sua família foi morta pelo irmão, e como na verdade, a culpa fora de Konoha e não de Itachi. De verdade, aquilo me deixou com muito nojo, e eu consegui entender o porquê de Sasuke ter feito o que fez. O passado dele era triste demais.

E depois que compartilhamos nossas dores e passados horrorosos, começamos uma amizade. Por isso tanto as missões que fazíamos juntos quanto a viagem, ficou bem mais leve e divertida, e agora ele até dava o próximo de uma risada quando algo divertido acontecia. Sasuke era alguém bem complicado de convívio, mas com um pouco de paciência e confiança, ele se mostrava uma pessoa totalmente nova.

-Hiromi. -Fui despertada de meus pensamentos pela voz do meu companheiro de viagem, e assim que eu o olhei ele franziu o cenho. -Não me escutou? - Eu sorri sem jeito, afinal, Sasuke nunca puxava assunto e quando ele puxou, eu não escutei.

-Gomen, eu estava pensando. O que foi que você disse?

-Perguntei o que diz na sua carta. É mais uma missão do Kakashi?. -Olhei pro papel em minhas mãos e neguei com a cabeça.

- É só uma carta de um pai com saudades da filha. -Disse enquanto guardava a carta na minha mochila. -Faz tempo que ele não manda missões. Você disse que estávamos voltando?  -Perguntei e o mesmo negou com a cabeça. -Bom, são tempos de paz afinal. -Ele voltou a olhar pra fogueira e eu bocejei. Estávamos a mais ou menos uma semana de distância até Konoha, e agora descansavamos em uma caverna depois de passar o dia todo andando.

-Pode dormir se quiser, eu fico com o primeiro turno.

-Certo. Obrigada Sasuke-kun. -Sorri já me ajeitando pra dormir.

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Acordei assustada com barulhos altos e estranhos e me levantei tão rápido que me deu tontura. Olhei em volta e Sasuke não estava por perto, apressada segui os barulhos e ao sair da caverna me deparei com Sasuke lutando contra uns vinte caras.

Antes que me desse conta uma kunai voou em minha direção, e por pouco desviei, acertou de leve minha bochecha fazendo um pequeno corte.

-É ELA CHEFE! -Alguém gritou e Sasuke direcionou seu olhar para mim após derrubar dois caras de uma vez, o sharingan ativado.

Sem ter muito tempo para pensar no que fazer, fiz selos com a mão usando o suiton e jogando uns quatro caras que vinham em minha direção para longe. Mais selos com a mão e um clone de madeira meu fora feito, ele atacou ferozmente mais dois caras e eu fiz mais selos com a mão e o daijurin no jutso estava feito, acertando sete caras de uma vez.

Ao olhar para Sasuke ele já havia derrotado mais cinco deles. Agora só restavam dois deles e apenas pela adrenalina, desfiz meu clone e parti pra cima de um usando meu taijutsu.

Desviei de uma kunai, e atirei uma shuriken que foi derrubada pelo meu oponente. Já proximos o suficiente, deferi um chute nas costelas do homem e o mesmo bloqueou com o braço já tentando me dar um soco de esquerda que eu desviei, sem perder tempo, acertei um soco em sua garganta e o mesmo deu uns passos para traz com falta de ar. Parti pra cima antes que se recuperasse e dei mais um chute em sua costela, dessa vez o acertando, ele caiu de joelhos e eu sorri, fracote demais. Peguei uma kunai de maneira apressada e já em cima do cara o segurei pelo cabelo e pressionei minha kunai contra seu pescoço.

-Quem mandou vocês? -Perguntei de maneira firme e o mesmo engoliu em seco. -Olha, não dificulta as coisas, certo? Você fala e eu não te torturo. A morte vai ser rápida e você nem vai sentir dor. -Ele fechou os olhos com força e eu suspirei. -Ah não me obrigue a te torturar. Sei que estavam atrás de mim por mando de alguém. Fracotes como você não viriam atrás de mim apenas por diversão. -Olhei para Sasuke de maneira rápida e o mesmo olhava tudo em volta, com certeza estava garantindo que não teria mais deles. -Eu com certeza vou te torturar bastante se não me contar, você vai desejar nunca ter nascido. -O homem estremeceu e eu sorri sádica, estava jogando com o psicológico dele. -A menos que você me conte quem mandou você. -Passei a ponta da kunai pelo seu rosto fazendo um corte, ele gemeu com a dor e eu voltei a pressionar a kunai, dessa vez em sua bochecha. Olhei para Sasuke mais uma vez e dessa vez seus olhos estavam em mim e no homem.

