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História A filha do pastor - Empire State


Escrita por: AneBiTorres

Notas do Autor


Hey, pessoal!
Nem demorei tanto dessa vez, então... u.u
Mano, eu fui muito jeca no cap anterior, eu disse que um desejo da lista dela havia sido alterado, mas não pus a lista pra vocês não precisarem voltar o cap kkkkkk esses k são lágrimas. Então aqui vai a nova lista, caso vocês tenham se esquecido e tals.


1. Ter um modelo de cada boneca Barbie
2. Andar no carro da Penélope Charmosa
3. Andar de balão
4. Ser modelo por um dia
5. Aprender uma a falar português √
6. Ir ao cinema de pijama
7. Abraçar um estranho, sem nem um motivo aparente.
8. Saltar de paraquedas
9. Conhecer o Brasil
10. Ir à um jogo de basquete e aparecer no telão √
11. Conhecer algum integrante do RBD
12. Ter meu próprio carro
13. Ir à uma festa bem louca
14. Dar um beijo no topo do Empire States
15. Conhecer o Castello Di Amorosa

Nos vemos embaixo.
Desculpem qualquer erro.
Boa leitura!

Capítulo 29 - Empire State


Manddie

Depois de Justin, Pattie e eu voarmos para Califórnia e nos hospedarmos em um dos melhores hotéis de Napa, dormi por pelo menos 3 horas – em um quarto separado, obviamente ─, lavei meu rosto e troquei de roupa, descendo para o restaurante do hotel para comer algo. Encontrei Pattie sentada em uma das mesas.

─ Boa noite. ─ Cumprimentei a minha sogra com um beijo na bochecha.

─ Boa noite, querida. ─ Sorriu ─ Que bom, agora tenho companhia para jantar, sente-se. ─ Ela falou e assim o fiz. ─ Pensei que não acordaria mais hoje. Você e Justin dormiram a tarde inteira. ─ Eu ri.

─ Desculpe. Eu cheguei exausta e nem sei o porquê.

─ Pode não parecer, mas viajar cansa mesmo. ─ Sorriu ─ Já sabe o que vai pedir?

─ Não faço ideia. Já ouvi falar da maioria dos pratos, mas nunca comi nem um. ─ Ela sorriu ─ Uau! Seiscentos e vinte nove dólares em uma omelete? O que vem neles, Jared Leto? ─ Sussurrei, num tom meio gritante e completamente chocada. ─ Pattie riu.

─ Não acho que Jared Leto caberia aí. ─ Eu ri ─ Mas ele vem com 280 gramas de caviar, carne de lagosta e é coberto por ovos e batatas fritas. ─ Falou, mesmo sabendo que no menu dizia de que era feito a fritada ─ Aproveite que quem vai pagar é o Justin e compre. Seiscentos reais na conta dele não são nada. ─ Completou, me fazendo rir. Segui o conselho de Pattie e quando o garçom chegou, pedi a omelete.

Quando estávamos acabando de comer, Justin chegou e se assentou conosco.

─ Então as donzelas vieram jantar e não me chamaram? ─ Fingiu falsa indignação, dando um beijo na bochecha de Pattie e me dando um selinho em seguida.

─ Nós dormirmos a tarde toda, Justin. ─ Falei ─ Encontrei com Pattie aqui por acaso quando desci.

─ Você podia ter ido dormir comigo no meu quarto. Te fiz o convite, mas não aceitou. ─ Falou, passando o braço pela minha cadeira e enchendo meu rosto de beijos, me fazendo rir.

─ Viu? ─ Falou, Pattie. ─ É por isso que tive que vir nessa viagem. Vocês dois sozinhos aqui não dariam certos. Não pela Manddie, mas por você, Justin. Para de querer desvirtuar a garota! ─ Falou de um modo engraçado e nós rimos.

─ Nós já fizemos isso antes. ─ Ele falou, após fazer seu pedido. ─ Quando Selena e eu terminamos.

─ Foi um caso completamente diferente. ─ Falei ─ Vocês tinham acabado de terminar, e, por mais que desde que me conhece tenha me achado, linda, gata, irresistível, ─ joguei meus cabelos em cada um dos elogios ─ estava ocupado demais sofrendo por ela.

 ─ Ciúmes? ─ Provocou,

─ Ciúmes de você, Justin, um prato rodado desse? ─ Me fitou pasmo, enquanto ouvíamos a gargalhada da minha sogra ─ É claro que estou, meu amor. ─ Não resisti a sua falsa careta zangada e o roubei um selinho.

O pedido de Justin chegou e nós ficamos conversando. Pattie e eu pedimos sobremesa e ao terminarmos, ela se retirou, nos deixando a sós.

─ Não quero voltar para o quarto. ─ Falei, enquanto ele comia sua sobremesa.

─ Então vamos para o meu quarto. ─ Ele sorriu, safado. Eu ri.

─ Não.

─ Você é muito careta. ─ Ele revirou os olhos.

─ Você sabia disso no instante em que me pediu em namoro.

─ É... e eu não me arrependo nem um pouco. ─ Eu sorri para ele. ─ Que tal darmos uma volta na praia? ─ Falou, após chamar o garçom e pedi-lo para pôr tudo na conta.

─ Acho uma boa. ─ Falei, me pondo de pé. Entrelaçamos nossas mãos e saímos do restaurante.

 

A praia não ficava muito distante dali, era bem perto na verdade, mas Justin não quis dispensar o carro que ele havia alugado. Forramos um lençol – que havíamos pegado emprestado do hotel ─ na areia e ficamos sentados nele – eu entre suas pernas com a costa escorada em seu peitoral – observando a maré.

─ Como é que uma coisa aparentemente inofensiva pode fazer tanto estrago? ─ Justin perguntou, retoricamente. ─ Quando observamos o mar, não parece que ele é capaz de fazer tanto estrago. Menos ainda que ele tem bilhões de segredos guardados no fundo do oceano.

─ É até meio irônico isso. ─ Falei ─ Nós olhamos para ele e enxergamos o que queremos ver: uma coisa linda, com vários segredos, mas que é inofensiva, incapaz de fazer qualquer estrago. Mesmo sabendo que não é assim. ─ Suspirei.

─ Você parece com mar.

─ Discordo. Mas por que acha isso?

─ Você tem essa carinha doce de menina inocente e inofensiva, mas não faz ideia do estrago que é capaz de fazer... pelo menos em mim... É como eu disse, você é capaz de me levar do céu ao inferno. ─ Ele depositou um beijo em minha cabeça. ─ Eu não sei o que faria se te perdesse um dia. ─ Fiquei de joelhos e me virei para ele.

─ Pode ficar tranquilo. ─ Fitei seus olhos cor de mel ─ Você nunca vai me perder. ─ Falei, selando nossos lábios. De início, foi um selinho, mas depois acabamos aprofundando em um beijo de verdade.

─ Eu amo você. ─ Falamos juntos, quando interrompemos o beijo e rimos.

─ E então... se eu sou igual ao mar, quais são os bilhões de segredos que eu guardo? Por que sinceramente, eu não sei nem um deles. ─ Falei. Ele riu.

