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História A filha de Kakashi-Hatake's Family (Naruto) - O começo de algo (I)


Escrita por: breehferreira

Notas do Autor


Voltei :)
Somos 22 favs agora! Obrigada gente, amo vcs <3

Bom, o título do capítulo já deixa as coisas bem explicitas e agora se inicia uma nova fase de cosntrução!
Esse capítulo ficou maior do que esperava e por isso o dividi em duas partes, pretendo postar a segunda parte ainda amanhã.

Enjooyy

Capítulo 22 - O começo de algo (I)


Fanfic / Fanfiction A filha de Kakashi-Hatake's Family (Naruto) - O começo de algo (I)

Hiromi: 

Cansada, suspirei. Dorso da mão enxugando meu suor. Respirando fundo firmei meu pé de apoio no chão, eu era ambidestra, mas sempre preferi usar o esquerdo para isso. Mais socos e chutes, minhas mãos e pernas doem, e os nós dos meus dedos sangram. Mas tudo bem, logo vai fechar e não haverá nenhuma cicatriz se quer para contar a história.

Essa já é a terceira árvore que derrubo, o que não faz diferença nenhuma já que eu consigo trazer uma nova com apenas alguns selos de mãos. 

-Ainda bem que elas não sentem dor. -A voz já conhecida se fez presente e eu me virei rápido com o leve susto que tomei. -Já está bem tarde. 

-Eu sei. -Enxuguei meu suor com a mão mais uma vez. -O que faz aqui, Shikamaru?

-Eu gosto de passear um pouco durante a madrugada. Escutei os barulhos e pensei que poderia ser algo sério. -Dei de ombros e voltei ao meu treino. -Pelo seu estado imagino que seja. Desde que horas está aqui? -Meu estado? O que ele quer dizer com isso?

-Desde as nove ou dez horas da manhã, talvez. Não sei. -Parei, e respirei fundo voltando a encara-lo.

-Já são quase duas da manhã, Hiromi. - Disse colocando as mãos nos bolsos. -Você está bem?

-Sim. -E realmente estava me sentindo bem, até parar naquele exato momento. Primeiro senti a dor lasciva em meus membros, depois o frio e então uma dor horrível em meu estômago. 

-Oy, você está bem pálida. Melhor se sentar. -Concordei e soltei meu peso caindo de bunda no chão. -Você comeu ou fez alguma pausa hoje? -Ele se agachou em minha frente.

-Isso importa? -Comecei a me sentir cada vez mais fraca e cansada, e dores ainda mais fortes. 

-Importa se você fica nessa situação. É melhor se levantar, vou te levar para casa.

-Não. -Disse e voltei a ficar de pé sendo acompanhada por ele. -Quero treinar meu taijutsu um pouco mais. -Meu corpo me traiu e eu me senti terrivelmente tonta cambaleando para frente e para o lado.

- Hiro! -Shikamaru exclamou e me segurou a tempo antes que eu caísse de cara no chão. -Amanhã você continua, Kakashi deve estar preocupado. -Ele passou um de seus braços por minha cintura me assustando. Por isso me afastei rápido.

-Estou bem. Só fica difícil se mexer com frio. -Inventei uma desculpa ridiculamente tosca e ele ficou uns dois minutos me encarando.

-Tsc. Teimosa. -Tirou a blusa de cor beje que usava e passou para mim, a deixando em meus ombros. -Pronto, agora acredito que consiga ir para casa.

-Sim, amanhã mando a blusa pelo meu pai. -Na verdade eu me sentia tonta e fraca, e pra ajudar minha visão estava ficando turva. Tentei andar e minha visão ficou totalmente preta. E  mais uma vez Shikamaru me amparou para que eu não desmoranasse.

-É melhor parar com isso e me deixar te ajudar, antes que vá parar no hospital, Hiro. -Dessa vez ele me pegou de uma vez só e começou a se movimentar. 