-Eu tenho família. Por favor.

-Eu também tenho, ora. -Respondi de maneira óbvia .

-Meu filho, é doente eu precisava de dinheiro por isso aceitei. Por favor, não me mate. -Ele começou a chorar e implorar de maneira desesperada que quase tive pena.- Eu te conto, e você me deixa ir, por favor. -Eu olhei para Sasuke pensativa e o mesmo se aproximou.

-Provavelmente ele está mentindo. -Sasuke disse e eu concordei com a cabeça.

-Não estou, juro. Meu filho só tem a mim, por favor. Ele precisa de mim. -Chorava tanto que parecia estar ficando sem ar.

-Quero um nome. E talvez, te deixe ir. -Disse firme o encarando e depois olhei para Sasuke que negou com a cabeça. -E só talvez. Não se empolgue. -Deixei claro e o homem soluçou. -Escuta, você vai falar de uma maneira ou de outra. A diferença é que se falar agora você não vai sofrer.

-Saito Ichiro. -Ao ouvir aquele nome eu fiquei agoniada.

-O que aquele desgraçado queria comigo?! -Gritei depois de dar um soco no rosto dele.

-A sua regeneração. Suas células. -Disse com dificuldade e eu o soltei com força o empurrando forte contra o chão.

-FILHO DA PUTA. -Berrei em plenos pulmões enquanto Sasuke levantava o homem de maneira bruta. 

Shikamaru estava certo a quase três anos atrás quando me encontrei com Ichiro pela primeira vez. DESGRAÇADO. Sasuke estava prestes a matar o homem quando eu o impedi segurando seu braço. Peguei o homem pelo colarinho e o olhei bem dentro de seus olhos. 

-Vou deixar você ir. Apenas para mandar um recado pra aquele lixo. -Ele concordou assustado- Diga a Saito que a próxima vez que ele mandar qualquer um pra me sequestrar, ou a próxima vez que eu sequer ouvir o nome dele. Eu irei até ele e matarei ele com minhas próprias mãos. Não Sem antes dar uma boa lição pra que ele morra se arrependendendo de ter conhecido Harumi. -Eu usei tanto ódio nas minha palavras que o homem a minha frente tremia. -Diga exatamente isso a ele. Sem por ou tirar uma vírgula. Você me entendeu? -Ele concordou apressado e eu o soltei, vendo-o correr para longe o mais rápido possível. Suspirei e olhei para Sasuke.

-Saito Ichiro? -Ele perguntou e bufei.

-Aquele escroto que disse que era meu pai. -Ele não disse nada, apenas voltou para caverna e eu o segui. 

-Como eles acharam a gente? Não estávamos sendo seguidos.

-Não estávamos mesmo. Mas eu escutei barulho perto da caverna e saí para ver. Eles estavam apenas procurando um lugar pra passar a noite pelo que parecia, mas me atacaram assim que viram quem eu era. -Concordei com a cabeça, não devia ser fácil ser o último Uchiha. Ainda mais tendo rinnegan. -Achei que eles só queriam eu, mas assim que você apareceu, descobrimos que na verdade o alvo era você.

Bufei irritada com a situação e neguei com a cabeça. Eu não acredito que aquele maldito disse ser meu pai e quase me convenceu a ir com ele, provavelmente só pra fazer experiências em mim e sabe-se mais lá o que. Senti meu corpo todo arrepiar só por imaginar e como consequência lembranças do meu passado vieram. Aquilo começou a me afundar de uma maneira tão profunda que gritei de susto ao sentir a mão de Sasuke em meu ombro.

-Está bem? -Disse receoso se afastando de maneira rápida de mim. -Você ficou muito tempo aí parada, precisamos ir. -Concordei rápido com a cabeça já me acalmando e voltando pra realidade, enquanto pegava minhas coisas. -Hiro. -Sasuke me chamou assim que estávamos fora da caverna no meio dos corpos. -Nada do que aconteceu com você antes vai acontecer denovo. Não vou deixar machucarem você. -Ele disse de maneira tão sincera que acabei me segurando para não abraça-lo ou começar a chorar. Dei meu melhor sorriso e fiz um joinha com a mão direita.

-Eu sei. Arigato Sasuke-kun. -Ele movimentou a cabeça e voltamos a andar. -A gente cuida um do outro agora, né? Somos companheiros de viagem hehe.

Agora era uma curta questão de tempo até estarmos em Konoha.