─ Isso é porque todos os seus segredos foram desvendados por mim. ─ Beijou meu pescoço.

─ E quais são? ─ Me deitei sobre o lençol, enquanto ele ficava por cima de mim e dava vários selinhos em minha boca.

─ São muitos, então vou citar apenas alguns. Primeiro: Você me ama.

─ Isso não é bem um segredo. ─ Falei, rindo, enquanto ele depositava beijos pelo meu rosto e pescoço.

─ O segundo é que você me deseja.

─ Também não é nem um segredo. ─ Falei, recebendo um beijo na clavícula.

─ O terceiro é que ─ aproximou sua boca de meu ouvido ─ você já se dedou pensando em mim. ─ Falou. Não aguentei e acabei rindo, ou melhor, gargalhando. Gargalhei tanto que quase chorei.

─ Eu nunca fiz uma coisa dessas! ─ Falei, ainda rindo. ─ Qual é o seu problema?

─ Você é meu problema. ─ Ele voltou a dar beijos no meu pescoço e rosto ─ E também minha solução ─ Falou, deitando-se ao meu lado. Apoiei minha cabeça em seu peito e ele rodeou minha cintura.

Ficamos tanto tempo conversando e rindo, deitados ali, que acabamos dormindo na praia, acordando horas depois com pássaros sobre nós.

***

Justin P.O.V

─ Ai. Meu. Deus. ─ Ela disse, pasma ─ A gente vai andar de balão? ─ Perguntou, eufórica.

─ Não se anda de balão, se voa. ─ Ela fez careta e riu ─ E sim, nós vamos. ─ Sorri ─ É claro que não sozinhos, porque não sabemos manusear essa coisa. 

─ Isso é tão legal! ─ Ela deu um gritinho ─ Ai meu Deus. Eu tenho que me acalmar. ─ Ela falou, de repente séria. Eu ri.

─ Escolha um balão para a gente. ─ Falei, enquanto ela observava o local com mais de dez balões, deitados meio murchos.

─ Qualquer um. ─ Ela disse. Eu assenti. ─ Não, pera. Aquele azul lá atrás. 

─ O último? 

─ É. 

─ Tudo bem. 

Quando nos aproximamos do balão, um rapaz não muito mais velho que eu, veio nos atender. Ele se apresentou como Zac e pediu para que o entregasse metade do valor que cobrava e a outra metade o dar após pousarmos. 

A entrada para cesta foi levemente engraçada, já que o balão pousava e decolava com a cesta deitada de lado. Tivemos que praticamente nos arrastar no chão para entrar na cesta. Tá aí uma coisa que não pensei que fosse fazer.

Zac entrou e aumentou a densidade do fogo e cerca de pouco tempo depois, o balão começou a levantar voo. 

─ A gente tá voando! ─ Manddie falou, olhando para baixo ─ Ai meu Deus, isso é tão legal!  

─ É. Só não se inclina muito, porque pode desequilibrar e virar a cerca ─ Falou Zac. Manddie o fitou por um instante. 

─ Você tá me zoando. ─ Zac riu, assentindo. Ela sorriu para ele. 

─ Então, ─ Manddie virou-se para mim ─ para onde estamos indo? 

─ Ao infinito e além! ─ Respondi, imitando Toy Story 

 ─ Idiota. ─ Ela riu e revirou os olhos. 

O balão já estava no alto quando ela apoiou seus braços na cerca e apoiou seu queixo na mão. Essa posição, fez com que a bunda dela fosse mais para trás, a deixando empinada, mas ela não pareceu perceber isso. De relance de olho, vi Zac olhando para sua bunda. A fera dentro de mim quis pegá-lo pelo colarinho da blusa e socar sua cara, mas não sou um homem das cavernas, então o lancei meu melhor olhar de: se você não parar de olhar para a bunda da minha garota agora, eu jogo você daqui de cima e ele entendeu o recado. 

─ Essa vista é tão linda! ─ Ela disse, despertando minha atenção ─ Acho que poderia fazer isso todos os dias e nunca me cansaria dessa paisagem. ─ Seu tom de voz era apaixonado ─ Nós vivemos num país tão belo.  

─ Sim. ─ Eu respondi, me pondo ao lado dela ─ E a maioria de nós não percebemos isso. ─ Fitou-me ─ Achamos tudo tão lindo nas telas que mal percebemos a beleza a nossa volta. 

─ Pois é. Isso é meio triste, saber que as pessoas não passam mais tempo admirando a paisagem como antes se fazia. 

─ Sim. ─ Falei. Ficamos em silêncio por alguns instantes. 

─ Eu não sei como pode haver pessoas que olham para um lugar desses e não acreditam em Deus. 

─ Vai dizer que é como o vento? Você não pode ver, mas pode sentir. ─ Ela riu.

─ Eu poderia, mas isso seria muito clichê. Sou filha de pastor, mas não sou Elizabeth Sullivan e nem você o London Carter.

─ Você pode não ser a Sullivan, mas eu posso ser o Carter. Já fui tão babaca quanto ele, ou até pior.

─ E o que aconteceu para você mudar?

─ Muitas coisas... você foi uma delas. ─ Ela estremeceu nos meus braços e eu beijei seu pescoço.

─ Eu odeio quando você diz algo fofo e eu não consigo pensar numa piada para disfarçar o quão vermelha estou! ─ Eu ri.

─ Desculpe. ─ Sussurrei em seu ouvido, depositando um beijo atrás de sua orelha.

─ Não se desculpe por isso. É só que... argh, é estranho. ─ Ela riu, nasalado. Eu ri. ─ Pena que Pattie não veio, ela ia adorar isso aqui.

─ Tem razão, mas aí não poderíamos ficar agarradinhos assim, porque você não iria querer que ela ficasse desconfortável. ─ Ela riu. ─ Sem contar que ela deve estar adorando o tempo que está passando com a amiga. ─ No hotel, minha mãe acabou esbarrando com uma velha amiga do colegial e por isso, acabou desistindo de andar de balão comigo e Manddie. Dizer que estava chateado seria uma completa mentira, já que a viagem e os planos que fiz foram para apenas nós dois.

Ficamos sobrevoando a cidade por mais meia hora. O voo foi incrível e pudemos observar várias plantações de frutas, enquanto o balão subia e descia levemente.  Foram muitos verdes a serem vistor por nós em Napa Valley, uma quantidade de verde que não tinha em Nova Iorque. Ao fim, pousamos em uma das plantações.

 

Minhas beliebers já haviam descoberto que eu estava realizando a lista de desejos de Manddie, porque assim como eu, elas tinham visto a lista postada em seu twitter tempos atrás. Isso causou revolta em algumas fãs de Jelena, mas eu não me importava mais. Selena era o meu passado. Meu mais que perfeito passado. Manddie era o meu presente e, se Deus quiser, também o meu futuro.

 

***

Havíamos acabado de chegar ao Castello Di Amorosa, e eu, particularmente ainda não havia conseguido entender por que Manddie havia o adicionado em sua lista de desejos, já que, O Castello Di Amorosa era mais conhecido não só por sua estrutura medieval, mas também pela degustação de vinho que tinha. E até onde eu sabia, ela não podia beber.