Estar daquele jeito nos braços de um homem que não era meu pai ou Naruto, e tão fraca e vulnerável como estava, era um pouco assustador. Me sentia desconfortável. Mesmo conhecendo Shikamaru desde uns oito anos de idade e sendo uma grande amiga dele, ainda era ruim para mim. E provavelmente sempre seria. 

-Kami! -A voz do meu pai entrou em meus ouvidos e eu quase sorri por saber que estava segura em casa, mas quando havíamos chegado?

-Eu estou bem otousan. Shikamaru que é exagerado.

-A coloque no sofá. - Kakashi nem me deu ouvidos.

- EU POSSO ANDAR! -Esbravejei e Shikamaru me colocou no chão em um piscar de olhos. E eu nem se quer pude tentar dar um passo para que meu pai me pegasse feito um saco de batatas e me colocasse no sofá. -Papa! -Resmunguei e o olhar de reprovação que recebi foi tão feio que quase me encolhi por inteira até sumir. 

-Ela disse que estava treinando desde as nove ou dez da manhã. E não parou pra comer. -Me dedurou sem ninguém ter perguntado ou torturado ele para isso, acabei fazendo uma careta.

-Arigato por trazê-la até aqui Shikamaru. Irei conversar com ela agora. Nos vemos amanhã. -Shikamaru direcionou seu olhar para mim e depois com um aceno de cabeça, saiu. Meu pai se voltou para mim com cara de poucos amigos e retirou a máscara. -Está mais pálida que o fantasma de Kaguya Otsusuki, Hiromi. -Ralhou e eu revirei os olhos. -E não revire os olhos para mim. Eu estava preocupado, na verdade ainda estou. 

-Eu deixei bilhete. -Justifiquei.

-Pela manhã dizendo que iria treinar. E já é madrugada. -Cruzou os braços. - Não é por que sua regeneração é boa que não vai ter um colpaso por estar com fome. 

-Eu sei.

-Então por que não comeu nada durante o dia todo e alguém teve que te carregar até em casa com você quase inconsciente nos braços? -Apesar de parecer bravo e preocupado ele tinha um tom de voz pleno. E isso me irritava mais do que qualquer coisa.

-Por que eu estava mantendo minha cabeça ocupada com qualquer outra coisa que não fosse o caralho do meu passado! -Gritei. E meu pai fez uma cara horrível de desaprovação. -Eu não sou mais criança!

-Olha os modos Hatake Hiromi! -Apontou para mim. -E se não é uma criança, não fique agindo como uma, que precisa ser avisada quando parar e quando comer! -Agora ele falava mais firme. 

-Que seja. -Dei de ombros e meu estômago fez um barulho horrendo.

-Vou fazer algo para que coma. Você irá tomar banho e descansar, e então amanhã conversaremos sobre isso. -Abri minha boca para refutar mas ele levantou a mão fazendo com que eu parasse. -Não quero te ouvir se não for para agradecer pela comida. Sinceramente, quando foi que voltou a ser uma adolescente tão respondona? - Disse baixo a última parte enquanto ia para a cozinha, mas eu escutei perfeitamente. 

Eu sentia tudo em mim queimar ou doer, parecia que até meus fios de cabelo ardiam. Meu pai fez eu comer dois pratos de uma sopa congelada que tínhamos, e me deu uns três tipos de medicamento para que eu tomasse, mesmo que não fizessem efeito. No fim ele praticamente me trancou no banheiro até que eu terminasse tudo e fez questão de me cobrir na hora de dormir. Então só me restou obedecer, quieta como ele mandara. 
Pela manhã, eu me sentia renovada e  também, um pouco envergonhada por ontem. Minha noite foi sem pesadelos e me questionei se meu pai tinha dado algum tipo de sonífero no meio daqueles medicamentos, ou se foi só por que extrapolei meus limites mesmo. Eu agi que nem uma idiota, mas foi a única alternativa que vi. 

