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História A Flor que Sangra - Quarto


Escrita por: Karoz

Notas do Autor


Sempre que eu sento para revisar eu acabo incluindo alguma coisa ou tirando alguma coisa do capítulo, por isso ele acaba sempre indo com erros, porque eu estou sempre mudando as coisas! Por isso eu demoro também kkkk Hoje eu sentei as oito horas para postar ele e só terminei agora, três horas depois.

BOA LEITURA!

Capítulo 4 - Quarto


A primeira sensação foi de êxtase. Uma corrente pura e elétrica de adrenalina correndo por seu corpo, fazendo seu coração disparar ao sentir o arrepio lhe correr. Parecia uma descarga de 120v que circulava por ele todo. Beber, dançar e rir nunca pareceu tão fácil. As coisas pareciam mais interessantes do que normalmente eram e se tornou comum perder um bom tempo apenas as observando. 

Com o tempo os flashes de luz em sua visão e a música alta foram substituídas pelos faróis que passavam por ele e por buzinas desesperadas de motoristas que  o alertavam para sair do caminho. Cambaleante e ainda com o coração batendo rápido, Sasuke se sentou em um canto da ciclovia que reconheceu como sendo a de um viaduto depois de um tempo se esforçando.

Chovia. Mas também não havia um dia sequer que não chovesse naquela maldita cidade. O frio estava começando a incomodar. Estava completamente perdido. Não fazia ideia de como tinha acabado ali e muito menos qual caminho tomaria para chegar em casa.  Desconfiava de que se tentasse firmar novamente suas pernas elas o jogariam ao chão. 

Os pingos da chuva caiam sobre seu rosto colando seus cabelos no mesmo, sua roupa estava encharcada e tudo o que conseguia fazer era dar gargalhadas. Com a cabeça apoiada a grade de segurança, olhando para cima com os olhos fechados por conta das gotas, Sasuke riu profundamente da sua desgraça. Se perguntava por que era assim e por que estava naquela situação. Podia culpar seu pai por tudo aquilo? 

Subitamente suas gargalhadas se cessaram. Recostando a cabeça nos próprios joelhos o Uchiha se lembrou da última conversa que teve com o homem que lhe dera a vida. Se arrependeu por tê-lo-o invocado justo naquele momento. 

No dia em questão Sasuke havia invadido o escritório de seu pai ao ouvir o barulho de algo se quebrando. Sua mãe estava encolhida em um canto e aos pés dela uma garrafa de uísque completamente estilhaçada. Da parede escorria o líquido que dava o forte cheiro de álcool para toda a sala. 

- O que você pensa que está fazendo? - Sasuke perguntou olhando para seu pai desafiadoramente. 

- Sasuke, querido, por favor - suplicou sua mãe correndo até ele e o segurando pelo braço na tentativa de o tirar da sala.

 Por mais que quisesse se manter forte, Mikoto começara a chorar. O medo de que o seu filho se machucasse era pior do que o de ter que encarar Fugaku. 

- Você é a minha maior vergonha - Fugaku o acusou. Sua voz cuspida denunciava todo o nojo que havia naquela palavras. - Se você fosse ele eu jamais teria que passar por todos esses problemas. Ele sim seria o homem que ajudaria essa família para que eu não tivesse que carregar tudo nas costas.  

- Não me importo com os seus problemas - devolveu Sasuke. - Venha, mãe, se você continuar com essa roupa molhada você pode adoecer. 

- A Mikoto vai ficar! - Berrou o mais velho. 

Em um piscar de olhos Sasuke estava de frente ao seu pai, segurando com força o colarinho de sua camisa cara e bem passada. O cheiro de álcool que emanava daquele homem o deixava ainda mais irritadiço. Seus dentes rangiam de tão apertados que estavam, ele queria poder jogar o pai em cima daquele mesa e o socar até que toda a raiva dele por ter citado ele e ter deixado sua mãe naquele estado passasse, mas Mikoto já estava ao seu lado chorando descontroladamente enquanto implorava para que ele soltasse o homem que ria de forma desafiadora.  