─ Eu não posso beber, porque ainda não tenho 21. ─ Ela falou, quando eu perguntei. ─ Mas beber não é pecado, se embebedar é. Ainda mais quando se faz isso na intenção de magoar alguém. Quer dizer, pecado é sempre pecado, não existe pecadinho e pecadão... ai, enfim, se eu bebesse, não estaria pecando, se eu me embebedasse estaria. Deu para entender?

─ Então porque você não bebe?

─ Não sou muito fã. ─ Falou dando de ombros.

Um guia apareceu, se apresentou e nos guiou para um tour no castelo. O tour começou na igreja, que possuía uma bela pintura detalhista. Enquanto isso o guia ia nos explicando a história do castelo:

─ O Dario Sattui, dono da V. Sattui, uma das vinícolas mais antigas e tradicionais de Napa é absolutamente fascinado por medievais castelos italianos. Então um dia, resolveu que construiria um em Napa, e que também produziria ali, uma pequena quantidade de vinhos no mesmo estilo que os italianos. O resultado final foi esse, um castelo medieval incrível com uma estrutura e arquitetura incrivelmente fiel ao italiano, com grande parte dos objetos trazidos da Itália, sem esquecer o gostoso e diferente vinho dos tradicionais que temos por aqui. ─ Falou o guia.

Conforme caminhávamos, Manddie olhava tudo fascinada, registrando tudo em sua câmera semiprofissional – que com ajuda de uma faixa, estava pendurada em seu pescoço –. Ela estava uma completa turista, registrando a estrutura interna e externa do local.

Saindo da igreja, fomos para o pátio, salão de jantar – onde demoramos um pouco mais, porque paramos para observar a pintura – e dali, seguimos para onde o vinho era produzido. O lugar que tinha muitos tonéis e galerias subterrâneas onde guardavam os barris de vinho, até que estivessem prontos para serem ingeridos.

Foram diversos corredores subterrâneos cheios de garrafas e barris que fomos vendo ao longo do tour ─ isso sem deixar de lado o salão de armaduras, salas de tortura e uma porção de antiguidade italianas.

A degustação de vinho foi em uma sala privativa e foi completamente excelente! Cada um de nós pôde escolher uma certa quantidade de vinho para experimentar. Eu resolvi provar cinco e Manddie três, alegando que era fraca para bebidas e que não queria e nem podia ficar bêbada. Pedimos sabores diferentes e por isso, peguei sua taça e experimentei os que ela havia escolhido.

Eu também ainda não tinha vinte e um, mas isso não foi um problema. Um contato ali, outro aqui e pronto. Mas obviamente, nos deram doses pequenas, para não correr o risco de ficarmos bêbados.

Na saída, havia uma grande loja com artigos de tudo quanto é tipo de castelo que se possa imaginar. Também havia um enorme e lindo jardim com gansos, emas e ovelhas, que obviamente, também foram registrados pela minha namorada.

Peguei meu celular e tirei uma foto de Manddie em frente ao castelo, onde ela sorria para sua câmera fotográfica, achando graça de alguma foto e postei em meu instagram, com a legenda “a princesa em seu castelo”. Como havíamos ativado para sermos notificados quando um de nós usássemos nossas redes sociais, o celular dela apitou segundos depois. Manddie sorriu para o celular e ergueu seu olhar para mim.

─ Só faltou a minha coroa. ─ Ela falou.

─ Você não precisa dela para ser uma princesa. É uma naturalmente. ─ Ela sorriu, mordendo o lábio inferior.

 ─ Bom, a princesa quer uma foto com seu príncipe. Será que, vossa majestade pode atender ao seu pedido?

─ O príncipe está cego de amor e jamais recusaria um pedido de sua amada. ─ Ela sorriu. Me aproximei dela. ─ Se um dia ele fizer isso, pode considera-lo louco. ─ Falei, pondo uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e juntando nossos lábios num beijo profundo ─ Eu amo você. ─ Falei, ao encerrar o beijo. Essa era a frase que eu nunca cansaria de dizer à ela.

Pedimos a um garoto que passava, para bater a foto para a gente ele assim o fez. O mesmo garoto pediu uma foto comigo e por mais que eu quisesse recusar, não o fiz. Ele havia feito um favor para mim e agora estava retribuindo.

Na fotografia, Manddie e eu estávamos de frente um para o outro com os lábios colados. Minhas mãos ao redor de sua cintura e as suas apoiadas em meus braços. Atrás de nós, o castelo. Por algum estranho e coincidente motivo, havíamos escolhido as mesmas cores de roupa para usar: vermelho e azul marinho, o que sem querer havia dado um charme maior na foto. Manddie a editou e em pouco tempo depois postou em sua conta.

“Era uma vez... e eles viveram felizes para sempre”

***

Manddie P.O.V

Estávamos equipados com todo o traje de paraquedismo. Um dos atletas profissionais, nos guiava para onde ocorreria a simulação de treinamento. Obviamente nem eu e nem Justin iríamos saltar de paraquedas sozinhos, faríamos isso com um profissional, mas mesmo assim, precisaríamos passar pelo exercício de simulação.

─ Essa é a nossa caixa de simulação. ─ Ricky ─ nosso instrutor ─ disse, nos mostrando uma enorme caixa transparente, onde treinaríamos a nossa queda ─ Como vocês vão praticar salto duplo, terão que fazer o exercício com o profissional que vai saltar com vocês. Será eu e Stela ─ Apontou para uma morena alta. ─ vocês escolhem com quem vão.

─ Quem tá nesse ramo há mais tempo? ─ Perguntei, os fazendo rir.

─ A nossa diferença de experiência é de dois meses, então pode se dizer que começamos juntos, praticamente. ─ Stela falou.

─ Hm, eu vou com a Stela então. Não é nada pessoal Ricky, mas ela é muito bonita e não quero perder meu namorado agora. ─ Falei, os fazendo rir.

Entrei na caixa de simulação junto com Stela ─ que também estava equipada ─ e ela foi falando as instruções, passo a passo e nos juntou num cinto. Desci meus óculos de proteção e em pouco tempo a caixa foi ligada, logo começamos a voar dentro dela.

─ Afaste suas pernas e erga as mãos para o lado do rosto. ─ Stela disse, me ajudando na posição ─ Fique de boca fechada para não entrar inseto. ─ Ela falou e eu fechei a boca. Stela foi me explicando mais coisas ao decorrer do treinamento e quando terminamos, senti-me estranha ao pôr meus pés no chão.

─ Eu estou me sentindo pesada demais para andar nesse mundo. ─ Falei, quando saímos da caixa. Ela riu.

─ É normal isso no início. Eu que já estou acostumada, não sinto mais isso. ─ Eu assenti.

─ Cadê Ricky e Justin? ─ Perguntei, me sentando numa cadeira.

─ Eles foram para a outra caixa de simulação, já devem estar vindo.