Eu estava tendo pesadelos todas as noites desde que voltei, e o resto dos dias passava com arrepios e enjoada demais pra fazer qualquer coisa que não fosse ficar com as lembranças ruins na minha cabeça, por mais que eu não quisesse.

-Está melhor? -Kakashi perguntou assim que eu apareci para comer.

-Sim. Arigato. -Senti minhas bochechas queimarem. -E gomen, por ontem. Não quis deixar ninguém preocupado. Só queria parar de pensar no meu passado. É cansativo e doloroso.

-Tudo bem, Hiro-chan. -Meu pai parecia exausto mas mesmo assim sorriu. -Você quer conversar sobre isso? -Eu me sentei ao seu lado na nossa mesa tradicional japonesa e apoiei minha cabeça em seu ombro.

-É só que, minha cabeça não esquece nada nunca. E ultimamente com os pesadelos... -Não consegui continuar, meu peito doeu e eu precisei puxar muito ar pros meus pulmões. -Eu não sei porque, mas eles vêm toda noite e durante o dia eu fico repassando as coisas horríveis que aconteceram e eu sinto na pele como se tivesse sido ontem. -Meus olhos arderam e eu não pude evitar de chorar. -Eu tô tão cansada disso, só quero que minha mente pare de me sabotar e esqueça disso de uma vez por todas. -Me desencostei dele e apoiei minha testa na mesinha, mesmo que fosse desconfortável. -Aquilo ontem, foi só eu tentando não pensar em mais nada além do treino. Eu me senti tão esgotada de ficar relembrando que, não parar para nada até que eu desmaiasse de cansaço me parecia uma boa ideia. Sei que não foi saudável. Gomen. -Meu pai passou a mão carinhosamente pelo meu cabelo e eu funguei.

-Entendo filha, mas isso não pode mais voltar a acontecer. Trocar a dor emocional pela física não vai te levar a lugar nenhum a não ser a sua decadência. Sei que lembrar disso é um fardo e sei também que isso nunca vai passar. -Eu levantei minha cabeça para encara-lo, aquilo não era nem um pouco animador. -Veja bem Hiro. Nunca vou me esquecer do corpo do meu pai bem na minha frente, nem de como minha mão atravessou o coração da Rin. Ou de como Obito ficou com metade do corpo preso naquela pedra e eu não pude fazer nada. -Meu pai suspirou pesado. -É algo ruim e traumático demais para simplesmente esquecer. Mas, não dói mais. -Ele me abraçou de lado. -É clichê mas é verdade, o tempo cura. Pode levar um mês ou uma década, mas vai chegar um dia que você vai se lembrar apenas como algo amargo, e não como algo doloroso. -Aquilo martelou na minha cabeça de uma forma que eu não pude fazer nada além de ficar parada pensando sobre aquilo. -Mas, se quiser, podemos ver para que volte a fazer terapia. - Eu neguei com a cabeça e respirei fundo.

-Não quero voltar a fazer. Me sinto observada e exposta demais. -Olhei para o café da manhã intacto. -Itadakimasu! -Comecei a comer dando fim aquele assunto. 

Meu café da manhã foi pensativo e silencioso, eu tentava absorver e focar toda minha atenção nas palavras do meu pai. Desejo do fundo da alma do meu coração que ele esteja certo. Eu quero acreditar nele, afinal, ele passou por coisas tão ruins, deve saber do que está falando. Sem contar que ele nunca erra um palpite, então imagina conselhos. 

Eu mal terminei de comer e arrumar as coisas quando me dei conta de que horas eram. Meu pai não iria trabalhar ou iria mais tarde? Será que ele havia perdido a hora por ter ficado acordado pela madrugada? 

-Touchan. -Chamei enxugando as mãos. -Já são dez da manhã. Não vai trabalhar hoje?

