História A Filha do Meu Padrasto - Jenlisa (G!P) - Capítulo 7

Jennie

— Lisa, por favor, sai do meu quarto, eu quero me vestir — Ela me olhava séria, com a mesma expressão que quase sempre usava, porém, não se afastava. — Lisa, as meninas estão nos esperando! Eu preciso me vestir

— Eu só quero um beijo seu... — Nervosa, envergonhada, fiquei sem saber o que dizer ou fazer... Eu também queria, eu também queria a sua boca de novo. Uma parte de mim diz que não é uma boa ideia, e a outra, se pergunta por que eu já não fiz logo aquilo se era o que eu realmente queria.

Estava óbvio que ela não ia sair dali enquanto não conseguisse o que queria, era óbvio porque ela nunca me escuta e sempre consegue o que quer, eu tentava fazer diferente, mas nem eu conseguia me controlar e ela sabia disso.

Agarrei a sua nuca com as minhas mãos, o puxava para mais perto de mim para sentir a sua boca, macia como sempre, apenas deixei um selar demorado ali, eu sabia que se nos aprofundássemos naquilo não daria certo. Ela tinha um olhar decepcionado sobre mim, agarrada em minha cintura e eu abraçando o seu pescoço. Lisa queria mais, muito mais, apenas aquilo não bastava, não era o suficiente. Agora era ela quem se aproximou da minha boca, ela queria minha língua, queria me esquentar e me tocar mais, mas eu não deixei.

— Por favor, sai daqui, eu preciso me vestir! Encontro vocês lá embaixo. — Ela me escutou e eu não esperava por isso, ela nunca me escutava, mas era melhor, pois Roseanne e Jisoo estavam nos esperando.

Fiquei por alguns segundos viajando em meus pensamentos depois que vi a porta do meu quarto ser fechada. Depois que percebi estar perdendo tempo demais, fui rápido vestir a primeira roupa que encontrei, era as mesmas roupas de ficar em casa de sempre, mas dessa vez coloquei um sutiã e soltei os meus cabelos presos.

— Você demorou — Comentou Jisoo.

— Me desculpa, eu tentei não demorar — Olhei para Lalisa que se encontrava sentada junto a Rosé e Jisoo, servia-se um suco como se nada tivesse acontecido alguns minutos atrás.

Ela bebeu o seu suco e se retirou dizendo que ia ao banheiro, nos deixando na cozinha. Jisoo percebeu que havia acontecido algo, mas não mencionou nada, no entanto, eu sabia que ela perguntaria depois.

— Lisa é tão quieta e tímida, não é?! — Jisoo e eu nos entreolhamos ao escutar Roseanne comentar inocentemente sobre, era exatamente assim que Lalisa aparentava ser, mas comigo ela não é nenhum um pouco desse jeito, não mais.

— É-é... — Respondi.

Lisa disse que iria ao banheiro, mas não voltou mais. As meninas e eu ficamos na sala jogando cartas, pedimos uma pizza e ficamos por ali. Lembro que Lisa sempre me ganhava nesse jogo, eu nunca ganhava, apenas quando ela deixava.

— Aconteceu alguma coisa com a Lisa? Ela não desceu mais... — Disse Rosé.

— Eu não sei... — Respondi, suspirando e ela olhou para Jisoo confusa.

— Ela tem uma queda pela Lisa

— JISOO! — A olhei furiosa, ela debochava fazendo a garota rir.

— Mas é verdade?... Achei que gostasse daquele garoto da praia

— Nem ela sabe, Rosie... A Jennie está confusa — E bota confusa nisso.

— Você só vai descobrir quando os conhecer e... experimentar... — Ela disse para mim, dando um último gole da sua bebida.

— Foi o que eu disse pra ela, Jennie precisa conhecê-los melhor e não tem nada demais em fazer isso... Mas olha, Jennie... — Jisoo olhava para mim agora. — ...tome cuidado com isso, não vai sair dando por aí — Revirei os olhos, terminando de beber o que havia em meu copo.