- Meu filho, está tudo bem - disse a mulher, tentando controlar a voz e as lágrimas para que o garoto se acalmasse. - Seu pai teve um dia difícil na empresa, só estávamos conversando quando a garrafa de uísque caiu da minha mão. Foi só isso. Volte para o seu quarto, por favor. 

Sasuke a olhou, ainda segurando o homem. Os olhos dela imploravam para que ele obedecesse. Com as mãos meio brancas e frias pela força que havia segurado seu pai, o moreno resolveu obedecer. Mas se arrependeu instantes depois. Ele sabia que sua mãe havia apanhado e o pior, ela havia ficado em silêncio para que ele voltasse aquela sala e também sofresse as consequências daquela interferência. 

Sem perceber Sasuke estava chorando como se fosse uma criança. O nó preso em sua garganta não era desfeito nem mesmo quando soltava o ar com força em soluços. Estava encolhido, queria se resumir a um pequeno ponto, minúsculo o suficiente para que alguém o esmagasse e apagasse tudo o que estava sentindo naquele momento.

Não soube quanto tempo passou naquele estado. Só se deu conta de que ainda estava parado no mesmo lugar quando percebeu que gradativamente o tempo pareceu estar mais quente, as gotas pareciam não o atingir mais, ele estava tão confortável e se sentindo tão acalentado que as lágrimas cessaram. O peito que antes doía parecia estar mais calmo. O ar quente que estava o envolvendo tira um cheiro bom. Era doce. 

Levantou a cabeça para ver o que estava acontecendo, mas nas ruas tudo parecia normal: os carros, a chuva, a noite fria. Perambulando a centímetros de seu rosto estava algo que parecia um pequeno papel, flutuando de um lado para o outro. Sasuke fechou os olhos e esfregou as mãos algumas vezes, aquele não deveria ser o efeito da droga que havia usado. Alguém tinha lhe dado mais alguma coisa e ele não se lembrava? Abriu os olhos novamente. Ela ainda estava lá. Olhando atentamente a folha se parecia mais com uma pétala macia e cor-de-rosa.

 Esticou o braço na tentativa de o alcançar, mas a pétala fugiu dele, se impulsionando mais para a frente. Pensou que talvez estivesse louco e ainda muito afetado pelo entorpecentes, mas se levantou e tentou novamente a pegar. Novamente a pétala foi ainda para mais longe, o abrigando a dar alguns passos para tentar a alcançar pela terceira vez. Sem perceber, já estava a seguindo enquanto esticava seus braços e agarrava apenas o ar quente ao seu redor.  

De repente a pétala caiu. A sensação de frio voltou a atingir o Uchiha que se abaixou e pegou a pétala. A analisou. Estava delirando aquele ponto? Somente após perder bons segundos ponderando o que poderia acontecer e que Sasuke percebeu onde estava: em frente a mansão Uchiha. Olhou mais uma vez incrédulo para a pétala, prometendo a si mesmo nunca mais usar algum tipo de droga.  

~*~*~

Sakura estava de pé em uma lugar completamente preto, o que parecia uma sala, porém, olhando para os quatro lados que a rodeavam ela não conseguia ver nenhuma parede que comprovasse sua teoria. Alguma luz iluminava apenas a parte em que ela se encontrava no ambiente e toda vez que ela andava a luz se mexia, como se a seguisse. Olhando para cima ela também não conseguiu enxergar de onde vinha a luz. Andou pelo lugar, ela sentia que deveria achar algo e por algum motivo sabia exatamente onde o encontrar. 

Começou a correr, parecia urgente e cada vez mais necessário que ela achasse. Quando finalmente parou, percebeu que não se tratava de algo, e sim de alguém. Ele estava encolhido e chorando. Aquilo não combinava com ele. Sakura se abaixou tocando as costas do homem que lentamente saiu de sua posição para a olhar. 