-Eu sei, vou daqui a pouco. Acordei um pouco tarde hoje, mas eles conseguem se virar algumas horas sem mim. -Sorriu e colocou a máscara logo em seguida. -Me acompanhe até o escritório hoje, filha. -Não foi em tom de pedido e na mesma hora me toquei o por quê disso. Ele queria me manter ocupada com outra coisa, pra que eu não repetisse o mesmo de ontem.

-Sim. Só vou me trocar. 

Eu e meu pai saímos assim que eu fiquei pronta. O caminho foi tranquilo e silencioso, tirando as pessoas que cumprimentavam o Rokudaime e a mim também. Eu não iria entrar no escritório, na verdade eu o deixaria ali e procuraria alguma coisa pra fazer, mas ele não permitiu, e praticamente me arrastou prédio adentro. Os ninjas pareciam aliviados por vê-lo ali e meu pai estava sorrindo de forma tranquila, com uma mão no bolso e outra em meu ombro para que eu não saísse. Ao entrar no escritório Shizune e Shikamaru estavam concentrados mexendo com algumas papeladas, mas logo desviaram seus olhares para nós. 

-Ohayo minna! -Meu pai levantou a mão como um breve aceno e eu sorri sem graça.

-Hokage-sama. Ohayo. Pensamos que não viria hoje. -Shizune disse com um pequeno sorrisinho e meu pai andou até a grande mesa.

-Só me atrasei um pouco. -Se sentou.- Obrigada por cuidarem das coisas. -Ele apoiou os cotovelos na mesa e cruzou as mãos sorrindo. - Hiromi é o motivo do atraso e como castigo, me ajudará a fazer as coisas hoje. -Seu olhar sobre mim era sério e eu tenho certeza que a cara que eu fiz foi do mais puro e genuíno desgosto. -Veja isso como um leve castigo do Hokage. -Ele sorriu mais uma vez e eu quis gritar. -Vocês estão dispensados hoje.

-Eu não tenho nada melhor pra fazer. -Shikamaru deu de ombros e voltou a mexer com os papéis.

-Tem certeza Rokudaime? -Shizune estava incerta.

-Hai hai. Se eu precisar, chamo.

-Com licença. -Fez uma breve reverência e se retirou. 

Eu e meu pai ficamos nos encarando por longos minutos, eu não queria estar ali e ele sabia disso, eu ODIAVA ficar em escritórios ou sala de aulas. Me sentia presa e ele mandou que eu ficasse de propósito, como o próprio disse, era minha culpa seu atraso e agora eu estava recebendo um tipo de punição. Não do meu pai, mas sim do Hokage.

Aquilo era ridículo, e de braços cruzados, perdi a batalha de olhares, por isso revirei os olhos e caminhei até Shikamaru, para ver oque eu deveria fazer. Não queria falar com Kakashi naquele momento, eu provavelmente gritaria com ele. 


|~~|

Estávamos a tanto tempo resolvendo as coisas que eu já tinha perdido a noção do tempo, por isso levei um breve susto ao escutar meu estômago roncar super alto. Shikamaru e o Hokage direcionaram seu olhar para mim e eu senti meu rosto arder. Fingi que nada aconteceu e tentei voltar a me concentrar nos papéis complemente envergonhada. Aquilo só acontecia em momentos de completo silêncio, parecia até proposital. 

-Bom acho que podemos fazer uma pausa para comer. -A voz de meu pai estava divertida e assim que eu levantei meu olhar os dois homens a minha frente estavam segurando o riso. Arregalei meus olhos e minhas bochechas arderam ainda mais, que constrangedor.

-Ah qual é!? -Praticamente gritei. -É impossível que vocês também não estejam com fome! Já é quatro horas. E a última vez que comemos já faz tanto tempo que eu nem me lembro o que foi que comi! -Minha fala alterada só foi motivo para que soltassem a risada. Completamente irritada pela atitude deles bati minhas mãos na mesa me levantando de maneira brusca. -Eu vou comprar comida só pra mim. -Anunciei. -E vocês, morram de fome! -Eles pararam de rir e eu bufei.

