– Droga. – resmungou Ada após desligar o telefone.
– Que foi mamãe?
– Nada querida. – disse. – Está sentindo falta do Matteo, não é?
– Um pouco. – responde.
– Hum, que acha de fazermos uma visitinha a ele? – sorriu.
– Adoraria mamãe. – se animou com a ideia.
A filha lhe deu um beijo na bochecha e deixou a sala. A ruiva se recostou no sofá “Se tem uma coisa que não irá acontecer, é eu ser passada para trás.” pensou ela “O que será que ele quer comigo? Acho que finalmente notou que eu sou o amor da vida dele.” completou. “Ah, só nos meus melhores sonhos ele voltaria para mim. Perdi o Matteo, tenho que aceitar. Acho que aqui acaba a ‘Ada obsessiva’.”
[...]
Matteo ainda se mantinha inerte na sala de Miguel, continha-se preso nos pensamentos. Miguel o despertou ao entrar na sala.
– E então? Conseguiu algo?
– Sim, uma colega minha conhece o cara, e pedi para ela vir. – informa.
– Ótimo, vou deixar a sala de visitas livre para vocês, espero que nada de ruim esteja acontecendo com sua irmã. – disse ele compreensivo com a situação.
– Também espero. – Matteo suspirou e deixou a sala em silêncio.
[...]
Algumas horas mais tarde, Ada chegou à casa do presidente na companhia da filha, já que não tinha com quem deixar. As duas caminhavam lentamente pelo corredor principal da casa.
– Ali mamãe, me lembro dela. – Cecília saiu correndo ao avistar Luna conversando com uma das empregadas.
– Oi lindinha. – cumprimentou Luna. – O faz aqui?
– Não se lembra de mim?
– Lembro da sua voz... Cecília, acertei? – a menina assentiu. – Se perdeu de novo?
– Não, ela está comigo. – disse Ada se aproximando. – Cadê o Matteo. – perguntou sem educação.
– Não sei, ele... – se cortou sozinha. – O que quer com ele. – a olhou de cima a baixo.
– Nada que seja da sua conta minha cara, cadê ele?
– Acho que na sala do Miguel. Última porta desse corredor à esquerda. – responde nem um pouco delicada.
– Certo. Venha Cecília. – puxou a filha.
– Quem é essa? – questionou a empregada, ao ver a mulher se afastar.
– Sei não, mal humorada, não é? – concordou.
[...]
Não demorou muito para que Ada encontrasse a sala, adentrou o local sem bater, envergonhou-se ao dar de cara com o presidente, porém manteve a posse. Cecília não escondeu o sorriso ao ver Matteo ali.
– Desculpe. Queria conversar comigo, Matteo? – o rapaz assentiu pedindo que o seguisse.
Os três caminharam em silêncio, Cecília soltou da mão da mãe e segurou na de Matteo sem dizer nada. Ela o olhou sorrindo meiga, e ele forçou um sorriso como retribuição, ainda não lhe “caia a ficha” de que tudo aquilo estava acontecendo.
– Yam. – Matteo chamou a loira que passava pelo corredor. – Tem como olhar ela rapidinho? – referia-se a Cecília.
– Eu ia ajudar a Jim... Está bem. – respondeu. – Venha comigo. – ela sorriu ao entrelaçar sua mão ao da garotinha e se afastar.
– Entre logo para terminamos o mais rápido possível. – disse abrindo a porta que estava ao seu lado direito. A ruiva entrou acomodando-se no sofá. – Comece, fale tudo. Quem é Sebastián Villalobos? – perguntou.
– Você sabe que é o pai da Cecília. Por que a pergunta?
– Quero saber mais sobre ele.
– Ué, mais o que? Você sabe que eu te roubei e que eu dava seu dinheiro a ele. Eis o porquê deu estar como estou. – deu de ombros.
– Isso eu já sei. Quero saber se, ele é filho de quem? Mora com quem? Onde trabalha? – Matteo encheu a ruiva de perguntas.
– Ele mora com o tio, é filho de um casal que está preso e não trabalha.
– Frequentou o exército? – o moreno sentou-se no sofá defronte a Ada.
– Acho que não. – torceu os lábios.
– Ele chegou a ver ou conhecer a Florencia? – o Balsano tremeu ao questionar isso, temia em ouvir a resposta.
– Flor? O que ela tem a ver? – franziu a testa.
– Ela desapareceu do mapa, isso que aconteceu. E me passaram o nome dele como sendo um dos envolvidos. Onde ele está? Está aqui na cidade?
– Está aqui sim, mas, como assim ela sumiu? – perguntou curiosa e com certa preocupação.
– Isso não é o foco da nossa conversa. Fale-me mais sobre esse cara, suspeito de umas coisas.
– Acha que ele seja um rebelde, não é? – Matteo somente cruzou os braços diante da pergunta da ruiva. – Ele foi, mas, não é mais. – ele tinha um olhar curioso e confuso ao mesmo tempo. – Você matou o cara que pagava o salário dele, aí ele desistiu de trabalhar para o cara, não sei muito. Ele não foi ao exército, forjou uma identidade falsa, mas, Sebastián Villalobos é o nome verdadeiro.
