1. Spirit Fanfics >
  2. A filha do pastor >
  3. Maddie's List

História A filha do pastor - Maddie's List


Escrita por: AneBiTorres

Notas do Autor


DESCULPEM O ATRASO.
Bem- vindas ao último capítulo da fanfic, espero que gostem.
Desculpem qualquer erro.
Nos vemos lá em baixo

Capítulo 27 - Maddie's List


Fanfic / Fanfiction A filha do pastor - Maddie's List

SE VOCÊ ESTIVER RELENDO ESSE CAPÍTULO, vai encontrar uma alteração no desejo 15.

Justin POV

─ Eu preciso da sua ajuda. ─ Falei, assim que ela abriu a porta, dando espaço para eu passar.

─ Minha ajuda? Por quê?

─ Porque você percebeu que eu estava apaixonado por ela antes d’eu sequer perceber, Selena. ─ Me joguei em seu sofá. Ela fechou a porta.

─ Tá... e em que necessariamente precisa da minha ajuda?

─ Eu... ─ Franzi a testa ─ eu não sei...

─ Como não sabe? Veio aqui para me pedir para ajudá-lo em algo que não sabe?

─ Não. ─ A fitei ─ Quero que você me ajude com a Manddie.

─ Você quer que eu ajude vocês dois?  Que tipo de ex-namorada você acha que eu sou? ─ Olhou-me chocada. Questione-me se havia sido uma boa ideia pedir por sua ajuda. ─ Se você acha que eu sou o tipo de ex-namorada perfeita e maravilhosa, você acertou corretamente. ─ Fez charme, fazendo-me rir. ─ Sabe que na minha posição de ex, não seria recomendável eu me meter nisso, certo? Nunca se sabe quando eu posso armar uma e impedir vocês de ficarem juntos.

─ Estou ciente disso e tenho certeza que você não vai me decepcionar. ─ Ela suspirou.

─ Então, o que quer que eu faça?

─ Eu quero que você a convença que não estou mais apaixonado por você.

─ E como você espera que eu faça isso? ─ Fitou-me com curiosidade.

─ Eu não sei... converse com ela, chame-a para sair, eu realmente não faço ideia, só me ajude nisso, por favor.

─ Justin... eu quero e vou ajudar você, mas não faz sentido eu fazer qualquer uma dessas coisas que você sugeriu. Nós nem sequer somos colegas. Trocamos palavras algumas vezes na casa de praia, mas nada para nos considerarmos colegas.

─ Eu sei, eu sei. É que eu estou desesperado. Eu preciso que ela acredite em mim, preciso que ela confie em mim e nos meus sentimentos por ela. ─ Falei desesperado.

─ Então faça por merecer! ─ Ela falou, autoritária ─ Olha, Justin... eu posso te ajudar em qualquer coisa, mas no quesito confiança, é só com você. Manddie confia em você, se não confiasse, não seriam tão íntimos.

─ Eu não faço ideia do que fazer.

─ Tá... ─ Ela suspirou e eu comecei a vagar de um lado para o outro daquela sala. ─ Faça uma surpresa a ela. Compre coisas que ela vá gostar, leve-a para jantar, componha uma música, eu não sei.

─ Eu já fiz isso.

─ Tudo?

─ Não. Compus uma música para ela. Várias.  Algumas vão estar no meu próximo álbum.

─ E você já mostrou alguma a ela? ─ Ela disse e começou a mexer no celular.

─ Não.

─ E por quê?

─ Porque não acho que seja a hora certa.

─ E quando vai ser a hora certa?

─ Na hora certa eu vou saber. ─ Ela assentiu, sem desviar os olhos do seu celular.

─ Bom, se serve de consolo, eu estou stalkeando as redes sociais dela e acho que encontrei algo que você poderia dar uma olhada. ─ Ela disse e eu me aproximei dela. Selena mostrou-me a tela de seu celular e nela apareceu uma imagem de uma folha de papel com algumas palavras. ─ Ela postou isso em abril do ano passado.

─ O que é isso? ─ Perguntei ─ Parece uma lista.

 ─ É porque é uma lista. Lê a legenda. ─ Ela clicou na tela e a legenda do tweet dela apareceu.

“Eu pretendia cumprir essa lista antes de chegar aos 15 anos. Tirando os 13 desejos, já realizei todos. LOL” ─ Li em voz alta. Na lista, haviam 15 desejos enumerados. ─ Isso é deprimente, ela só conseguiu realizar um desejo.

─ Não por muito tempo, eu espero. ─ Selena me fitou.

─ Já entendi seu recado.

─ Vai querer a minha ajuda ainda?

─ Você quer ajudar em alguma coisa?

─ Não. Já te ajudei o bastante. Posso ter terminado com você, mas isso não significa que não o amo mais.

─ Me desculpe.

─ Não se desculpe por ter se apaixonado. O coração quer o que quer.

─ O coração quer o que ele quer... ─ Repeti ─ É uma ótima música.

─ Então você ouviu?

─ É sobre mim que você está dizendo na música. É claro que eu ouvi. ─ Ela sorriu.

─ Vai lá Bieber. E só desista quando a garota finalmente ceder. ─ Ela sorriu, me acompanhando até a porta.

─ Só espero que isso não demore.

─ Eu também não.

***

Silent as he stood accused

(Em silêncio enquanto acusado)

Beaten, mocked and scorned

(Açoitado, ridicularizado e desprezado)

Bowing to the father’s will

(Curvando-se à vontade do pai)

He took crown of thorns

(Tomou uma coroa de espinhos)

 

Estava na igreja, com Manddie ao meu lado. Estávamos todos de pé, cantando junto com o coral.

 

Oh that rugged cross my salvation

(Oh, aquela rude cruz, minha salvação)

Where your love poured out over me

(Onde seu puro amor foi derramado sobre mim)

Now my soul cries out hallelujah

(Agora minha alma grita aleluia)

Praise and honour unto thee

(Louvor e honra a ti)

 

Eu cantava junto com eles, acompanhando no hino. Manddie ao meu lado parecia surpresa, de uma forma tão extrema que achei até ofensivo no início, mas depois a entendi e ri de mim mesmo.

 

Sent of heaven God’s own son
To purchase and redeem

(Enviado do céu, o próprio filho de Deus

 para comprar e resgatar)

And reconcile the very ones
Who nailed him to that free

(E reconciliar até mesmo

Aqueles que o pregaram na madeira)

 

Não era a primeira vez que a acompanhava à igreja e provavelmente não seria a última. Na verdade, as minhas idas à igreja haviam se tornado altamente frequentes, para a alegria da minha mãe, de Manddie e a minha.

Não vou negar que no início eu tive medo de eles levantarem seus dedos indicadores e me acusarem sobre minhas atitudes ou pelas minhas roupas. Já havia perdido a conta de quantas vezes li em minhas redes sociais, pessoas que se consideravam cristãs me julgarem e dizer que me odiavam. Mas, para minha surpresa, isso não aconteceu.

Lembro-me de comentar sobre isso com Manddie e ela rebater, dizendo que esse era um dos assuntos que o pai dela ressaltava na igreja e Manddie ainda ressaltou isso citando um versículo bíblico, (cujo eu não lembro o livro) que diz: “a igreja não é um museu para santos. A igreja é um hospital para pecadores.” Depois disso, eu fiquei quieto.

Now my debt is paid

(Agora minha dívida está quitada)

It is paid in full

(Está quitada por inteiro)

By the precious blood

(Pelo precioso sangue)

That my Jesus spilled

( Que meu Jesus derramou)

Now the curse of sin

(Agora a maldição do pecado)

Has no hol on me

(Não tem poder algum sobre mim)

Whom the son sets free

(Quem o filho liberta)

Oh, is free indeed

(Oh, é realmente livre)

 

See the stone is rolled way

(Veja, a pedra foi removida)

Behold the empty tomb

(Eis o túmulo vazio)

Hallelujah, God be praised

(Aleluia, Deus seja louvado)

He’s risen from the grave

(Ele ressuscitou do túmulo)

 

─ Se eu te disser algo, não vai me achar frouxo? ─ Perguntei, assim que nos assentamos ─ Eu estou emocionado. É um lindo hino.