-Hiromi. Nós vamos pedir que algum ninja compre algo pra gente. -Meu pai anunciou e eu parei já com a porta aberta. -Peça pra um dos ninjas três almoços. -Olhei para fora e então percebi que estava sendo encarada pelo rapaz que estava a frente, encostado na parede. Assim que ele viu que eu encarei ele de volta suas bochechas ficaram coradas.

-Você. -Chamei educadamente e ele deu alguns passos em minha direção. -Por favor, pode trazer três almoços para nós? -Perguntei e ele continuou me encarando com o rosto vermelhinho e a boca entreaberta. -Hey. Está surdo? -Chamei sua atenção e ele pareceu despertar de um transe. -Três almoços por favor! 

-H-ha-hai! Hatake-san! - Ele gaguejou e fez uma reverência exagerada e saiu apressado. 

-Eh? O que deu nele? -Me virei e meu pai e Shikamaru estavam com uma cara estranha.

-Tsc. -Shikamaru virou o rosto para outro lado e eu arqueei uma de minhas sobrancelhas. 

-Nani? -Perguntei confusa e meu pai suspirou. Eu não entendi foi nada. 

Um tempo depois, enquanto continuávamos com o trabalho, começamos a ouvir borburinhos do lado de fora. E como eu estava puta de fome e de canseira me levantei e andei até a porta pronta para mandar ir ao inferno quem quer que fosse que estivesse nos atrapalhando! Abri a porta e havia dois ninjas agora, o de antes e um que não vi antes, ambos seguravam uma sacola grande de papel e eles discutiam "em sussurros". 

-Ela pediu pra mim. Eu entrego! -Puxou a sacola para si.

-Justamente por isso. Você já interagiu com ela, agora é minha vez! -Agora o outro puxou para si denovo.

-Mas isso não tem nada ver! Ela vai ficar confusa se outra pessoa entregar! 

-Pare com essa desculpa. Um pegou e o outro entrega! 

-Não! 

-OY! VOCÊS DOIS PAREM COM ISSO! -Gritei os assustando e eles pararam na mesma hora. Fiquei os observando, eles estavam com as bochechas coradas. Um devia ter minha idade e tinha cabelos pretos e olhos verdes, foi para ele que eu tinha pedido o almoço. O outro era pelo menos uns dois anos mais novo e tinha cabelos ruivos e olhos pretos. -O que estavam fazendo? -Perguntei cruzando os braços e eles se encararam. -Eu espero profundamente que isso na sua mão não seja meu almoço. 

-É sim Hatake-san! Aqui está. -Estendeu rápido praticamente enfiando na minha cara. 

-Gomen Hatake-sama! -O mais novo falou exasperado e eu olhei para trás. Shikamaru e papai olhavam a cena de braços cruzados e cara de poucos amigos.

-Estamos morrendo de fome e vocês discutindo sobre quem iria entregar o almoço?! -Esbravejei e eles fizeram cara de assustados. -Olha, sinceramente. Não vou dizer mais nada. Me virei e fechei a porta. -O que deu nesses ninjas, credo. -Resmunguei colocando o almoço sobre a mesa.

Meu pai e Shikamaru trocaram olhares e então comecei a arrumar as coisas para que pudéssemos comer. Eu estava cansada e com fome. E só quando estávamos quase terminando de comer percebi que faltava alguém. 

-Naruto não veio hoje? -Perguntei para ninguém específico.

-Eu dei uma missão simples para ele hoje. Dentro da vila. Provável que até a noite já tenha concluído.

-Ah entendi. É tão fofo que ele e Hinata estejam juntos. E o Sasuke finalmente criando vergonha na cara e saindo com a Sakura. -Falei e suspirei logo em seguida. -Você deve estar orgulhoso e se sentindo velho otousan. -Provoquei e ele me olhou com seu típico olhar de tédio.

