Pov's Amélie.
Devido a mudanças recentes referente ao conteúdo da revista do próximo mês o resto da semana e também a seguinte foi cheia de reuniões, ensaios fotográficos e conferidas rápidas para a edição nova que iria sair. Eu fazia questão de verificar todas as áreas antes de finalmente dar o aval, estava enlouquecendo com essa correria, e também estava apreensiva com a minha viagem. Odeio ser pega de surpresa, odeio.
Agora eu me encontrava no meio de um sessão de fotos, estava supervisionando o trabalho, claro. A artista da vez era Claire Foy que interpreta a rainha Elizabeth em The Crown, ela estava e é belíssima, além de ser dona de uma simpatia de dar inveja. Toda a equipe estava se empenhando para dar o máximo de sí já que sabiam que esse seria o último trabalho que executariam junto a mim pelos próximos meses. Eu tinha sorte de ter uma equipe tão dedicada e leal. O clima era de despedida já que esse seria meu último dia oficialmente aqui mas eu estava tentando ao máximo manter a alegria no ar já que para uma sessão de fotos sair bem feita uma das coisas essenciais era o clima do ambiente.
Margaret se aproximou e eu já sabia q ela iria me lembrar dos muitos afazeres que eu tinha nesses dois últimos dias aqui em Paris.
- Amélie, amanhã você tem uma reunião com os nossos assessores, um almoço com o presidente da Lyves e um jantar com os acionistas. Você tem que convencer o presidente da Lyves a nos dar uma entrevista e o jantar com os acionistas é mais uma formalidade aonde eles vão te fazer várias perguntas chatas que você já sabe responder.
Suspirei cansada. Os dias estavam sendo extremamente intensos.
- Tudo bem, e na sexta? O que temos?
- Nada. Se não for um problema. Achei melhor adiantar todos os seus compromissos que restavam para a quinta para você poder ter tempo de arrumar tudo para a viagem, já que ela será sábado pela manhã.
- Você é realmente um anjo, Margaret. Obrigada por tudo.
Ela me deu um sorriso de compreensão e se retirou.
(...)
O dia seguinte chegou e esta quinta-feira não poderia ter sido mais corrida. O almoço com presidente da Lyves, o Sr. Hampstall, foi tenebroso, parecia mais que eu estava em um jogo aonde tive que usar toda minha paciência e lábia, eu tive que passar quase duas horas bajulando aquele senhor até que ele finalmente se comprometeu com a entrevista. O jantar com os acionistas já foi mais tranquilo, o que já era de se esperar. Geralmente costumávamos apenas acertar alguns pontos aonde estávamos em desacordo e manter uma conversa descontraída e amistosa durante os jantares mensais que tínhamos.
Agora eu me encontrava em meu apartamento sentada em um sofá que ficava posicionado estrategicamente perto da enorme parede de vidro que existia na minha sala. Lembro-me que a primeira vista ter toda uma parede de vidro para o lado de fora do apartamento me parecia um pouco demais, muita exposição. Até que me explicaram que quem está dentro consegue enxergar mas quem está fora não. Desde então aprecio uma das melhores vistas de Paris.
Levantei e decidi terminar de arrumar minhas malas que a propósito não estão nem meio arrumadas. Eu realmente não faço ideia de como são as mudanças de clima em Seul, então resolvi levar de tudo um pouco já que também iria passar meses por lá. Em minhas malas além de roupas, sapatos, acessórios, jóias e produtos de higiene, também estavam indo algumas coisas de valor sentimental como por exemplo algumas fotos minhas com minha família e também alguns objetos que eu tinha adquirido ou ganhado ao longo do tempo.
Passei horas arrumando todas as malas. Certamente eu iria precisar de ajuda para carregar toda essa bagagem. Podiam dizer que eu estava exagerando na quantidade de coisas que levaria mas eu preferia estar preparada tendo minhas coisas a minha disposição a ter que me virar por lá para tentar achar as coisas que gosto e utilizo. Caindo novamente em uma divagação imaginei como seria minha vida por lá. Eu sinceramente esperava que não fosse muito diferente da vida que levo aqui em Paris.
Saí do meu quarto e comecei a vaguear pelo meu apartamento. Eu estava me despedindo silenciosamente da minha casa com a promessa mental de que eu voltaria assim que possível. Com toda certeza eu iria sentir saudades daqui e mais ainda dessa cidade que sempre me acolheu tão bem.
Voltando para meu quarto deitei na cama e decidi aproveitar as poucas horas que me restam para tirar um breve cochilo para estar razoavelmente bem na hora de acordar para pegar meu vôo. Eu ainda não sei como definir o que estou pensando sobre essa viagem, mas sei que estou sentindo um misto de raiva, indignação e estou extremamente ansiosa. Principalmente para cobrar explicações do Jack Hill.
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