─ Por que eu te acharia frouxo por isso, Justin? ─ Perguntou com a testa franzida ─ Não é errado se sentir emocionado na presença de Deus. Na verdade, acho que é bem reconfortante. Quebranta o nosso coração. ─ Eu assenti.

─ Aqui é o único lugar que me sinto bem de verdade. Não que eu não me sinta bem, mas, aqui, é como se uma parte desconhecida de mim fosse preenchida.

─ Ah, não se espante. É só Deus preenchendo seu vazio. ─ Ela respondeu casualmente e eu ri com sua naturalidade ─ É uma sensação maravilhosa, né?

─ Sim. Há muito tempo não me sinto assim. Havia me esquecido de como é bom senti-lo.

─ Bom, então eu espero que não se esqueça mais. ─ Ela sorri, fazendo-me sorrir junto.

─ Segundo o livro de Mateus, a essência da Lei dos profetas é amar a Deus e ao seu próximo. Vemos isso em Mateus 22 do 26 ao 40 que conta a história de um fariseu, entendido das leis que certa vez perguntou a Jesus:” ─ Mestre, qual é o maior mandamento da lei?” E Jesus por sua vez, respondeu: “─ Ame ao senhor, o seu Deus de todo o coração e de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante ao primeiro: ame o teu próximo como a ti mesmo” Mas, qual é a definição bíblica do amor? ─ Ele deu pausa ─ Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Mas será que é só isso? Não. Se voltarmos um pouco, até Mateus 7: 12, encontraremos a definição certa do que é amar ao próximo. “Assim em tudo façam aos outros o que vocês querem que lhes façam; pois esta é a Lei e os profetas”. Se você fosse um morador de rua, gostaria de ser ignorado ou de receber ajuda? Se você fosse um usuário, você gostaria de lidar com tudo sozinho, ou gostaria de receber ajuda? Você gostaria se alguém te roubasse ou matasse alguém que você ama? Você gostaria de ser traído ou de ser esquecido? Eu não gostaria. Você gostaria? ─ O pastor perguntou para a igreja, que o respondeu num coral de “não” ─ Então não façam isso com outras pessoas. Não machuquem o seu próximo. “Ah, mas ele tem crenças diferentes das minhas” E qual é o problema? Não somos robôs! Ninguém é obrigado a pensar igual. ─ Ele pausa ─ “Se alguém disser: amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” 1 João quatro capítulo vinte. Não sou eu quem está dizendo isso. Tá na bíblia. Se você não consegue amar a quem vê, não poderá amar a quem não vê. Isso é a mesma coisa que pedir perdão a Deus pelos seus pecados e não perdoar aquele que te fez mal. É Idiota. Inútil. Faça com o seu próximo, o que gostaria que fizessem com você. Trate-o da forma que gostaria de ser tratado. Pois estes mandamentos: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: amar o seu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei.” Romanos 13:8-10 Com isso todos saberão que vocês são discípulos de Deus, se vocês se amarem uns aos outros.

 

Com isso, o pastor chamou o coral para cantar novamente e encerrou culto.

 

─ Então, o que vai fazer amanhã? ─ Perguntei a Manddie, enquanto esperava a minha mãe no lado de fora da igreja.

─ Comer e dormir. Já te disse que estou de férias? Um mês sem me preocupar com a loja. ─ Ela sorriu.

─ Topa sair comigo amanhã?

─ Hm, não sei. O que eu ganho saindo com você? ─ Ela passa os braços ao redor do meu pescoço e eu a envolvo pela cintura.

─ Bom, eu diria 15 minutos de fama, mas os tabloides já te conhecem. ─ Ela riu ─ Carinho de partes das minhas fãs você já tem também, então... além de você me deixar feliz, faria coisas com o cantor teen mais amado e odiado da atualidade.

─ Não acho que seja uma boa proposta.

─ Eu disse que faremos algumas coisas que você nunca fez antes?

─ Ai, Justin... não quero urinar num vaso no meio do restaurante.

─ Há há há, engraçadinha. ─ Ela ri.

─ Desculpa, tive que fazer essa. Eu saio com você amanhã.

─ É claro que sai.

─ Vou mudar de ideia...

─ Não vai não. ─ A puxo para mais perto ─ Sabe por quê?

─ Hm? ─ Aproximo minha boca de sua orelha e sussurro: ─ Porque você me ama. ─ A pele de seu corpo se arrepiou e antes que eu conseguisse me controlar, já estava depositando um beijo em seu pescoço. Ela riu nervosa e se afastou.

─ Que horas você me pega amanhã? ─ Ela fez uma pergunta inocente, mas minha que mente maldou.

─ A hora que você quiser. ─ Respondi com desejo. Ela franziu as sobrancelhas e depois corou, achando o duplo sentido em sua pergunta.

─ Não foi isso que eu quis dizer e você sabe disso. ─ Ela diz, cruzando os braços. Manddie não parecia chateada, mas sim desconfortável. Minha consciência gritou “ESTÚPIDO” por tê-la feito se sentir assim.

─ Eu sei, me desculpe. Não queria te deixar desconfortável. É que eu não estou... emocionalmente bem. ─ A verdade é que eu não estava hormonalmente bem. Emocionalmente, eu estava legal, agora, meu lado hormonal estava em crise.

─ Como assim? O que tá acontecendo? ─ Perguntou, preocupada. Meu subconsciente me praguejou por ter dado uma resposta pior ainda.

─ Não é nada. Uns problemas, mas que já vão ser resolvidos. Pode ficar tranquila.

─ Tudo bem. ─ Ela disse, não acreditando muito nas minhas palavras.

─ Amanhã, no comecinho da tarde, eu passo na sua casa para sairmos.

─ Ok. ─ Respondeu. Minha mãe se aproximou de nós com um sorriso no rosto.

─ Então vocês vão sair amanhã? ─ Ela perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

─ Vamos. ─ Manddie respondeu, mordendo o lábio inferior. Provavelmente tentando não rir do entusiasmo da minha mãe, que parecia sempre cada vez maior.

─ E o que vão fazer? ─ Pattie continuou.

─ Coisas que eu nunca fiz antes. ─ Manddie respondeu. Minha mãe franziu a testa.

─ Como?

─ Invadir a casa branca, assassinar pessoas, dominar o mundo... coisas de vilões sabe? ─ Falei, a fazendo revirar os olhos. Manddie riu.

─ Eu não sei. O Justin não disse. ─ Respondeu, Manddie.

─ Eu acabei de dizer. ─ Falei. Foi a vez dela revirar os olhos, mas diferente da minha mãe, ela tinha um sorriso nos lábios.

─ Você é um idiota. ─ Falou.

─ Concordo plenamente com você, querida. ─ Pattie ─ Agora temos que ir. Justin, se despeça de Manddie e me leve para casa. Tenho compromisso pela manhã e não quero acordar com olheiras. ─ Ela disse ─ Tchau, Manddie. ─ Minha mãe se aproximou dela e despediu-se com um abraço. ─ Fica com Deus.

─ Tchau, Pattie. Fica com ele a senhora também! ─ Manddie disse enquanto via minha mãe assentar o banco de carona no carro. Quando ela fechou a porta, seu olhar voltou para mim. ─ Tá na hora de ir para casa, Bieber. Não pode fazer sua mãe esperar por muito tempo.

─ Eu sei. Só estou pensando em como devo me despedir de você. Eu estou louco para beijar sua boca, mas não sei se é pecado fazer isso em frente à igreja, logo após o culto. ─ Ela riu.