─ Isso foi demais! Mal posso esperar para saltar de verdade. ─ Justin exclamou, se aproximando. ─ Como foi com vocês duas? ─ Ele perguntou, após me dar um selinho.

─ Ela foi bem. ─ Respondeu Stela.

─ Foi tranquilo, sobrevivi. Agora quero ver na prática. ─ Falei, afobada. ─ Só espero não morrer. ─ Eles riram.

─ Não vai, pode ficar tranquila. ─ Justin disse, me dando um selinho.

─ Agora é só pegarmos o equipamento, irmos para o avião e saltar. ─ Disse Ricky.

─ Como assim a gente já pode saltar, gente? ─ Perguntei, desesperada ─ Justin, você não disse que pagou aula de treinamento para a gente?

─ E eu paguei. São só quinze minutos. ─ Falou, fazendo meu coração saltar.

─ Como assim quinze minutos? Quinze minutos é muito pouco tempo. O que se aprende em quinze minutos? ─ Eles riram do meu desespero.

─ Amor, nós vamos saltar com profissionais. Pode ficar tranquila. ─ Justin disse, se ajoelhando na minha frente, segurando meu rosto.

─ Mas só quinze minutos?

─ Você quer mais uma aula? Eu pago mais uma. ─ Ele perguntou docemente. Pensei por um instante, me acalmando encarando seus maravilhosos olhos caramelados.

─ Não, não precisa. ─ Ele acariciava meu rosto ─ Eu vou ficar bem.

─ Tem certeza? ─ Não

─ Sim. ─ Ele deu um beijo na minha testa, depois na bochecha e por fim os meus lábios.

 

─ Pronta? ─ Stela perguntou, quando estávamos prestes a saltar.

─ Não. ─ Respondi, um pouco mais alto.

─ Se não quiser fazer isso, não precisa. ─ Justin, falou, olhando nos meus olhos.

─ Eu não preciso, mas quero. ─ Falei.

─ No três a gente pula. ─ Stela falou

─ Não, e eles? ─ Me referi a Justin e Ricky.

─ Vamos logo atrás de vocês. ─ Ricky.

─ No três! ─ Stela ─ Um, dois, TRÊS! ─ Ela gritou e saltamos juntas para fora do avião.

Nós caíamos cerca 200 quilômetros por hora. O vento batia forte contra meu corpo, fazendo meu coração bater ainda mais acelerado a cada segundo.

Deus, eu sempre fui uma boa menina. Por favor, não me deixe morrer dessa maneira.

Deus, eu sei que pessoas da minha idade e mais novas que eu, morrem a todo momento, mas por favor, não me deixe ser uma delas. Não dessa maneira.

─ Aproveite isso. Sinta o vento vir de encontro com o seu corpo! ─ Stela gritou, empolgada. A ignorei. Nem em mil anos conseguiria relaxar caindo na velocidade em que estávamos caindo.

─ Quando é que você vai abrir o paraquedas?

─ Daqui a pouco! ─ O daqui a pouco de Stela, me pareceu uma eternidade, mas enfim, ela abriu o paraquedas e aí sim, consegui relaxar.

Nós observávamos atentamente a beleza da cidade, enquanto caíamos lentamente. Nova Iorque é uma das cidades mais belas do mundo, pela beleza feita à mão do homem, mas a cidade de Napa é sem explicação. Tem uma quantidade de verde tão grande e linda, que se Nova Iorque fosse uma pessoa, teria inveja com certeza.

Eu estava completamente hipnotizada. Podem ter certeza que se a sociedade aceitasse bem o casamento de um ser humano com um estado, era isso o que aconteceria entre Califórnia e eu.

─ Isso aqui é demais! ─ Falei para Stela.

─ Sim, é maravilhoso. ─ Falou ─ A Califórnia é sem dúvidas uma das cidades mais belas do mundo. ─ Assenti com um sorriso maior que o que cabia na minha cara. Ela riu.

Acabamos pousando na praia. Stela entrou em contato com Ricky e soubemos que ele e Justin estavam ali por perto. Fomos até os dois e acabei encontrando um Justin mais sorridente do que eu tinha visto antes.

─ Pelo visto alguém adorou isso, não é? ─ Falei, me aproximando.

─ Isso foi incrível! ─ Justin falou, empolgado. ─ Mas e você, gostou? O que achou?

─ Bom... ─ Comecei a falar ─ foi bem insano. Faria isso de novo com certeza, porém depois da minha morte. ─ Eles riram.

─ Ela ficou nervosa enquanto caíamos, mas depois que abri o paraquedas, ficou mais calma. ─ Falou Stela.

Voltamos para a linha aérea entre muita conversa. Justin e eu nos ‘trocamos’ (já que ainda estávamos com nossa roupa por debaixo do macacão) e recebemos a gravação do nosso salto.

No dia seguinte, voltamos para Nova Iorque.

***

Faltavam apenas quatro pedidos para que minha lista de desejos estivesse completa, mas um deles não seria possível (conhecer o Brasil) já que estávamos no fim do mês e com pouquíssimos dias para que minhas férias chegassem ao fim.  Justin havia ficado decepcionado por isso, mas acabou aceitando que não poderia ser concretizado. Sem contar que a partir do mês que vem, ele começaria a se dedicar completamente para o novo álbum – que era para ele ter começado a dar duro dias atrás e que não deveria estar atrasado (mas que estava).

Três dias haviam se passado e nesses três dias, Justin tem me ignorado. Eu o enviava mensagem e ele não respondia, telefonava e caía na caixa postal. Justin estava me ignorando e isso era óbvio, já que ele não havia viajado e estava sempre nas redes sociais interagindo com as suas fãs. Eu estava irada por conta da sua rejeição repentina, mas minha raiva foi embora assim que entrei no meu quarto.

Sobre a cama estava um buquê de rosas coloridas, cada flor com cores de pétalas diferentes. Também estava estendido um vestido vermelho e uma caixa de sapatos com um par de scarpin branca. Sobre a caixa, um bilhete de Justin.

“Se arrume e fique gata. Quer dizer, mais gata do que já é. Depois vá até seu pai e ele lhe entregará um bilhete. Daí para frente é com você.

Espero que não demore. Estou te esperando. – Justin”

 

O meu cabelo, graças ao baby liss, estava jogado para o lado direito, enquanto o esquerdo estava com uma presilha prata com ‘dentes’ de pente. O vestido vermelho que Justin havia deixado em minha cama, caiu perfeitamente em meu corpo.

Ele batia até um pouco acima de meus joelhos, tinha uma costura de linho e era justo até a cintura, dali em diante possuía o ‘corpo’ rodado, e estava maravilhoso com o scarpin branco. Na maquiagem resolvi não fazer algo extravagante, então ‘fiz minha pele’, passei rímel, blush, fiz o popular puxado de gatinho com o delineador e nos lábios usei batom vermelho fosco.

Saí do meu quarto e entrei em casa, à procura do meu pai.

─ Você está linda, filha. ─ Foi a primeira coisa que ele disse ao me ver.

─ Obrigada, pai. ─ Sorri ─ Você já deve saber porque estou aqui.