— Nós precisamos ir, meu pai disse para eu não chegar muito tarde. Sobrou algumas fatias de pizza, por que não leva pra Lisa e tenta conversar com ela?

— É uma boa ideia! — Disse Jisoo.

Elas foram embora e eu fiz o que Rosé sugeriu, subi para os quartos levando um prato com fatias de pizza para Lalisa que não havia comido. Ela estava deitada na cama com os fones de ouvido, deve ser por isso que a porta não foi atendida quando eu bati.

— Lisa... — Ela não escutou, continuou com os olhos fechados escutando a sua música que, estava muito alta por sinal. — Lisa! — Sacudi o seu ombro e ela abriu os olhos, tirando um dos fones da orelha. — Eu trouxe pizza, você não desceu mais...

— Obrigada, resolvi subir e cochilar um pouco — Cochilar?! Essa menina acordou depois do almoço e ainda cochilou?!

Ela sentou me dando espaço para sentar na cama, e eu fiz. Acabei deitando e olhando para o teto, escutando Lalisa comer o que eu havia trazido. Era apenas o som da pizza sendo mastigada e, às vezes, o som das folhas das árvores quando ventava lá fora. A porta da sacada estava aberta e as cortinas balançavam com o vento, era um vento fresquinho e eu conseguia sentir quando vinha para o quarto.

— Por que sempre foi tão quieta? — Perguntei, de repente, olhando para ela.

— Eu não tinha nada a dizer.

— É diferente... — Ela me olhou confusa. — É que... você parece outra pessoa... — Ela largou o prato em cima da cama, se acomodando melhor.

— Eu sempre fui assim, você só não me conhecia, ninguém me conhece, todo mundo acha que eu sou o que aparento ser, uma garota quieta na dela, um pouco rebelde, tímida com pessoas novas e que não gosta de demonstrar os sentimentos, talvez eu seja um pouco assim, mas ninguém sabe dos meus gostos, ninguém sabe o que eu sinto, ninguém sabe quem eu sou de verdade, talvez porque... ninguém queira saber. — Sua voz era calma e seu rosto também, era difícil saber se não se importava ou se realmente estava triste por aquilo, mesmo não demonstrando. Ela pegou seu prato de volta e comeu o último pedaço da fatia, em seguida, se deitou ao meu lado.

— Eu quero saber. — Disse olhando para ela que passou a olhar para mim depois. — Eu quero saber, eu quero conhecer você, quero saber o que sente, o que gosta, o que não gosta... Eu sei que gosta de dançar, é um começo — Sorri para ela. Ela olhou para o teto ficando em silêncio por um tempo, por alguns segundos perdi a esperança de que pudéssemos conversar sobre, até que ela quebrou o silêncio.

— Eu não gosto do Kai. — A olhei séria, mas no fundo eu já sabia disso e eu não poderia mudar aquilo, eu sabia que não tinha como.

— Okay. — Eu ri, era para descontrair, mas também não deixei de achar engraçado, se era ciúmes ou não, eu não sei, só sei que achei engraçado o seu jeito de falar.

— E eu não gosto que me contrariem ou que duvidem de mim, também não gosto de champignon, aquela coisa deixa a comida HOR-RÍ-VEL... Eu gosto de gatos e... — Ela parou de falar prestando atenção na minha risada, eu ria do jeito que pensava e tentava lembrar dos seus gostos, ela contava nos dedos e tinha uma expressão pensativa, eu estava apenas rindo do seu jeito, do seu jeito de falar e, do exagero ao se referir a champignon. — ...de fazer você rir, eu gosto de fazer você rir. — Ela sorriu de canto quando a olhei, Lisa tinha um brilho no olhar, não parecia a mesma pessoa de mais cedo. — Me perdoa, Jennie?

— Pelo quê?

— Por hoje mais cedo, eu não devia ter feito aquilo, não devia ter entrado no seu quarto sem a sua permissão — Assenti vendo o seu rosto envergonhado.

— Por que fez aquilo? — Fiquei sem respostas por algum tempo e achei que não receberia, talvez nem ela soubesse responder.

— É que... — Ela se sentou e eu não pude mais ver totalmente o seu rosto, estava de costas para mim. — ...você é tão...