─ Não é pecado ─ sorri ─ mas não me sinto confortável em fazer isso diante do templo ─ fechei a cara. Ela riu.

─ Não tem nem um lugar deserto aqui por perto, só para eu poder te beijar em paz?

─ Tem uma ruazinha depois daquela árvore à esquerda, ma... ─ Não a deixei terminar e a puxei em direção onde ela havia indicado que teria uma rua. ─ Mas não acho certo sair daqui para fazermos isso. Você tá me ouvindo?

─ Não.

─ Imaginei.

─ É aqui?

─ É.

─ Bom, isso não é uma rua, é um beco.

─ Desculpa, é que eu nunca fui de vim pro lado de cá.

─ Nem com o Logan?

─ Nem com o Logan. A gente não sentia um pelo outro essa sede de estar sempre por perto, então nunca pens... ─ Não a deixei terminar e grudei nossos lábios.

A coloquei contra a parede e subi as minhas mãos pela lateral de seu corpo. Ela pegou nossas mãos e as entrelaçou, as pondo afastadas e mais em cima de sua cabeça.

Sabia que Manddie estava fazendo aquilo porque eu havia subido um pouco a sua saia e ela não queria que eu fizesse isso de novo. Tudo bem. Não era um troglodita, podia controlar minhas vontades.

Nos beijamos até a falta de ar se fazer presente. Beijei seu ombro, pescoço e distribuí mais diversos beijos pelo seu rosto, (o que a fez rir) e encerrei com um selinho prolongado na sua boca.

─ Eu... ─ Me interrompi. Eu queria completar a frase e dizer as duas outras palavras, mas sabia que se as dissesse, ela iria descordar, dizendo que eu estava confundindo as coisas. Então achei melhor não dizer as outras duas palavras. ─ te vejo amanhã.    

─ Até. ─ Ela sorriu.

Acompanhou-me até onde meu carro estava estacionado e me viu partir com a minha mãe.

***

1. Ter um modelo de cada boneca Barbie
2. Andar no carro da Penélope Charmosa
3. Andar de balão
4. Ser modelo por um dia
5. Aprender uma a falar português √
6. Ir ao cinema de pijama
7. Abraçar um estranho, sem nem um motivo aparente.
8. Saltar de paraquedas
9. Conhecer o Brasil
10. Ir à um jogo de basquete e aparecer no telão √
11. Conhecer algum integrante do RBD
12. Ter meu próprio carro
13. Ir à uma festa bem louca
14. Dar um beijo no topo do Empire States
15. Conhecer o Castello Di Amorosa

Essa era a lista de desejos de Manddie. Para uma garota de dezenove anos, ela não tem tantos desejos assim. Tenho vinte anos e posso dizer que se fizesse uma lista dessas, a minha seria com certeza mais extensa.

O carro que eu vim dirigindo da minha casa à casa de Manddie não tinha nada de comum. Isso porque em sua lista de 15 desejos, ela disse que queria um dia, andar nele. O que era um sonho para ela, era em parte uma tortura para mim, mas saber que ao fim de tudo ela estaria feliz, fazia com que eu não me preocupasse muito com isso.

Saí do carro e a esperei. Dois minutos depois, ela apareceu em sua porta. Ao ver o automóvel que eu dirigia, ficou surpresa. Desceu os degraus de sua escada e parou em minha frente.

─ Isso é o...

─ Hoje vamos começar a realizar sua lista de desejos. ─ A interrompi ─ Não na ordem enumerada, mas vamos. Bem-vinda ao primeiro dia de suas férias.

─ Justin, isso é...

─ Atencioso? ─ A interrompi novamente ─ Eu sei. Eu particularmente acho esse carro um lixo, mas já que estava na sua lista de desejos andar nele... ─ Dou de ombros, não completando a frase.

─ Como você sabe da minha lista? Não lembro de tê-la comentado com você.

─ Você não comentou, mas postou meses atrás em sua conta no twitter.  ─ Ela sorria de orelha a orelha.

─ Nunca mais diga que essa lenda desse carro é um lixo, entendido? Assenti ─ Eu nem acredito que você conseguiu o carro da Penélope Charmosa para mim!  ─ Falou, eufórica observando o estranho carro na cor rosa e amarelo, com cílios nos faróis da frente e uma boca no para-choque.

─ Bem, não é o carro da Penélope Charmosa, é uma réplica.

─ Uma réplica perfeita. ─ Ela diz, sorrindo ─ Olha, tem até o número cinco na parte de trás. O banco branco com esses detalhes preto... Tem até o laço na sombrinha. Meu Deus, isso é fantástico! ─ Ela gritou a última parte ─ Sou eu ou você que vai pilotar esse carro?

─ O que você prefere?

─ Eu mesma, é claro.

─ Então toma as chaves. ─ Entrego-as em suas mãos. Ela as segura entusiasmada e dá pulinhos de alegria.

─ Você é o melhor cidadão desse país. ─ Falou e puxou-me pela camisa, dando um selinho prolongado em meus lábios. ─ Eu te daria um beijo melhor, mas estou entusiasmada demais para dirigir esse carro. ─ Eu ri. Nós estramos no carro.

─ Qual o nosso destino? ─ Perguntou, dando partida.

─ FAO Schwarz ─ Falei, fazendo ela me olhar com os olhos arregalados.  Sorri em resposta.

***

─ Ai meu Deus, meu coração tá batendo tão rápido que nem sei mais se está batendo. ─ Manddie disse assim que entramos a loja ─ FAO Schwarz é com certeza minha loja de brinquedos favorita no mundo. ─ Ela disse ─ Na verdade, acho que é a favorita de todas as crianças! ─ Pausou ─ E adultos também. Ah, ─ Ela gritou ─ eu sei o que a gente tá fazendo aqui!

─ Ah é? E o que estamos fazendo aqui?

─ Nós viemos cumprir meu desejo número 1! ─ Disse, batendo palminhas ─ Ai meu Deus, a gente tem que ir logo na loja da Barbie! ─ Pegou-me pela mão e arrastou-me pela loja.

─ Aqui tem os melhores brinquedos. ─ Falei, alto.

─ É claro. É a FAO Schwarz! ─ Ela respondeu.

FAO Schwarz é uma loja revendedora de brinquedos, localizada na Fifth Avenue em Nova Iorque. Nela vende os mais diversos brinquedos de todos os preços. A loja é dividida em setores, ou seja, é como se fossem várias mini lojas, dentro de uma outra enorme loja.

─ Enfim, estamos no setor favorito de uma garota Barbie. ─ Ela falou ─ Eu sou uma garota Barbie ─ Fitou-me por um instante e olhou para frente novamente. Esperei que ela entrasse no setor da Barbie, mas isso não aconteceu. Manddie ficou parada bem na entrada.

─ Por que parou? ─ Perguntei. Ela respondeu sem me olhar: ─ Eu quero muito. Muito mesmo entrar nesse setor da Barbie.

─ Eu sei, foi para isso que eu te trouxe aqui. ─ Respondi.

─ 99% de mim, está louca para entrar nesse paraíso, mas o outro 1% diz que eu não devo deixar você fazer isso. ─ Franzi a testa.

─ E por que não? Já te paguei tanta coisa e você nunca reclamou, por que seria diferente agora?

─ Porque a quantidade de modelos Barbie’s existentes nesse lugar não é pequena.

─ Dinheiro não é problema para mim e você sabe disso.

─ Eu sei, mas é que... sei lá. Eu estou louca, meu Deus. ─ Eu ri. ─ Você sabe que essa loja é o céu da terra para mim, certo? ─ Assenti. ─ E você sabe que eu vou literalmente perder minha cabeça lá dentro, certo? ─ Assenti novamente ─    Tipo, há uma possibilidade imensa de eu me comportar como uma criança de sete anos, porque apesar da minha idade, se tratando de Barbie, eu não tenho maturidade. Você sabe disso, né? ─ Ri da forma desesperada em que disse e ela fuzilou-me com o olhar.

