Estavam Luke, Anabeth e Thalia andando pelas ruas. Eles andavam por ali como se fossem invisíveis, ninguém realmente prestava realmente atenção neles, olhavam pra suas aparências sujas e descuidadas mas não ofereciam nenhum tipo de ajuda ou comida. Já fazem quase uma semana que eles estão andando sem destino aparente.
— Quando vamos chegar? — pergunta Anabeth.
— Se é que vamos chegar em algum lugar — retruca Thalia, seu humor azedo sempre leva o melhor de si.
— Para onde estamos indo? — Anabeth volta a perguntar, sempre curiosa e ávida por respostas.
Luke não responde. Continua caminhando, sempre prestando atenção ao redor, nas pessoas que os cercam, que se aproximam. Para ele qualquer pessoa pode atacar a qualquer momento, então ele não deixa de ficar sempre de olho no que está acontecendo à sua volta.
— Olha! — Thalia diz, e aponta uma loja da Donut's Monstro. As barrigas deles roncam tão alto que parecem um rinoceronte faminto.
— Não temos como comprar nenhum — Luke fala. Eles param de caminhar e ficam encarando a loja do outro lado da rua, as rosquinhas da vitrine estão com uma cara tão boa…
— Agora têm! — uma voz diz, e eles se viram procurando quem disse. Um menino negro surge, com um andar muito estranho, ele parece ter problemas nas pernas.
Thalia, Luke e Anabeth se entreolham, como se perguntassem: “ quem é esse?" O menino continua se aproximando e para de frente para eles.
— Quem é você? — Thalia pergunta. Ela se põe a frente de seus amigos sempre com o ímpeto da corajem aflorado.
— Me chamo Grover Underwood. Sou o novo protetor de vocês! — ele sorri. Muito feliz com sua mais recente missão. O sr. D não costuma confiar muito em Grover por ele ser meio atrapalhado e sensível demais. E quando ele fica com medo ou triste costuma comer coisas. Mobília, na maioria das vezes.
— Protetor? — Luke questiona com a testa franzida — Sabemos nos defender daquelas coisas.
— Vocês não preferem falar disso outra hora — Grover faz cara de assustado e olha para os lados esperando ver alguém — Não querem comprar uns Donut's?
Os três acenam que sim freneticamente, a fome no momento é maior que a desconfiança de Luke.
Quando eles já estão empanturrados de tanto comer, Grover fala com eles sobre ser o “protetor" deles. Ele explica que as coisas que os perseguem são monstros, que devoram meios sangues - no caso, eles - e que existe um lugar especial que protege os meios sangues dessas criaturas, o chamado Acampamento Meio-Sangue. Um lar que ensina como se defenderem e sobreviverem no mundo aqui fora, que é muito mais perigoso para meios sangues do que para mortais.
— Mas como você sabia que nós éramos meios sangues? — Anabeth pergunta. Luke e Thalia se impressionam com a inteligência dela, apesar da pouca idade.
— Sou um sátiro, os encontro pelo cheiro, e assim como eu posso sentir o cheiro de vocês, os monstros também podem — explica Grover.
— O que acham? — Luke pergunta e as duas dão de ombros. Qualquer ajuda é melhor que ficar vagando nas ruas sem abrigo e comida.
[…]
— Estamos quase lá — Grover diz —, é só subirmos essa colina, o acampamento fica no topo.
A floresta ao redor é fechada e úmida, o ar cheira a eucalipto e venta pouco. O calor está deixando eles cansados com mais facilidade e ofegantes.
Um barulho de algo grande pisando o chão da floresta treme tudo, e eles detém os passos. Ficam atentos ao som que se aproxima cada vez mais.
— Shhi! — Luke põe o dedo na frente da boca, e todos ficam em silêncio. Thalia saca seu punhal e espera. Anabeth trêmula fica perto de Luke e Grover se mantém tão parado que parece nem respirar.
GRRRRR!
Uma criatura enorme surge do nada. Se parece com um cachorro, só que muito maior e muito mais feio. Todos eles gritam e correm, mas o bicho vai passar eles.
— O que é isso? — Luke pergunta enquanto corre, ele segura a mão de Anabeth com força a fazendo subir morro acima ao lado dele.
— Cão infernal! — Grover grita.
Thalia sabe que é inútil eles continuarem correndo. Então ela tem uma ideia. Uma ideia louca, diria Luke. Mas agora é a única que ela tem. Ela precisa salvar seus amigos.
O cão não está nem de longe cansado, mas eles andaram o dia todo e estão exaustos.
— Continuem, eu detenho ele! — grita Thalia, e Luke nem tem tempo de rebater que essa é uma ideia horrível, quando ele olha pro lado ela não está mais lá. Já está esperando o cão infernal chegar até ela.
THALIA, VOCÊ É LOUCA! – pensa Luke.
Eles continuam subindo a colina, mas Thalia encara o monstro sozinha, quando ele se aproxima dela o bastante para que ela sinta seu hálito podre, ela desfere um golpe com sua lâmina, mas erra por pouco e o cão bate nela com a pata enorme, ela voa longe e bate contra um tronco grosso e velho de uma árvore.
E então ela apaga.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.