— Tão...? Tão o quê? — Me sentei ficando ao seu lado, ela olhou para mim e hesitava muito antes de falar.

— Você me deixa... — Pude ver o seu rosto nervoso antes de cobrir com as suas mãos, estava envergonhada. — ...excitada. — A palavra soou baixa e abafada, mas eu consegui ouvir, consegui ouvir perfeitamente. — Você sempre me deixou assim, mas agora... isso está muito mais intenso, desde que... desde que beijei você. Meu corpo reage de uma forma muito mais intensa e a minha cabeça, ela... Você viu como eu estava hoje mais cedo, você passou o dia fora e isso piorou tudo, pois meu corpo estava implorando por mais contato com você... Eu quase enlouqueci, me desculpa, Jennie

Lisa não disse uma palavra sequer olhando em meus olhos, sua voz nervosa, seu rosto envergonhado... eu não estava diferente. Não sabia o que responder, não sabia ao menos como reagir, eu estava surpresa, envergonhada e tudo o que eu podia sentir era um certo frio na barriga. Tentar entender aquilo era difícil, no fundo ela não queria me deixar incomodada, mas como não conseguiu controlar isso? Eu queria entender, eu tentava, ela pediu perdão e o mínimo que eu poderia fazer para deixar tudo bem entre nós era aceitar suas desculpas, e foi o que fiz. Mas tenho medo de que isso possa acontecer novamente e ir longe demais, ainda mais agora que estou confusa.

Lalisa havia se acalmado, eu nos via pelo espelho antes dela olhar também. Ficamos um tempo ali, paradas, observando nossos reflexos, eu prestava atenção em cada detalhe seu e acho que ela fazia o mesmo comigo. Ela tinha seus cabelos um pouco bagunçados, mas estava tão bonito. A sua camisa era tão larga que sobrava espaço na entrada de seu pescoço, estava caída para o lado, uma pequena parte de seu ombro esquerdo e clavícula estavam expostos, já no lado direito era totalmente coberto. Sua bermuda era um pouco mais justa que as que costumava usar, e a suas meias brancas cobriam seus tornozelos. Pra mim estava tão... sexy?!

Eu a observava com tanta atenção que só depois de um tempo percebi estar olhando demais, ela poderia achar estranho, mas estava tão concentrada em mim quanto eu por ela. Não disse nada a Lisa e a mesma, também, não disse mais nada, apenas  foi escovar os dentes e eu fui para o meu quarto fazendo o mesmo, depois levando o seu prato para a cozinha. Minha mãe havia acabado de chegar do trabalho e seu namorado estava junto, parecendo felizes como sempre. Eu os cumprimentei passando pela sala.

— E Lisa? — Ele perguntou. — Eu vim buscá-la para ir pra casa, espero que ela não tenha dado muito trabalho todo esse tempo aqui — Disse a última frase olhando para a minha mãe, ela negou com a cabeça com os olhos fechados e sorrindo. Se eles soubessem como deu trabalho para o meu psicológico nessas últimas vinte e quatro horas.

— Ela está lá em cima se preparando para dormir... Se importa se ela ficar mais uns dias? — Automaticamente, acabei perguntando.

— Ficar mais?! O que vocês andam fazendo?

— A-a gente? A gente... n-nada...

— Você está bem, Jennie? — Perguntou minha mãe.

— C-claro! É que... estamos nos dando bem, Jisoo trouxe uma amiga também e ela é legal, nós estamos de férias e... queremos nos divertir mais — É difícil explicar o quão sorridente minha mãe estava, eu sei que ela estava feliz por saber que estávamos nos dando bem, mas se ela soubesse o que realmente estava acontecendo além disso...