-Velho por que? 

-Como assim? Seus alunos já são adultos e estão prestes a dar o próximo passo para formarem suas próprias famílias. 

-Acho que você está precipitando as coisas Hiromi. -Shikamaru se pronunciou e eu olhei com as sobrancelhas levantadas. -Sasuke e Sakura não assumiram nada. E Naruto e Hinata mal começaram a namorar. -Dei de ombros.

-Por isso eu disse "prestes a dar o PRÓXIMO" não que já estão andando.

-Que saco. Da na mesma. 

-De qualquer forma, só vou me sentir velho quando você sair de casa. -Meu pai nos interrompeu.

-Então se sentirá jovem para sempre. Eu não vou sair de casa nunca. -Disse determinada e Shikamaru fez uma cara estranha. A medida que papai ficou só sorrisos e felicidade o resto do dia. 

|~~|

Narrador:

Aquele dia era a segunda sexta do mês, o que significava que Shikamaru estaria de folga no dia seguinte. O dia havia sido cheio e estranho para ele, ter Hiromi por perto o dia inteiro o fez se sentir mais tranquilo do que o normal e no final ele nem parecia ter trabalhado tanto assim. O que era novidade já que normalmente no final do dia só queria dormir. 

Ele estava incomodado com aquela constatação e se sentiu irritado consigo mesmo por ter ficado abalado com as coisas que ela disse naquele dia. Primeiro os ninjas agindo feito cadelas no cio ao vê-la e ela nem se quer perceber, e depois ela dizendo que nunca deixaria o pai. Mexeu com ele em níveis desconhecidos, e era exatamente aquele ponto que o deixava tão incomodado. 

Se sentia confuso em como a garota de olhos cinzas o deixava quando estava por perto. Ter um Q.I. avançado era completamente inútil quando se tratava dela. Suspirou fundo, alto e pesado, se sentindo frustrado. Eles estavam finalmente indo embora, e mesmo ter ficado ao lado da garota o dia inteiro ainda queria passar mais tempo com ela, não queria se despedir ainda. 

-Hiromi. -Chamou hesitante. Ela se virou para encara-lo. Tão linda. Foi o que pensou. -Hoje está tendo tipo um festival de inverno. Quer ver as barraquinhas de comida? -Perguntou de uma vez, tomando coragem logo de início. Se queria alguma coisa deveria ser um homem e não um rato. 

-Hmmm. -Ela se sentia cansada, não fisicamente. Mas o convite pareceu tentador, mesmo assim pensou alguns minutos. Talvez seria uma boa ideia se divertir um pouco, ou não já que ficaria sozinha com ele. Ela estava ponderando e Shikamaru estava quase arrependido por ter feito o convite quando ela tomou ar para responde-lo. - Tudo bem então. -Ele sorriu singelo e ela correspondeu. 

Kakashi olhava aquilo de sobrancelhas erguidas. Shikamaru fora ousado ao seu ver e ele sentiu uma pinta de ciúmes quando viu que Hiromi aceitou. Sorriu, sua filha era uma mulher já, não importava mais o que ele pensava ou sua opinião sobre aquilo. 

-Te vejo mais tarde touchan. -Hiromi se aproximou e deixou um beijo em sua bochecha.

-Certo. Não leve ela tão tarde. -Shikamaru apenas fez um gesto com a cabeça e agora os dois jovens seguiam o caminho oposto ao dele. 

Seguiram uma grande parte do caminho em silêncio, ela com as mãos cruzadas atrás do corpo e ele com as mãos nos bolsos. O Nara se sentia nervoso, e aquilo em seu estômago era o que? Borboletas?  Ao ver do rapaz era ridículo. Era só Hiromi, sua amiga de infância. Nada mais, como Ino. Então por que estava daquele jeito? Era um saco.