Um arrepio correu seu corpo quando os olhos negros dele a encararam. Sakura sorriu aliviada por ter o encontrado. Sasuke se levantou e em impulso repentino a rosada o envolveu em seu braços, sendo rapidamente correspondia pelo mesmo. 

E então ela acordou. O coração acelerado e a respiração descompensada. Nem percebeu que já se encontrava sentada em sua cama. 

- Sonhando com anjos? - Perguntou uma voz em seu quarto que novamente a assustou. 

Chiyo sorria de uma forma simpática enquanto tricotava algo ainda sem forma com sua lã vermelha sentada a cadeira de estudos da neta. 

- Como você sabe que… - Sakura mudou de pergunta se lembrando de algo mais importante. - ...Espera, como a senhora entrou aqui? 

- Mei precisou sair - disse a senhora fechando o sorriso. - E você estava inquieta enquanto dormia, estava gritando. Resolvi entrar com a chave reserva. 

- Nós temos uma chave reserva? 

- Pobre criança, sabe tão pouco das coisas - disse a senhora dando risadinhas enquanto pegava seu material e saia do quarto. 

~*~*~

O carro preto foi estacionado em frente a mansão Uchiha. Como de costume, para manter uma boa reputação, todos estavam bem arrumados a porta quando Fugaku saiu do carro. Sasuke teria se preocupado em direcionar a ele um olhar ainda mais feio se não estivesse tão distraído com a história da pétala da noite passada. Podia jurar que a havia pego, mas quando acordou não a encontrou em canto algum da mansão. 

Hinata brincava com os seus dedos de forma nervosa. Sempre que o encontrava sentia medo. Mikoto percebendo o estado da menina segurou uma de suas mãos com firmeza. Os olhos da mulher transpareciam carinho e confiança. A garota sentiu vontade de chorar. Não entendia como ela podia ser assim tão boa vivendo a vida que viva. 

- Estou de volta  - anunciou  Fugaku, um homem alto e de cabelos negros, com os olhos daquela mesma cor.  

Ele deu um abraço em Hinata que o retribuiu sem vontade. Até o cheiro dele conseguia a enojar. Depois foi até Mikoto e a deu um breve beijo. A mulher se esforçou para dar seu melhor sorriso. Por último deu tapinhas no ombro de Sasuke, o que para alguns poderia parecer um sorriso carinho Sasuke reconheceu como uma prova de sua vitória.

Os dois irmãos sabiam que teriam indigestão após aquele almoço na presença do pai, mas estavam a mesa como uma família perfeita. Mikoto era a que parecia mais tranquila e natural. Nem em seu passado como atriz, quando ocupava os palcos mais aclamados da Ásia ela desempenhara um papel tão difícil de ser sustentado quanto aquele. 

- Então - começou o patriarca -, quais são as novidades? 

- Hinata fez novas amigas, querido - quem respondeu foi Mikoto. 

- É mesmo? De que famílias? 

- Mitsashi - Hinata respondeu em um sussurro. 

- Bom, bom - comentou o homem dando outra garfada. - Serei mais gentil com eles nos negócios futuros - somente o Uchiha mais velho riu de sua piada. - E as outras? Sua mãe disse amigas, no plural. 

- Elas são bolsistas - a garota respondeu depois de alguns instantes ponderando se deveria ou não mentir. 

- As vezes precisamos de companhia fora dos negócios, não é? - Fugaku respondeu, surpreendendo a todos, com certeza ele estava de excelente humor. - Chame ela para cá algum dia, vamos fazer uma viagem todos juntos, o que acham? 

A Uchiha mais nova se remexeu na cadeira, forçando um sorriso com aceno de cabeça. Queria manter suas amigas o mais longe possível daquela casa, mas sabia que não poderia ignorar uma ideia de seu pai. 