─ Sim, eu sei de tudo isso. Pode ficar tranquila. Vai lá brincar, criança. ─ Falei. Um brilho surgiu nos seus olhos e num piscar de olhos, ela estava andando de um lado para o outro pelo setor.

─ É como se eu tivesse morrido e ido diretamente para o céu. ─ Ela disse, quando me aproximei ─ Justin

─ Hm?

─ Você tem certeza que quer comprar um modelo de cada boneca Barbie para mim? Tem certeza absoluta?

─ Tenho.

─ Não vai se arrepender depois? ─ Fitei-a nos olhos. Sua sobrancelha e lábios estavam franzidos em dúvida, mas nos seus olhos havia um brilho extraordinário. Seu olhar era totalmente inocente e infantil. A criança que tinha dentro dela havia sido liberta naquele instante. Eu estava completamente hipnotizado pelo seu olhar infantil.

─ Eu nunca vou me arrepender de fazer você feliz. Mesmo que seja apenas por alguns instantes. ─ Falei, não conseguindo desviar o meu olhar do dela. Manddie desviou o olhar para o chão e eu me aproximei, a fazendo olhar nos meus olhos novamente. ─ Você fica ainda mais bonita quando cora. ─ Ela sorriu, sem graça. Abriu a boca fazendo menção de dizer algo, mas uma atendente da loja nos interrompeu.

Passamos a tarde toda vendo todos os tipos de boneca Barbie dentro daquela loja. Manddie estava adorando tudo aquilo e parecia não se cansar.

Quando começou a se formar um tumulto, pedi para que fechassem o setor em que estávamos, para que pudéssemos fazer as compras em paz. Não foi fácil convencer a gerente, mas ela acabou cedendo.

Saímos da loja logo no início da noite. Algumas pessoas tentaram tirar foto comigo, mas neguei gentilmente, dizendo que eu só estava dando um passeio.

A loja ficou encarregada de entregar todas as bonecas que compramos ainda aquele dia. Manddie estava ainda mais feliz quando saímos do que quando estramos. O seu sorriso de orelha a orelha apenas confirmava minha tese de que todas as horas perdidas naquela loja valeram a pena. Ela inclusive me fez comprar algumas bonecas para Jazzy.

 ─ Já sabe onde vai deixar essas bonecas? ─ Perguntei, enquanto dirigia aquele carro horroroso. Ela desviou os olhos da Barbie que estava em suas mãos e me fitou por um instante.

─ Como assim?

─ Já sabe onde você vai deixar elas?

─ No meu quarto. Comigo, claro.

─ E tem espaço lá para elas? São muitas bonecas.

─ Droga. Fiquei tão entusiasmada que não pensei nisso. ─ Ela bufou e jogou a cabeça para trás.

─ Eu pedi para que deixassem metade delas na minha casa. Eu tenho um quarto sobrando, então posso tirar algumas coisas e as deixar lá. Sabe, até ter um lugar para você colocar.

─ Faria isso? ─ assenti ─ Poxa! Obrigada.

─ Não é nada. Tá com fome?

─ Não. ─ Franzi a testa.

─ Você não está com fome? ─ Ela riu

─ Fiquei tão entusiasmada que nem lembrei de comida.

─ Isso é novidade. ─ Nós rimos.

─ Mas a gente comeu lá. No chá de bonecas, lembra?

─ É, mas aquilo não me alimentou.

─ Vamos comer então. Para em algum lugar.

─ Tem um restaurante mais à frente, tudo bem? ─ Ela assentiu. Cinco minutos depois estávamos no restaurante.

Um carro cor de rosa e amarelo com cílios nos faróis e um para-choque em formato de boca, não era um tipo de carro muito comum. Então não preciso dizer que por onde passamos, chamamos atenção, certo? No restaurante não foi diferente. De início as pessoas olhavam para o carro nada comum, depois para o cara que estava o dirigindo e em seguida para a garota que estava com ele.

Conseguir uma vaga no estacionamento poderia ter sido terrível se não tivesse manobrista no restaurante. Ele poupou-me de uma boa parte do tempo por isso.

Após sermos guiados para a melhor mesa do restaurante - segundo a recepcionista - fizemos nossos pedidos e conversamos enquanto esperávamos.

 

Estacionei o carro em frente à sua casa.

─ Pronto. Está entregue. ─ Falei.

─ Obrigada pelo dia de hoje. Foi o melhor dia da minha vida. ─ Ela disse me fitando.

─ Até agora. Ainda temos uma lista de desejos para realizar e espero te surpreender cada vez mais em todos eles. ─ Ela sorriu. Sorri junto.

─ E esse carro? Vai devolvê-lo?

─ Por que, quer para você? Você pede um carro na sua lista de desejos, lembra? ─ Falei. Ela riu.

─ Não, obrigada. Eu amo demais esse carro, mas não para estar sempre dirigindo ele. ─ Falou ─ Viu a forma que as pessoas estavam nos olhando? ─ Ela gargalhou ─ Foi muito estranho.

─ Você não parecia estar se importando.

─ E não estava. É só que eu acho engraçado. ─ Deu de ombros. ─ Bom, tenho que entrar. Nos vemos amanhã?

─ Depois de amanhã. Vou ao estúdio gravar umas músicas amanhã.

─ Ai, eu posso ir junto?

─ Não sei se é uma boa ideia.

─ Por quê? ─ Porque a música que eu vou gravar é sobre nós e eu não sei se quero que você a ouça ainda.

─ Eu não sei...

─ Justin, se não quiser que eu vá, é só dizer. Não vou ficar chateada por isso. ─ Ela disse com o olhar sereno e um tom compreensivo.

A música vai estar no seu próximo álbum, sendo assim, ela vai ouvir mais cedo ou mais tarde não é, colega? ─ Meu subconsciente disse.

─ Tudo bem. Passo as nove para te buscar. ─ Ela sorri, assentindo. ─ Agora, acho melhor você ir. Tem uma grande quantidade de boneca esperando por você para serem arrumadas. ─ Ela faz careta.

─ Essa é a única parte ruim da história. Ter que organizar todas aquelas bonecas. Não estou me queixando. ─ Falou rápido.

─ Eu sei que não. ─ Falei ─ Agora antes entrar, me dá um beijo primeiro. ─ Falei. Ela riu, mas não se queixou.

Se aproximou de mim e juntou nossos lábios. Sua boca se abriu e sua língua encontrou-se com a minha. Suas mãos estavam uma na minha cabeça e a outra em minha nuca, enquanto as minhas brincavam por dentro de sua camisa, pouco a cima de seu quadril. Queria a puxar e sentá-la no meu colo, mas num carro tão exposto quanto esse, era impossível. Ainda mais quando estamos em frente à sua casa.

─ Então, ela já está entregue. ─ A voz de Robert ecoou, próximo a nós. Por um susto, afastamos nossos lábios. ─ Já pode ir, meu rapaz. ─ Ele disse, olhando para mim. Sua voz parecia um pouco mais grossa que o normal e seu olhar era severo. Não sabia se ele estava fazendo isso para me assustar ou porque era um pai ciumento. De qualquer forma, não estava funcionando.

─ Ele já está indo, papai. ─ Manddie respondeu. ─ Até amanhã, Justin.

─ Até amanhã, gata. ─ A respondi. Ela revirou os olhos, sorrindo e saiu do carro. ─ Tchau, senhor Robert. Tenha uma boa noite. ─ Falei para ele.

─ Tenha uma boa noite, rapaz. ─ Respondeu. Dei partida e dirigi feliz, para minha casa.

***

Manddie POV

Entrei em casa com meu pai logo atrás de mim. Ele estava um pouco sério, mas nada do tipo amedrontador. Eu sabia que a cena que ele havia feito no lado de fora, havia sido só para avisar ao Justin que eu tenho um pai zeloso. Minha mãe estava sentada no sofá e fez cara feia para o meu pai assim que o viu.