Já a jovem Hatake estava ansiosa. Não sabia bem o porquê. Mas estava, não parecia ser algo ruim ou que devesse se preocupar, no entanto aquela sensação era bastante incômoda. Afinal por que ele a tinha convidado? Shikamaru era um bom amigo próximo, eles passavam bastante tempo juntos quando mais novos, mas naquele momento era diferente e estranho.

Olhou para o rapaz ao seu lado, ele era muito charmoso mesmo parecendo que sempre estava com sono ou com preguiça. Sorriu, ele sempre fora daquele jeito. Shikamaru sabia que ela estava o olhando, e um pouco envergonhado a encarou de volta, viu as bochechas dela ganharem um tom rosadinho e não pode evitar de sorrir também. 

-O que foi? -Perguntou.

-Nada. - Ela respondeu, suas bochechas ardiam, ele havia visto que ela olhava para ele com um sorriso. 

-Sabe do que me lembrei agora? -Ela negou brevemente com a cabeça. -De quando nos conhecemos.

- Ah. -Ela riu um pouquinho. 


Flashback: 

O garoto estava deitado mais afastado de todas as outras crianças agitadas e barulhentas "Que saco", pensou suspirando. Era só mais um dia preguiçoso e não via nada de diferente ou interessante para fazer. 

Já a menininha de cabelos pretos corria de um lado para outro afobada, estava brincando de esconde-esconde, ao longe viu um bom lugar para se esconder. Era mais afastado e havia árvores por perto. Desesperada começou a correr, a contagem já estava terminando. Sem prestar muita atenção por onde ia, pisou e tropeçou em algo caindo em cima. 

-AI! -Ouviu um resmungo alto e assim que abriu os olhos viu que estava em cima de um menino! Que horror! 

-AI SAI DE PERTO! -Esbravejou rolando para o lado. 

-Sai você, foi você quem caiu em cima de mim! -Ralhou e viu a menina ficar vermelha de raiva.

-MAS É VOCÊ QUE TA DEITADO AÍ PARADO QUE NEM UM COCÔ! -O menino fez uma carranca. E então Hiromi se lembrou de já ter o visto outras vezes, na maioria encostado ou deitado em algum lugar. Mas ela também já havia o visto interagindo com Naruto. -Por que você tá sempre assim com cara de bunda? Deitado ou sei lá?

-Eu não tô com cara de bunda! Que saco. 

-Tá sim! -Cruzou os braços. -Você é amigo do Naruto também? Ele é meu irmão. -Shikamaru analisou a frase, provavelmente era apenas de consideração já que o loiro nunca mencionou uma irmã.

-Tsc. Tanto faz. -Deu de ombros.

- SEU CHATO! -Esbravejou alto e Shikamaru não entendeu porque ela estava tão brava.

-SÓ FALTA A HIROMI-CHAN! -Uma voz mais ao longe anunciou e a garota arregalou os olhos se levantando rápido e indo em direção as árvores. 

Como se não bastasse atrapalhar sua paz, aquela menina o agarrou pelo pulso e o levou junto. Não teve nem tempo de reagir e quando viu já estavam atrás de uma enorme árvore, ofegantes. Ela corria rápido para alguém bem menor e com pernas tão curtas. 
 

-O QU

-SHHHHHIIII! -Nem deu tempo de continuar a frase, ela tampou a boca dele com a mão. Tirou a mão dela com certa brutalidade a assustando.

-O que pensa que tá fazendo?!

-Fala baixo! -Brigou com ele. -Não é óbvio mané? Me escondendo. 

-Por que me trouxe junto? -Ela o ignorou por completo, espiando com cuidado para ver se tinha crianças perto. - Eu quero saber!

-Eu escutei. -O olhou com cara de poucos amigos. -Por que você poderia dedurar meu esconderijo. 

-Tsc. Problemática. -Cruzou os braços e se encostou na árvore. 
~~

Continua...
 


Notas Finais


Perdoem os erros, comentem oq estão achando e até logo!
beijinhos <3


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