~*~*~

Segunda-feira nunca era seu dia favorito, assim como não era o de todas as pessoas normais no mundo. Ser acordada por uma criaturinha de cabelos loiros não melhorava em nada isso. Menma pulava em cima de uma Sakura sonolenta que abria seus olhos lentamente. 

– Bom dia! - Quase gritou o menino sorridente. 

- ...Menma? Sai de cima - pediu a garota com a voz sonolenta, tentando se virar e puxar as cobertas para cobrir seu rosto. 

- Foi mal, Oneesan - disse o garoto sorrindo ao sair de cima da irmã e se sentar na cama ao seu lado. - É só que você ta atrasada, de novo. 

Em um pulo a Haruno se levantou, tropeçando nos próprios chinelos perto da cama.  Olhou no relógio já juntando seus cabelos em um rabo enquanto se perguntava se daria tempo de tomar um banho. 

O relógio marcava 6h40 

Voltou seu olhar sério ao seu irmão que sorria travesso, porém o sorriso do garoto sumiu ao perceber que o olhar da rosada estava assustador. Tão rápido quanto Sakura acordou, Menma saiu do quarto deixando a Haruno completamente brava por ter sido pega naquela brincadeira estúpida. 

 Tomou seu banho e colocou uma blusa fina rosa e calça de moletom azul escuro. Bufou ao ver no calendário que era o dia da excursão. Bufou. Por que toda escola de elite tinha que forçar uma excursão para algum lugar? Quer dizer, as montanhas de Konoha eram sim super interessantes e com uma história cativante sobre a formação da cidade, mas quem raios ainda não conhecia aquele lugar? 

Se jogou novamente na cama pensando que poderia facilmente escrever um relatório sem nenhum esforço e sem ter que estar em uma montanha por dois dias com colegas de classe duvidosos. Sua despreocupação não durou muito tempo. E se só deixassem entregar quem estivesse na lista de presença?  Bufou novamente se levantando, jogou algumas peças de roupas na mochila e desceu as escadas. 

- Bom dia - Mei a recebeu na cozinha. - Parece que alguém aqui acordou com o pé esquerdo - comentou a mulher percebendo a cara emburrada da enteada. 

- Não é nada demais. Só estou desanimada com o passeio. Meu pai ainda não chegou? 

- Ele te mandou um abraço e prometeu que estaria aqui no próximo final de semana.

A rosada apenas assentiu com a cabeça, estava com saudades de seu pai. Desde que começou os estudos não estava conseguindo o ver, seus horários nunca batiam, e agora ela teria que passar dias fora de casa.  Tomou seu café calmamente, saiu de casa dando de cara com uma Ino sorridente que segurava sua sobrinha dando pulinhos de animação. Seus cabelos loiros amarrados em um rabo balançavam de um lado para o outro. Ela estava usando luvas, sapatos e uma jaqueta de frio reforçada, tudo em um rosa clarinho que combinava com os protetores de ouvido. Se Konoha já era frio, imagine em seu ponto mais alto, pensou ela. Hinata estava ao seu lado e parecia ter a mesma animação de Sakura, ou até menos. 

- Bom dia! - A loira disse sorrindo 

- Ao  menos  temos alguém que está animada por nós duas - brincou Sakura olhando para Hinata que esboçou um pequeno sorriso em resposta. 

- Eu simplesmente não entendo como vocês não podem estar adorando isso! Vão ser dois dias nas montanhas em um hotel super chique e com uma vista linda! - Justificou a Yamanaka, sem perder sua animação. 

- Nós vemos a montanhas todos os dias - a rosada comentou baixinho indo até seu “banco particular” na praça. Nenhuma das duas garotas se incomodou em a avisar que estava molhado dessa vez.

- É, mas dessa vez vai ser diferente. Vamos estar com todo o pavilhão do terceiro ano! 

Sakura e Hinata se entreolharam. Era exatamente aquele um dos motivos pelo os quais não esperavam grandes coisas daquela viagem. 