─ Sim, eu sei e aqui está. ─ Ele me entregou um pequeno envelope preto. O abri e peguei o papel – também preto – de dentro. Sorri ao reconhecer a caligrafia do meu namorado, perfeitamente escrita com caneta brilhosa dourada.

“Manddie Montinegro, você é linda e tenho certeza que está irresistível na roupa que te dei. Não vejo a hora de ver você.

Bom, esse bilhete não é à toa, então vamos direto ao ponto. Faremos um pequeno jogo de caça ao tesouro e em cada bilhete que achar, terão pistas de onde você deve ir. Fique calma, serão lugares conhecidos por você e por mim, lugares que nós dois fomos juntos e que de certa forma, temos uma lembrança.

A regras são:

1. Pode pedir ajuda a quem quiser.

2. Não vale o uso de internet.

 

A pista é: Do jeito que você quer. Do jeito que você precisa”.

 

Seja rápida. Estou te esperando.

Boa sorte. Amo você! – Justin”

 

Tá, essa não estava difícil. “Do jeito que você quer” é a frase de efeito da sorveteria que fomos – e ainda vamos – na segunda vez que nos encontramos após o encontro no parque.

Pedi ao meu pai para me levar lá e ele assim o fez.

A sorveteria ainda estava aberta, mas estava mais vazia que o normal. Não foi necessário eu fizesse algo, pois antes de pensar em qualquer coisa, um dos atendentes veio até mim me entregando outro bilhete.

“O primeiro passo você já deu, agora só faltam mais dois. Vá até um dos atendentes e entregue esse bilhete aberto. Eles saberão o que fazer.

PS: Dessa vez a pista está na sorveteria e não no bilhete.

Boa sorte! - Justin”

Suspirei e fiz o que ele havia pedido para fazer no bilhete. Um garoto moreno, alto e sério veio me atender. O estendi o bilhete e após ler, chamou por uma outra atendente mulher, loira e sorridente. Ela me entregou um copinho com uma bola de um sorvete azul. Comecei a chupá-lo enquanto dava voltas pela sorveteria, tentando encontrar alguma pista, mas nada achava.

A sorveteria era algo meio marcante para nós porque foi um dos lugares que mais fomos juntos. Sem contar que foi o primeiro lugar que formos após nosso primeiro encontro no parque... quer dizer, segundo, já que aquele dia, ele foi ‘me buscar’ na loja.

A loja foi literalmente o primeiro lugar que nos encontramos. Não um encontro do tipo sair, mas que interagimos pela primeira vez. Pattie havia o obrigado a entrar com a desculpa de que queria apresenta-lo as garotas da igreja, sendo que a única pessoa que ela queria que ele conhecesse era eu. Sorri com a lembrança.

“Eu estava de costas para a porta, cantarolando um hino da harpa enquanto ia pegando mercadorias no chão. Tinha que encher uma prateleira com um novo estoque, porque os outros haviam acabado.

Quando me virei para trás – a porta – vejo que não estava tão só como pensei. Pattie estava ali, com seu filho Justin Bieber, o artista teen mais amado e odiado dos últimos dias.

Caminhei até eles e cumprimentei Pattie primeiro. Quando estendi minha mão para apertar a de Justin, ele pegou a mesma, depositando um beijo (aquele ato gentil, havia me deixado sem graça).  Nos apresentamos e conversamos por um tempo. Pattie nos deixou a sós e Justin resolveu dar uma volta pela loja.

Voltei ao depósito e peguei a caixa que estava mexendo, antes de me aproximar de Justin novamente.

─ Então... o que vai querer? Perguntei a ele.

─ Hm... Um CD da Beyoncé. ─ Falou e eu ri.

─ Isso é uma loja religiosa.

─ Ah é, desculpe.

─ Sem problemas.

─ Acho que não sei o que vou querer. Será que você pode me ajudar? ─ Ele perguntou.

─ Ok. Deixa só eu levar essa caixa para uma das meninas e já volto. ─ Falei. Ele assentiu”

E desde aquele dia fomos nos aproximando cada vez mais e a cada dia, nos apaixonando mais um pelo o outro. Quem diria que Pattie seria a nossa cupido no final de tudo?

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi um nome ser chamado. Virei minha cabeça na direção de onde havia vindo e vi a loira sorridente que havia me atendido caminhando em passos rápidos na direção do moreno alto e sério.

Olhei em seu crachá, para confirmar se era mesmo o nome que eu havia ouvido, mas foi quase impossível na distância que eu estava. Aproximei-me um pouco deles e finalmente pude ler. E sim, era o nome que eu havia ouvido. Depois disso foi fácil juntar as peças.

A cor do meu sorvete era azul - que significa blue em inglês - e o nome da atendente, Ivy.

Blue Ivy era a resposta. O nome da filha de Beyoncé era a resposta, ou seja: a loja era o meu próximo destino.

Meu pai ainda me esperava ao lado de fora, no carro. Menos de dez minutos depois, chegamos à loja e o pedi a chave da porta – que ele carregava no mesmo chaveiro que tinha as chaves de casa – e entrei, sem problema algum.

Aparentemente, não havia nada de incomum ali.  Rodei a loja e fui até ao depósito que foi o local exato que nos encontramos pela primeira vez, mas não encontrei nada lá também. Dei mais uma volta e por fim acabei encontrando algo. Havia um CD da Beyoncé ali, junto com os outros religiosos. Foi impossível não rir com isso.

Abri-o e dentro dele tinha um outro pequeno envelope com bilhete.

“Agora você está iniciando a terceira fase. A partir daqui, as coisas vão ficar um pouquinho mais complicadas. Você tem ido bem até agora, então não acho que demorará a encontrar mais algumas coisas antes de me encontrar.

A pista é: Você está bem?”

 

─ Mas que droga de pista é essa? ─ Murmurei, após um tempo, meio furiosa.

O que Justin tinha na cabeça para considerar aquela pergunta uma pista? Titica?

Saí da loja carregando o CD da Beyoncé e o bilhete em minhas mãos, tranquei a porta e me sentei no banco de carona de trás do carro do meu pai, que ainda estava à minha espera. Escorei a cabeça do conforto e fiquei olhando para o teto do mesmo, frustrada.

─ Para onde vamos? ─ Perguntou

─ Não faço ideia. ─ Suspirei.

─ O que houve?

─ Houve que o Justin me deixou a pior pista de todos de um lugar.

─ E que lugar seria esse?

─ Esse é o problema, pai. ─ Suspirei.

─ Qual foi a pista?

─ Não é uma pista, é uma pergunta que é: “você está bem”?

─ Uau! É uma pista difícil.

─ Nem me fale! E o pior é que não posso desistir porque ele está à minha espera em algum lugar.

─ Eu li o bilhete com você e nele, Justin disse que foram lugares que vocês estiveram juntos.

─ Eu sei, mas essa ‘pista’ não diz nada.

─ Ele não iria pôr essa pista se não dissesse nada.

─ Tem razão... ─ Suspirei. ─ É melhor saímos daqui, não é bom ficar parado na rua com o carro por tanto tempo.  ─ Falei e ele ligou o carro, começando a dirigir aleatoriamente.