— Eu não me importo nenhum pouco de deixar Lalisa aqui, mas me preocupo com o que sua mãe acha

— Por mim, Lisa pode ficar o verão inteiro aqui! Ela pode ficar até quando ela decidir voltar pra casa

Isso é ótimo, eu acho. Os dois foram comer e eu subi para os quartos, vendo Lisa encostada na porta de seu quarto no fim do corredor. Eu caminhei sem pressa até meu quarto, nos olhávamos sem dizer uma palavra sequer e eu entrei fechando a porta, lembrando de todo aquele clima. Encostei as minhas costas na porta as deslizando até eu sentar no chão. O que eu estava querendo? Lalisa outra vez? Aquelas suas roupas e cabelos desajeitados, aquele olhar, só de pensar neles me faz querer correr até ela e agarrá-la. Por que antes eu não me sentia assim por ela? Por que raios Lalisa foi me beijar aquela vez? Por que justo ela foi me dar o melhor beijo que já pude ter e querer a todo momento?

Mas eu queria, e agora, nada mais faz diferença, eu já a beijei duas vezes, eu posso beijá-la de novo. Nada mais importa, nada mais importa quem ela seja ou se eu estava afim de alguém, eu estou afim de Lalisa também, estou afim dos seus toques e beijos novamente, eu os quero de novo.

Eu pensava muito, demais, mas acabei tomando a decisão de ir até lá. Me lavantei com uma certa rapidez e abri a porta com uma brutalidade que nem me importei. Há três passos cheguei na frente da porta do quarto de Lalisa, a qual estava fechada, bati levemente, mas rápido, ela abriu depois de alguns instantes, me olhando como se não esperasse por aquilo, embora eu soubesse que quisesse muito. Eu não disse nenhuma palavra, apenas a agarrei pulando em seu colo. Lisa fechou a porta e me olhou surpresa, fiquei em silêncio encarando aqueles lábios que eu tanto queria, até juntar com os meus. Eu a beijei com tanta intensidade, com tanta vontade que cada vez mais me faltava ar, e eu tive que separar as nossas bocas. Ela estava em pé e eu em seu colo, com as pernas entrelaçadas, segurando o seu rosto. Seus lábios vermelhos e inchados, e suas pupilas dilatadas, ela estava ofegante assim como eu. Fui posta contra a porta e apertou a minha nádega esquerda com a mais bruta força, e apertava com a sua mão esquerda a minha cintura. Aqueles toques quentes de Lalisa que me deixavam com aquele desconforto entre as pernas. Aquilo tudo me aquecia, me deixava com calor, eu estava sentindo muito calor.

— Eu poderia beijar você por horas — Falei, tirando um sorriso de seus lábios. Eu estava tão fora de mim que as palavras saíam automaticamente da minha boca.

Ela nos levou para a cama e ficou por cima de mim, entre minhas pernas, cada vez apertava as minhas coxas com mais força. Eu queria mais contato, eu queria sentir mais seu corpo, o seu corpo colado no meu, mas cada vez que eu a puxava para mais perto de mim, seu corpo voltava para cima e parecia ser de propósito, parecia não querer que eu a sentisse, eu não entendi o porquê, mas não a questionei. Ela me beijava lentamente, eu abria mais minha boca que queria encontrar a sua língua, ela fazia mágicas, deixava minha boca encantada. Quando seus lábios passaram a deixar selares em meu pescoço, minha mão pousou em suas costas e a outra presa em seus cabelos. Apenas eu sabia o quão arrepiado meu corpo estava ao sentir os toques de Lisa, ela apertava minha cintura, aquilo era tão viciante, ôh céus! Lalisa me tirava todo o ar!

Aquele beijo tão intenso que quase chegava a ser bruto, passou a ser apenas pequenos selares, Lalisa deixava beijos úmidos em meus lábios, era gostoso combinando com os toques delicados na região da minha barriga. Lisa deitou ao meu lado com a cabeça apoiada em meu peito, minha mão ainda em seus cabelos passou a fazer uma tímida carícia neles. Eu recebia os toques dos seus dedos que acariavam a minha barriga, às vezes subindo um pouquinho mais, mas voltando para a região do abdômen. Lisa fazia o mesmo por um bom tempo, até me olhar e deixar um selar demorado em meus lábios, fechando os olhos ao me abraçar.

Eu sentia novamente aquele vento fresco vindo da varanda, escutava o mesmo som das árvores lá fora, agora, com Lisa em meus braços.