A Escola Fan seguia um modelo de organização diferente das outras escolas. A sua recepção era formada pela secretária geral, biblioteca, centro de informática e uma área de convivência que ninguém utilizava. Os alunos eram divididos entre primeiros, segundos e terceiros anos, tendo cada um prédio com próprio refeitório, área de convivência, sala de aulas e salas de estudos. 

Como o ensino era rígido e a escolha se recusava a seguir a orientação do governo japonês contra reprovações, era praticamente impossível chegar ao terceiro pavilhão tendo menos de dezoito anos, o que fazia daquele o pior dos pavilhões, o que eles chamavam de “Rūru nashi no furagu” ou pavilhão sem regras. 

- Eu não sei se isso pode exatamente ser visto como um ponto positivo - disse a Haruno. 

- Por que você tem que ser tão negativa, hein? - Bravejou a loira dando um tapinha no braço da amiga. - E você? Está desanimada porque concorda com essa daí? - Perguntou olhando a Uchiha. 

- Bem, não é que eu discorde, mas eu tenho um motivo a mais para não achar nada que venha da escola muito interessante - respondeu a garota levando as mãos a nuca. 

- Aconteceu alguma coisa, Hinata? - Sakura soou preocupada, levantou os olhos de seu livro recém aberto para olhar a amiga. 

- Não, não aconteceu nada. É só que o tempo todo a minha família espere que nós sejamos perfeitos, modelos, o tempo todo estamos em foco. Vocês lembram do primeiro dia, não é? Aquilo era uma forma de nos deixar bem marcados para que lembrássemos que cada ato nosso carrega o sobrenome Uchiha. Ter que sustentar isso por quarenta e oito horas me parece um pouco sufocante. 

- Seu irmão não parece ter nem metade dessa preocupação - comentou Tenten se aproximando. Todas sorriram para ela, um tanto quanto agradecidas por ela ter quebrado um pouco do clima triste que ficou com a fala da morena. 

- O que tem o irmão dela? - A rosada continuou o assunto. 

- Basicamente todas as regras da Fan existem porque Sasuke as quebrou. Ele sempre arruma briga ou alguma confusão, é uma verdadeira dor de cabeça para a diretora. 

O assunto não demorou muito mais. O ônibus chegou e as quatro embarcaram. Por algum motivo falar de Sasuke fez acender em Sakura uma enorme vontade de o ver novamente. 

~*~*~ 

- Todo o terceiro pavilhão junto. Esse passeio promete! - Dizia Naruto com um sorriso enorme no rosto. 

Sasuke já estava acomodado na cadeira do corredor enquanto seu amigo barulhento gritava pela janela tão alto que nem mesmo seus fones de ouvido conseguiam o impedir de ouvir. Usava óculos escuros para não demonstrar as olheiras da noite mal dormida, um moletom preto e calças escuras enquanto estava praticamente deitado no ônibus com seus braços cruzados. 

- Escuta, Sasuke - chamou o loiro - aquela amiga da sua irmã vai? Aquela loirinha? 

- Eu não sei. 

- E sua irmã, ela vai ir? - O Uzumaki lançou um sorriso malicioso e provocante ao Uchiha. 

- Fique longe dela - a voz do moreno não sofreu alteração, mas Naruto gargalhou sabendo que ele não estava falando sério quando disse aquilo. 

- Eu sei, eu sei. Mas e aquela garota do cabelo rosa, a que é meio estranha? Até que ela é bonitinha. 

- Fique longe dela também - Sasuke se ajeitou na poltrona. Falar dela o deixou visivelmente desconfortável, o que fez o amigo rir mais ainda. 

- Não vai me dizer que você está a fim dela? 

- Ela só é do mesmo tipo de pessoa que a minha irmã. Não é alguém para você, ou até mesmo eu, chegar perto. 