Com o silêncio do carro, meu pai ligou a rádio em alguma estação de músicas antigas e cantou as que conhecia. Três músicas depois, Smooth Criminal começou a tocar.

As he came into the window. It was the sound of a crescendo. He came into her apartment. He left the bloodstains on the carpet. She ran underneath the table. He could see she was unable. So she ran into the bedroom. She was struck down, it was her doom.

(Assim que ele entrou pela janela
Ouviu-se um estrondo
Ele entrou no apartamento dela
Ele deixou a mancha de sangue no tapete
Ela correu para debaixo da mesa
Ele podia ver que ela estava incapacitada
Então ela correu para dentro do quarto
Ela foi golpeada, era o seu destino)

Annie, are you ok? ─ Cantei com meu pai, que vi sorrir pelo retrovisor ─ So, Annie are you ok? Are you ok, Annie? Annie, are you ok? So, Annie are you ok Are you ok, Annie? Annie, are you ok? So, Annie are you ok? Are you ok, Annie? Annie, are you ok? So, Annie are you ok, are you ok Annie?

(Annie você está bem? Então, Annie você está bem?
Você está bem, Annie? Annie você está bem?
Então, Annie você está bem? Você está bem, Annie?
Annie você está bem? Então, Annie você está bem?
Você está bem, Annie? Annie você está bem?
Então, Annie você está bem, você está bem Annie?)

It was your doom, Annie! ─ (Era o seu destino, Annie) Terminamos de cantar e eu ri.

─ Eu adoro Michael Jackson! ─ Meu pai falou empolgado. Eu ri.

─ Eu também. A minha preferida dele é Billie Jean. ─ Falei ─ Eu lembro que na primeira vez que eu fui à casa de Justin, a gente... ─ Foi então que a ficha caiu.

“Você está bem?” Não era uma pergunta em relação ao meu estado de espírito, na verdade estava fazendo uma referência ao Michael Jackson! Ele não poderia colocar “Billie Jean” ou uma parte do trecho da música, porque seria muito óbvio, e o mesmo seria se ele tivesse posto “Annie, você está bem?” Então ele modificou, pondo a pista mais complicada de todas!

Meu namorado é um gênio!

 ─ Pai, me leva à casa do Justin. ─ Falei. O vi sorrir pelo retrovisor, mudando o rumo do carro. ─ Você sabia, não é?

─ Sabia.

─ E por que não disse?

─ Não tinha permissão para falar, mas para te ajudar. Ele me explicou a dica e me disse o que fazer. Até preparou esse CD com músicas antigas.

─ Não está na rádio?

─ Não. ─ Falou. Eu ri.

 

Em pouco tempo chegamos à casa de Justin. Antes que eu pudesse sair do carro, meu pai disse:

─ Vou para casa. Só posso te acompanhar até aqui. Justin disse que você não precisará mais de carona para chegar até ele. ─ Franzi o cenho, mas assenti, o dando um beijo estalado em sua bochecha.

─ Bença, pai. Amo você!

─ Deus te abençoe. Amo você também.

Andei pelo jardim, caminhando até a porta de entrada. Dei três batidas e logo ela foi aberta por Pattie.

─ Manddie, que bom que chegou! Estava esperando por você. ─ Falou, me cumprimentando. Estranhei um pouco ela estar ali, mas não liguei muito. Aliás, era a casa do filho dela.

─ Tudo bem, Pattie?

─ Bem. ─ Ela sorriu ─ Vamos, entre. ─ Entrei. Foi então que eu tive um mini infarto.

Dulce Maria estava bem ali, sentada no sofá, com uma xícara – provavelmente de café – nas mãos. Ao me ver, ela pôs a xícara e o pequeno prato sobre a mesa e se levantou, caminhando em minha direção.

Jesus, eu vou morrer!

─ Olá! ─ Ela falou em inglês, com seu sotaque mexicano maravilhoso.

─ O-oi. ─ Falei ─ Ai, meu Jesus, eu sinto como se fosse cair no chão feito gelatina a qualquer momento. ─ Ela riu. ─ Você sabia que eu era sua fã quando criança?

─ Sim. Aliás, me chamaram aqui para conversar com uma antiga fã do RBD. ─ Ela sorriu. ─ Mas só tenho uma hora para isso. Daqui a pouco tenho um voo e não posso perde-lo.

─ Com certeza. ─ Falei, apressadamente.

─ Por que não se sentam? ─ Falou Pattie e assim fizemos.

Dulce voltou a tomar seu café e eu ‘belisquei’ algumas rosquinhas que tinham ali. Começamos a conversar sobre ela, a sua carreira e depois obviamente sobre o RBD. Ela disse que ainda mantinha contato com todos eles, mesmo que quase nunca conseguissem se falar. Depois ela começou a contar histórias sobre a banda que nunca haviam sido reveladas para a mídia.

─ Uma vez fomos em uma festa e a Any bebeu tanto que quando chegou no hotel, mandou nudes para a equipe inteira. No dia seguinte, acordou as três da tarde com o seu quarto com pôsteres das nudes que havia enviado. O Poncho tinha feito isso para irritá-la. Ela ficou duas semanas sem falar com ele. ─ Nós rimos. ─ Eles tinham uma amizade de amor e ódio muito engraçada. ─ Ela olhou a hora no celular ─ Eu preciso ir agora. Tenho que passar no hotel ainda para pegar minhas malas e depois ir para o aeroporto. ─ Ela falou, pondo – a vigésima – xícara de café sobre a mesa de centro e se pondo de pé em seguida. Fiz o mesmo. ─ Foi um prazer conhecer você, Manddie.  ─ Ela me abraçou ─ Você e todos os fãs do RBD são muito importantes para cada um dos integrantes da banda e da equipe da banda.

─ Posso fazer só uma pergunta? ─ Perguntei, a levando à porta.

─ Se o RBD vai voltar? ─ Assenti. Ela riu nasalado como se já houvesse respondido a essa pergunta um milhão de vezes (o que obviamente deve ter acontecido). ─ Não, Manddie. Talvez num futuro distante, porque pode calhar e todos nós mudarmos de ideia um dia, mas por enquanto, estamos todos muito bem seguindo a nossa vida sem toda aquela correria.

─ Tudo bem. ─ Ela sorriu de lábios fechados. Fiz o mesmo, meio decepcionada. Ela me abraçou novamente e me deu um de seus CD’s solos autografados. Sorri, empolgada, a fazendo rir.

Pattie veio para se despedir dela – já que havia passado todo o tempo que eu não havia chegado com ela – e depois ela caminhou para o carro preto que estava à espera dela no jardim. Antes de entrar ela virou para mim e gritou:

─ Justin tem um presente para você na garagem! ─ Ela sorriu, acenou e entrou no carro que logo deu partida.

─ iElla es um dulce! ─ Falou Pattie em espanhol.

─ Literalmente. ─ Falei e ri, ainda encantada com todo o jeito meigo, paciente e amoroso que ela havia me tratado. ─ Agora, eu preciso ir para a garagem. ─ Falei e fui para lá.