Conhecendo a minha mãe, ela tentou o impedir, garantindo que não faríamos nada demais num carro completamente aberto em frente casa, mas assim como todo pai zeloso, ele quis deixar o recado de que sua filha tem a quem recorrer, caso fosse magoada.

─ E então, como foi o passeio? ─ Minha mãe perguntou.

─ Foi maravilhoso! ─ Respondi, entusiasmada. ─ Minhas compras já chegaram?

─ Sim. Estão no seu quarto.

─ Ok. Estou subindo. ─ Assentiu.

─ Bença, pai. Bença, mãe. ─ Beijei a bochecha dos dois e subi as escadas correndo.

Ao entrar no meu quarto, notei algo de diferente. Meus móveis estavam ali, mas meus utensílios não. Minha estante de livros estava vazia, assim como a minha escrivaninha onde geralmente tinha o abajur e meu móvel com meus perfumes, cremes hidratantes, maquiagem e bijuterias. Abri meu guarda-roupa, já imaginando que minhas roupas não estariam ali e constatei a minha dúvida ao encontra-lo vazio. Senti o desespero.

Desci as escadas exasperada, ficando um pouco satisfeita por meus pais ainda estarem na sala.

─ Nós fomos roubados!? ─ Confirmei mais que perguntei ─ Onde estão as minhas coisas?

─ Primeiro, se acalme. ─ Falou meu pai.

─ Como quer que eu me acalme se tudo indica que fomos roubados?

─ E o que indica que fomos roubados? ─ Perguntou minha mãe

─ A falta das minhas coisas no meu quarto! ─ Respondi. ─ Minhas roupas, notebook, hidratantes, perfumes, livros e tudo que não era complicado demais para atravessar a porta! ─ Falei

─ Por que roubariam seus livros? ─ Perguntou meu pai.

─ Para revender, não é óbvio? São livros da faculdade, com certeza venderiam pela metade do preço!

─ Eu acho melhor você se sentar, tomar um copo d’água e se acalmar. ─ Falou meu pai.

─ Sentar? Me acalmar?

─ Manddie. ─ Falou meu pai de novo, dessa vez num tom mais repreensivo. Fiz o que ele pediu.

Minha mãe pegou um copo d’água na cozinha e entregou-me o mesmo. Cinco minutos de aflição depois, meu celular tocou em meu bolso. Por um instante pensei em não atender, mas no segundo seguinte, descartei essa ideia. Peguei o celular e vi ser uma chamada de vídeo do Justin.

─ Hey! ─ Ele disse animado ao me ver através da tela.

─ Hey. ─ Respondi, sem a mesma empolgação.

Acabei de chegar em casa.

─ Fico feliz por ter chegado bem.

Aconteceu alguma?

─ Hm, fui roubada.

Sério? Como isso? ─ Perguntou, num tom preocupado.

─ Eu não sei direito, quando eu cheguei ao meu quarto só haviam os móveis grandes como minha cama, guarda-roupa, estante e escrivaninha. ─ Ele mordeu o lábio inferior, contendo o riso ─ O que foi?

Desculpe, eu não queria te assustar. Fui eu que fiz isso. ─ Respondeu ─ Quer dizer, não eu, eu. Paguei para que fizessem isso para mim. ─ Franzi a testa

─ Por quê?

Nós compramos muitas Barbie’s e eu sabia que você ia querer dormir com elas por perto, mas que no seu quarto não tinha espaço.

─ E o que fez com as minhas coisas?

Estão no porão. ─ Respondeu meu pai, tirando minha atenção da tela do celular.

─ No porão? Por quê?

─ Acho melhor você descer e descobrir isso. ─ Justin falou. Franzi a testa para os três, enquanto minha mãe me entregava a chave que deduzi ser do porão.

Eu sabia que nós tínhamos um porão, mas nem um de nós entrávamos lá há anos, aquele lugar deve estar imundo e fedido! Mas se estivesse imundo e fedido, por que eles me mandariam para lá?

Segui para parte de trás da casa, no lado de fora e abri as duas portas de madeira que antes eram marrom, mas, que agora estavam rosa e desci as escadas, ainda com Justin na linha.

─ Tá escuro aqui, não enxergo nada. ─ Falei, tentando iluminar algo com meu celular.

Acenda as luzes à esquerda. ─ Ele falou.

─ Como você sabe que o interruptor fica a esquerda se nem eu sabia disso?

Apenas acenda. ─ Ele falou e assim o fiz.

Procurei pelo interruptor na parede e com facilidade o achei. Acendi as luzes e virei-me de frente. Um enorme e lindo quarto pode ser visto.

O quarto era com paredes cor de rosa e com chão branco. Ao lado direito, havia uma cadeira e mesa de computador num tom bem clarinho de salmão com meu notebook em cima e no espaço livre ao lado, o abajur que faltava lá em cima. Passei a mão na estante ainda surpresa e continuei a vagar pelo meu novo quarto.

Um pouco atrás deles, uma cama de casal na cor rosa bebê, que, na parte do encosto, tinham medianas luzes amarelas. Mais em cima, ao lado, entre a mesa com computador e a minha cama, havia uma estante parafusada, com todos os meu livros. Sorri, imaginando que ela havia feito isso, para que eu não tivesse muito trabalho caso quisesse ler.

Ao lado esquerdo da cama, ainda um pouco afastado, uma cadeira e estante com meus hidratantes, perfumes, porta joias e maquiagens. A parte mais legal, é que nela tinha um grande espelho embutido e assim como na cama, haviam luzes em volta do espelho, o fazendo parecer um camarim. Sorri, o imaginando sentado em um daqueles em suas turnês.

Ao lado esquerdo, estavam todas as bonecas que havíamos comprado. Todas ainda dentro das caixas, organizadas e alinhadas perfeitamente numa enorme e extensa estante branca. Como se não bastasse, também haviam todos os DVDs da Barbie ali.

Não percebi quando comecei a chorar, mas quando notei, não consegui mais parar. Ergui meu celular e pude ver através das minhas lágrimas, sua imagem na tela.

─ Está tudo tão lindo. Tão perfeito. ─ Falei ─ Você não pode destruir meus sentimentos desse jeito.

Não conseguiria fazer nada se não fosse pelos seus pais. Até seu irmão ajudou um pouco.

─ Quando foi que planejou isso?

Há cerca de uma semana. ─ Falou

─ Uma semana? ─ Perguntei, para ter certeza.  Ele assentiu.

Pedi a ajuda dos seus pais nisso e eles logo aceitaram. Disseram que você nunca reclamou, mas sempre teve o menor quarto da casa. Eles gostaram da minha ideia e me ajudaram. Se comprometeram a pagar pela metade da reforma, mas como a ideia foi minha, não quis dividir créditos com ninguém. ─ Eu ri, nasalado.

─ E como foi que eu não percebi isso? ─ Perguntei mais para mim do que para ele.

Era sua última semana de serviço. Estava tão entretida em deixar tudo perfeito antes de entrar de férias, que saía mais cedo e voltava mais tarde. Era mais que tempo o suficiente para fazerem a reforma.

─ Você é uma caixinha de surpresas, Justin Bieber. ─ Sorri para ele, ainda com lágrimas nos olhos. ─ Obrigada. ─ Falei sem voz, duvidando se ele havia me escutado.

Não me agradeça, você é minha gata. Faria isso e muito mais por você. ─ Respondeu, sorrindo.

***

Na manhã seguinte, acordei duas horas antes das nove. Sorri, encarando meu novo quarto e me levantei.

Após terminar a ligação com Justin na noite anterior, acabei por reparar numa porta perto da minha mais nova penteadeira e dentro dela estavam as minhas roupas todas penduradas e organizadas em cabides. Era um closet pequeno, mas ainda grande para uma garota que não possui muitas roupas. 