Naruto não entendeu muito bem o que o amigo quis dizer, mas resolveu não o provocar mais. Sasuke não era alguém bom de se lidar quando estava de mal humor.

Sasuke se deitou novamente na poltrona quando percebeu que o amigo não iria mais o incomodar, sua cabeça um pouco inclinada para o lado pôde ver perfeitamente quando ela entrou no ônibus. A atmosfera pareceu se tornar mais quente e ele podia sentir os pelos de seu braço se arrepiarem debaixo do moletom. 

Sakura atravessou o corredor e se sentou na cadeira do outro lado do corredor. A expressão e a respiração dele pareciam tão calmas que ela podia jurar que ele estava dormindo, por isso não se repreendeu nenhuma vez durante a viagem enquanto o encarava, escaneando cada detalhe de seu rosto, sem saber que ele fazia a mesma coisa por trás dos óculos escuros. 

~*~*~

Um passeio pelas ruínas históricas que havia naquelas montanhas e já o suficiente para deixar o grupo exausto e cansado da história monótona de Konoha. Sakura parecia ser a única que achava tudo fascinante, mesmo já tendo visto aquilo várias vezes. 

Sasuke caminhava para seu quarto sem nenhum ânimo, por própria exigência, e também para evitar possíveis conflitos, teria um quarto só para ele. Sua caminhada foi interrompida pelo barulho de risadas que vinha de uma das portas. 

- Eu estou dizendo a vocês, Sakura estava babando no Uchiha - comentou Tenten entre risos. 

- Não estava não! - Negou a rosada atirando um travesseiro na amiga que riu alto. 

Do outro lado da porta Sasuke também riu. Mesmo que ele não soubesse por si próprio que ela estava o observando a viagem toda, aquela resposta desesperada a denunciaria. 

Achou melhor não invadir tanto a privacidade das garotas, por isso não demorou muito ali e logo continuou a ir até seu quarto. 

Tomou um banho refrescante e não muito demorado. Colocou uma calça de moletom cinza folgada, sem camisa e se deitou com tudo na cama de casal preparada para ele. 

Fechou os olhos se aconchegando no colchão, a primeira coisa que veio em sua mente foi a lembrança da pétala e logo em seguida Sakura. Abriu os olhos meio assustado. Claro, o nome dela era de uma flor e os cabelos eram rosa como as pétalas, mas não havia mais nenhum sentido em sua associação senão essas coincidências. Fechou novamente os olhos os apertando bem forte tentando se convencer que era apenas um efeito colateral do que havia usado. Seus devaneios foram tirados ao perceber que uma mão descia e subia em seu abdômen. 

- Você fica muito bonito dormindo - uma voz sussurrou em seu ouvido, o que o fez se virar bruscamente e ver uma loira seminua em sua cama. 

- Shion? O que faz aqui? - Perguntou assustado, se sentado na cama bruscamente, já disposto a colocar-la para fora dali, mas a loiro foi mais rápida e avançou em seus ombros os massageando. 

- Calma. Por que não relaxa um pouco? Você parece tão tenso  - a garota dava leves mordidas em sua orelha enquanto o apertava e fazia sua intimidade roçar sobre as costas desnudas dele. 

- Shion, é melhor parar com isso - disse ele em um suspiro. Não podia negar que estava ficando excitado.  

- Mas é só um pouco  - se sentou no colo dele. - Eu trouxe preservativos, ninguém vai saber - ela fazia questão de colar seu corpo no dele, tomando os lábios do Uchiha em um beijo feroz. 

"Ninguém vai saber." 

Essas palavras ficaram na mente dele. Shion era uma mulher muito bonita e já haviam transado algumas outras vezes. Aquela não seria uma má ideia. Ele realmente precisava relaxar. 