Eu sei que havia colocado ‘ter um carro próprio’ na minha lista de desejos e imaginei sim que Justin iria me dar um – estamos falando de Justin Bieber, é claro que ele me daria –. O que eu não contava é que ele fosse me dar um Smart Fourtwo rosa e de oncinha!

─ O que achou? ─ Pattie perguntou ao meu lado.

─ Que esse carro é o meu mais novo namorado. ─ Falei encantada. Ela riu.

─ Aqui estão as chaves. ─ Me entregou um chaveiro cor de rosa. ─ Aproveite o seu mais novo presente e não se esqueça: ainda tem mais. ─ Falou e então me lembrei que Justin estava à minha espera em algum lugar.

Entrei no meu mais novo carro – que tinha os bancos revestidos de cor branca, devo acrescentar – e após pôr o cinto de segurança, abri o pequeno envelope que estava colado no volante.

“Espero que tenha sido bom o seu encontro com uma das sua ídolo de infância. Infelizmente ela não pôde ficar aqui por muito tempo, pois acabou apertando sua agenda aceitando encaixar esse encontro em cima da hora.

Agora finalmente vamos nos encontrar... e que tal me dizer como foi tudo pessoalmente?

Aqui vai sua última pista: brilha linda flor, teu poder venceu, traz de volta já o que uma vez foi meu. ”

 

Ri nasalado ao terminar de ler. Como esquecer da vez em que cantei a música de Enrolados para Justin enquanto ele sofria pelo término com Selena? Aliás, agora que peguei o ritmo do jogo, sei que a pista não está difícil. Até porque, se Justin estava realizando a minha lista de desejos, nada melhor que pôr referência de Rapunzel para indicar o lugar mais alto de Nova Iorque.

 

Estacionei o carro e o tranquei antes de caminhar para a entrada do Empire States. Estranhei ao chegar e não ver nem uma fila ali - já que ainda estava em horário de funcionamento. Peguei meu celular e antes que pudesse digitar algo, recebi uma mensagem de Justin: “Entre” era o que dizia. Entrei e fui direto para o elevador. Apertei o botão do último andar e esperei.

Quando a porta do elevador se abriu, fui surpreendida ao encontrar o último andar do Empire States repleto de pétalas de rosas e velas aromatizadas, fazendo com que somente as luzes delas e da cidade, iluminassem o local. No meio, uma toalha branca e vermelha quadriculada, cheia de comidas em cima. Ao lado direito, quatro homens tocando música ao vivo – dois com violino, um com violoncelo, outro com saxofone -  Atrás, estava meu namorado, lindamente maravilhoso como sempre.

Justin usava um terno preto com finas linhas cinzas, por baixo uma blusa social preta e ele não usava gravata. Seu relógio rolex em seu pulso esquerdo e nos dedos, anel no dedo indicador e de noivado. Nos pés, um par de sapato social.

─ Acho que acabei de me apaixonar por você novamente. ─ Falei.

─ Eu quem devia estar dizendo isso. ─ Ele falou, dando um suspiro e me olhando da cabeça aos pés. ─ Você está linda.

─ Não mais que você ─ Falei, me aproximando dele. Justin estendeu uma das mãos, me chamando para dançar a música lenta que tocavam. Aceitei de bom grado.

─ Então, as pistas estavam difíceis? ─ Ele circulou minha cintura. Fiz o mesmo com seu pescoço, enquanto ambos nos movimentávamos lentamente de um lado para o outro.

─ A primeira estava mega fácil. A segunda, mais ou menos. A terceira, um bicho de sete cabeças, meu Deus, Justin, você é diabólico. ─ Ele riu. ─ A última, estava meio óbvia.

─ Mas eu fiz seu pai te ajudar na terceira. ─ Ele me deu um selinho e depois cheirou meu cangote.

─ Eu devia dizer graças a Deus, mas vou dizer que não fez mais que sua obrigação, caso contrário, não chegaria aqui nunca. ─ Ele riu.

─ Um de nada estaria de bom tamanho. ─ Eu ri e o beijei. Passei minha língua por sua boca, juntando com a dele e Justin seguiu meus passos.

─ Obrigada, baby. ─ Falei, recebendo um sorriso dele em troca.

─ Desejo de número quatorze: Dar um beijo no topo do Empire States: confere. ─ Ele falou. Eu ri e o dei outro beijo.

Ficamos dançando por mais um tempo até que nos cansamos e nos sentamos no espaço livre da toalha ao chão. Justin pediu que os quatro músicos se retirassem e nos deixassem a sós, e assim eles fizeram.

─ Eu pretendia fazer um jantar, com pessoas nos servindo a todo momento e mesa e cadeiras, mas daí percebi que piquenique no Empire States seria mais original. ─ Ele falou. Eu sorri. Justin pegou um morango, o mergulhou no chocolate e o levou até minha boca.

─ Qualquer coisa que você tivesse feito eu teria adorado porque foi você fez. ─ Falei, encantada, após engolir o alimento em minha boca, e ele sorriu, brincando com a calça que usava, meio corado. ─ Eu não acredito que você está corando com o que eu disse. ─ Falei, pasma e ele riu, nasalado. ─ Não é nada legal ficar corado né?

─ Nem um pouco.

─ Viu? É assim que eu me sinto quando você me deixa sem graça. ─ Falei, me servindo com um pedaço de bolo.

─ É diferente quando eu faço com você.

─ E por quê?

─ Porque eu acho sexy. ─ Falou, dando um gole no vinho. ─ Eu fico um palerma.

─ Claro que não! Achei bem bonitinho para falar a verdade. ─ Falei, me aproximando dele e enchendo seu rosto de beijos. Ele riu. ─ Nós estamos nos tornando um casal muito meloso. ─ Falei ao me afastar.

─ Isso é ótimo. Porque daqui a pouco os meses vão passar e esse mar de rosas vai acabar. A gente vai começar a discutir por coisas à toa e fazer as pazes quando menos percebermos. ─ Falou e eu assenti, sorrindo.

Ficamos ali, conversando sobre vários e vários assuntos, enquanto comíamos e bebíamos. Justin me perguntou como havia sido meu encontro com a Dulce e eu o contei o quão mágico e marcante havia sido para mim. Contei, que ela me deu um CD autografado e que infelizmente minha banda favorita não tinha planos de voltar tão cedo.

─ Eu jamais magoaria você! ─ Ele falou, meio chocado. Eu estava sentada entre as suas pernas, com a minha costa apoiada em seu peitoral.

─ Eu não sei. Você vive num mundo cheio de mulheres maravilhosas e não acho nada difícil alguma outra chamar sua atenção. Ainda mais ela tendo mais a oferecer do que eu.

─ Você é a única mulher que eu quero, Manddie. ─ Ele falou, dando um beijo no meu pescoço. ─ Eu jamais abriria mão de você por outra. Jamais te magoaria. Preferiria ser eu o magoado da história do que você. ─ Ele alisou minha mão.