Tomei um banho e vesti-me com uma calça jeans e uma blusa de manga comprida roxa, nos pés pus um par de tênis branco. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e no rosto passei apenas rímel e um gloss.

Às nove e treze, Justin me enviou uma mensagem, avisando estar me esperando no andar de baixo. Peguei meu celular, já carregado e o guardei em minha bolsa pequena de alça comprida junto com as outras coisas.

Após sentar-me no banco passageiro ao seu lado e fechar a porta do automóvel, puxei-o pela camisa e grudei nossos lábios. Ele pareceu surpreso de início, mas não recusou. Pelo contrário, puxou-me para o seu colo e com um pouco de relutância com meu interior, acabei sentando sobre suas pernas.

Passei meus braços ao redor de seu pescoço e ele passou os seus pela minha cintura, apertando-me mais contra o seu corpo. Ele tirou uma delas da minha cintura e a fez subir por uma de minhas pernas, parando no meu bumbum e dando um aperto no mesmo. Desci meus lábios pelo seu pescoço e subi novamente até seus lábios. Beijei-o mais uma vez e separei nossos lábios novamente, deixando nossas testas coladas.

─ Uau, gata! O que foi isso? ─ Ele falou, surpreso. Eu ri.

─ Fui eu te desejando um bom dia e agradecendo pelo meu novo quarto. ─ Sorri para ele ─ Bom dia. ─ Ele sorriu.

─ Gata, se eu soubesse que essa seria a recompensa, teria feito antes. ─ Falou ─ Será impossível eu ter um dia ruim depois disso. ─ Eu sorri com suas palavras. Beijei-o novamente e voltei para o banco de carona em seguida.

Observei a janela de fumê do carro e agradeci elas estarem fechadas. Tive tanta urgência em juntar nossos lábios, que nem preocupei-me em ver se estavam abertas. Detalhe: meus pais estavam em casa. Imagina se estivessem abertas e meu pai resolvesse fazer a mesma coisa que fez na noite anterior? Ele não iria gostar nadinha do que veria.

─ Preparada para ficar presa durante horas me ouvindo cantar?

─ Preparada. Eu inclusive estou levando fone, caso eu me enjoe da sua voz e não queira mais te ouvir.

─ Engraçadinha. ─ Eu mordi o lábio inferior. ─ Pera, você está falando sério? ─ Assenti, rindo ─ Que tipo de garota eu fui me apaixonar? ─ Exclamou, fingindo-se zangado. Eu ri, mesmo corada com suas palavras.

─ Desculpe.

***

Quando chegamos ao estúdio, já haviam algumas pessoas lá, trabalhando. Scooter, que eu já conhecia, sorriu assim que me viu.

─ Manddie, como está? ─ Perguntou, quando me aproximei.

─ Bem e você?

─ Estou ótimo. Justin não me disse que traria você aqui hoje.

─ É que ela insistiu e implorou quase de joelhos, então resolvi trazê-la. ─ Justin respondeu. Revirei os olhos com sua mentira e Scooter riu.

─ Os equipamentos já estão ligados. O Jason está a caminho, deve chegar daqui no máximo uns dez minutos. Não consegui falar com o outro produtor ainda, vou lá fora tentar de novo, já volto.  ─ Justin assentiu.

─ Tudo bem. ─ Justin disse e Scooter saiu.

Afastei-me de Justin e observei melhor o estúdio. Era exatamente igual como na televisão: preto e cinza, poltronas, um sofá grande, mesa de centro com uma enorme tigela de jujuba e cadeiras giratórias logo atrás de uma grande mesa cheia de botões. Frente ela, um vidro tamanho grande que permitia a visão da sala de gravações.

Também haviam plantas e alguns jarros de flores espalhados pelo local. Ao lado esquerdo, podia notar um aquário com mais de dez tipos diferentes de peixes.

─ Tá com sede? ─ Justin perguntou, aparecendo ao meu lado com duas garrafinhas de água. Aceitei de bom grado, mesmo não tendo ideia de em que momento ele saiu de perto de mim. ─ Ali no canto tem uma mini geladeira. ─ Ele apontou, me fazendo notar o espaço que não havia visto antes. ─ Tem água, refrigerante e energético ali dentro, então se quiser algo é só pegar. ─ Assenti. ─ Você tomou café da manhã? ─ Neguei ─ Ok, então vou pedir para entregarem

─ Não precisa, estou sem fome. ─ Falei, mas ele me ignorou.

Foi tempo de Justin fazer o pedido pelo celular que um cara baixo de cabelo comprido e chapéu atravessou a porta.

─ Jason! ─ Justin falou ao vê-la ─ Você demorou, caralho! ─ Falou em tom de brincadeira.

─ Cheguei cinco minutos antes do combinado, sua bicha dramática. ─ Ele falou ─ Quem é a loirinha? ─ Perguntou, notando minha presença.

─ Jason, essa é Manddie. Ela é minha... amiga. Por enquanto. ─ Justin respondeu.

─ Não é ela que você tem o rosto colado naquele pôster da play boy no seu quarto? ─ Perguntou. Justin revirou os olhos. ─ Você tá pirando a cabeça de baixo do meu amigo. ─ Ele completou. Eu provavelmente estava roxa de vergonha.

─ Pare de ser um pau-no-cu. ─ Justin falou ─ Vai ter que inventar mentiras melhores se quiser que ela acredite. ─ Ele revirou os olhos e me fitou ─ Olha só para ela, tá tão envergonhada que parece que vai explodir. ─ Ele disse e riu, me abraçando pela cintura ─ Não acredite em nada do que ele diz. É um mané mentiroso ─ Falou a última parte mais alto, para que ele pudesse escutar. Em resposta ouvimos sua gargalhada. ─ Sabe que eu nunca faria isso, né? Não sou tão tarado assim. ─ Ri, pela forma dengosa em que falou e assenti. Justin passou a mão pelo meu cabelo e juntou nossos lábios num beijo.

─ Sei que você está amarradão na dela, mas dá para parar com a pornografia?

─ Será que dá para você calar a boca? ─ Justin falou, com seus lábios ainda grudados nos meus. Eu ri e separei nossas bocas.

─ Vocês são sempre assim? ─ Perguntei ─ Implicam um com o outro?

─ A nossa relação é de irmãos, ─ Jason falou ─ Mas eu só quero me vingar desse idiota mesmo. Perdi a conta de quantas mentiras ele inventou para as garotas com quem saí. ─ Justin riu e eu revirei os olhos.

─ Podia inventar que ele gay. Vindo de alguém próximo, havia possibilidade de acreditarem. ─ Falei. Justin olhou-me espantado.

─ Tá aí. ─ Jason falou, comendo algumas jujubas ─ Gostei dela.

─ Quem de vocês pediu comida? ─ Scooter chegou perguntando com algumas sacolas de papel na mão. Ao lado dele, outro homem.

─ Fui eu ─ Justin o agradeceu, pegou as sacolas de sua mão e foi tirando as coisas de dentro, pondo sobre a mesinha de centro em frente ao sofá e as poltronas. ─ É bom você comer alguma coisa, já que não comeu nada.

─ Vou comer. ─ Falei, começando a sentir fome ─ Obrigada. Ele sorriu, beijou minha testa e foi para perto dos outros.

Servi-me com um pouco de cada coisa que ele havia pedido; panquecas, waffles, bacon frito, barra de cereal, café e mais outras coisas. Justin havia exagerado no pedido, mas eu não iria reclamar. Ele estava cuidando de mim e eu estava gostando disso.

Depois de um longo tempo de conversa entre os quatro, Justin entrou na cabine e colocou o fone. Um dos produtores contou até três no microfone e logo ele começou a cantar.