– Mais alguma coisa que eu precise saber? – disse atento a ela.
– Acho que deveria saber quem é o tio dele.
– É rebelde também? – ele tentava processar as informações.
– Não, é seu pai.
– Que? – surpreendeu-se com aquela resposta.
– É ué. Lorenzo Balsano é tio dele, e seu pai. – falou naturalmente, enquanto Matteo tentava assimilar tudo.
[...]
Yam estava no quarto de Luna junto de Cecília. A garotinha estava encantada com o quarto, tanto que andava e rodopiava ali dando risada. E enquanto Lia se divertia, Yam e Luna conversavam.
– Fala, não minta para mim.
– Por que acha que tem algo de errado? – questiona a mais nova.
– Por quê? Preciso mesmo dizer o porquê? Fala vai. – incentivou.
– Ai Yam, não sei se devo. – abaixou a cabeça e encarou a unhas recém-feitas.
– Olha, eu desde o começou notei que o Matteo e Simón iam dar trabalho, percebia que o Simón te olhava de maneira diferente. A saída dele daqui foi misteriosa e acho que você tem algo a ver com isso tudo dona Luna.
– Ele disse que o Matteo havia me beijado, e isso nunca aconteceu.
– Mesmo?
– Está bem. – a castanha bufou se rendendo as perguntas da loira. – Nós nos beijamos, mas, não na mesma época em que Simón disse isso. Ele inventou isso e eu somente defendi o Matt. – respondeu um pouco aliviada, mas, tensa.
– Matt? – sorriu torto para provocar a Benson.
– Ai Yam. Não era certo eu te contar. – estava aflita.
– Agora que começou, vai terminar. – indagou a empregada. – Ande logo, diga.
– Ele e eu estamos juntos, pronto. Satisfeita? – suspirou.
– Wow, juntos? – arregalou os olhos. – Juntos como? Juntos de juntos? Ou... Juntos?
– Ele me pediu até em namoro. – corou. – Sei que é completamente errado, porém, ele e eu nos gostamos muito para continuar fingindo que não houve nada.
– Sei, entendo. – comentou Yam, lembrou-se de Ramiro.
– Promete que não conta a ninguém, certo? Nem ao próprio Matteo.
– Prometo, pode deixar. – sorriu carinhosa. – Do jeito que ele é, deve estar uma “pilha de nervos” com o desaparecimento de Florencia. – a castanha assentiu. As duas continuaram conversando, Cecília não dava muita importância a conversa das moças, dava mais atenção ao estava diante de seus olhos.
[...]
A conversa ainda não tinha chego ao fim entre Matteo e Ada.
– É sério, ele é seu pai. – viu que o moreno não estava crendo em suas palavras.
– Está bem Ada. Vou fingir que acredito, assim como você não me roubou, me traiu...
– É por eu ter feito tudo isso que estou sendo bem sincera. Ele é sim seu pai, e acho que seria bom vocês se reverem. – disse a ruiva. – Sua mãe morreu, agora aconteceu isso com a Flor, acho que deveria falar com ele.
– Mas não vou. – afirmou.
– Mesmo? Foi ele que me trouxe aqui e está lá fora me esperando. Você podia falar com ele e se acertarem. – sugeriu. Matteo estava sério. – Ele tem medo de você, Matteo. Ele quer te rever, mas, acha que você não quer.
– E ele está completamente certo. – replica com frieza.
– Pare de ser assim. – Ada ficou de pé. – Fiz muita burrada, fui muito falsa, mas, nunca fui tão sincera quanto agora. Converse com ele, às vezes ele pode te ajudar.
– Não quero a ajuda de um bêbado e desgraçado, que abandonou a mim e a minha mãe, muito obrigado. – sorriu com ironia.
– Ele mudou, ele me ajuda às vezes. Ele sente sua falta, ainda acho que seria bom vocês se reverem.
– Você não acha nada. Você vai pegar a Cecília e vai para casa. – falou já irritado com ex-namorada.
– Como quiser, mal agradecido. – Ada cruzou os braços. As coisas estavam indo rápido demais para Matteo. Primeiro a mãe, irmã e agora o pai, tudo estava acontecendo de uma só vez. – Me leva até minha filha.
Ele se levantou e Ada o seguiu. Enquanto o acompanhava a ruiva sem querer trombou em um rapaz, ela estava distraída demais para dizer um simples “Desculpe-me”.
– Não olha por onde anda não? – resmungou Xabi. – Aí, falei com minha mãe e ela disse que não foi ela que trouxe sua irmã para cá, então não a culpe, ok? – disse o moreno virando-se para Matteo.
– Relaxa aí, não quero discutir mais hoje.
– Aonde vai com essa aí? – perguntou. – Rey sabe que ela está aqui?
– Sabe, agora me deixa resolver as coisas. – disse o segurança se afastando.