─ Se um dia você me magoar... ─ Ele bufou ─ É só uma hipótese. ─ Falei, continuando ─ Se um dia você me magoar, saiba que, andar pela cidade com uma camisa, calça e boné com os dizeres: “eu fui um imbecil com Manddie Montinegro” seria um ótimo pedido de desculpas. ─ Ele riu.

─ Tudo bem. ─ Beijou minha cabeça

─ O que você quer que eu faça se um dia eu te magoar?

─ Nada. Porque você não vai me magoar.

─ Eu sei que não, mas e se?

─ Isso não vai acontecer.

─ Justin... ─ Ele bufou.

─ Se um dia você me magoar, o que eu espero que não aconteça, o pedido de desculpa perfeito seria... eu não faço ideia. ─ Ele riu ─ Acho que eu me vingaria... nada muito grave, claro e depois correria atrás de você porque eu não quero e não sei mais viver sem ti. ─ Ele me apertou em seus braços. Eu ri, não acreditando em suas palavras, mas mesmo assim me derretendo pela última parte. ─ Ou você poderia se humilhar, pedindo o meu perdão no palco durante um show meu.

─ Eu jamais me humilharia. ─ Ele riu

─ Isso não é se humilhar, é só pedir desculpas perante um enorme público.

─ Um enorme público de beliebers que dependendo do caso, podem ou não estarem zangadas comigo!

─ Primeiro: eu jamais deixaria que elas fizessem algo de ruim com você na minha presença. Segundo: aceitou a me namorar, tem que aceitar minhas fãs cuidando de mim. ─ Eu ri.

─ Tudo bem, vamos mudar de assunto. ─ Ele mordeu minha orelha.

─ Você que pediu. ─ Eu assenti, confirmando.

 

Justin estava me abraçando por trás, enquanto admirávamos a vista da cidade. As luzes e o céu estrelado, faziam uma ótima combinação juntas. Senti ele se afastar de mim por alguns instantes, mas não dei muita importância. Ouvi Justin pigarrear e então o olhei.

Ele tinha um tipo de papel meio amarelado nas mãos e me olhava nervoso – mesmo que tentasse não transparecer isso.

─ O que foi? ─ Perguntei.

─ Eu... Toma. ─ Ele me entregou o papel. Franzi o cenho por alguns instantes, mas logo o peguei, desdobrando o mesmo e lendo as coisas nele escrito.

─ Você... ─ Falei, com a voz embargada. Meus olhos já estavam se enchendo d’água. ─ você comprou uma estrela para a gente? ─ Ele me fitava meio espantado, provavelmente não esperando essa reação vinda da minha parte.

─ Eu não comprei, mas a batizei de Janddie, como as fãs chamam a gente. Eu queria que fôssemos eternos de alguma forma. ─ Falou.

─ Isso é tão lindo. ─ Falei, secando minhas lágrimas, me aproximando dele em seguida. ─ Você é o melhor homem desse mundo. Eu sinceramente não sei o que dizer além de ‘eu amo você’. ─ Envolvi seu pescoço e ele minha cintura.

─ Então diga. ─ Colou nossas testas ─ Não há outra coisa melhor de ouvir saindo da sua boca além de você dizendo que me ama.

─ Eu amo você. ─ Beijei sua bochecha ─ Eu amo você. ─ Beijei sua outra bochecha ─ Eu amo muito ─ O dei um selinho ─ muito você. ─ Juntei nossas bocas em um beijo lento e profundo.

Sua mão apertou minha cintura e as minhas bagunçaram meu cabelo. Ele me pegou no colo e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura. No segundo seguinte estava sendo prensada contra a parede. Nos beijávamos como se aquele fosse o último beijo de nossas vidas. Nos beijávamos com todo o amor que havia dentro de nós dois. O amor que sentíamos um pelo o outro e que parecia a cada dia maior.

***

Algum tempo depois...

Justin P.O.V

Estava indo à casa de Manddie fazê-la uma surpresa. Havia conseguido alguns dias de folga, antes de voltar a me dedicar completamente para meu novo álbum – que agora, estava ainda mais próximo de ser lançado.

Estacionei meu carro no lugar de sempre e me surpreendi quando vi uma range rover evoque preta estacionada. Até onde sabia, os Montinegros não tinham uma range rover.

Peguei o buquê de flores no banco de carona e saí do carro. Ao chegar na porta, não foi necessário bater nela, pois a mesma já estava aberta. Estranhei, mas me aproximei a abrindo um pouco mais.

Manddie estava em pé e de perfil para porta, conversando com alguém. Eu não pude ver quem era, mas sabia que era um homem porque a voz era grossa.

─ Logan, você é um cara incrível, mas se tem uma coisa que eu tenho certeza, é que eu não sinto mais nada por você. ─ Ela falou o nome dele docilmente, fazendo meu coração queimar como ácido.

─ Manddie, estamos sozinhos aqui. Não precisa fazer esse jogo comigo. ─ Falou.

─ E quem tá fazendo jogo aqui, Logan? ─ Ela suspirou ─ Você foi embora... e nesse tempo eu conheci outro cara e me apaixonei por ele. Me desculpe, mas seu tempo já foi. O único sentimento que sinto por você agora é de irmão, de amigo, alguém querido, mas que não passa disso. ─ Ela falou, num tom compreensivo. ─ Agora me dá licença porque eu estou sozinha em casa com meu ex-namorado e isso não pega bem.  Você sabe onde fica a porta. ─ Ela o deu as costas para sair dali e ele segurou em seu pulso.

Aconteceu tudo muito rápido. No instante seguinte ele estava a beijando. Manddie se debatia sem parar tentando se soltar dele e quando finalmente conseguiu, o deu um tapa no rosto.

Um sorriso involuntário cresceu em meu rosto. Estava prestes a entrar e acabar com aquele desgraçado, quando Manddie me surpreendeu, dessa vez, ela mesma o puxando para um beijo.


Notas Finais


Hey gaRera!
O que acharam do cap? Bom, razoável ou meio tipo pombo? Se abram para mim. Gosto de saber o que estão achando! ♡

Mano, eu tava pensando esses dias da gente ter uma tag pra fic. Para todas as redes sociais, craru. u.u Eu queria saber real o q vcs comentam n só nos comentários, mas tbm nas redes sociais de vocês (sim, eu sou muito xereta). Então aqui vão as duas tags: #Janddie ou #JanddieShipp, eu até pensei em pôr algo mais #AFDP e tals, mas já tem tag assim para O Filho do Presidente e outras fic's com o nome A Filha do Pastor tbm, então... fnuanfdfs A tag tá valendo a partir de hj, ok? mnvjfds

Notícia boa: O próximo cap tá quase concluído, então preparem os lencinhos pq vocês vão chorar bastante! O próximo cap tá vindo com tudo para abalar o coração de todas/todos nós. hghgdgfsjifjv

Bom, é isso. Espero que tenham gostado!
Até o próximo cap!
Beijooooos!!!

Trailer 1: https://www.youtube.com/watch?v=X7oYliY3TAc
Trailer 2: https://www.youtube.com/watch?v=bU0xTq-AEYw


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