 

Subjected to my system, reflecting on the days

When we used to be just friends

(Submetido ao meu sistema, refletindo sobre os dias quando éramos apenas amigos)

Protected both our interests, our trust was in bank

(Protegíamos ambos os nossos interesses, nossa confiança estava em um banco)

That’s where our hearts were save

(É onde nossos corações estavam a salvo)

And then we got closer

(E então ficamos mais próximos)

Separated from my ex ‘til we got closure

(Separado da minha ex até ficarmos próximos)

Ooh, on every visit, feelings got stronger

(Ooh, em cada visita, os sentimentos foram ficando mais fortes)

Now this ir out our hands,

our love is here to stay

(Agora isso está for a do controle,

Nosso amor está aqui para ficar)

 

O primeiro verso da música havia chamado minha atenção antes que eu sequer percebesse. Não vou negar que demorei um pouco para perceber sobre o que ele falava, ou melhor, sobre quem ele falava na música.

 

So get used to me checking in all day

(Então acostume-se comigo checando todo dia)

Get used to me falling through just to see your face

(Acostume-se comigo aparecendo só para ver seu rosto)

Eu havia perdido as contas de quantas vezes Justin já havia me ligado ou quantas vezes apareceu na loja, na minha casa ou na igreja só para falar comigo, mesmo que fosse um breve “Olá”. Não vou negar que achava isso um pouco estranho, mas eu estaria mentindo se dissesse que não gostasse. Era ótimo tê-lo por perto, nem que fosse por meros minutos.

 

There ain’t a moment I wont need your brace

(Não haverá um momento que não precisarei do seu suporte)

Get used to me touching you, get used to me loving you

(Acostume-se comigo tocando você, amando você)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Get used to me holding you

(Acostume-se comigo te abraçando)

Used to me warming you, oh get used to it

(Acostume-se comigo te aquecendo, acostume-se com isso)

 

And I’m a April shower you, forever if I May

‘Til your flowers bloom in June

(E eu sou o abril que vai banhar você para sempre e por maio

Até suas flores florescerem em junho)

Make sure that our fireworks be our fourth of July for life

(Certifique-se que nossos fogos de artifício serão nosso quatro de julho para a vida)

As long as stand right by my side

(Enquanto você estiver ao meu lado)

Keep growing closer throughout October

(Continue ficando mais próximo ao longo de outubro)

Ooh, counting down, it’s almost Christmas

(Oh, contando os dias, é quase o natal)

Oh, seven days shy of New Year’s eve

(Oh, sete tímidos dias para o ano novo)

Then we’ll be celebrating

(Então nós vamos estar comemorando)

 

Eu nunca fui muito boa em entender metáforas, mas entendi que o que ele estava realmente querendo dizer é que se ele me tivesse, cuidaria de mim pela eternidade e seria feliz por isso.

 

So get used to me checking in all day

(Então acostume-se comigo checando todo dia)

Get used to me falling through just to see your face

(Acostume-se comigo aparecendo só para ver seu rosto)

There ain’t a moment I wont need your brace

(Não haverá um momento que não precisarei do seu suporte)

 

Não foram muitas as vezes que estive presente num ataque de fúria, ou nos momentos em que ele estava sofrendo profundamente (como o término com a Selena), mas quando Justin tinha um desses ataques, ele sempre me queria por perto.

Quando Pattie ainda morava com ele, os ataques eram um pouco mais frequentes. Com ela por perto, eu ficava menos preocupada, já que ela nunca o deixaria dirigir pela cidade estando completamente louco, então Pattie sempre ligava para mim, porque Justin me queria por perto. Ele me chamava.

 

Get used to me touching you, get used to me loving you

(Acostume-se comigo tocando você, amando você)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Get used to me holding you

(Acostume-se comigo te abraçando)

Used to me warming you, oh get used to it

(Acostume-se comigo te aquecendo, acostume-se com isso)

Justin nunca havia me tocado realmente intimamente. O mais próximo que ele conseguiu, foi hoje e no dia em que eu estava na sua casa e o perguntei por que ele tinha um espelho no teto de seu quarto. Era simplesmente algo que eu não entendia, mas claro, depois daquilo passei a entender muito bem.

Me lembro perfeitamente dele beijando meu pescoço e apertando minha bunda por cima da roupa. Também lembro de ver tudo isso através do espelho de cima. Sua bunda naquele ângulo estava tão maravilhosa, que eu fiquei realmente tentada em aperta-la. Mas sabia que era errado e puxei o pouco de sanidade que havia em mim, impedindo que aquilo fosse longe demais.

Fico impressionada comigo mesma até hoje por tê-lo resistido. Justin não era só uma tentação, mas sim o caminho da perdição por completo. Quando cheguei em casa, fiquei mais de uma hora debaixo da água fria.

 

I ain’t going nowhere, I ain’t going nowhere, oh no

(Eu não vou a lugar algum, eu não vou, oh não)

I ain’t going nowhere, I ain’t going nowhere, oh no

(Eu não vou a lugar algum, eu não vou, oh não)

Put your Faith in me, I’ll be all you need

(Ponha sua fé em mim, vou ser tudo o que você precisa)

I swer yeah yeah

(Eu juro, sim, sim)

I’m gon’ve right here, yeah

(Eu vou estar bem aqui, sim)

O irônico dessa parte é que ele não sabia que apesar de eu o querer imensamente, eu não acreditava em seus sentimentos por mim e, mesmo assim, Justin parecia de alguma forma saber disso. Ele queria que eu tivesse fé nele, em seus sentimentos por mim e ele seria tudo o que eu precisava. A única coisa que Justin havia errado era isso. Ele já era tudo o que eu precisava.

 

So get used to me checking in all day

(Então acostume-se comigo checando todo dia)

Get used to me falling through just to see your face

(Acostume-se comigo aparecendo só para ver seu rosto)

There ain’t a moment I wont need your brace

(Não haverá um momento que não precisarei do seu suporte)

Get used to me touching you, get used to me loving you

(Acostume-se comigo tocando você, amando você)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Oh, get used to it, hey

(Oh, acostume-se com isso, hey)

Get used to me holding you

(Acostume-se comigo te abraçando)

Used to me warming you, oh get used to it

(Acostume-se comigo te aquecendo, acostume-se com isso)

I know you get used to it, I know you get used to it

(Eu sei que você se acostumou com isso, eu sei que você se acostumou com isso)

Get used to it

(Acostume-se com isso)

I know you get used to it, I know you get used to it

(Eu sei que você se acostumou com isso, eu sei que você se acostumou com isso)

Get used to it

(Acostume-se com isso)

Oh, get used to it

(Oh, acostume-se com isso)

 

Justin repetiu a música mais umas duas vezes a pedido do produtor e nessas duas repetições, eu senti como se estivesse a ouvindo pela primeira vez novamente.

Quando Justin saiu da cabine, olhou por pouco tempo para mim. Ele parecia nervoso com qualquer possível reação minha. O problema é que eu não tive nem uma. Não exteriormente. E era isso que estava o deixando nervoso. Logo ele virou-se para Scotter e o seu produtor, ignorando minha presença. Não me importei.

A verdade é que eu me senti um pouco aliviada. Não precisava ter pressa para pensar em algo coerente para dizer a ele pelo menos nas próximas horas.

***

O silêncio incômodo reinava no carro. Nem um de nós dois havíamos aberto a boca desde que saímos do estúdio. Era claro que ambos de nós queríamos dizer algo, mas que um estava à espera do outro dizer primeiro

─ Hm... Justin?

─ Oi?

─ Será que eu posso dirigir um pouco?

─ Por quê? ─ Fitou-me por um instante.

─ Quero te levar a um lugar.

─ É só me dar a rota que eu sigo.

─ Por favor? ─ Disse, dessa vez o fitando. Ele encostou o carro e trocou de lugar comigo.

Liguei o automóvel e dirigi para um lugar um pouco mais afastado da área metropolitana. Depois de pouco mais de uma hora, subi uma ladeira pouco movimentada, virei à esquerda e estacionei o carro.