Jogou a loira na cama retirando a pequena lingerie que cobria seu corpo. Retirou sua calça e sua cueca prendendo o corpo dela ao seu. Seu membro estava rígido e pulsava. A garota  abriu as pernas bem devagar, deixando sua intimidade a mostra para ele. Cheio de desejo e luxúria, Sasuke abocanhou sua intimidade a chupando e sugando com força, a penetrava com dois dedos da mão direita enquanto a esquerda segurava as pernas dela com força, apertando suas coxas grosas. Sugava e mordia, causando certo ardor na loira que gemia de prazer enquanto se contorcia na cama. 

Ele parou ofegante, deixando a garota também ofegante e escorrendo um líquido por entre suas pernas. Os olhos de Shion estavam revirados pelo imenso prazer que sentiu percorrendo seu corpo em um gozo, mas ainda queria mais. Suas pernas estavam bambas e ainda nem tinha conseguido o que realmente queria. 

Abriu as pernas novamente, Sasuke estava de joelhos na cama, olhava para o teto, ainda sem fôlego. A loira se sentou em cima de seu membro dando uma rebolada e sussurrando em seu ouvido: 

- Me fode com força, Sasuke. 

- Vai se arrepender por pedir isso - disse ele a voltado para a cama e a penetrando de uma só vez.  

Movimentava-se rápido e com força, explorava cada canto da intimidade dela, cada vez mais forte e rápido. Sentia que a tocava profundamente, mas em seu momento de prazer pouco se importava se estaria a machucando. 

Shion gemia auto, sentia dor pela violência com que era penetrada, mas não ligava, era prazeroso ser fodida daquela forma. Não demorou muito e entrou em um orgasmo pela segunda vez que a desmontou por completo. Após também chegar ao seu ápice, o moreno se retirou de dentro dela. 

- Vou tomar um banho no banheiro do corredor, pode usar o do quarto. Quando eu voltar não quero te ver aqui, saia sem que ninguém te veja - ordenou colocando a cueca e a calça, sem se preocupar em a olhar. 

Ouviu alguns resmungos vindos da garota mas não se deu ao trabalho de entender o que ela falava. Caminhou até a porta do banheiro devagar, estava suado e sem camisa e o vento frio daquela noite o atingia sem piedade. Olhou por uma das vidraças que cercavam o corredor. A cidade lá embaixo parecia tão calma e tranquila que o fez se sentir um pouco incomodado, porém a visão dali era linda e o céu estava perfeitamente azulado. 

Voltando a focar em seu objetivo, puxou a porta do banheiro com força, arrastando uma fugura rosa que tentava abrir a porta pelo lado de dentro. Ela o olhou assustada. Seus cabelos estavam soltos e desciam em cascata sobre seus braços desnudos, não estava com os óculos o que facilitava ver suas orbes verdes, escurecidas por conta da noite. Trajava apenas um pijama leve na cor branca. Sua boca estava trêmula e sua mão ainda se encontrava na maçaneta, mas não conseguia tirar seus olhos dos dele, para a sorte de Sasuke que estava tão perdido naquele brilho esmeraldino que quis morar ali. Ela era simplesmente linda. 

Ela respirava desacelerada por conta do susto recente, mesmo com o esforço que fazia para se ficar longe dele, estavam bem próximos e não conseguiam se separar. Aquele rosto calmo e puro fez começou a despertar em Sasuke um sentimento maior do que o de admiração: ele estava se sentindo culpado. Perto dela naquele momento ele se sentiu sujo em todos os sentidos da palavra. Se sentia indigno até mesmo de estar a olhando naquele momento.  

Foi por isso que Sasuke se afastou, dando passagem para que ela saísse finalmente de banheiro em rumasse em direção ao quarto que dividia com a outras três garotas. Somente quando Sakura o deixou sozinho naquele corredor que Sasuke percebeu que sem ela ali o ar parecia bem mais frio. 

 


Notas Finais


Esse capítulo foi quase que totalmente reescrito, então eu nem lembro direito o que foi que mudou para poder contar a vocês.
Espero que estejam gostando!


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