– Quem é ele? – questiona Ada após estar longe do outro que não conhecia.
– Um rico, milionário. Por que não o namora e o traí com um drogado?
– Não precisa humilhar.
– Hum, nada que eu disser ou fazer será o bastante.
– Só quero minha filha, nada mais.
– E eu minha irmã.
– Fala com seu pai, ele pode te ajudar muito Matteo. – ela insistia nesse reencontro.
– Prefiro você calada, sabia? – disse entre dente, não a olhava somente o caminho que percorria.
– Ignorante. – em poucos segundos, chegaram ao quarto da filha do presidente. O Balsano bateu na porta e abriu em seguida.
– Cecília, sua mãe já está aqui. – avisou. – Hora de ir mocinha.
– Ah, que pena. – soltou desanimada. Despediu-se de Luna com um beijo e um abraço.
– Vamos querida. – Ada se afastou com Lia. – Não podemos atrapalhar mais o Matteo. – olhou torto para o rapaz. – Ele tem um trabalho muito importante. – desviou para a castanha sentada na cama.
– Tchau Matt. – acenou Cecília, tais palavras machucaram o rapaz, afinal, essa é a forma que a irmã o chamava. Yam já não estava mais no quarto e a conversa entre as duas moças havia rendido revelações, a loira acabou contando sobre ela e Ramiro.
– Yam desconfia de algo? – perguntou Matteo no quarto e encostando a porta.
– Sim, e acabei contando. – disse, temia a reação do namorado.
– Ai Luna, por que contou. – suspirou e se sentou em uma cadeira próxima a ele.
– Não tive escolha, e ela não vai contar nada, eu juro. – ficou de frente a ele.
– Se eu fosse você não faria mais isso. Ficar colocando a mão no fogo pelas outras pessoas, não é bom.
– Eu sei, mas, não é bem assim. Ela está com o Ramiro há quase dez meses.
– Ah. – sorriu. – Por isso que ele agia daquela forma, bom saber.
– O que aquela ruiva queria com você? – indagou com uma pontada de ciúmes.
– Chamei-a para uma conversa, nada de mais.
– Mesmo? E ela é mãe da Cecília?
– Sim.
– E você é o que dela? – olhou com receio por ter perguntado isso.
– Dela não sou ela. – se levantou. – Já seu. – sorriu.
– É meu tudo. – corou.
– Está com ciúmes, é? – acariciou o rosto da namorada, ela não o respondeu, estava envergonhada. – Sabe Luna, por mais que a situação esteja um caos, você estar do meu lado é o que me deixa calmo.
Seus olhares se cruzaram, ambos sorriram ao ver como seus olhos brilhavam. Luna deu um selinho no rapaz, depois deitou sua cabeça sobre o peito do mesmo.
– Eu te amo. – sussurrou no ouvido da castanha.
– Mesmo eu sendo a culpada por... – ergueu o olhar.
– Você não podia adivinhar isso, meu anjo. – ela sorriu com as palavras dele, sentia-se culpa ainda.
Matteo a beijou e a olhou nos olhos. Suspirou, por mais que estivesse com a namorada, ainda pensava na irmã, o olhar da morena se desviou de Luna, o mesmo tinha um brilho fosco e melancólico. Luna não era muito diferente, ela sabia que o rapaz tentava manter-se forte. Ela o abraçou levemente pelo pescoço e lhe acariciou o cabelo, essa atitude por mais simples que fosse, o agradou.
– Está na hora de você saber que quem estará sempre do seu lado serei eu. Peço desculpa pela Flor, mas, eu te amo Matteo. – disse o olhando gentil. – Tenho a melhor das intenções com você.
– Compreendo meu doce. Perdão falar daquela forma com você.
– Tudo bem. – ainda sorria para ele.
– Me prometa uma coisa? – voltou a fitar seus olhos esmeraldinos, ela assentiu. – Promete que não fará como todos, que não vai me deixar. – pediu seriamente. Abriu mais o sorriso se aproximando do ouvido do mesmo.
– Jamais te deixaria Matt. – sussurrou.
Ele não hesitou envolve-la pela cintura e a beijar sem pudor. Demonstravam o carinho que tinham um pelo outro naquele beijo, o que o deixou mais excitante. Aos poucos Luna via que Matteo não estava muito “ativo” no beijo, compreendia que o moreno estava com os pensamentos longe, então ela mesma decidiu agir. A castanha deu uma leve mordida no lábio inferior do Balsano, o fazendo se entregar mais ao momento, ambos sorriram entre o beijo. O toque das línguas os causavam um calor agradável.
– Te adoro. – disse com a respiração pesada.
– Eu também. – lhe beijou a testa, e saiu sem dizer mais nada. ainda estava tenso com tudo e seria quase impossível se entregar naquele momento.
Luna o entendia completamente, Florencia em pouquíssimo tempo havia se tornado alguém muito importante para ela. A garota também saiu do quarto e foi até o escritório do pai. Ajudaria de alguma forma a resolver aquele problema que estava atormentando a todos.
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