Estávamos em uma área mais ambiental, onde haviam poucas casas e quase nenhuma estrada. Era uma área alta, onde podia se ter uma bela visão da cidade.

Saímos do carro e eu praticamente deitei na parte da frente do automóvel. Justin estava um pouco mais a frente, escorado no mesmo.

─ Eu sei que isso é clichê, mas eu adoro esse lugar. ─ Falei para ele ─ Eu não sei, mas parece que aqui o ar é mais puro.

─ Se tem uma ótima visão daqui de cima. ─ Falou, observando a cidade lá embaixo. O sol estava se pondo e a lua começava a aparecer um pouco mais perto da terra do que de costume. ─ Como foi que achou esse lugar? Seu pai te trouxe aqui?

─ Não, na verdade foi o Logan. ─ Ele mexeu-se desconfortável ─ Ele fez parte dos escoteiros quando criança e eles acampavam por aqui por perto. Um dia viu um pica-pau e o seguiu, perdeu-se do seu grupo e acabou achando isso aqui. Era dia, e ele se apaixonou por essa visão de primeira. Anos depois ele continuou vindo para cá, tentando encontrar esse lugar. Ele sabia aonde eles ficavam acampados, mas não se lembrava do percurso que fez até chegar aqui. Quando achou pela segunda vez, nunca mais esqueceu.

─ É uma ótima história. ─ Ele disse com certo tom de ironia. Eu revirei os olhos.

─ Sabe por que eu te trouxe aqui? ─ Perguntei. Ele não respondeu. ─ Porque esse lugar é especial para mim. Não digo isso porque foi o Logan que me apresentou, mas porque é, de verdade, especial. ─ Suspirei, descendo do capô. Fiquei de frente para ele e passei meus braços por sua cintura ─ Você escreveu Get Used To It pensando em nós dois. Pensando em todos os momentos desde o início da nossa amizade. ─ Ele fitou os meus olhos ─ Justin, eu não sou compositora, não sei escrever músicas então essa é minha canção para você. ─ Minha visão começou a ficar turva ─ Foi meu ex-namorado que me apresentou esse lugar, mas eu quero que seja você a vir aqui comigo. ─ Falei. Ele me fitou por um tempo e passou a mão no meu cabelo. Fechei os olhos apreciando seu toque.

─ Por que você não acredita em mim? ─ Perguntou, acariciando meu rosto, descendo seus dedos até meu queixo, me fazendo abrir os olhos ─ Por que não tem fé nos meus sentimentos por você? Eu já não deixei claro o suficiente? ─ Sua voz era calma, mas era notório a dor por trás dela.

─ Deixou. Deixou seus sentimentos mais que claros para mim. ─ Falei, passando a mão pelo seu cabelo agora maiores. Ele estava os deixando crescer e eu estava achando isso mais que sexy. ─ Só que eu acho que você ainda não percebeu o tamanho da pequena possibilidade que temos de darmos certos juntos. ─ Ele franziu a testa ─ Você tem uma vida agitada; eu tenho a vida calma... ─ Ele me interrompeu.

─ Se a minha fama for o problema, eu dou um jeito. Eu prometo dar um jeito. Só... fica comigo. ─ Falou. Sua testa estava franzida e seus olhos continham uma pitada de desespero. Sorri para ele, tentando acalmá-lo.

─ Sua fama não é o problema, Justin. Eu adoro as suas fãs e confesso até meio que gostar um pouco dos paparazzi que as vezes nos perseguem. ─ Eu ri nasalado ─ Mas nós dois como um casal somos uma probabilidade muito pequena de dar certo. ─ Continuei a passar a mão pelos seus cabelos ─ Eu sou da igreja, Justin. Minha fé e amor à Deus vem acima de tudo. Você está acostumado a ter sexo quando quiser e comigo não vai poder ser assim. Eu só poderei me entregar a você depois do casamento, se um dia chegarmos a casar, porque além de ser bíblico, é a minha vontade, o meu desejo. ─ Ele franziu a testa, confuso ─ Percebe agora? ─ Ele não disse nada. Apenas deitou minha cabeça em seu peito.

─ Você é uma tola por achar que eu não abriria mão de um bom sexo só para ter você para mim. ─ Beijou minha cabeça ─ Sabe quanto tempo eu passei esperando por você?

─ Não muito. Visto que há não muito tempo corria atrás da Selena.

─ Tudo bem, talvez eu não tenha esperado tanto assim. ─ Respondeu confuso. Eu ri ─ O que eu ainda sinto por ela é muito intenso, não vou negar. Eu a amo e provavelmente vou amá-la para sempre, mas não da forma que eu amo você. ─ Ele afastou meu rosto de seu peito para olhar nos meus olhos ─ Você é tão doce e pura. Não muito inocente, mas mais inocente que qualquer garota eu tenha ficado e eu sou tão tarado e cafajeste... eu não mereço você, mas te quero mesmo assim. Eu quero ser merecedor de você. Quero te ter para mim, só para mim. Talvez eu esteja sendo egoísta, mas eu não me importo. Você é o céu e meu chão. Me leva as alturas, mas também me destrói. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida até agora e eu não quero perdê-la. ─ Eu não sei a que momento eu comecei a chorar, mas estava o fazendo. Seu olhar e suas palavras pareciam tão sinceros. ─ Seja minha garota? ─ Perguntou suavemente.

Não queria ser eu a não por fé num relacionamento que tinha grandes chances de não dar certo. Se Deus fez Moisés abrir o mar vermelho com um cajado, fez Davi derrubar um gigante com somente uma pedra, Ester salvar o povo Judeu da morte, entre tantos outros milagres, por que eu não poderia ter fé numa coisa tão pequena?

Seus olhos mostravam ansiedade pela minha resposta, mas suas carícias em meu cabelo e rosto eram calmas.  De lábios fechados, sorri para ele e o respondi: ─ Eu não posso ser sua garota... Eu sou sua gata, lembra? ─ Ele sorriu para mim, após um instante de aflição passar pelos seus olhos e juntou nossos lábios em um beijo calmo e repleto de sentimentos.


Notas Finais


Gente, esse foi o último capítulo. Por favor, não me odeiem.

dsDSdsADFSDfdFDSfsDFSDF
BRINCADEIRINHA!!!!!!!!!
Isso é só um primeiro de abril muito atrasado. fjidoasfjidoafjd A fic NÃO acabou. Ainda tem muita coisa para acontecer.

O cap ficou pronto, pronto mesmo há apenas umas semanas. Depois que eu fiquei sem internet, grudei no word e em três dias o cap ficou pronto. To impressionada comigo mesma até agora, mds.

Alguém aí foi ao show do Justin? Das minhas amigas beliebers, somente eu e mais uma que não fomos. Minha mãe resolveu deixar eu ir DEPOIS que o show aqui no Rio já tinha acontecido. Chorei horrores, gente. Mas é a vida que segue. Quando eu for famosa, vou entrevistar esse viado, cês vão ver. <3 <3

1.444 FAVORITOOOOOOS!!!!! TO LOKAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!

Espero que tenham gostado do capítulo. Deu 33 páginas no word e mais de OITO MIL palavras! O.O Quero saber o que acharam, genteeeeeee!!!!!

É isso, gaREraaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijos!
Love vocês!

PS: GENTEEEEEEEE, teve umas leitoras que me enviaram suas fanfics para eu ler e eu as pus na biblioteca. O problema, é que eu não lembro dos nomes ou os usuários. Podem me enviar de novo, aqui mesmo nos comentários, pq eu não gosto de muita notificação aqui no SS. Deletei algumas e to com 55. To quase morrendo de nervoso aqui.

Agora sim, é isso. Beijooooosssss!!!

Trailer 1: https://www.youtube.com/watch?v=X7oYliY3TAc
Trailer 2: https://www.youtube.com/watch?v=bU0xTq-AEYw


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...