História A Flor da Pele - Decisão tomada

Quando voltou para casa, em meados de julho, Regina foi recepcionada por uma festa na casa da Wendy. Ser recepcionada por seus amigos, sua família, a emocionou. Sentira falta da sensação de pertencimento, que aquelas pessoas representavam em sua vida.

– Achei que você não ia mais voltar. – Zelena fez bico, que Regina tratou de desmanchar o cobrindo de beijos.

– Pra que? Pedir a pizza e comprar cerveja? É pra isso que você tem o Kristoff. – Piscou para o homem sorridente a seu lado.

Kristoff lhe deu um abraço apertado. Nos últimos meses, haviam se aproximado, não mais apenas como uma conexão direta para o seu amor, mas alguém com quem ela criara uma simbiose, um entendimento profundo pelo qual não esperava, e muitas das ligações que Regina fizera para casa durante a viagem, haviam sido para falar com o cunhado. Kristoff se tornara essencial a sua existência.

– Ela precisa de você. E eu também. – O rapaz confidenciou a mantendo em seus braços.

– E eu de vocês. – Regina respondeu doce, dando um beijo no rosto.

– Eu juro que na próxima turnê, eu vou com você. – Philipp resmungou ao puxá-la para os seus braços. – Minha vida não tem a menor graça sem ti.

– Nem a minha sem você, viado. – Regina retribuiu ao abraço.

– O Philipp só reclamou enquanto você estava fora. – Gold entregou. – Mas você realmente fez muita falta.

– E perdeu a inauguração do novo espaço do Gold. – Gold completou, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.

– Pois é, eu soube. Bar do Gold, agora em novo endereço. Vocês estão muito chics. – Implicou com o amigo.

– Não é? – Gold falou com um sorriso enorme no rosto. – Eu tenho purpurina pra dar e vender, minha querida. – Falou orgulhoso.

Zelena a havia informado que ele tinha mudado de espaço. Estavam agora com novo endereço e em um bar estilizado.

– Já que estão todos contando as novidades, eu também tenho uma. – Wendy chamou a atenção de todos.

– Jura, amiga? E não me contou nada nas últimas quinhentas e sessenta e cinco ligações, por quê? – Regina se fez de ofendida.

– Porque assim tem mais graça. – Disse simplesmente. – Eu fui chamada para fazer a cenografia de um filme.

– Você está brincando?! – Regina exclamou feliz. Era o sonho de Wendy fazer a cenografia de um longa. – Eu não acredito!

– Pode acreditar. – Falou com um sorriso largo no rosto. – Recebi a ligação na segunda-feira, e eu fiquei louca.

– Fantástico, Wendy. – Regina a abraçou. – Você merece, meu amor. Isso e muito mais.

– Foda, Wendy!. – Philipp disse, também abraçando a amiga. – Eu quero saber quando eu vou ficar chic assim! Uma lança um livro e sai em turnê, esse abre um novo bar, você trabalhando no cinema, e eu? A bicha aqui não merece nada, não?

– Você esqueceu esses dois aqui. – Falou Zelena, levando um cutucão do namorado.

– Vocês o que? – Regina perguntou se voltando para a irmã e o cunhado.

Zelena olhou para o namorado, em um pedido silencioso por permissão para falar, que ele concedeu com um sorriso e um movimento de cabeça. Ela segurou a mão dele na sua, e anunciou.

– Nós decidimos nos casar. - Regina não pode conter as lágrimas que inundaram seus olhos, e Zelena, percebendo a emoção da irmã, a abraçou. – Eu sei que você não acredita em nada disso… – Começou a explicar, mas foi interrompido por Regina.

– Eu não sei de nada, mana. – Sorriu. – E honestamente, se alguém pode fazer um casamento dar certo, são vocês.

– Eu amo esse homem. – Zelena puxou o namorado para perto deles.

– Como não amar? – Regina se dirigiu ao cunhado, que estampava no rosto um sorriso pleno. – Eu só espero ter sido cogitada como madrinha. – Brincou com a irmã.

– A discussão foi se você seria minha madrinha, ou dele. – Falou rindo.

– Serei dos dois. – Regina os abraçou novamente.

– Não to falando?! – Philipp exclamou dramaticamente. – Só comigo que nada acontece.

– Ah, Philipp. – Wendy passou a mão na cabeça dele. – É só andar colado na gente. A sorte está no ar querido, respira fundo.

Todos riram da expressão indignada de Philipp para Wendy. E enfim a festa teve início. Mesmo estando cansada da viagem, Regina não poderia estar mais feliz. Com exceção da Anna, que estava fora da cidade com a namorada, a sua família estava ali, e o mais importante, todos vivendo um momento feliz.

Passados dois dias do regresso de Regina, e após um descanso merecido, ela e Jasmine decidiram se encontrar. Não que Regina não a tivesse procurado antes, mas Jasmine optou por esperar, temia a conversa definitiva, que sabia, precisavam ter. Marcaram no lugar onde havia ocorrido o primeiro encontro. Regina a esperava, sentada a mesma mesa. Estava nervosa. Há muito tempo não sentia essa palpitação no peito. Seria um sinal? Acreditava que sim. A decisão tomada, já não pesava como antes. No tempo que passou fora, teve tempo para colocar os sentimentos em ordem, e não voltaria atrás.